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" Quem lacra não lucra news?" 'Capitã Marvel' luta contra o patriarcado, diz atriz principal do filme

marcosr.

Bam-bam-bam
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Mas a Feiticeira Escarlate das HQs (pelo menos quando acompanhava) e forte demais, pode resumir os poderes em "tudo que ela quiser".
 

Dark Goomba

Bam-bam-bam
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Por curiosidade: ela tem algum ponto fraco, tipo o Superman com a kriptonita?

Não manjo muito de quadrinhos e tal...
 

Bloodstained

Mil pontos, LOL!
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Pretendia colocar minha análise no tópico da pasta Cinema & TV, mas como uma parte do pessoal lá está chorando em relação aos comentários que dizem respeito às mensagens ideológicas embutidas no filme, desisti. Parece que para essas pessoas, não tem problema o filme conter propaganda: o que não se tolera, são os espectadores fazendo críticas a isso ou comentando a respeito.... Por esse motivo, decidi postar minha análise aqui, de modo que pudesse escrevê-la com total liberdade. Obviamente, ela contém spoilers. Considerem-se avisados.

Pois bem, decidi fazer uso do Torresmo para assistir o filme da Capitã Feminista. Fui com as expectativas mais baixas possíveis e, mesmo assim, terminei desapontado. Não só isso: também me senti ultrajado e lesado, pelo fato de ter dedicado duas horas da minha vida para assistir essa tentativa falha de entretenimento. Diante disso, fiz algumas pesquisas e compilei tudo que encontrei de errado com esse filme, para detoná-lo com a devida pompa e circunstância.

Antes de entrar na análise, faço questão de ressaltar que esse filme é um filler: nada do que é mostrado terá influência alguma no Endgame. O filme é totalmente descartável e esquecível, tendo poucos atrativos que justifiquem assisti-lo. Dentre eles, destaco o tributo a Stan Lee (que, na minha opinião, deveria estar no Endgame), o uso da tecnologia de rejuvenescimento digital aplicada em Samuel L. Jackson e Clark Gregg (que foi totalmente subutilizado nesse filme, diga-se de passagem) e a atuação de Ben Mendelsohn que, a despeito de estar interpretando um alienígena e com quilos de maquiagem no rosto, entrega a performance mais humana e expressiva do elenco.

Como a maior parte dos fillers, esse filme parece ter sido escrito com a bunda, ou melhor, com as bundas dos roteiristas (porque, acreditem ou não, nada menos que seis pessoas foram responsáveis por escrever essa porcaria). Aparentemente, nenhum dos cretinos se preocupou em consultar o material base (as HQ’s) e nem mesmo a mitologia do próprio MCU. Como resultado, o filme caga com satisfação em cima de elementos estabelecidos nas HQ’s, além de criar inconsistências no MCU, como plot holes e até mesmo retcons.

Capitã Marvel
No caso, a original. Para privilegiar a loira aguada, decidiram que precisavam retirar Monica Rambeau do caminho. Tornaram ela uma criança e, com isso, a Capitã original do MCU se tornou Carol Danvers.

A parte mais interessante é que o pessoal que adora exigir diversidade forçada em tudo quanto é meio de entretenimento, ficou absolutamente calado diante do fato de terem removido uma mulher negra para favorecer uma branquela. Pois é... Pelo visto a regra só vale quando esse pessoal determina, né? :kclassic

Capitão Marvel
O problema não foi terem mudado o sexo do personagem, mas sim o motivo pelo qual a mudança foi realizada. Não podiam permitir que um homem branco, loiro e de olhos azuis bancasse o herói de um povo de cor (verde) oprimido, ao tentar encerrar uma guerra intergaláctica. Mais que isso, não podiam permitir que um homem branco, loiro e de olhos azuis fosse o responsável por conceder os poderes para a Mary Sue mais overpower do MCU. Onde já se viu uma mulher se tornar poderosa por causa de um homem? Simplesmente inaceitável!

Detalhe: essa não é a primeira vez que mudam o sexo de um personagem dos quadrinhos ao integrá-lo no MCU. Para quem não se recorda, isso já aconteceu no filme do Dr. Estranho, com o personagem da Tilda Swinton: o Ancião. Naquela ocasião, ninguém deu a mínima pois, como disse, o problema não é a mudança, mas sim o motivo pelo qual ela ocorre.

Skrulls
Desde sua primeira aparição na revista Fantastic Four #2 (1962), os Skrulls são retratados como vilões. Nesse filme, decidiram retratá-los de uma forma diferente: eles tem fama de terroristas intergaláticos mas, na verdade, não passam de alienígenas fugitivos que utilizam suas habilidades em transmorfismo para se refugiar ilegalmente em outros planetas. É impressão ou alguns pontos ressoam fortemente na nossa realidade, no que diz respeito a imigrantes ilegais?

Mudarem os Skrulls apenas para fazer uma tosca alegoria política sobre imigrantes ilegais é o que torna essa mudança ofensiva. Décadas de mitologia Skrull nos quadrinhos jogadas no lixo, simplesmente porque os roteiristas não conseguiram resistir à compulsão de inserir a porcaria da agenda que seguem. Se bem que isso é praticamente uma marca registrada desse filme: agenda em primeiro lugar e que se foda a coerência, a lógica e a continuidade. :kclassic

Nick Fury
O personagem tem duas marcas registradas nos quadrinhos: o estilo badass e o modo como perdeu seu olho. Esse filme conseguiu estragar ambas características, ao transformar o personagem num alívio cômico que perde a visão da maneira mais ridícula possível: o arranhão de um gato. Isso foi feito para seguir um dos ditames da famigerada agenda: para elevar uma determinada personagem feminina, é preciso transformar os personagens masculinos em babões idiotas. Saber que a versão do Fury no MCU foi destruída apenas por esse motivo é simplesmente lamentável.
O nome do Projeto Vingadores
No final do filme, Fury deixa claro que iniciará um projeto para encontrar seres extraordinários, no intuito de torná-los a última linha de defesa da Terra. Se chamaria Projeto Protetores, até o momento no qual ele se depara com uma foto de Carol Danvers em seu avião. Nele, é possível ver um decalque que diz: Capitã Carol “Vingadora” Danvers. Por conta disso, ele modifica o nome do projeto para Vingadores, com um risinho de satisfação no rosto. Só tem um problema: absolutamente nada nessa cena faz sentido.

Para começo de conversa, se a inspiração para o nome veio de Danvers, o que acontece com aquele filme chamado Capitão América: o Primeiro Vingador? O título do filme parece apontar para o fato de que esse tal Capitão foi o primeiro Vingador, não? Ainda mais se levarmos em conta que a história desse filme se passa décadas antes do filme da Capitã... Que se foda a coerência, a lógica e a continuidade: o negócio é forçar a entrada dessa personagem no MCU e ainda conceder uma importância que ela não merece, mesmo que seja preciso detonar o que foi estabelecido anteriormente, certo?

Além disso, o filme estabelece que, na década de 90, mulheres só podiam ser pilotos de teste ao ingressarem na Aeronáutica, supostamente por conta do machismo que imperava na corporação. Assim sendo, alguém consegue me explicar como diabos uma mulher conseguiu chegar ao posto de Capitã tão rápido, levando em conta sua idade? Alguém também poderia me explicar porque uma piloto de testes tem seu próprio avião com decalque personalizado, quando isso costuma ser restrito a pilotos de combate? E, acima de tudo, alguém poderia me dizer porque diabos uma piloto de testes recebeu a alcunha de “Vingadora”? O que exatamente ela “vingou” durante seus vôos de teste? :kclassic

Tesseract
Ele é a origem do poder da Capitã Feminista. De acordo com a co-diretora do filme, Anna Boden “o governo estava com o Tesseract jogado em algum canto da S.H.I.E.L.D. e Mar Vell foi capaz de utilizá-lo para criar seu Motor de Velocidade da Luz no Projeto Pegasus. Como alienígena, ela era a única que sabia de todo seu poder e a única capaz de descobrir como utilizá-lo.”

Se é assim, a primeira coisa que precisamos fazer é ignorar algo que ocorreu em Capitão América: o Primeiro Vingador. O governo realmente não só estava em posse to Tesseract (ele foi encontrado por Howard Stark enquanto procurava o Capitão), como também sabia que ele era a fonte de energia das armas utilizadas pelos soldados da Hidra sob o comando do Caveira Vermelha. O próprio Howard estava trabalhando para fazer engenharia reversa nessas armas, inclusive.



Sem contar o fato de que a própria S.H.I.E.L.D. trabalhou com Armin Zola (conforme revelado em Capitão América: o Soldado Invenal), o homem responsável por utilizar o Tesseract como fonte de energia para as armas da Hidra.



Como Zola é humano, a explicação de Boden se torna ainda menos convincente diante do que vimos no filme da Capitã Feminista. O Tesseract foi removido da Terra por Mar Vell... e o governo simplesmente entregou para ela? Ou ela furtou a bagaça? Além disso, como o governo não descobriu que ela era alienígena, já que ela literalmente possui sangue azul? E se ela era a única que conseguia lidar com o Tesseract, por ser uma alienígena, qual a explicação para Armin Zola e Howard Stark terem conseguido fazê-lo com décadas de antecedência em relação a ela?

Contato Imediato de Terceiro Grau
De acordo com o filme, Fury havia encontrado com Krees, Skrulls e até mesmo chegou a presenciar um ataque alienígena de larga escala utilizando ogivas balísticas contra a Terra, promovido pela Armada de Ronan, o Acusador.

A despeito disso, no entanto, ele trava um diálogo curioso com os Vingadores:



Então, quando Thor veio pela primeira vez à Terra, a S.H.I.E.L.D. percebeu que a humanidade não estava sozinha, embora tanto a organização quanto Fury tenham entrado em contato com alienígenas anteriormente, conforme o filme da Capitã Feminista. Vamos ser generosos e supor que Fury estava mentindo no diálogo (ainda que ele não tivesse nenhum motivo para tanto). É só o que resta fazer ao se deparar com um roteiro com mais furos que um queijo suíço.

Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão
O filme estabelece que, nos anos 90, os agentes da S.H.I.E.L.D. já utilizavam a sigla que identifica o nome da superintendência. Dentre esses agentes, está Coulson. Se é assim, o que justifica os seguintes diálogos de Coulson, que ocorrem em três pontos distintos no primeiro filme do Homem de Ferro?







Porque Coulson “esqueceu” que a sigla era utilizada nos anos 90? Simplesmente não faz sentido, assim como tantas outras coisas que constam no roteiro porco desse filme.

Nick Fury, Diretor da S.H.I.E.L.D.
Em Soldado Invernal, quando o Capitão América conhece Alexander Pierce, ele vê uma foto do mesmo com Fury. Pierce diz que a foto foi tirada cinco anos após se conhecerem, no Departamento de Estado de Bogotá. Segundo Pierce, Fury era o Chefe encarregado de uma estação da S.H.I.E.L.D. no local e foi responsável por uma missão de resgate na embaixada, ocorrida sem sua autorização. A despeito de ter desobedecido suas ordens e levado militares para solo estrangeiro, Fury resgatou as pessoas confinadas na embaixada e, nessa ocasião, Pierce veio a promovê-lo. Só tem um problema nessa história e ele se encontra justamente na foto citada acima:

l5visidzaiq11.png

Conforme mostrado no filme da Capitã Feminista, Fury era um mero agente com Nível de Acesso 3 na época que perdeu seu olho para o arranhão de um gato. Assim sendo, na época que ele era chefe da estação de Bogotá, sua carreira já se encontrava num patamar mais elevado e, evidentemente, ele já era mais velho. Sendo assim, porque diabos ele está com seus dois olhos intactos na foto em questão?

O Pager
No final de Guerra Infinita, Fury acionou o pager que Danvers havia dado a ele para ser utilizado em caso de emergências. Porque Fury não utilizou esse pager antes? Um deus nórdico se apoderar do Tesseract e convocar um exército de criaturas alienígenas em Nova Iorque não se qualifica como emergência? Levando em conta a experiência que Danvers tinha com o Tesseract (já que ele é a origem dos seus poderes), não teria sido razoável chamá-la para lidar com a situação? Também não foi uma emergência quando um autômato adquiriu consciência, dizimou Sokovia e ameaçou extinguir toda a vida orgânica do planeta?

- Danvers está em outro planeta, numa missão com seus aliados Krees. Ela é capturada pelos Skrulls e submetida a uma sonda mental. Na tentativa de fuga, ela cai na Terra junto com os Skrulls que a capturaram. Ela consegue entrar em contato com seus aliados Krees (usando uma linha telefônica a cabo, porque f**a-se a lógica) e eles informam que levarão vinte e duas horas para alcançá-la. Nada faz sentido: ela é capturada num planeta alienígena mas, instantes depois, está na Terra com os Skrulls. Enquanto isso, seus aliados Krees, que estavam naquele mesmo planeta, levarão mais de vinte horas para alcança-los?

- Danvers cai numa Blockbuster e detona um stand de True Lies, no susto. Por uma coincidência incrível do destino (friamente calculada pelos roteiristas), o disparo destrói a cabeça de Schwarzenegger, mas Jamie Lee Curtis fica intacta. Também pudera: quer símbolo melhor para masculinidade tóxica do que Schwarzenegger em seu auge? Fora que a cena é também uma ofensa a James Cameron, o diretor que nos entregou algumas das personagens femininas mais memoráveis do cinema moderno: Sarah Connor e Ellen Ripley, por exemplo. Fora que, recentemente, ele também auxiliou a levar Alita para as telas grandes.

- Talos, o comandante dos Skrulls que caíram na Terra, parece assumir o comando da S.H.I.E.L.D. em pouco tempo. Apenas mais tarde os roteiristas informam que ele já esteve na Terra anteriormente e os espectadores são levados a acreditar que ele assumiu a identidade do diretor da superintendência em algum ponto no passado. Nesse caso, o que aconteceu com o verdadeiro diretor? Além disso, quando Talos saiu na missão para capturar Danvers em outro planeta, ficando fora por sabe-se lá quanto tempo, ninguém da S.H.I.E.L.D. percebeu sua ausência?

- Danvers cai na Blockbuster e conversa com o segurança do estacionamento durante a noite. Na cena seguinte, os Skrulls são mostrados saindo do mar... e já é dia. Levando em conta que eles caíram juntos na Terra, simplesmente não faz sentido. Fury chega ao local pouco depois de Danvers entrar em contato com Yon-Rogg (durante o dia) e são emboscados por um Skrull. Acontece a cena do trem e, durante toda perseguição, Fury consegue seguir o dito cujo, mesmo estando de carro. Também é interessante notar que, mesmo com toda a zorra acontecendo dentro do trem, ninguém sequer pensa em acionar os freios de emergência. Novamente, nada faz sentido.

- Kelly Sue Deconnick, a feminista de carteirinha que entrou na indústria dos quadrinhos por conta da influência de seu marido beta (Matt Fraction) e que foi responsável por reformular Carol Danvers como Capitã Marvel nas HQ’s em 2012, tem um cameo no filme. Ela deve ter pensado que as feministas da mídia puxa-saco iriam entrar em polvorosa por conta disso, mas não vi ninguém comentando a respeito, em lugar nenhum. Ao menos foi satisfatório saber que ninguém sequer percebeu a presença de Deconnick no filme. :klol

- Por algum motivo, Danvers decide ir a um determinado bar, que aparenta ter alguma ligação com seu passado. Ela ouve um “tem um sorrisinho para mim?” de um motoqueiro branco (pois é, ela é uma vítima do patriarcado) e rouba a moto do infeliz. Legal saber que a amnésia não a impede de pilotá-la com perfeição... Enquanto isso, Fury recebe instruções de Talos para ir atrás dela sozinho e não confiar em ninguém. E, na cena seguinte, eles se encontram no tal bar, magicamente. Não custa lembrar que, na ocasião, ela se lembra de um outro cara branco dizendo para ela, naquele mesmo bar, para que desista de ser piloto, porque “o cockpit tem esse nome por uma razão” (a audiência precisa ser lembrada que ela é uma vítima do patriarcado, né?) Na sequência, há um diálogo sem pé e nem cabeça, no qual Danvers faz perguntas de cunho pessoal a Fury, para se assegurar que ele não é um Skrull. Levando em conta que ambos mal se conhecem, o diálogo não faz o menor sentido. E, sem qualquer razão em especial, Fury decide levar Danvers a uma base governamental, indo contra as instruções de Talos, para não confiar em ninguém. Não satisfeito, ele mente para os agentes da base, dizendo que Danvers faz parte da S.H.I.E.L.D., porque não havia nenhuma outra forma melhor de fazer o roteiro andar, pelo visto. :kclassic

- Na tal base, eles invadem a gigantesca sala de arquivos e, logo de cara, encontram o que procuravam: anotações de Mar Vell escritas na língua dos Kree. Fury e Danvers se separam e, quando Talos chega com seus agentes ao local, Fury percebe que ele não é o diretor. Retorna ao arquivo e, para despistar os agentes, usa um chamariz. Logo em seguida, confronta Talos. Fury remove o pente da arma do infeliz e, segundos depois, tenta atirar com ela, certamente porque o filme precisa mostrar que Fury é um completo idiota. Durante todo o quebra pau, que faz barulho para cacete, os agentes não vem ao auxílio de Talos. Apenas quando Fury é resgatado por Danvers, é que eles dão as caras, porque esse roteiro ama coincidências, por mais ilógicas que sejam. Para fugir da base, eles se apossam de um Quinjet com capacidade de decolagem vertical. Legal saber que a amnésia de Danvers também não a impede de pilotar uma aeronave desse tipo com perfeição, mesmo que ela não tenha tido qualquer contato com essa tecnologia anteriormente.

- Fury e Danvers se dirigem para o subúrbio da Louisiana, onde se encontra a casa de Maria Rambeau, que pode ter mais informações. Após um monte de diálogos sofríveis cheios de validação emocional, Talos dá as caras e Maria simplesmente não se choca por ter um cara verde em sua sala. Do lado de fora da casa, sua filha é mantida cativa por um cúmplice de Talos. Ele explica que detém uma gravação em seu poder, oriunda da caixa preta de um voo experimental, com a voz de Danvers. Num certo ponto do diálogo, ele retruca Maria, se referindo a ela como “garota”. E a despeito da filha estar sob poder de outro Skrull, Rambeau julga sensato ameaçar Talos, porque chamar uma mulher de “garota” era uma ofensa horrível nos anos 90, como bem sabemos. :facepalm

- Danvers recupera a memória relativa ao acidente do voo experimental com o Motor da Velocidade da Luz, feito junto com Mar Vell. São abatidas por Yon-Rogg, que executa Mar Vell a sangue-frio, ao invés de captura-la com vida, para tortura-la e obter informações. Danvers explode o Motor, para claro desespero de Rogg. E nada disso faz sentido, porque Krees e Skrulls já tem tecnologia de dobra espacial, muito superior à velocidade da luz. Além disso, não dá para entender porque diabos Mar Vell tentava desenvolver o Motor com tecnologia terrestre dos anos 90, quando possuía tecnologia Kree à sua disposição, oculta num determinado laboratório orbital. Ainda bem que ela não tinha qualquer pressa em ajudar Skrulls fugitivos ou encerrar a guerra deles com os Krees, não é mesmo?

- Na gravação, descobrem os vetores para a localização do laboratório orbital de Mar Vell, onde se encontra o núcleo do Motor da Velocidade da Luz (vulgo: Tesseract). O cúmplice Skrull de Talos faz modificações no Quinjet (com objetos encontrados no quintal da casa de Rambeau, que fica perdida no meio do nada, no subúrbio da Louisiana), para que ele possa fazer voos orbitais. E obviamente as modificações precárias funcionam, por conveniência do roteiro. Rambeau decide ser co-piloto, tomando parte de uma guerra para a qual não está preparada. Para isso, ela deixa sua filha com os avós, já que ela é mãe solteira (porque obviamente ela não precisa de homem nenhum, é claro). Qual o problema se ela morrer em virtude dessa atitude imprudente e deixar a filha órfã, né? :kclassic

- Em órbita, Danvers utiliza seu uniforme Kree para remover a camuflagem do laboratório de Mar Vell e, ao entrarem, ela não a restaura, porque o roteiro precisa que os Krees encontrem o laboratório logo em seguida. Danvers é forçada a confrontar a Inteligência Suprema num combate mental e, acessando as memórias da humana, a Inteligência coloca Come As You Are como trilha sonora para marcar o confronto. Detalhe: a música é do álbum Nevermind, lançado em 1991. Carol Danvers foi raptada na Terra em 1989. Como ela se lembra da música é apenas mais um furo para ser acrescentado a esse roteiro porco. Não que a essa altura do filme, alguém ainda se importe, é claro. É nesse confronto que Carol afirma ter lutado com uma mão amarrada nas costas durante toda sua vida. Ao remover o abafador de poder em seu pescoço, simbolicamente ela se livra da opressão do patriarcado e, finalmente, se torna uma Mary Sue completamente invulnerável e invencível, exatamente como toda feminista se enxerga, sabe-se lá por qual motivo.

- Após toda treta no laboratório, Maria consegue pilotar o Quinjet modificado de volta para a Terra e vencer uma Kree experiente, membro da Staforce, em combate aéreo... porque sim. Afinal, assim como Danvers, ela não tem experiência de pilotagem envolvendo o Quinjet e a tecnologia nele utilizada, mas quem se importa?

- A Armada de Ronan, o Acusador, utiliza dobra espacial para chegar até a órbita terrestre e decide obliterar o planeta com uma chuva de ogivas balísticas, a despeito do fato de Yon-Rogg se encontrar na Terra e ainda não ter tomado posse do núcleo do Motor da Velocidade da Luz. Mas que ele e o objetivo da missão que se fodam, né? :facepalm

- Após tudo, resta apenas lidar com Yon-Rogg, que é facilmente abatido por um “hit kill” de Danvers, já que ela não precisa provar coisa alguma para homem branco nenhum. E assim, ela finalmente humilha o patriarcado, seu grande inimigo durante todo o filme.

- Concluindo, Danvers decide partir para o espaço para ajudar os Skrulls a encontrarem um lar. Nem passa pela cabeça dela procurar sua família e informar-lhes que ela está viva. Como ela passará duas décadas no espaço auxiliando os Skrulls (vai ser incompetente assim lá no inferno...), significa que, durante todo esse tempo, ela continuará sendo considerada como morta pela sua família. Que grande heroína, né? É bonito de se ver quanta consideração ela possui em relação à sua própria família. Quem dirá em relação a desconhecidos...

Para piorar ainda mais a situação, o filme é estruturalmente falho.

Para começo de conversa, não há “jornada do herói”. A bem da verdade, Danvers não apresenta progressão alguma durante todo o filme. Não importa se ela está com amnésia, recuperando as memórias ou se está totalmente recuperada, os poucos traços de personalidade que ela possui são sempre os mesmos: presunçosa, condescendente, sisuda e excessivamente confiante. O roteiro compele a personagem a fazer uma piadinha ou outra eventualmente mas, a cada vez que isso acontecia, me vinha à mente uma frase dita pelo personagem de Djimon Hounsou a ela no início do filme: “Você se acha engraçada, mas eu não estou rindo.”

Acompanhando a personalidade estática, Brie Larson parece ter feito questão de conceder uma única expressão estática à personagem. Na maior parte do tempo, a única expressão no rosto de Danvers é a de uma paisagem morta. Nem mesmo a inflexão da voz dela ajuda, já que ela mantém sempre o mesmo tom monótono... Sendo totalmente sincero, tenho dúvidas de que Larson estava mesmo interpretando: acho que estava apenas agindo como ela mesma. A impressão que ficou, ao menos para mim, foi que a atriz estava com absoluto desdém por estar nesse papel e queria encerrar o quanto antes, para pegar seu cheque de cinco milhões de dólares e cair fora dali. Ao perceber isso, os diretores fizeram questão de incluir uma desculpa no roteiro, entregue pelo personagem de Yon-Rogg numa das primeiras cenas, na qual ele diz que Danvers deve controlar suas emoções, pois elas são uma fraqueza. Tenho certeza que Hulk concorda. :kclassic

Se tudo isso já não fosse entediante o suficiente, os roteiristas decidiram não colocar nenhuma ameaça considerável à personagem durante todo o filme. Em nenhum momento, ela enfrenta algo que chegue sequer perto de ameaçá-la verdadeiramente. Podem reparar: ela enfrenta um grande grupo de Skrulls armados com um abafador de poderes e grilhões que a impedem de utilizar suas rajadas, sem ao menos suar; enfrenta a Inteligência Suprema Kree e a sobrepuja facilmente, ao remover o abafador; enfrenta os Krees da Staforce como se fosse um passeio no parque; enfrenta a Armada de Ronan, o Acusador, sem que nenhuma das naves consiga fazer m**** nenhuma para contra-atacá-la; e, para concluir, ela dá um “hit-kill” em Yon-Rogg no final do filme. Sem contar que, ao liberar todo seu poder, a personagem o domina de imediato, sem qualquer esforço. Ela simplesmente vira uma super-sayajyn vegana ex machina completamente invulnerável e invencível. Por conta disso, estragaram até mesmo uma cena clichê dos filmes de herói: o primeiro voo (que ela também domina de imediato, para surpresa de ninguém). No final das contas, tudo isso torna o filme um tédio absoluto.

Outra questão que vale a pena levantar: afinal, quem diabos é o inimigo de Danvers nesse filme? Os Skulls? Os Krees? Talos? A Inteligência Suprema? Yon-Rogg? Ronan? Qualquer um deles seria aceitável, se tivessem sido melhor utilizados. Ao invés disso, aqui sou forçado a dar o braço a torcer e dizer que Brie Larson havia dito a verdade: Capitã Marvel luta contra o patriarcado. Sei que parece absurdo afirmar isso, mas é fácil de se provar.

Basta analisar as memórias da personagem que o filme nos mostra. Poderiam ter aproveitado cada uma delas para fornecer aos espectadores contexto emocional, mostrando a família dela e momentos importantes de sua vida. Ao invés disso, o que tivemos em cada uma dessas cenas? Um homem branco dizendo a Danvers para não fazer alguma coisa, porque ela é mulher. Todo maldito flashback se resume a isso: mostrar aos espectadores que ela é uma vítima do patriarcado. Essas cenas são tão podres que empalidecem em comparação com uma outra, cuja base é exatamente a mesma: um homem branco dizendo a uma mulher que ela não pode fazer uma determinada coisa. Querem ver só?



Os escritores do filme da Mulher-Maravilha são profissionais, ao contrário dos cretinos que escreveram para a Capitã Feminista. Eles fizeram uso do personagem de Chris Pine, Steve Trevor, para dar o contexto da cena: eles estão diante da Terra de Ninguém, um lugar que nenhum homem pode cruzar. Há um batalhão há quase seis meses no local, que não consegue avançar um centímetro sequer pois, do outro lado, há o batalhão alemão armado até os dentes. Na visão de Steve, é impossível cruzar a Terra de Ninguém: qualquer um que tente, será morto. É por isso que ele diz a Diana para não ir: porque ele não quer que ela morra... e não porque ela é uma mulher. Ela decide ir mesmo assim e, como resultado, temos uma cena icônica. Ela reforça para todos os espectadores, que Diana é uma criatura extraordinária e, como tal, capaz de feitos extraordinários.

As cenas da Capitã Feminista, por sua vez, servem apenas para reforçar um vitimismo barato por determinação de uma certa agenda. E o pior é que ela nem sequer sofre para valer nessas cenas. Quando muito, ela tem um corte no lábio ou um filete de sangue escorrendo de uma narina (após uma queda de avião!), enquanto seus trajes permanecem intactos: em suma, a desgraçada é praticamente invulnerável desde pequena, por nenhuma outra razão além do fato de ser mulher. E, ainda assim, ela é uma vítima? Façam-me o favor... :kclassic

Concluindo, afirmo que esse é, de longe, o pior filme do MCU até aqui. O grau de amadorismo com o qual esse filme foi produzido talvez fosse perdoável no início do MCU, mas agora o Marvel Studios tem mais de dez anos de experiência no mercado: entregar um filme tão medíocre é absolutamente imperdoável. Se esse filme representa uma prévia do que teremos no MCU após o Endgame, não tenho interesse em ver mais nada que esteja relacionado a esse universo.
 
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Alberon

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Mas a Feiticeira Escarlate das HQs (pelo menos quando acompanhava) e forte demais, pode resumir os poderes em "tudo que ela quiser".

E perdeu para a Vampira (que antes era bem fraca), como pode isso?

Editado:

Putz li errado, me confundi com a Capitã Marvel (onde a Vampira colocou ela para dormir um tempão)
Sobre a Feiticeira Escarlate concordo contigo, alias li em algum lugar que e a Wanda acabou com os poderes de 98% dos mutantes da terra ou algo assim.
 
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**fnx**

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Pretendia colocar minha análise no tópico da pasta Cinema & TV, mas como uma parte do pessoal lá está chorando em relação aos comentários que dizem respeito às mensagens ideológicas embutidas no filme, desisti. Parece que para essas pessoas, não tem problema o filme conter propaganda: o que não se tolera, são os espectadores fazendo críticas a isso ou comentando a respeito.... Por esse motivo, decidi postar minha análise aqui, de modo que pudesse escrevê-la com total liberdade. Obviamente, ela contém spoilers. Considerem-se avisados.

Pois bem, decidi fazer uso do Torresmo para assistir o filme da Capitã Feminista. Fui com as expectativas mais baixas possíveis e, mesmo assim, terminei desapontado. Não só isso: também me senti ultrajado e lesado, pelo fato de ter dedicado duas horas da minha vida para assistir essa tentativa falha de entretenimento. Diante disso, fiz algumas pesquisas e compilei tudo que encontrei de errado com esse filme, para detoná-lo com a devida pompa e circunstância.

Antes de entrar na análise, faço questão de ressaltar que esse filme é um filler: nada do que é mostrado terá influência alguma no Endgame. O filme é totalmente descartável e esquecível, tendo poucos atrativos que justifiquem assisti-lo. Dentre eles, destaco o tributo a Stan Lee (que, na minha opinião, deveria estar no Endgame), o uso da tecnologia de rejuvenescimento digital aplicada em Samuel L. Jackson e Clark Gregg (que foi totalmente subutilizado nesse filme, diga-se de passagem) e a atuação de Ben Mendelsohn que, a despeito de estar interpretando um alienígena e com quilos de maquiagem no rosto, entrega a performance mais humana e expressiva do elenco.

Como a maior parte dos fillers, esse filme parece ter sido escrito com a bunda, ou melhor, com as bundas dos roteiristas (porque, acreditem ou não, nada menos que seis pessoas foram responsáveis por escrever essa porcaria). Aparentemente, nenhum dos cretinos se preocupou em consultar o material base (as HQ’s) e nem mesmo a mitologia do próprio MCU. Como resultado, o filme caga com satisfação em cima de elementos estabelecidos nas HQ’s, além de criar inconsistências no MCU, como plot holes e até mesmo retcons.

Capitã Marvel
No caso, a original. Para privilegiar a loira aguada, decidiram que precisavam retirar Monica Rambeau do caminho. Tornaram ela uma criança e, com isso, a Capitã original do MCU se tornou Carol Danvers.

A parte mais interessante é que o pessoal que adora exigir diversidade forçada em tudo quanto é meio de entretenimento, ficou absolutamente calado diante do fato de terem removido uma mulher negra para favorecer uma branquela. Pois é... Pelo visto a regra só vale quando esse pessoal determina, né? :kclassic

Capitão Marvel
O problema não foi terem mudado o sexo do personagem, mas sim pelo motivo pelo qual a mudança foi realizada. Não podiam permitir que um homem branco, loiro e de olhos azuis bancasse o herói de um povo de cor (verde) oprimido, ao tentar encerrar uma guerra intergaláctica. Mais do que isso, não podiam permitir que um homem branco, loiro e de olhos azuis fosse o responsável por conceder os poderes para a Mary Sue mais overpower do MCU. Onde já se viu uma mulher se tornar poderosa por causa de um homem? Simplesmente inaceitável!

Detalhe: essa não é a primeira vez que mudam o sexo de um personagem dos quadrinhos ao integrá-lo no MCU. Para quem não se recorda, isso já aconteceu no filme do Dr. Estranho, com o personagem da Tilda Swinton: o Ancião. Naquela ocasião, ninguém deu a mínima pois, como disse, o problema não é a mudança, mas sim o motivo pelo qual ela ocorre.

Skrulls
Desde sua primeira aparição na revista Fantastic Four #2 (1962), os Skrulls são retratados como vilões. Nesse filme, decidiram retratá-los de uma forma diferente: eles tem fama de serem terroristas intergaláticos mas, na verdade, não passam de alienígenas fugitivos que utilizam suas habilidades em transmorfismo para se refugiar ilegalmente em outros planetas. É impressão ou alguns pontos ressoam fortemente na nossa realidade, no que diz respeito a imigrantes ilegais?

Mudarem os Skrulls apenas para fazer uma tosca alegoria política sobre imigrantes ilegais é o que torna essa mudança ofensiva. Décadas de mitologia Skrull nos quadrinhos jogadas no lixo, simplesmente porque os roteiristas não conseguiram resistir à compulsão de inserir a porcaria da agenda que seguem. Se bem que isso é praticamente uma marca registrada desse filme: agenda em primeiro lugar e que se foda a coerência, a lógica e a continuidade.

Nick Fury
O personagem tem duas marcas registradas nos quadrinhos: o estilo badass e o modo como perdeu seu olho. Esse filme conseguiu estragar ambas característiscas, ao transformar o personagem num alívio cômico que perde a visão da maneira mais ridícula possível: o arranhão de um gato. Isso foi feito para seguir um dos ditames da famigerada agenda: para elevar uma determinada personagem feminina, é preciso transformar os personagens masculinos em babões idiotas. Saber que a versão do Fury no MCU foi destruída apenas por esse motivo é simplesmente lamentável.
O nome do Projeto Vingadores
No final do filme, Fury deixa claro que iniciará um projeto para encontrar seres extraordinários, no intuito de torná-los a última linha de defesa da Terra. Se chamaria Projeto Protetores, até o momento no qual ele se depara com uma foto de Carol Danvers em seu avião. Nele, é possível ver um decalque que diz: Capitã Carol “Vingadora” Danvers. Por conta disso, ele modifica o nome do projeto para Vingadores, com um risinho de satisfação no rosto. Só tem um problema: absolutamente nada nessa cena faz sentido.

Para começo de conversa, se a inspiração para o nome veio de Danvers, o que acontece com aquele filme chamado Capitão América: o Primeiro Vingador? O título do filme parece apontar para o fato de que esse tal Capitão foi o primeiro Vingador, não? Ainda mais se levarmos em conta que a história desse filme se passa décadas antes do filme da Capitã... Que se foda a coerência, a lógica e a continuidade: o negócio é forçar a entrada dessa personagem no MCU e ainda conceder uma importância que ela não merece, mesmo que seja preciso detonar o que foi estabelecido anteriormente, certo?

Além disso, o filme estabelece que, na década de 90, mulheres só podiam ser pilotos de teste ao ingressarem na Aeronáutica, supostamente por conta do machismo que imperava na corporação. Assim sendo, alguém consegue me explicar como diabos uma mulher conseguiu chegar ao posto de Capitã tão rápido, levando em conta sua idade? Alguém também poderia me explicar porque uma piloto de testes tem seu próprio avião com decalque personalizado, quando isso costuma ser restrito a pilotos de combate? E, acima de tudo, alguém poderia me dizer porque diabos uma piloto de testes recebeu a alcunha de “Vingadora”? O que exatamente ela “vingou” durante seus vôos de teste?

Tesseract
Ele é a origem do poder da Capitã Feminista. De acordo com a co-diretora do filme, Anna Boden “o governo estava com o Tesseract jogado em algum canto da S.H.I.E.L.D. e Mar Vell foi capaz de utilizá-lo para criar seu Motor de Velocidade da Luz no Projeto Pegasus. Como alienígena, ela era a única que sabia de todo seu poder e a única capaz de descobrir como utilizá-lo.”

Se é assim, a primeira coisa que precisamos fazer é ignorar algo que ocorreu em Capitão América: o Primeiro Vingador. O governo realmente não só estava em posse to Tesseract (ele foi encontrado por Howard Stark enquanto procurava o Capitão), como também sabia que ele era a fonte de energia das armas utilizadas pelos soldados da Hidra sob o comando do Caveira Vermelha. O próprio Howard estava trabalhando para fazer engenharia reversa nessas armas, inclusive.



Sem contar o fato de que a própria S.H.I.E.L.D. trabalhou com Armin Zola (conforme revelado em Capitão América: o Soldado Invenal), o homem responsável por utilizar o Tesseract como fonte de energia para as armas da Hidra.



Como Zola é humano, a explicação de Boden se torna ainda menos convincente diante do que vimos no filme da Capitã Feminista. O Tesseract foi removido da Terra por Mar Vell... e o governo simplesmente entregou para ela? Ou ela furtou a bagaça? Além disso, como o governo não descobriu que ela era alienígena, já que ela literalmente possui sangue azul? E se ela era a única que conseguia lidar com o Tesseract, por ser uma alienígena, qual a explicação para Armin Zola e Howard Stark terem conseguido fazê-lo com décadas de antecedência em relação a ela?

Contato Imediato de Terceiro Grau
De acordo com o filme, Fury havia encontrado com Krees, Skrulls e até mesmo chegou a presenciar um ataque alienígena de larga escala utilizando ogivas balísticas contra a Terra, promovido pela Armada de Ronan, o Acusador.

A despeito disso, no entanto, ele trava um diálogo curioso com os Vingadores:



Então, quando Thor veio pela primeira vez à Terra, a S.H.I.E.L.D. percebeu que a humanidade não estava sozinha, embora tanto a organização quanto Fury tenham entrado em contato com alienígenas anteriormente, conforme o filme da Capitã Feminista. Vamos ser generosos e supor que Fury estava mentindo no diálogo (ainda que ele não tivesse nenhum motivo para tanto). É só o que resta fazer ao se deparar com um roteiro com mais furos que um queijo suíço.

Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão
O filme estabelece que, nos anos 90, os agentes da S.H.I.E.L.D. já se identificavam utilizando a sigla que identifica o nome da superintendência. Dentre esses agentes, está Coulson. Se é assim, o que justifica os seguintes diálogos de Coulson, que ocorrem em três pontos distintos no primeiro filme do Homem de Ferro?







Porque Coulson “esqueceu” que a sigla era utilizada nos anos 90? Simplesmente não faz sentido, assim como tantas outras coisas que constam no roteiro porco desse filme.

Nick Fury, Diretor da S.H.I.E.L.D.
Em Soldado Invernal, quando o Capitão América conhece Alexander Pierce, ele vê uma foto do mesmo com Fury. Pierce diz que a foto foi tirada cinco anos após se conhecerem, no Departamento de Estado de Bogotá. Segundo Pierce, Fury era o Chefe encarregado de uma estação da S.H.I.E.L.D. no local e foi responsável por uma missão de resgate na embaixada, ocorrida sem sua autorização. A despeito de ter desobedecido suas ordens e levado militares para solo estrangeiro, Fury resgatou as pessoas confinadas na embaixada e, nessa ocasião, Pierce veio a promovê-lo. Só tem um problema nessa história e ele se encontra justamente na foto citada acima:

l5visidzaiq11.png

Conforme mostrado no filme da Capitã Feminista, Fury era um mero agente com Nível de Acesso 3 na época que perdeu seu olho para o arranhão de um gato. Assim sendo, na época que ele era chefe da estação de Bogotá, sua carreira já se encontrava num patamar mais elevado e, evidentemente, ele já era mais velho. Sendo assim, porque diabos ele está com seus dois olhos intactos na foto em questão?

O Pager
No final de Guerra Infinita, Fury acionou o pager que Danvers havia dado a ele para ser utilizado em caso de emergências. Porque Fury não utilizou esse pager antes? Um deus nórdico se apoderar do Tesseract e convocar um exército de criaturas alienígenas em Nova Iorque não se qualifica como emergência? Levando em conta a experiência que Danvers tinha com o Tesseract (já que ele é a origem dos seus poderes), não teria sido razoável chamá-la para lidar com a situação? Também não foi uma emergência quando um autômato adquiriu consciência, dizimou Sokovia e ameaçou extinguir toda a vida orgânica do planeta?

- Danvers está outro planeta, numa missão com seus aliados Krees. Ela é capturada pelos Skrulls e submetida a uma sonda mental. Na tentativa de fuga, ela cai na Terra junto com os Skrulls que a capturaram. Ela consegue entrar em contato com seus aliados Krees (usando uma linha telefônica a cabo, porque f**a-se a lógica) e eles informam que levarão vinte e duas horas para alcançá-la. Nada faz sentido: ela é capturada num planeta alienígena mas, instantes depois, está na Terra com os Skrulls. Enquanto isso, seus aliados Krees, que estavam naquele mesmo planeta, levarão mais de vinte horas para alcança-los?

- Danvers cai numa Blockbuster e detona um stand de True Lies, no susto. Por uma coincidência incrível do destino (friamente calculada pelos roteiristas), o disparo destrói a cabeça de Schwarzenegger, mas Jamie Lee Curtis fica intacta. Também pudera: quer símbolo melhor para masculinidade tóxica do que Schwarzenegger em seu auge? Fora que a cena é também uma ofensa a James Cameron, o diretor que nos entregou uma das personagens femininas mais memoráveis do cinema moderno: Sarah Connor. Fora que, recentemente, ele também auxiliou a levar Alita para as telas grandes.

- Talos, o comandante dos Skrulls que caíram na Terra, parece assumir o comando da S.H.I.E.L.D. em pouco tempo. Apenas mais tarde os roteiristas informam que ele já esteve na Terra anteriormente e os espectadores são levados a acreditar que ele assumiu a identidade do diretor da superintendência em algum ponto no passado. Nesse caso, o que aconteceu com o verdadeiro diretor? Além disso, quando Talos saiu na missão para capturar Danvers em outro planeta, ficando fora por sabe-se lá quanto tempo, ninguém da S.H.I.E.L.D. percebeu sua ausência?

- Danvers cai na Blockbuster e conversa com o segurança do estacionamento durante a noite. Na cena seguinte, os Skrulls são mostrados saindo do mar... e já é dia. Levando em conta que eles caíram juntos na Terra, simplesmente não faz sentido. Fury chega ao local pouco depois de Danvers entrar em contato com Yon-Rogg (durante o dia) e são emboscados por um Skrull. Acontece a cena do trem e, durante toda perseguição, Fury consegue perseguir o dito cujo o tempo todo, mesmo estando de carro. Também é interessante notar que, mesmo com toda a zorra acontecendo dentro do trem, ninguém sequer pensa em acionar os freios de emergência. Novamente, nada faz sentido.

- Kelly Sue Deconnick, a feminista de carteirinha que entrou na indústria dos quadrinhos por conta da influência de seu marido beta (Matt Fraction) e que foi responsável por reformular Carol Danvers como Capitã Marvel nas HQ’s em 2012, tem um cameo no filme. Ela deve ter pensado que as feministas da mídia puxa-saco iriam entrar em polvorosa por conta disso, mas não vi ninguém comentando a respeito, em lugar nenhum. Ao menos foi satisfatório saber que ninguém sequer percebeu a presença de Deconnick no filme.

- Por algum motivo, Danvers decide ir a um determinado bar, que aparenta ter alguma ligação com seu passado. Ela ouve um “tem um sorrisinho para mim?” de um motoqueiro branco (pois é, ela é uma vítima do patriarcado) e rouba a moto do infeliz. Legal saber que a amnésia não a impede de pilotá-la com perfeição... Enquanto isso, Fury recebe instruções de Talos para ir atrás dela sozinho e não confiar em ninguém. E, na cena seguinte, eles se encontram no tal bar, magicamente. Não custa lembrar que, na ocasião, ela se lembra de um outro cara branco dizendo para ela, naquele mesmo bar, para que desista de ser piloto, porque “o cockpit tem esse nome por uma razão” (a audiência precisa ser lembrada que ela é uma vítima do patriarcado, né?) Na sequência, há um diálogo sem pé e nem cabeça, no qual Danvers faz perguntas de cunho pessoal a Fury, para se assegurar que ele não é um Skrull. Levando em conta que ambos mal se conhecem, o diálogo não faz o menor sentido. E, sem qualquer razão em especial, Fury decide levar Danvers a uma base governamental, indo contra as instruções de Talos, para não confiar em ninguém. Não satisfeito, ele mente para os agentes da base, dizendo que Danvers faz parte da S.H.I.E.L.D., porque não havia nenhuma outra forma melhor de fazer o roteiro andar, pelo visto.

- Na tal base, eles invadem a gigantesca sala de arquivos e, logo de cara, encontram o que procuravam: anotações de Mar Vell escritas na língua dos Kree. Fury e Danvers se separam e, quando Talos chega com seus agentes ao local, Fury percebe que ele não é o diretor. Retorna ao arquivo e, para despistar os agentes, usa um chamariz. Logo em seguida, confronta Talos. Fury remove o pente da arma do infeliz e, segundos depois, tenta atirar com ela, certamente porque o filme precisa mostrar que Fury é um completo idiota. Durante todo o quebra pau, que faz barulho para cacete, os agentes não vem ao auxílio de Talos. Apenas quando Fury é resgatado por Danvers, é que eles dão as caras, porque esse roteiro ama coincidências, por mais ilógicas que sejam. Para fugir da base, eles se apossam de um Quinjet com capacidade de decolagem vertical. Legal saber que a amnésia de Danvers também não a impede de pilotar uma aeronave desse tipo com perfeição, mesmo que ela não tenha tido qualquer contato com esse tipo de tecnologia anteriormente.

- Fury e Danvers se dirigem para o subúrbio da Louisiana, onde se encontra a casa de Maria Rambeau, que pode ter mais informações. Após um monte de diálogos sofríveis cheios de validação emocional, Talos dá as caras e Maria simplesmente não se choca por ter um cara verde em sua sala. Do lado de fora da casa, sua filha é mantida cativa por um cúmplice de Talos. Ele explica que detém uma gravação em seu poder, oriunda da caixa preta de um voo experimental, com a voz de Danvers. Num certo ponto do diálogo, ele retruca Maria, se referindo a ela como “garota”. E a despeito da filha estar sob poder de outro Skrull, Rambeau julga sensato ameaçar Talos, porque chamar alguém de “garota” era uma ofensa horrível nos anos 90, como bem sabemos.

- Danvers recupera a memória do acidente relativa ao voo experimental com o Motor da Velocidade da Luz, feito junto com Mar Vell. São abatidas por Yon-Rogg, que executa Mar Vell a sangue-frio, ao invés de captura-la com vida, para tortura-la e obter informações. Danvers explode o Motor, para claro desespero de Rogg. E nada disso faz sentido, porque Krees e Skrulls já tem tecnologia de dobra espacial, muito superior à velocidade da luz. Além disso, não dá para entender porque diabos Mar Vell tentava desenvolver o Motor com tecnologia terrestre dos anos 90, quando possuía tecnologia Kree à sua disposição, oculta num determinado laboratório orbital. Ainda bem que ela não tinha qualquer pressa em ajudar Skrulls fugitivos ou encerrar a guerra deles com os Krees, não é mesmo?

- Na gravação, descobrem os vetores para a localização do laboratório orbital de Mar Vell, onde se encontra o núcleo do Motor da Velocidade da Luz (vulgo: Tesseract). O cúmplice Skrull de Talos faz modificações no Quinjet (com objetos encontrados no quintal da casa de Rambeau, que fica perdida no meio do nada, no subúrbio da Louisiana), para que ele possa fazer voos orbitais. E obviamente as modificações precárias funcionam, por conveniência do roteiro. Rambeau decide ser co-piloto, tomando parte de uma guerra para a qual não está preparada. Para isso, ela deixa sua filha com os avós, já que ela é mãe solteira (porque obviamente ela não precisa de homem nenhum, é claro). Qual o problema se ela morrer em virtude dessa atitude imprudente e deixar a filha órfã, né?

- Em órbita, Danvers utiliza seu uniforme Kree para remover a camuflagem do laboratório de Mar Vell e, ao entrarem, ela não a restaura, porque o roteiro precisa que os Krees encontrem o laboratório logo em seguida. Danvers é forçada a confrontar a Inteligência Suprema num combate mental e, acessando as memórias da humana, a Inteligência coloca Come As You Are como trilha sonora para marcar o confronto. Detalhe: a música é do álbum Nevermind, lançado em 1991. Carol Danvers foi raptada na Terra em 1989. Como ela se lembra da música, é apenas mais um furo para ser acrescentado a esse roteiro porco. Não que a essa altura do filme, alguém ainda se importe, é claro. É nesse confronto que Carol afirma ter lutado com uma mão amarrada nas costas durante toda sua vida. Ao remover o abafador de poder em seu pescoço, simbolicamente ela se livra da opressão do patriarcado e, finalmente, se torna uma Mary Sue completamente invulnerável e invencível, exatamente como toda feminista se enxerga, sabe-se lá por qual motivo.

- Após toda treta no laboratório, Maria consegue pilotar o Quinjet modificado de volta para a Terra e vencer uma Kree experiente, membro da Staforce, em combate aéreo... porque sim. Afinal, assim como Danvers, ela não tem experiência de pilotagem envolvendo o Quinjet e a tecnologia nele utilizada, mas quem se importa?

- A Armada de Ronan, o Acusador, utiliza dobra espacial para chegar até a órbita terrestre e decide obliterar o planeta com uma chuva de ogivas balísticas, a despeito do fato de Yon-Rogg se encontrar na Terra e ainda não ter tomado posse do núcleo do Motor da Velocidade da Luz. Mas que ele e o objetivo da missão que se fodam, né?

- Após tudo, resta apenas lidar com Yon-Rogg, que é facilmente abatido por um “hit kill” de Danvers, já que ela não precisa provar coisa alguma para homem branco nenhum. E assim, ela finalmente humilha o patriarcado, seu grande inimigo durante todo o filme.

- Concluindo, Danvers decide partir para o espaço para ajudar os Skrulls a encontrarem um lar. Nem passa pela cabeça dela procurar sua família e informar a eles que ela está viva. Como ela passará duas décadas no espaço auxiliando os Skrulls (vai ser incompetente assim lá no inferno...), significa que, durante todo esse tempo, ela continuará sendo considerada como morta pela sua família. Que grande heroína, né? É bonito de se ver quanta consideração ela possui em relação à sua própria família. Quem dirá em relação a desconhecidos...

Para piorar ainda mais a situação, o filme é estruturalmente falho.

Para começo de conversa, não há “jornada do herói”. A bem da verdade, Danvers não apresenta progressão alguma durante todo o filme. Não importa se ela está com amnésia, recuperando as memórias ou se está totalmente recuperada, os poucos traços de personalidade que ela possui são sempre os mesmos: presunçosa, condescendente, sisuda e excessivamente confiante. O roteiro compele a personagem a fazer uma piadinha ou outra eventualmente mas, a cada vez que isso acontecia, me vinha à mente uma frase dita pelo personagem de Djimon Hounsou a ela no início do filme: “Você se acha engraçada, mas eu não estou rindo.”

Acompanhando a personalidade estática, Brie Larson parece ter feito questão de conceder uma única expressão estática à personagem. Na maior parte do tempo, a única expressão no rosto de Danvers é a de uma paisagem morta. Nem mesmo a inflexão da voz dela ajuda, já que ela mantém sempre o mesmo tom monótono... Sendo totalmente sincero, tenho dúvidas de que Larson estava mesmo interpretando: acho que estava apenas agindo como ela mesma. A impressão que ficou, ao menos para mim, foi que a atriz estava com absoluto desdém por estar nesse papel e queria encerrar o quanto antes, para pegar seu cheque de 5 milhões de dólares e cair fora dali. Ao perceber isso, os diretores fizeram questão de incluir uma desculpa no roteiro, entregue pelo personagem de Yon-Rogg numa das primeiras cenas, na qual ele diz que Danvers deve controlar suas emoções, pois elas são uma fraqueza. Tenho certeza que Hulk concorda.

Se tudo isso já não fosse entediante o suficiente, os roteiristas decidiram não colocar nenhuma ameaça considerável à personagem durante todo o filme. Em nenhum momento, ela enfrenta algo que chegue sequer perto de ameaçá-la verdadeiramente. Podem reparar: ela enfrenta um grande grupo de Skrulls armados com um abafador de poderes e grilhões que a impedem de utilizar suas rajadas, sem ao menos suar; enfrenta a Inteligência Suprema Kree e a sobrepuja facilmente, ao remover o abafador; enfrenta os Krees da Staforce como se fosse um passeio no parque; enfrenta a Armada de Ronan, o Acusador, sem que nenhuma das naves consiga fazer m**** nenhuma para contra-atacá-la; e, para concluir, ela dá um “hit-kill” em Yon-Rogg no final do filme. Sem contar que, ao liberar todo seu poder, a personagem o domina de imediato, sem qualquer esforço. Ela simplesmente vira uma super-sayajyn vegana ex machina completamente invulnerável e invencível. Por conta disso, estragaram até mesmo uma cena clichê dos filmes de herói: o primeiro voo (que ela também domina de imediato, para surpresa de ninguém). No final das contas, tudo isso torna o filme um tédio absoluto.

Outra questão que vale a pena levantar: afinal, quem diabos é o inimigo de Danvers nesse filme? Os Skulls? Os Krees? Talos? A Inteligência Suprema? Yon-Rogg? Ronan? Qualquer um deles seria aceitável, se tivessem sido melhor utilizados. Ao invés disso, aqui sou forçado a dar o braço a torcer e dizer que Brie Larson havia dito a verdade: Capitã Marvel luta contra o patriarcado. Sei que parece absurdo afirmar isso, mas é fácil de se provar.

Basta analisar as memórias da personagem que o filme nos mostra. Poderiam ter aproveitado cada uma delas para fornecer aos espectadores contexto emocional, mostrando a família dela e momentos importantes de sua vida. Ao invés disso, o que tivemos em cada uma dessas cenas? Um homem branco dizendo a Danvers para não fazer alguma coisa, porque ela é mulher. Todo maldito flashback se resume a isso: mostrar aos espectadores que ela é uma vítima do patriarcado. Essas cenas são tão podres que empalidecem em comparação com uma outra, cuja base é exatamente a mesma: um homem branco dizendo a uma mulher que ela não pode fazer uma determinada coisa. Querem ver só?



Os escritores do filme da Mulher-Maravilha são profissionais, ao contrário dos cretinos que escreveram para a Capitã Feminista. Eles fizeram uso do personagem de Chris Pine, Steve Trevor, para dar o contexto da cena: eles estão diante da Terra de Ninguém, um lugar que nenhum homem pode cruzar. Há um batalhão há quase seis meses no local, que não consegue avançar um centímetro sequer pois, do outro lado, há o batalhão alemão armado até os dentes. Na visão de Steve, é impossível cruzar a Terra de Ninguém: qualquer um que tente, será morto. É por isso que ele diz a Diana para não ir: porque ele não quer que ela morra... e não porque ela é uma mulher. Ela decide ir mesmo assim e, como resultado, temos uma cena icônica. Ela reforça para todos os espectadores, que Diana é uma criatura extraordinária e, como tal, capaz de feitos extraordinários.

As cenas da Capitã Feminista, por sua vez, servem apenas para reforçar um vitimismo barato por determinação de uma certa agenda. E o pior é que ela nem sequer sofre para valer nessas cenas. Quando muito, ela tem um corte no lábio ou um filete de sangue escorrendo de uma narina (após uma queda de avião!), enquanto seus trajes permanecem intactos: em suma, a desgraçada é praticamente invulnerável desde pequena, por nenhuma outra razão além do fato de ser mulher. E, ainda assim, ela é uma vítima? Façam-me o favor...

Concluindo, afirmo que esse é, de longe, o pior filme do MCU até aqui. O grau de amadorismo com o qual esse filme foi produzido talvez fosse perdoável no início do MCU, mas agora o Marvel Studios tem mais de dez anos de experiência no mercado: entregar um filme tão medíocre é absolutamente imperdoável. Se esse filme representa uma prévia do que teremos no MCU após o Endgame, não tenho interesse em ver mais nada que esteja relacionado a esse universo.

Só reforçou minha intenção de não assistir esse filme. Realmente esse papo de agenda nos filmes tá foda. Eu que não dou dinheiro pra isso, se eu quisse assistir por curiosidade ainda sim baixaria o torrent. O filme da mulher maravilha realmente conseguiu sair bem sem ficar levando toda hora para esse papo do politicamente correto.
 

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Mas a Feiticeira Escarlate das HQs (pelo menos quando acompanhava) e forte demais, pode resumir os poderes em "tudo que ela quiser".
Fora outros poder da pra resumir ela com o poder de alterar a realidade, com alcance limitado, mesmo assim, manipular a realidade é um poder absurdo!
 

Josuke Higashikata

Bam-bam-bam
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Estou mentindo então, depois me passa a lista de quais filmes eu deveria gostar.

Os últimos anos foram podres e da pra contar nos dedos os filmes de qualidade, a maioria que sequer passou em multiplex ou ficou no máximo uma semana.

A Disney é ridícula, querendo fingir que um filme com protagonista mulher é uma grande revolução, assim como fizeram com pantera negra. Nenhum filme da Marvel chegou sequer perto de um Batman Cavaleiro das Trevas, um ou outro foi engraçadinho e só.

De filme bacana, legalzinho, mais do mesmo eu quero distância. Hollywood esta um verdadeiro lixo.
Acho que doutor estranho e soldado invernal encostaram um pouco em the dark Knight. Mas o resto e realmente sofrível.
 

Josuke Higashikata

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Fora outros poder da pra resumir ela com o poder de alterar a realidade, com alcance limitado, mesmo assim, manipular a realidade é um poder absurdo!
Tem vários na Marvel que podem fazer isto. O filho do Xavier, o filho do senhor fantástico, Protheus,etc.
A feiticeira e tão "especial" por que as ondas de choque dela alteram o multiverso. Em tese ela e um deus com corpo de mortal,mas seus poderes propositadamente são inconstantes. Pra dar aquele deus ex machine.
 

sparcx86_GHOST

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não tem como fazer algo proximo ao Dark Knight, mesmo os filmes DC ficam sempre atrás.
a verdade é que o Batman por ser mais realista por assim dizer, o mais perto que poderia chegar seria o Homem de Ferro, agora humanizar Thor é quase uma missão impossível. O Hulk com aquele CGI todo, dificil alguém conseguir se conectar na realidade com ele.

batdkr_12ndf.jpg


Não preciso dizer que é baseado em um dos comics de maior prestigio mundial junto de Sandman e The Watchmen
 

Darkx1

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Pretendia colocar minha análise no tópico da pasta Cinema & TV, mas como uma parte do pessoal lá está chorando em relação aos comentários que dizem respeito às mensagens ideológicas embutidas no filme, desisti. Parece que para essas pessoas, não tem problema o filme conter propaganda: o que não se tolera, são os espectadores fazendo críticas a isso ou comentando a respeito.... Por esse motivo, decidi postar minha análise aqui, de modo que pudesse escrevê-la com total liberdade. Obviamente, ela contém spoilers. Considerem-se avisados.

Pois bem, decidi fazer uso do Torresmo para assistir o filme da Capitã Feminista. Fui com as expectativas mais baixas possíveis e, mesmo assim, terminei desapontado. Não só isso: também me senti ultrajado e lesado, pelo fato de ter dedicado duas horas da minha vida para assistir essa tentativa falha de entretenimento. Diante disso, fiz algumas pesquisas e compilei tudo que encontrei de errado com esse filme, para detoná-lo com a devida pompa e circunstância.

Antes de entrar na análise, faço questão de ressaltar que esse filme é um filler: nada do que é mostrado terá influência alguma no Endgame. O filme é totalmente descartável e esquecível, tendo poucos atrativos que justifiquem assisti-lo. Dentre eles, destaco o tributo a Stan Lee (que, na minha opinião, deveria estar no Endgame), o uso da tecnologia de rejuvenescimento digital aplicada em Samuel L. Jackson e Clark Gregg (que foi totalmente subutilizado nesse filme, diga-se de passagem) e a atuação de Ben Mendelsohn que, a despeito de estar interpretando um alienígena e com quilos de maquiagem no rosto, entrega a performance mais humana e expressiva do elenco.

Como a maior parte dos fillers, esse filme parece ter sido escrito com a bunda, ou melhor, com as bundas dos roteiristas (porque, acreditem ou não, nada menos que seis pessoas foram responsáveis por escrever essa porcaria). Aparentemente, nenhum dos cretinos se preocupou em consultar o material base (as HQ’s) e nem mesmo a mitologia do próprio MCU. Como resultado, o filme caga com satisfação em cima de elementos estabelecidos nas HQ’s, além de criar inconsistências no MCU, como plot holes e até mesmo retcons.
Essa abordagem dos Skrulls na Marvel já foi feita antes, o tie in dos Guardiões da Galaxia em Invasão Secreta era sobre Skrulls refugiados, já teve isso na fase do Roger Stern um grupo desses que tentou não participar dos eventos em Guerra Kree Srull.

E ainda temos a Lyja.
81319-5224-lyja.jpg


Alguns dos furos que você fala(como o nome da SHIELD), ja vinham de outros filmes e Agents Of Shield mostrou em alguns episodios as primeras ações do Coulson e o mesmo acontece ali.
 

Bloodstained

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Essa abordagem dos Skrulls na Marvel já foi feita antes, o tie in dos Guardiões da Galaxia em Invasão Secreta era sobre Skrulls refugiados, já teve isso na fase do Roger Stern um grupo desses que tentou não participar dos eventos em Guerra Kree Srull.

E ainda temos a Lyja.
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Alguns dos furos que você fala(como o nome da SHIELD), ja vinham de outros filmes e Agents Of Shield mostrou em alguns episodios as primeras ações do Coulson e o mesmo acontece ali.
Não sabia dessa história dos refugiados, por não ter lido Invasão Secreta, mas da Lyja eu me recordo. Teria sido interessante se a tivessem incluído no filme de alguma forma...

Quanto ao furo relativo ao nome da S.H.I.E.L.D., faltou especificar que ele não era exclusivo desse filme, realmente. Se não me engano, até mesmo na série da Agente Carter chegaram a se referir à organização pela sigla (se bem que faz tempo pra cacete que assisti, então posso estar confundindo com Agents of S.H.I.E.L.D. ou alguma outra série da Marvel).
 
D

Deleted member 219486

não tem como fazer algo proximo ao Dark Knight, mesmo os filmes DC ficam sempre atrás.
a verdade é que o Batman por ser mais realista por assim dizer, o mais perto que poderia chegar seria o Homem de Ferro, agora humanizar Thor é quase uma missão impossível. O Hulk com aquele CGI todo, dificil alguém conseguir se conectar na realidade com ele.

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Não preciso dizer que é baseado em um dos comics de maior prestigio mundial junto de Sandman e The Watchmen

Quem curte filmes de super heróis tem uma exigência baixa do que é mostrado nos filmes, fora que o público é formado em grande parte de crianças e adolescentes sem noção crítica.
Pra mim os filmes da Marvel retratam isso em termos de desenvolvimento, eu só gostei Guerra Infinita pelo contra ponto do vilão, ter um tom mais serio e por não focarem apenas num grupo.
Acho que não se trata de identificar com esses heróis dependendo da idade que se tem mas sim na capacidade de desligar o cérebro.

O que mais me impressiona no Capitã Marvel é ver reviews falando que o filme é fraco e pessoas vindo aqui comentando que foram assistir.
 

Alberon

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Pretendia colocar minha análise no tópico da pasta Cinema & TV, mas como uma parte do pessoal lá está chorando em relação aos comentários que dizem respeito às mensagens ideológicas embutidas no filme, desisti. Parece que para essas pessoas, não tem problema o filme conter propaganda: o que não se tolera, são os espectadores fazendo críticas a isso ou comentando a respeito.... Por esse motivo, decidi postar minha análise aqui, de modo que pudesse escrevê-la com total liberdade. Obviamente, ela contém spoilers. Considerem-se avisados.

Pois bem, decidi fazer uso do Torresmo para assistir o filme da Capitã Feminista. Fui com as expectativas mais baixas possíveis e, mesmo assim, terminei desapontado. Não só isso: também me senti ultrajado e lesado, pelo fato de ter dedicado duas horas da minha vida para assistir essa tentativa falha de entretenimento. Diante disso, fiz algumas pesquisas e compilei tudo que encontrei de errado com esse filme, para detoná-lo com a devida pompa e circunstância.

Antes de entrar na análise, faço questão de ressaltar que esse filme é um filler: nada do que é mostrado terá influência alguma no Endgame. O filme é totalmente descartável e esquecível, tendo poucos atrativos que justifiquem assisti-lo. Dentre eles, destaco o tributo a Stan Lee (que, na minha opinião, deveria estar no Endgame), o uso da tecnologia de rejuvenescimento digital aplicada em Samuel L. Jackson e Clark Gregg (que foi totalmente subutilizado nesse filme, diga-se de passagem) e a atuação de Ben Mendelsohn que, a despeito de estar interpretando um alienígena e com quilos de maquiagem no rosto, entrega a performance mais humana e expressiva do elenco.

Como a maior parte dos fillers, esse filme parece ter sido escrito com a bunda, ou melhor, com as bundas dos roteiristas (porque, acreditem ou não, nada menos que seis pessoas foram responsáveis por escrever essa porcaria). Aparentemente, nenhum dos cretinos se preocupou em consultar o material base (as HQ’s) e nem mesmo a mitologia do próprio MCU. Como resultado, o filme caga com satisfação em cima de elementos estabelecidos nas HQ’s, além de criar inconsistências no MCU, como plot holes e até mesmo retcons.

Capitã Marvel
No caso, a original. Para privilegiar a loira aguada, decidiram que precisavam retirar Monica Rambeau do caminho. Tornaram ela uma criança e, com isso, a Capitã original do MCU se tornou Carol Danvers.

A parte mais interessante é que o pessoal que adora exigir diversidade forçada em tudo quanto é meio de entretenimento, ficou absolutamente calado diante do fato de terem removido uma mulher negra para favorecer uma branquela. Pois é... Pelo visto a regra só vale quando esse pessoal determina, né? :kclassic

Capitão Marvel
O problema não foi terem mudado o sexo do personagem, mas sim pelo motivo pelo qual a mudança foi realizada. Não podiam permitir que um homem branco, loiro e de olhos azuis bancasse o herói de um povo de cor (verde) oprimido, ao tentar encerrar uma guerra intergaláctica. Mais do que isso, não podiam permitir que um homem branco, loiro e de olhos azuis fosse o responsável por conceder os poderes para a Mary Sue mais overpower do MCU. Onde já se viu uma mulher se tornar poderosa por causa de um homem? Simplesmente inaceitável!

Detalhe: essa não é a primeira vez que mudam o sexo de um personagem dos quadrinhos ao integrá-lo no MCU. Para quem não se recorda, isso já aconteceu no filme do Dr. Estranho, com o personagem da Tilda Swinton: o Ancião. Naquela ocasião, ninguém deu a mínima pois, como disse, o problema não é a mudança, mas sim o motivo pelo qual ela ocorre.

Skrulls
Desde sua primeira aparição na revista Fantastic Four #2 (1962), os Skrulls são retratados como vilões. Nesse filme, decidiram retratá-los de uma forma diferente: eles tem fama de serem terroristas intergaláticos mas, na verdade, não passam de alienígenas fugitivos que utilizam suas habilidades em transmorfismo para se refugiar ilegalmente em outros planetas. É impressão ou alguns pontos ressoam fortemente na nossa realidade, no que diz respeito a imigrantes ilegais?

Mudarem os Skrulls apenas para fazer uma tosca alegoria política sobre imigrantes ilegais é o que torna essa mudança ofensiva. Décadas de mitologia Skrull nos quadrinhos jogadas no lixo, simplesmente porque os roteiristas não conseguiram resistir à compulsão de inserir a porcaria da agenda que seguem. Se bem que isso é praticamente uma marca registrada desse filme: agenda em primeiro lugar e que se foda a coerência, a lógica e a continuidade.

Nick Fury
O personagem tem duas marcas registradas nos quadrinhos: o estilo badass e o modo como perdeu seu olho. Esse filme conseguiu estragar ambas característiscas, ao transformar o personagem num alívio cômico que perde a visão da maneira mais ridícula possível: o arranhão de um gato. Isso foi feito para seguir um dos ditames da famigerada agenda: para elevar uma determinada personagem feminina, é preciso transformar os personagens masculinos em babões idiotas. Saber que a versão do Fury no MCU foi destruída apenas por esse motivo é simplesmente lamentável.
O nome do Projeto Vingadores
No final do filme, Fury deixa claro que iniciará um projeto para encontrar seres extraordinários, no intuito de torná-los a última linha de defesa da Terra. Se chamaria Projeto Protetores, até o momento no qual ele se depara com uma foto de Carol Danvers em seu avião. Nele, é possível ver um decalque que diz: Capitã Carol “Vingadora” Danvers. Por conta disso, ele modifica o nome do projeto para Vingadores, com um risinho de satisfação no rosto. Só tem um problema: absolutamente nada nessa cena faz sentido.

Para começo de conversa, se a inspiração para o nome veio de Danvers, o que acontece com aquele filme chamado Capitão América: o Primeiro Vingador? O título do filme parece apontar para o fato de que esse tal Capitão foi o primeiro Vingador, não? Ainda mais se levarmos em conta que a história desse filme se passa décadas antes do filme da Capitã... Que se foda a coerência, a lógica e a continuidade: o negócio é forçar a entrada dessa personagem no MCU e ainda conceder uma importância que ela não merece, mesmo que seja preciso detonar o que foi estabelecido anteriormente, certo?

Além disso, o filme estabelece que, na década de 90, mulheres só podiam ser pilotos de teste ao ingressarem na Aeronáutica, supostamente por conta do machismo que imperava na corporação. Assim sendo, alguém consegue me explicar como diabos uma mulher conseguiu chegar ao posto de Capitã tão rápido, levando em conta sua idade? Alguém também poderia me explicar porque uma piloto de testes tem seu próprio avião com decalque personalizado, quando isso costuma ser restrito a pilotos de combate? E, acima de tudo, alguém poderia me dizer porque diabos uma piloto de testes recebeu a alcunha de “Vingadora”? O que exatamente ela “vingou” durante seus vôos de teste?

Tesseract
Ele é a origem do poder da Capitã Feminista. De acordo com a co-diretora do filme, Anna Boden “o governo estava com o Tesseract jogado em algum canto da S.H.I.E.L.D. e Mar Vell foi capaz de utilizá-lo para criar seu Motor de Velocidade da Luz no Projeto Pegasus. Como alienígena, ela era a única que sabia de todo seu poder e a única capaz de descobrir como utilizá-lo.”

Se é assim, a primeira coisa que precisamos fazer é ignorar algo que ocorreu em Capitão América: o Primeiro Vingador. O governo realmente não só estava em posse to Tesseract (ele foi encontrado por Howard Stark enquanto procurava o Capitão), como também sabia que ele era a fonte de energia das armas utilizadas pelos soldados da Hidra sob o comando do Caveira Vermelha. O próprio Howard estava trabalhando para fazer engenharia reversa nessas armas, inclusive.



Sem contar o fato de que a própria S.H.I.E.L.D. trabalhou com Armin Zola (conforme revelado em Capitão América: o Soldado Invenal), o homem responsável por utilizar o Tesseract como fonte de energia para as armas da Hidra.



Como Zola é humano, a explicação de Boden se torna ainda menos convincente diante do que vimos no filme da Capitã Feminista. O Tesseract foi removido da Terra por Mar Vell... e o governo simplesmente entregou para ela? Ou ela furtou a bagaça? Além disso, como o governo não descobriu que ela era alienígena, já que ela literalmente possui sangue azul? E se ela era a única que conseguia lidar com o Tesseract, por ser uma alienígena, qual a explicação para Armin Zola e Howard Stark terem conseguido fazê-lo com décadas de antecedência em relação a ela?

Contato Imediato de Terceiro Grau
De acordo com o filme, Fury havia encontrado com Krees, Skrulls e até mesmo chegou a presenciar um ataque alienígena de larga escala utilizando ogivas balísticas contra a Terra, promovido pela Armada de Ronan, o Acusador.

A despeito disso, no entanto, ele trava um diálogo curioso com os Vingadores:



Então, quando Thor veio pela primeira vez à Terra, a S.H.I.E.L.D. percebeu que a humanidade não estava sozinha, embora tanto a organização quanto Fury tenham entrado em contato com alienígenas anteriormente, conforme o filme da Capitã Feminista. Vamos ser generosos e supor que Fury estava mentindo no diálogo (ainda que ele não tivesse nenhum motivo para tanto). É só o que resta fazer ao se deparar com um roteiro com mais furos que um queijo suíço.

Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão
O filme estabelece que, nos anos 90, os agentes da S.H.I.E.L.D. já se identificavam utilizando a sigla que identifica o nome da superintendência. Dentre esses agentes, está Coulson. Se é assim, o que justifica os seguintes diálogos de Coulson, que ocorrem em três pontos distintos no primeiro filme do Homem de Ferro?







Porque Coulson “esqueceu” que a sigla era utilizada nos anos 90? Simplesmente não faz sentido, assim como tantas outras coisas que constam no roteiro porco desse filme.

Nick Fury, Diretor da S.H.I.E.L.D.
Em Soldado Invernal, quando o Capitão América conhece Alexander Pierce, ele vê uma foto do mesmo com Fury. Pierce diz que a foto foi tirada cinco anos após se conhecerem, no Departamento de Estado de Bogotá. Segundo Pierce, Fury era o Chefe encarregado de uma estação da S.H.I.E.L.D. no local e foi responsável por uma missão de resgate na embaixada, ocorrida sem sua autorização. A despeito de ter desobedecido suas ordens e levado militares para solo estrangeiro, Fury resgatou as pessoas confinadas na embaixada e, nessa ocasião, Pierce veio a promovê-lo. Só tem um problema nessa história e ele se encontra justamente na foto citada acima:

l5visidzaiq11.png

Conforme mostrado no filme da Capitã Feminista, Fury era um mero agente com Nível de Acesso 3 na época que perdeu seu olho para o arranhão de um gato. Assim sendo, na época que ele era chefe da estação de Bogotá, sua carreira já se encontrava num patamar mais elevado e, evidentemente, ele já era mais velho. Sendo assim, porque diabos ele está com seus dois olhos intactos na foto em questão?

O Pager
No final de Guerra Infinita, Fury acionou o pager que Danvers havia dado a ele para ser utilizado em caso de emergências. Porque Fury não utilizou esse pager antes? Um deus nórdico se apoderar do Tesseract e convocar um exército de criaturas alienígenas em Nova Iorque não se qualifica como emergência? Levando em conta a experiência que Danvers tinha com o Tesseract (já que ele é a origem dos seus poderes), não teria sido razoável chamá-la para lidar com a situação? Também não foi uma emergência quando um autômato adquiriu consciência, dizimou Sokovia e ameaçou extinguir toda a vida orgânica do planeta?

- Danvers está outro planeta, numa missão com seus aliados Krees. Ela é capturada pelos Skrulls e submetida a uma sonda mental. Na tentativa de fuga, ela cai na Terra junto com os Skrulls que a capturaram. Ela consegue entrar em contato com seus aliados Krees (usando uma linha telefônica a cabo, porque f**a-se a lógica) e eles informam que levarão vinte e duas horas para alcançá-la. Nada faz sentido: ela é capturada num planeta alienígena mas, instantes depois, está na Terra com os Skrulls. Enquanto isso, seus aliados Krees, que estavam naquele mesmo planeta, levarão mais de vinte horas para alcança-los?

- Danvers cai numa Blockbuster e detona um stand de True Lies, no susto. Por uma coincidência incrível do destino (friamente calculada pelos roteiristas), o disparo destrói a cabeça de Schwarzenegger, mas Jamie Lee Curtis fica intacta. Também pudera: quer símbolo melhor para masculinidade tóxica do que Schwarzenegger em seu auge? Fora que a cena é também uma ofensa a James Cameron, o diretor que nos entregou uma das personagens femininas mais memoráveis do cinema moderno: Sarah Connor. Fora que, recentemente, ele também auxiliou a levar Alita para as telas grandes.

- Talos, o comandante dos Skrulls que caíram na Terra, parece assumir o comando da S.H.I.E.L.D. em pouco tempo. Apenas mais tarde os roteiristas informam que ele já esteve na Terra anteriormente e os espectadores são levados a acreditar que ele assumiu a identidade do diretor da superintendência em algum ponto no passado. Nesse caso, o que aconteceu com o verdadeiro diretor? Além disso, quando Talos saiu na missão para capturar Danvers em outro planeta, ficando fora por sabe-se lá quanto tempo, ninguém da S.H.I.E.L.D. percebeu sua ausência?

- Danvers cai na Blockbuster e conversa com o segurança do estacionamento durante a noite. Na cena seguinte, os Skrulls são mostrados saindo do mar... e já é dia. Levando em conta que eles caíram juntos na Terra, simplesmente não faz sentido. Fury chega ao local pouco depois de Danvers entrar em contato com Yon-Rogg (durante o dia) e são emboscados por um Skrull. Acontece a cena do trem e, durante toda perseguição, Fury consegue perseguir o dito cujo o tempo todo, mesmo estando de carro. Também é interessante notar que, mesmo com toda a zorra acontecendo dentro do trem, ninguém sequer pensa em acionar os freios de emergência. Novamente, nada faz sentido.

- Kelly Sue Deconnick, a feminista de carteirinha que entrou na indústria dos quadrinhos por conta da influência de seu marido beta (Matt Fraction) e que foi responsável por reformular Carol Danvers como Capitã Marvel nas HQ’s em 2012, tem um cameo no filme. Ela deve ter pensado que as feministas da mídia puxa-saco iriam entrar em polvorosa por conta disso, mas não vi ninguém comentando a respeito, em lugar nenhum. Ao menos foi satisfatório saber que ninguém sequer percebeu a presença de Deconnick no filme.

- Por algum motivo, Danvers decide ir a um determinado bar, que aparenta ter alguma ligação com seu passado. Ela ouve um “tem um sorrisinho para mim?” de um motoqueiro branco (pois é, ela é uma vítima do patriarcado) e rouba a moto do infeliz. Legal saber que a amnésia não a impede de pilotá-la com perfeição... Enquanto isso, Fury recebe instruções de Talos para ir atrás dela sozinho e não confiar em ninguém. E, na cena seguinte, eles se encontram no tal bar, magicamente. Não custa lembrar que, na ocasião, ela se lembra de um outro cara branco dizendo para ela, naquele mesmo bar, para que desista de ser piloto, porque “o cockpit tem esse nome por uma razão” (a audiência precisa ser lembrada que ela é uma vítima do patriarcado, né?) Na sequência, há um diálogo sem pé e nem cabeça, no qual Danvers faz perguntas de cunho pessoal a Fury, para se assegurar que ele não é um Skrull. Levando em conta que ambos mal se conhecem, o diálogo não faz o menor sentido. E, sem qualquer razão em especial, Fury decide levar Danvers a uma base governamental, indo contra as instruções de Talos, para não confiar em ninguém. Não satisfeito, ele mente para os agentes da base, dizendo que Danvers faz parte da S.H.I.E.L.D., porque não havia nenhuma outra forma melhor de fazer o roteiro andar, pelo visto.

- Na tal base, eles invadem a gigantesca sala de arquivos e, logo de cara, encontram o que procuravam: anotações de Mar Vell escritas na língua dos Kree. Fury e Danvers se separam e, quando Talos chega com seus agentes ao local, Fury percebe que ele não é o diretor. Retorna ao arquivo e, para despistar os agentes, usa um chamariz. Logo em seguida, confronta Talos. Fury remove o pente da arma do infeliz e, segundos depois, tenta atirar com ela, certamente porque o filme precisa mostrar que Fury é um completo idiota. Durante todo o quebra pau, que faz barulho para cacete, os agentes não vem ao auxílio de Talos. Apenas quando Fury é resgatado por Danvers, é que eles dão as caras, porque esse roteiro ama coincidências, por mais ilógicas que sejam. Para fugir da base, eles se apossam de um Quinjet com capacidade de decolagem vertical. Legal saber que a amnésia de Danvers também não a impede de pilotar uma aeronave desse tipo com perfeição, mesmo que ela não tenha tido qualquer contato com esse tipo de tecnologia anteriormente.

- Fury e Danvers se dirigem para o subúrbio da Louisiana, onde se encontra a casa de Maria Rambeau, que pode ter mais informações. Após um monte de diálogos sofríveis cheios de validação emocional, Talos dá as caras e Maria simplesmente não se choca por ter um cara verde em sua sala. Do lado de fora da casa, sua filha é mantida cativa por um cúmplice de Talos. Ele explica que detém uma gravação em seu poder, oriunda da caixa preta de um voo experimental, com a voz de Danvers. Num certo ponto do diálogo, ele retruca Maria, se referindo a ela como “garota”. E a despeito da filha estar sob poder de outro Skrull, Rambeau julga sensato ameaçar Talos, porque chamar alguém de “garota” era uma ofensa horrível nos anos 90, como bem sabemos.

- Danvers recupera a memória do acidente relativa ao voo experimental com o Motor da Velocidade da Luz, feito junto com Mar Vell. São abatidas por Yon-Rogg, que executa Mar Vell a sangue-frio, ao invés de captura-la com vida, para tortura-la e obter informações. Danvers explode o Motor, para claro desespero de Rogg. E nada disso faz sentido, porque Krees e Skrulls já tem tecnologia de dobra espacial, muito superior à velocidade da luz. Além disso, não dá para entender porque diabos Mar Vell tentava desenvolver o Motor com tecnologia terrestre dos anos 90, quando possuía tecnologia Kree à sua disposição, oculta num determinado laboratório orbital. Ainda bem que ela não tinha qualquer pressa em ajudar Skrulls fugitivos ou encerrar a guerra deles com os Krees, não é mesmo?

- Na gravação, descobrem os vetores para a localização do laboratório orbital de Mar Vell, onde se encontra o núcleo do Motor da Velocidade da Luz (vulgo: Tesseract). O cúmplice Skrull de Talos faz modificações no Quinjet (com objetos encontrados no quintal da casa de Rambeau, que fica perdida no meio do nada, no subúrbio da Louisiana), para que ele possa fazer voos orbitais. E obviamente as modificações precárias funcionam, por conveniência do roteiro. Rambeau decide ser co-piloto, tomando parte de uma guerra para a qual não está preparada. Para isso, ela deixa sua filha com os avós, já que ela é mãe solteira (porque obviamente ela não precisa de homem nenhum, é claro). Qual o problema se ela morrer em virtude dessa atitude imprudente e deixar a filha órfã, né?

- Em órbita, Danvers utiliza seu uniforme Kree para remover a camuflagem do laboratório de Mar Vell e, ao entrarem, ela não a restaura, porque o roteiro precisa que os Krees encontrem o laboratório logo em seguida. Danvers é forçada a confrontar a Inteligência Suprema num combate mental e, acessando as memórias da humana, a Inteligência coloca Come As You Are como trilha sonora para marcar o confronto. Detalhe: a música é do álbum Nevermind, lançado em 1991. Carol Danvers foi raptada na Terra em 1989. Como ela se lembra da música, é apenas mais um furo para ser acrescentado a esse roteiro porco. Não que a essa altura do filme, alguém ainda se importe, é claro. É nesse confronto que Carol afirma ter lutado com uma mão amarrada nas costas durante toda sua vida. Ao remover o abafador de poder em seu pescoço, simbolicamente ela se livra da opressão do patriarcado e, finalmente, se torna uma Mary Sue completamente invulnerável e invencível, exatamente como toda feminista se enxerga, sabe-se lá por qual motivo.

- Após toda treta no laboratório, Maria consegue pilotar o Quinjet modificado de volta para a Terra e vencer uma Kree experiente, membro da Staforce, em combate aéreo... porque sim. Afinal, assim como Danvers, ela não tem experiência de pilotagem envolvendo o Quinjet e a tecnologia nele utilizada, mas quem se importa?

- A Armada de Ronan, o Acusador, utiliza dobra espacial para chegar até a órbita terrestre e decide obliterar o planeta com uma chuva de ogivas balísticas, a despeito do fato de Yon-Rogg se encontrar na Terra e ainda não ter tomado posse do núcleo do Motor da Velocidade da Luz. Mas que ele e o objetivo da missão que se fodam, né?

- Após tudo, resta apenas lidar com Yon-Rogg, que é facilmente abatido por um “hit kill” de Danvers, já que ela não precisa provar coisa alguma para homem branco nenhum. E assim, ela finalmente humilha o patriarcado, seu grande inimigo durante todo o filme.

- Concluindo, Danvers decide partir para o espaço para ajudar os Skrulls a encontrarem um lar. Nem passa pela cabeça dela procurar sua família e informar a eles que ela está viva. Como ela passará duas décadas no espaço auxiliando os Skrulls (vai ser incompetente assim lá no inferno...), significa que, durante todo esse tempo, ela continuará sendo considerada como morta pela sua família. Que grande heroína, né? É bonito de se ver quanta consideração ela possui em relação à sua própria família. Quem dirá em relação a desconhecidos...

Para piorar ainda mais a situação, o filme é estruturalmente falho.

Para começo de conversa, não há “jornada do herói”. A bem da verdade, Danvers não apresenta progressão alguma durante todo o filme. Não importa se ela está com amnésia, recuperando as memórias ou se está totalmente recuperada, os poucos traços de personalidade que ela possui são sempre os mesmos: presunçosa, condescendente, sisuda e excessivamente confiante. O roteiro compele a personagem a fazer uma piadinha ou outra eventualmente mas, a cada vez que isso acontecia, me vinha à mente uma frase dita pelo personagem de Djimon Hounsou a ela no início do filme: “Você se acha engraçada, mas eu não estou rindo.”

Acompanhando a personalidade estática, Brie Larson parece ter feito questão de conceder uma única expressão estática à personagem. Na maior parte do tempo, a única expressão no rosto de Danvers é a de uma paisagem morta. Nem mesmo a inflexão da voz dela ajuda, já que ela mantém sempre o mesmo tom monótono... Sendo totalmente sincero, tenho dúvidas de que Larson estava mesmo interpretando: acho que estava apenas agindo como ela mesma. A impressão que ficou, ao menos para mim, foi que a atriz estava com absoluto desdém por estar nesse papel e queria encerrar o quanto antes, para pegar seu cheque de 5 milhões de dólares e cair fora dali. Ao perceber isso, os diretores fizeram questão de incluir uma desculpa no roteiro, entregue pelo personagem de Yon-Rogg numa das primeiras cenas, na qual ele diz que Danvers deve controlar suas emoções, pois elas são uma fraqueza. Tenho certeza que Hulk concorda.

Se tudo isso já não fosse entediante o suficiente, os roteiristas decidiram não colocar nenhuma ameaça considerável à personagem durante todo o filme. Em nenhum momento, ela enfrenta algo que chegue sequer perto de ameaçá-la verdadeiramente. Podem reparar: ela enfrenta um grande grupo de Skrulls armados com um abafador de poderes e grilhões que a impedem de utilizar suas rajadas, sem ao menos suar; enfrenta a Inteligência Suprema Kree e a sobrepuja facilmente, ao remover o abafador; enfrenta os Krees da Staforce como se fosse um passeio no parque; enfrenta a Armada de Ronan, o Acusador, sem que nenhuma das naves consiga fazer m**** nenhuma para contra-atacá-la; e, para concluir, ela dá um “hit-kill” em Yon-Rogg no final do filme. Sem contar que, ao liberar todo seu poder, a personagem o domina de imediato, sem qualquer esforço. Ela simplesmente vira uma super-sayajyn vegana ex machina completamente invulnerável e invencível. Por conta disso, estragaram até mesmo uma cena clichê dos filmes de herói: o primeiro voo (que ela também domina de imediato, para surpresa de ninguém). No final das contas, tudo isso torna o filme um tédio absoluto.

Outra questão que vale a pena levantar: afinal, quem diabos é o inimigo de Danvers nesse filme? Os Skulls? Os Krees? Talos? A Inteligência Suprema? Yon-Rogg? Ronan? Qualquer um deles seria aceitável, se tivessem sido melhor utilizados. Ao invés disso, aqui sou forçado a dar o braço a torcer e dizer que Brie Larson havia dito a verdade: Capitã Marvel luta contra o patriarcado. Sei que parece absurdo afirmar isso, mas é fácil de se provar.

Basta analisar as memórias da personagem que o filme nos mostra. Poderiam ter aproveitado cada uma delas para fornecer aos espectadores contexto emocional, mostrando a família dela e momentos importantes de sua vida. Ao invés disso, o que tivemos em cada uma dessas cenas? Um homem branco dizendo a Danvers para não fazer alguma coisa, porque ela é mulher. Todo maldito flashback se resume a isso: mostrar aos espectadores que ela é uma vítima do patriarcado. Essas cenas são tão podres que empalidecem em comparação com uma outra, cuja base é exatamente a mesma: um homem branco dizendo a uma mulher que ela não pode fazer uma determinada coisa. Querem ver só?



Os escritores do filme da Mulher-Maravilha são profissionais, ao contrário dos cretinos que escreveram para a Capitã Feminista. Eles fizeram uso do personagem de Chris Pine, Steve Trevor, para dar o contexto da cena: eles estão diante da Terra de Ninguém, um lugar que nenhum homem pode cruzar. Há um batalhão há quase seis meses no local, que não consegue avançar um centímetro sequer pois, do outro lado, há o batalhão alemão armado até os dentes. Na visão de Steve, é impossível cruzar a Terra de Ninguém: qualquer um que tente, será morto. É por isso que ele diz a Diana para não ir: porque ele não quer que ela morra... e não porque ela é uma mulher. Ela decide ir mesmo assim e, como resultado, temos uma cena icônica. Ela reforça para todos os espectadores, que Diana é uma criatura extraordinária e, como tal, capaz de feitos extraordinários.

As cenas da Capitã Feminista, por sua vez, servem apenas para reforçar um vitimismo barato por determinação de uma certa agenda. E o pior é que ela nem sequer sofre para valer nessas cenas. Quando muito, ela tem um corte no lábio ou um filete de sangue escorrendo de uma narina (após uma queda de avião!), enquanto seus trajes permanecem intactos: em suma, a desgraçada é praticamente invulnerável desde pequena, por nenhuma outra razão além do fato de ser mulher. E, ainda assim, ela é uma vítima? Façam-me o favor...

Concluindo, afirmo que esse é, de longe, o pior filme do MCU até aqui. O grau de amadorismo com o qual esse filme foi produzido talvez fosse perdoável no início do MCU, mas agora o Marvel Studios tem mais de dez anos de experiência no mercado: entregar um filme tão medíocre é absolutamente imperdoável. Se esse filme representa uma prévia do que teremos no MCU após o Endgame, não tenho interesse em ver mais nada que esteja relacionado a esse universo.



Sinto pena do Ronan, O acusador, nunca vi um personagem tão ridicularizado e mal aproveitado. :klol(incluindo Guardiões da Galaxias outra bomba).
Ele tinha potencial para ser um put* vilão.

Você mesmo quem escreveu essa crítica?:kwow
A melhor que li de longe.

Não sabia que umas das habilidades da Capitã Marvel incluia a clarividencia.
Na parte da música do Nirvana.:klol
Esse filme está no mesmo patamar de Batman and Robin e Suicide Squad (filmes miseravelmente ruins:klol)
 

sparcx86_GHOST

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Quem curte filmes de super heróis tem uma exigência baixa do que é mostrado nos filmes, fora que o público é formado em grande parte de crianças e adolescentes sem noção crítica.
Pra mim os filmes da Marvel retratam isso em termos de desenvolvimento, eu só gostei Guerra Infinita pelo contra ponto do vilão, ter um tom mais serio e por não focarem apenas num grupo.
Acho que não se trata de identificar com esses heróis dependendo da idade que se tem mas sim na capacidade de desligar o cérebro.

O que mais me impressiona no Capitã Marvel é ver reviews falando que o filme é fraco e pessoas vindo aqui comentando que foram assistir.
o filme realmente parece ser fraco, deve estar estilo Episodio VIII de Star Wars ou pior. ver o rotten tomatoes censurar reviews já é um mal sinal.
bomba
 

Bloodstained

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Sinto pena do Ronan, O acusador, nunca vi um personagem tão ridicularizado e mal aproveitado. :klol(incluindo Guardiões da Galaxias outra bomba).
Ele tinha potencial para ser um put* vilão.

Você mesmo quem escreveu essa crítica?:kwow
A melhor que li de longe.

Não sabia que umas das habilidades da Capitã Marvel incluia a clarividencia.
Na parte da música do Nirvana.:klol
Esse filme está no mesmo patamar de Batman and Robin e Suicide Squad (filmes miseravelmente ruins:klol)
Provavelmente, Ronan é o antagonista mais mal aproveitado de todo MCU. O cara comanda uma Armada intergalática e, mesmo assim, só aparece para passar vergonha nesse filme. Se ao menos tivessem conseguido utilizá-lo com mais eficácia em Guardiões da Galáxia, onde ele era o antagonista principal, ainda dava para relevar, mas nem isso conseguiram.

Bom, pesquisei algumas coisas e compilei tudo o que encontrei de errado no filme, mas a análise realmente é de minha autoria. Agradeço por ter tido a paciência de lê-la, já que o texto ficou absurdamente longo. :kjoinha
 

OUTKAST

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Pretendia colocar minha análise no tópico da pasta Cinema & TV, mas como uma parte do pessoal lá está chorando em relação aos comentários que dizem respeito às mensagens ideológicas embutidas no filme, desisti. Parece que para essas pessoas, não tem problema o filme conter propaganda: o que não se tolera, são os espectadores fazendo críticas a isso ou comentando a respeito.... Por esse motivo, decidi postar minha análise aqui, de modo que pudesse escrevê-la com total liberdade. Obviamente, ela contém spoilers. Considerem-se avisados.

Pois bem, decidi fazer uso do Torresmo para assistir o filme da Capitã Feminista. Fui com as expectativas mais baixas possíveis e, mesmo assim, terminei desapontado. Não só isso: também me senti ultrajado e lesado, pelo fato de ter dedicado duas horas da minha vida para assistir essa tentativa falha de entretenimento. Diante disso, fiz algumas pesquisas e compilei tudo que encontrei de errado com esse filme, para detoná-lo com a devida pompa e circunstância.

Antes de entrar na análise, faço questão de ressaltar que esse filme é um filler: nada do que é mostrado terá influência alguma no Endgame. O filme é totalmente descartável e esquecível, tendo poucos atrativos que justifiquem assisti-lo. Dentre eles, destaco o tributo a Stan Lee (que, na minha opinião, deveria estar no Endgame), o uso da tecnologia de rejuvenescimento digital aplicada em Samuel L. Jackson e Clark Gregg (que foi totalmente subutilizado nesse filme, diga-se de passagem) e a atuação de Ben Mendelsohn que, a despeito de estar interpretando um alienígena e com quilos de maquiagem no rosto, entrega a performance mais humana e expressiva do elenco.

Como a maior parte dos fillers, esse filme parece ter sido escrito com a bunda, ou melhor, com as bundas dos roteiristas (porque, acreditem ou não, nada menos que seis pessoas foram responsáveis por escrever essa porcaria). Aparentemente, nenhum dos cretinos se preocupou em consultar o material base (as HQ’s) e nem mesmo a mitologia do próprio MCU. Como resultado, o filme caga com satisfação em cima de elementos estabelecidos nas HQ’s, além de criar inconsistências no MCU, como plot holes e até mesmo retcons.

Capitã Marvel
No caso, a original. Para privilegiar a loira aguada, decidiram que precisavam retirar Monica Rambeau do caminho. Tornaram ela uma criança e, com isso, a Capitã original do MCU se tornou Carol Danvers.

A parte mais interessante é que o pessoal que adora exigir diversidade forçada em tudo quanto é meio de entretenimento, ficou absolutamente calado diante do fato de terem removido uma mulher negra para favorecer uma branquela. Pois é... Pelo visto a regra só vale quando esse pessoal determina, né? :kclassic

Capitão Marvel
O problema não foi terem mudado o sexo do personagem, mas sim pelo motivo pelo qual a mudança foi realizada. Não podiam permitir que um homem branco, loiro e de olhos azuis bancasse o herói de um povo de cor (verde) oprimido, ao tentar encerrar uma guerra intergaláctica. Mais do que isso, não podiam permitir que um homem branco, loiro e de olhos azuis fosse o responsável por conceder os poderes para a Mary Sue mais overpower do MCU. Onde já se viu uma mulher se tornar poderosa por causa de um homem? Simplesmente inaceitável!

Detalhe: essa não é a primeira vez que mudam o sexo de um personagem dos quadrinhos ao integrá-lo no MCU. Para quem não se recorda, isso já aconteceu no filme do Dr. Estranho, com o personagem da Tilda Swinton: o Ancião. Naquela ocasião, ninguém deu a mínima pois, como disse, o problema não é a mudança, mas sim o motivo pelo qual ela ocorre.

Skrulls
Desde sua primeira aparição na revista Fantastic Four #2 (1962), os Skrulls são retratados como vilões. Nesse filme, decidiram retratá-los de uma forma diferente: eles tem fama de serem terroristas intergaláticos mas, na verdade, não passam de alienígenas fugitivos que utilizam suas habilidades em transmorfismo para se refugiar ilegalmente em outros planetas. É impressão ou alguns pontos ressoam fortemente na nossa realidade, no que diz respeito a imigrantes ilegais?

Mudarem os Skrulls apenas para fazer uma tosca alegoria política sobre imigrantes ilegais é o que torna essa mudança ofensiva. Décadas de mitologia Skrull nos quadrinhos jogadas no lixo, simplesmente porque os roteiristas não conseguiram resistir à compulsão de inserir a porcaria da agenda que seguem. Se bem que isso é praticamente uma marca registrada desse filme: agenda em primeiro lugar e que se foda a coerência, a lógica e a continuidade.

Nick Fury
O personagem tem duas marcas registradas nos quadrinhos: o estilo badass e o modo como perdeu seu olho. Esse filme conseguiu estragar ambas característiscas, ao transformar o personagem num alívio cômico que perde a visão da maneira mais ridícula possível: o arranhão de um gato. Isso foi feito para seguir um dos ditames da famigerada agenda: para elevar uma determinada personagem feminina, é preciso transformar os personagens masculinos em babões idiotas. Saber que a versão do Fury no MCU foi destruída apenas por esse motivo é simplesmente lamentável.
O nome do Projeto Vingadores
No final do filme, Fury deixa claro que iniciará um projeto para encontrar seres extraordinários, no intuito de torná-los a última linha de defesa da Terra. Se chamaria Projeto Protetores, até o momento no qual ele se depara com uma foto de Carol Danvers em seu avião. Nele, é possível ver um decalque que diz: Capitã Carol “Vingadora” Danvers. Por conta disso, ele modifica o nome do projeto para Vingadores, com um risinho de satisfação no rosto. Só tem um problema: absolutamente nada nessa cena faz sentido.

Para começo de conversa, se a inspiração para o nome veio de Danvers, o que acontece com aquele filme chamado Capitão América: o Primeiro Vingador? O título do filme parece apontar para o fato de que esse tal Capitão foi o primeiro Vingador, não? Ainda mais se levarmos em conta que a história desse filme se passa décadas antes do filme da Capitã... Que se foda a coerência, a lógica e a continuidade: o negócio é forçar a entrada dessa personagem no MCU e ainda conceder uma importância que ela não merece, mesmo que seja preciso detonar o que foi estabelecido anteriormente, certo?

Além disso, o filme estabelece que, na década de 90, mulheres só podiam ser pilotos de teste ao ingressarem na Aeronáutica, supostamente por conta do machismo que imperava na corporação. Assim sendo, alguém consegue me explicar como diabos uma mulher conseguiu chegar ao posto de Capitã tão rápido, levando em conta sua idade? Alguém também poderia me explicar porque uma piloto de testes tem seu próprio avião com decalque personalizado, quando isso costuma ser restrito a pilotos de combate? E, acima de tudo, alguém poderia me dizer porque diabos uma piloto de testes recebeu a alcunha de “Vingadora”? O que exatamente ela “vingou” durante seus vôos de teste?

Tesseract
Ele é a origem do poder da Capitã Feminista. De acordo com a co-diretora do filme, Anna Boden “o governo estava com o Tesseract jogado em algum canto da S.H.I.E.L.D. e Mar Vell foi capaz de utilizá-lo para criar seu Motor de Velocidade da Luz no Projeto Pegasus. Como alienígena, ela era a única que sabia de todo seu poder e a única capaz de descobrir como utilizá-lo.”

Se é assim, a primeira coisa que precisamos fazer é ignorar algo que ocorreu em Capitão América: o Primeiro Vingador. O governo realmente não só estava em posse to Tesseract (ele foi encontrado por Howard Stark enquanto procurava o Capitão), como também sabia que ele era a fonte de energia das armas utilizadas pelos soldados da Hidra sob o comando do Caveira Vermelha. O próprio Howard estava trabalhando para fazer engenharia reversa nessas armas, inclusive.



Sem contar o fato de que a própria S.H.I.E.L.D. trabalhou com Armin Zola (conforme revelado em Capitão América: o Soldado Invenal), o homem responsável por utilizar o Tesseract como fonte de energia para as armas da Hidra.



Como Zola é humano, a explicação de Boden se torna ainda menos convincente diante do que vimos no filme da Capitã Feminista. O Tesseract foi removido da Terra por Mar Vell... e o governo simplesmente entregou para ela? Ou ela furtou a bagaça? Além disso, como o governo não descobriu que ela era alienígena, já que ela literalmente possui sangue azul? E se ela era a única que conseguia lidar com o Tesseract, por ser uma alienígena, qual a explicação para Armin Zola e Howard Stark terem conseguido fazê-lo com décadas de antecedência em relação a ela?

Contato Imediato de Terceiro Grau
De acordo com o filme, Fury havia encontrado com Krees, Skrulls e até mesmo chegou a presenciar um ataque alienígena de larga escala utilizando ogivas balísticas contra a Terra, promovido pela Armada de Ronan, o Acusador.

A despeito disso, no entanto, ele trava um diálogo curioso com os Vingadores:



Então, quando Thor veio pela primeira vez à Terra, a S.H.I.E.L.D. percebeu que a humanidade não estava sozinha, embora tanto a organização quanto Fury tenham entrado em contato com alienígenas anteriormente, conforme o filme da Capitã Feminista. Vamos ser generosos e supor que Fury estava mentindo no diálogo (ainda que ele não tivesse nenhum motivo para tanto). É só o que resta fazer ao se deparar com um roteiro com mais furos que um queijo suíço.

Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão
O filme estabelece que, nos anos 90, os agentes da S.H.I.E.L.D. já se identificavam utilizando a sigla que identifica o nome da superintendência. Dentre esses agentes, está Coulson. Se é assim, o que justifica os seguintes diálogos de Coulson, que ocorrem em três pontos distintos no primeiro filme do Homem de Ferro?







Porque Coulson “esqueceu” que a sigla era utilizada nos anos 90? Simplesmente não faz sentido, assim como tantas outras coisas que constam no roteiro porco desse filme.

Nick Fury, Diretor da S.H.I.E.L.D.
Em Soldado Invernal, quando o Capitão América conhece Alexander Pierce, ele vê uma foto do mesmo com Fury. Pierce diz que a foto foi tirada cinco anos após se conhecerem, no Departamento de Estado de Bogotá. Segundo Pierce, Fury era o Chefe encarregado de uma estação da S.H.I.E.L.D. no local e foi responsável por uma missão de resgate na embaixada, ocorrida sem sua autorização. A despeito de ter desobedecido suas ordens e levado militares para solo estrangeiro, Fury resgatou as pessoas confinadas na embaixada e, nessa ocasião, Pierce veio a promovê-lo. Só tem um problema nessa história e ele se encontra justamente na foto citada acima:

l5visidzaiq11.png

Conforme mostrado no filme da Capitã Feminista, Fury era um mero agente com Nível de Acesso 3 na época que perdeu seu olho para o arranhão de um gato. Assim sendo, na época que ele era chefe da estação de Bogotá, sua carreira já se encontrava num patamar mais elevado e, evidentemente, ele já era mais velho. Sendo assim, porque diabos ele está com seus dois olhos intactos na foto em questão?

O Pager
No final de Guerra Infinita, Fury acionou o pager que Danvers havia dado a ele para ser utilizado em caso de emergências. Porque Fury não utilizou esse pager antes? Um deus nórdico se apoderar do Tesseract e convocar um exército de criaturas alienígenas em Nova Iorque não se qualifica como emergência? Levando em conta a experiência que Danvers tinha com o Tesseract (já que ele é a origem dos seus poderes), não teria sido razoável chamá-la para lidar com a situação? Também não foi uma emergência quando um autômato adquiriu consciência, dizimou Sokovia e ameaçou extinguir toda a vida orgânica do planeta?

- Danvers está outro planeta, numa missão com seus aliados Krees. Ela é capturada pelos Skrulls e submetida a uma sonda mental. Na tentativa de fuga, ela cai na Terra junto com os Skrulls que a capturaram. Ela consegue entrar em contato com seus aliados Krees (usando uma linha telefônica a cabo, porque f**a-se a lógica) e eles informam que levarão vinte e duas horas para alcançá-la. Nada faz sentido: ela é capturada num planeta alienígena mas, instantes depois, está na Terra com os Skrulls. Enquanto isso, seus aliados Krees, que estavam naquele mesmo planeta, levarão mais de vinte horas para alcança-los?

- Danvers cai numa Blockbuster e detona um stand de True Lies, no susto. Por uma coincidência incrível do destino (friamente calculada pelos roteiristas), o disparo destrói a cabeça de Schwarzenegger, mas Jamie Lee Curtis fica intacta. Também pudera: quer símbolo melhor para masculinidade tóxica do que Schwarzenegger em seu auge? Fora que a cena é também uma ofensa a James Cameron, o diretor que nos entregou uma das personagens femininas mais memoráveis do cinema moderno: Sarah Connor. Fora que, recentemente, ele também auxiliou a levar Alita para as telas grandes.

- Talos, o comandante dos Skrulls que caíram na Terra, parece assumir o comando da S.H.I.E.L.D. em pouco tempo. Apenas mais tarde os roteiristas informam que ele já esteve na Terra anteriormente e os espectadores são levados a acreditar que ele assumiu a identidade do diretor da superintendência em algum ponto no passado. Nesse caso, o que aconteceu com o verdadeiro diretor? Além disso, quando Talos saiu na missão para capturar Danvers em outro planeta, ficando fora por sabe-se lá quanto tempo, ninguém da S.H.I.E.L.D. percebeu sua ausência?

- Danvers cai na Blockbuster e conversa com o segurança do estacionamento durante a noite. Na cena seguinte, os Skrulls são mostrados saindo do mar... e já é dia. Levando em conta que eles caíram juntos na Terra, simplesmente não faz sentido. Fury chega ao local pouco depois de Danvers entrar em contato com Yon-Rogg (durante o dia) e são emboscados por um Skrull. Acontece a cena do trem e, durante toda perseguição, Fury consegue perseguir o dito cujo o tempo todo, mesmo estando de carro. Também é interessante notar que, mesmo com toda a zorra acontecendo dentro do trem, ninguém sequer pensa em acionar os freios de emergência. Novamente, nada faz sentido.

- Kelly Sue Deconnick, a feminista de carteirinha que entrou na indústria dos quadrinhos por conta da influência de seu marido beta (Matt Fraction) e que foi responsável por reformular Carol Danvers como Capitã Marvel nas HQ’s em 2012, tem um cameo no filme. Ela deve ter pensado que as feministas da mídia puxa-saco iriam entrar em polvorosa por conta disso, mas não vi ninguém comentando a respeito, em lugar nenhum. Ao menos foi satisfatório saber que ninguém sequer percebeu a presença de Deconnick no filme.

- Por algum motivo, Danvers decide ir a um determinado bar, que aparenta ter alguma ligação com seu passado. Ela ouve um “tem um sorrisinho para mim?” de um motoqueiro branco (pois é, ela é uma vítima do patriarcado) e rouba a moto do infeliz. Legal saber que a amnésia não a impede de pilotá-la com perfeição... Enquanto isso, Fury recebe instruções de Talos para ir atrás dela sozinho e não confiar em ninguém. E, na cena seguinte, eles se encontram no tal bar, magicamente. Não custa lembrar que, na ocasião, ela se lembra de um outro cara branco dizendo para ela, naquele mesmo bar, para que desista de ser piloto, porque “o cockpit tem esse nome por uma razão” (a audiência precisa ser lembrada que ela é uma vítima do patriarcado, né?) Na sequência, há um diálogo sem pé e nem cabeça, no qual Danvers faz perguntas de cunho pessoal a Fury, para se assegurar que ele não é um Skrull. Levando em conta que ambos mal se conhecem, o diálogo não faz o menor sentido. E, sem qualquer razão em especial, Fury decide levar Danvers a uma base governamental, indo contra as instruções de Talos, para não confiar em ninguém. Não satisfeito, ele mente para os agentes da base, dizendo que Danvers faz parte da S.H.I.E.L.D., porque não havia nenhuma outra forma melhor de fazer o roteiro andar, pelo visto.

- Na tal base, eles invadem a gigantesca sala de arquivos e, logo de cara, encontram o que procuravam: anotações de Mar Vell escritas na língua dos Kree. Fury e Danvers se separam e, quando Talos chega com seus agentes ao local, Fury percebe que ele não é o diretor. Retorna ao arquivo e, para despistar os agentes, usa um chamariz. Logo em seguida, confronta Talos. Fury remove o pente da arma do infeliz e, segundos depois, tenta atirar com ela, certamente porque o filme precisa mostrar que Fury é um completo idiota. Durante todo o quebra pau, que faz barulho para cacete, os agentes não vem ao auxílio de Talos. Apenas quando Fury é resgatado por Danvers, é que eles dão as caras, porque esse roteiro ama coincidências, por mais ilógicas que sejam. Para fugir da base, eles se apossam de um Quinjet com capacidade de decolagem vertical. Legal saber que a amnésia de Danvers também não a impede de pilotar uma aeronave desse tipo com perfeição, mesmo que ela não tenha tido qualquer contato com esse tipo de tecnologia anteriormente.

- Fury e Danvers se dirigem para o subúrbio da Louisiana, onde se encontra a casa de Maria Rambeau, que pode ter mais informações. Após um monte de diálogos sofríveis cheios de validação emocional, Talos dá as caras e Maria simplesmente não se choca por ter um cara verde em sua sala. Do lado de fora da casa, sua filha é mantida cativa por um cúmplice de Talos. Ele explica que detém uma gravação em seu poder, oriunda da caixa preta de um voo experimental, com a voz de Danvers. Num certo ponto do diálogo, ele retruca Maria, se referindo a ela como “garota”. E a despeito da filha estar sob poder de outro Skrull, Rambeau julga sensato ameaçar Talos, porque chamar alguém de “garota” era uma ofensa horrível nos anos 90, como bem sabemos.

- Danvers recupera a memória do acidente relativa ao voo experimental com o Motor da Velocidade da Luz, feito junto com Mar Vell. São abatidas por Yon-Rogg, que executa Mar Vell a sangue-frio, ao invés de captura-la com vida, para tortura-la e obter informações. Danvers explode o Motor, para claro desespero de Rogg. E nada disso faz sentido, porque Krees e Skrulls já tem tecnologia de dobra espacial, muito superior à velocidade da luz. Além disso, não dá para entender porque diabos Mar Vell tentava desenvolver o Motor com tecnologia terrestre dos anos 90, quando possuía tecnologia Kree à sua disposição, oculta num determinado laboratório orbital. Ainda bem que ela não tinha qualquer pressa em ajudar Skrulls fugitivos ou encerrar a guerra deles com os Krees, não é mesmo?

- Na gravação, descobrem os vetores para a localização do laboratório orbital de Mar Vell, onde se encontra o núcleo do Motor da Velocidade da Luz (vulgo: Tesseract). O cúmplice Skrull de Talos faz modificações no Quinjet (com objetos encontrados no quintal da casa de Rambeau, que fica perdida no meio do nada, no subúrbio da Louisiana), para que ele possa fazer voos orbitais. E obviamente as modificações precárias funcionam, por conveniência do roteiro. Rambeau decide ser co-piloto, tomando parte de uma guerra para a qual não está preparada. Para isso, ela deixa sua filha com os avós, já que ela é mãe solteira (porque obviamente ela não precisa de homem nenhum, é claro). Qual o problema se ela morrer em virtude dessa atitude imprudente e deixar a filha órfã, né?

- Em órbita, Danvers utiliza seu uniforme Kree para remover a camuflagem do laboratório de Mar Vell e, ao entrarem, ela não a restaura, porque o roteiro precisa que os Krees encontrem o laboratório logo em seguida. Danvers é forçada a confrontar a Inteligência Suprema num combate mental e, acessando as memórias da humana, a Inteligência coloca Come As You Are como trilha sonora para marcar o confronto. Detalhe: a música é do álbum Nevermind, lançado em 1991. Carol Danvers foi raptada na Terra em 1989. Como ela se lembra da música, é apenas mais um furo para ser acrescentado a esse roteiro porco. Não que a essa altura do filme, alguém ainda se importe, é claro. É nesse confronto que Carol afirma ter lutado com uma mão amarrada nas costas durante toda sua vida. Ao remover o abafador de poder em seu pescoço, simbolicamente ela se livra da opressão do patriarcado e, finalmente, se torna uma Mary Sue completamente invulnerável e invencível, exatamente como toda feminista se enxerga, sabe-se lá por qual motivo.

- Após toda treta no laboratório, Maria consegue pilotar o Quinjet modificado de volta para a Terra e vencer uma Kree experiente, membro da Staforce, em combate aéreo... porque sim. Afinal, assim como Danvers, ela não tem experiência de pilotagem envolvendo o Quinjet e a tecnologia nele utilizada, mas quem se importa?

- A Armada de Ronan, o Acusador, utiliza dobra espacial para chegar até a órbita terrestre e decide obliterar o planeta com uma chuva de ogivas balísticas, a despeito do fato de Yon-Rogg se encontrar na Terra e ainda não ter tomado posse do núcleo do Motor da Velocidade da Luz. Mas que ele e o objetivo da missão que se fodam, né?

- Após tudo, resta apenas lidar com Yon-Rogg, que é facilmente abatido por um “hit kill” de Danvers, já que ela não precisa provar coisa alguma para homem branco nenhum. E assim, ela finalmente humilha o patriarcado, seu grande inimigo durante todo o filme.

- Concluindo, Danvers decide partir para o espaço para ajudar os Skrulls a encontrarem um lar. Nem passa pela cabeça dela procurar sua família e informar a eles que ela está viva. Como ela passará duas décadas no espaço auxiliando os Skrulls (vai ser incompetente assim lá no inferno...), significa que, durante todo esse tempo, ela continuará sendo considerada como morta pela sua família. Que grande heroína, né? É bonito de se ver quanta consideração ela possui em relação à sua própria família. Quem dirá em relação a desconhecidos...

Para piorar ainda mais a situação, o filme é estruturalmente falho.

Para começo de conversa, não há “jornada do herói”. A bem da verdade, Danvers não apresenta progressão alguma durante todo o filme. Não importa se ela está com amnésia, recuperando as memórias ou se está totalmente recuperada, os poucos traços de personalidade que ela possui são sempre os mesmos: presunçosa, condescendente, sisuda e excessivamente confiante. O roteiro compele a personagem a fazer uma piadinha ou outra eventualmente mas, a cada vez que isso acontecia, me vinha à mente uma frase dita pelo personagem de Djimon Hounsou a ela no início do filme: “Você se acha engraçada, mas eu não estou rindo.”

Acompanhando a personalidade estática, Brie Larson parece ter feito questão de conceder uma única expressão estática à personagem. Na maior parte do tempo, a única expressão no rosto de Danvers é a de uma paisagem morta. Nem mesmo a inflexão da voz dela ajuda, já que ela mantém sempre o mesmo tom monótono... Sendo totalmente sincero, tenho dúvidas de que Larson estava mesmo interpretando: acho que estava apenas agindo como ela mesma. A impressão que ficou, ao menos para mim, foi que a atriz estava com absoluto desdém por estar nesse papel e queria encerrar o quanto antes, para pegar seu cheque de 5 milhões de dólares e cair fora dali. Ao perceber isso, os diretores fizeram questão de incluir uma desculpa no roteiro, entregue pelo personagem de Yon-Rogg numa das primeiras cenas, na qual ele diz que Danvers deve controlar suas emoções, pois elas são uma fraqueza. Tenho certeza que Hulk concorda.

Se tudo isso já não fosse entediante o suficiente, os roteiristas decidiram não colocar nenhuma ameaça considerável à personagem durante todo o filme. Em nenhum momento, ela enfrenta algo que chegue sequer perto de ameaçá-la verdadeiramente. Podem reparar: ela enfrenta um grande grupo de Skrulls armados com um abafador de poderes e grilhões que a impedem de utilizar suas rajadas, sem ao menos suar; enfrenta a Inteligência Suprema Kree e a sobrepuja facilmente, ao remover o abafador; enfrenta os Krees da Staforce como se fosse um passeio no parque; enfrenta a Armada de Ronan, o Acusador, sem que nenhuma das naves consiga fazer m**** nenhuma para contra-atacá-la; e, para concluir, ela dá um “hit-kill” em Yon-Rogg no final do filme. Sem contar que, ao liberar todo seu poder, a personagem o domina de imediato, sem qualquer esforço. Ela simplesmente vira uma super-sayajyn vegana ex machina completamente invulnerável e invencível. Por conta disso, estragaram até mesmo uma cena clichê dos filmes de herói: o primeiro voo (que ela também domina de imediato, para surpresa de ninguém). No final das contas, tudo isso torna o filme um tédio absoluto.

Outra questão que vale a pena levantar: afinal, quem diabos é o inimigo de Danvers nesse filme? Os Skulls? Os Krees? Talos? A Inteligência Suprema? Yon-Rogg? Ronan? Qualquer um deles seria aceitável, se tivessem sido melhor utilizados. Ao invés disso, aqui sou forçado a dar o braço a torcer e dizer que Brie Larson havia dito a verdade: Capitã Marvel luta contra o patriarcado. Sei que parece absurdo afirmar isso, mas é fácil de se provar.

Basta analisar as memórias da personagem que o filme nos mostra. Poderiam ter aproveitado cada uma delas para fornecer aos espectadores contexto emocional, mostrando a família dela e momentos importantes de sua vida. Ao invés disso, o que tivemos em cada uma dessas cenas? Um homem branco dizendo a Danvers para não fazer alguma coisa, porque ela é mulher. Todo maldito flashback se resume a isso: mostrar aos espectadores que ela é uma vítima do patriarcado. Essas cenas são tão podres que empalidecem em comparação com uma outra, cuja base é exatamente a mesma: um homem branco dizendo a uma mulher que ela não pode fazer uma determinada coisa. Querem ver só?



Os escritores do filme da Mulher-Maravilha são profissionais, ao contrário dos cretinos que escreveram para a Capitã Feminista. Eles fizeram uso do personagem de Chris Pine, Steve Trevor, para dar o contexto da cena: eles estão diante da Terra de Ninguém, um lugar que nenhum homem pode cruzar. Há um batalhão há quase seis meses no local, que não consegue avançar um centímetro sequer pois, do outro lado, há o batalhão alemão armado até os dentes. Na visão de Steve, é impossível cruzar a Terra de Ninguém: qualquer um que tente, será morto. É por isso que ele diz a Diana para não ir: porque ele não quer que ela morra... e não porque ela é uma mulher. Ela decide ir mesmo assim e, como resultado, temos uma cena icônica. Ela reforça para todos os espectadores, que Diana é uma criatura extraordinária e, como tal, capaz de feitos extraordinários.

As cenas da Capitã Feminista, por sua vez, servem apenas para reforçar um vitimismo barato por determinação de uma certa agenda. E o pior é que ela nem sequer sofre para valer nessas cenas. Quando muito, ela tem um corte no lábio ou um filete de sangue escorrendo de uma narina (após uma queda de avião!), enquanto seus trajes permanecem intactos: em suma, a desgraçada é praticamente invulnerável desde pequena, por nenhuma outra razão além do fato de ser mulher. E, ainda assim, ela é uma vítima? Façam-me o favor...

Concluindo, afirmo que esse é, de longe, o pior filme do MCU até aqui. O grau de amadorismo com o qual esse filme foi produzido talvez fosse perdoável no início do MCU, mas agora o Marvel Studios tem mais de dez anos de experiência no mercado: entregar um filme tão medíocre é absolutamente imperdoável. Se esse filme representa uma prévia do que teremos no MCU após o Endgame, não tenho interesse em ver mais nada que esteja relacionado a esse universo.


Caramba bro... esmerilhou :klol
 

sparcx86_GHOST

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Com este review acima, acho que não tenho motivos para gastar tempo ou dinheiro nessa m****...
incrivel, a Disney tinha duas franquias poderosas nas mãos, o MCU já estabelecido e o Star Wars que até então era a maior das franquias do cinema com um grande número de fãs e oportunidades de lucro.
Conseguiram destruir Star Wars e agora começam a destruir o MCU pois mais uns filmes assim e já era, ninguém mesmo vai querer ver filmes desse naipe
 

Darkx1

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Provavelmente, Ronan é o antagonista mais mal aproveitado de todo MCU. O cara comanda uma Armada intergalática e, mesmo assim, só aparece para passar vergonha nesse filme. Se ao menos tivessem conseguido utilizá-lo com mais eficácia em Guardiões da Galáxia, onde ele era o antagonista principal, ainda dava para relevar, mas nem isso conseguiram.

Bom, pesquisei algumas coisas e compilei tudo o que encontrei de errado no filme, mas a análise realmente é de minha autoria. Agradeço por ter tido a paciência de lê-la, já que o texto ficou absurdamente longo. :kjoinha
Ronan foi zuado desde a primeira aparição quando o Thanos chamava ele de garoto e ficava dando piti com ele. Tanto que rolou um lance que o Gunn fez ele matar o aliado do Thanos de Vingadores só pra mostrar que ele era poderoso.

É aquele lance da Marvel não saber trabalhar os vilões de maneira certa quando eles tem vilões tão bons quanto os da DC.
 

Winter Shark

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Com este review acima, acho que não tenho motivos para gastar tempo ou dinheiro nessa m****...
incrivel, a Disney tinha duas franquias poderosas nas mãos, o MCU já estabelecido e o Star Wars que até então era a maior das franquias do cinema com um grande número de fãs e oportunidades de lucro.
Conseguiram destruir Star Wars e agora começam a destruir o MCU pois mais uns filmes assim e já era, ninguém mesmo vai querer ver filmes desse naipe

Por isso que eu ando passando longe tanto do filmes da Marvel, e me arrependendo profundamente de ter gasto o meu dinheiro com os episódios 7 e 8 de Star Wars (e o episódio 8, então... putz, mas o que foi AQUILO??!! "Ruim" ainda é um elogio muito bom para aquele filme) - do episódio 9, eu vou passar muito longe.

Parece que a Disney está querendo propositalmente acabar com essas duas franquias...
 

Eduardo30br

Ser evoluído
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Quanto ao título do tópico, eu só queria saber o que é esse tão famigerado "patriarcado", que os mais "progressistas" odeiam tanto...
 

ChaosRaptor

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não tem como fazer algo proximo ao Dark Knight, mesmo os filmes DC ficam sempre atrás.
a verdade é que o Batman por ser mais realista por assim dizer, o mais perto que poderia chegar seria o Homem de Ferro, agora humanizar Thor é quase uma missão impossível. O Hulk com aquele CGI todo, dificil alguém conseguir se conectar na realidade com ele.

batdkr_12ndf.jpg


Não preciso dizer que é baseado em um dos comics de maior prestigio mundial junto de Sandman e The Watchmen
O desenho existe e o pessoal por aqui ficou de mimimi em relação a adaptação
 

nEstle

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Capitão Marvel é um filme nota 6.5. Não é necessariamente ruim. Até me diverti um pouco, mas nada comparado a filmes como Homem de Ferro 1, Vingadores ou os filmes do Capitão America. Acho que do mesmo modo que foi preciso um ótimo filme para começar os filmes da Marvel, eles precisavam de outro grande filme para começar essa nova fase, e Capitão Marvel não é esse filme.

Ps: Gostei pra c***lho de Last Jedi. Só ta atrás do episódio 5 pra mim.
 

sparcx86_GHOST

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Por isso que eu ando passando longe tanto do filmes da Marvel, e me arrependendo profundamente de ter gasto o meu dinheiro com os episódios 7 e 8 de Star Wars (e o episódio 8, então... putz, mas o que foi AQUILO??!! "Ruim" ainda é um elogio muito bom para aquele filme) - do episódio 9, eu vou passar muito longe.

Parece que a Disney está querendo propositalmente acabar com essas duas franquias...
O problema maior do episódio 8 é algo que nunca se deve fazer que é desrespeitar antigos personagens no afã de causar polemicas. Mataram até o coitado do Ackbar pra que?
 

DrMagnet

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Pretendia colocar minha análise no tópico da pasta Cinema & TV, mas como uma parte do pessoal lá está chorando em relação aos comentários que dizem respeito às mensagens ideológicas embutidas no filme, desisti. Parece que para essas pessoas, não tem problema o filme conter propaganda: o que não se tolera, são os espectadores fazendo críticas a isso ou comentando a respeito.... Por esse motivo, decidi postar minha análise aqui, de modo que pudesse escrevê-la com total liberdade. Obviamente, ela contém spoilers. Considerem-se avisados.

Pois bem, decidi fazer uso do Torresmo para assistir o filme da Capitã Feminista. Fui com as expectativas mais baixas possíveis e, mesmo assim, terminei desapontado. Não só isso: também me senti ultrajado e lesado, pelo fato de ter dedicado duas horas da minha vida para assistir essa tentativa falha de entretenimento. Diante disso, fiz algumas pesquisas e compilei tudo que encontrei de errado com esse filme, para detoná-lo com a devida pompa e circunstância.

Antes de entrar na análise, faço questão de ressaltar que esse filme é um filler: nada do que é mostrado terá influência alguma no Endgame. O filme é totalmente descartável e esquecível, tendo poucos atrativos que justifiquem assisti-lo. Dentre eles, destaco o tributo a Stan Lee (que, na minha opinião, deveria estar no Endgame), o uso da tecnologia de rejuvenescimento digital aplicada em Samuel L. Jackson e Clark Gregg (que foi totalmente subutilizado nesse filme, diga-se de passagem) e a atuação de Ben Mendelsohn que, a despeito de estar interpretando um alienígena e com quilos de maquiagem no rosto, entrega a performance mais humana e expressiva do elenco.

Como a maior parte dos fillers, esse filme parece ter sido escrito com a bunda, ou melhor, com as bundas dos roteiristas (porque, acreditem ou não, nada menos que seis pessoas foram responsáveis por escrever essa porcaria). Aparentemente, nenhum dos cretinos se preocupou em consultar o material base (as HQ’s) e nem mesmo a mitologia do próprio MCU. Como resultado, o filme caga com satisfação em cima de elementos estabelecidos nas HQ’s, além de criar inconsistências no MCU, como plot holes e até mesmo retcons.

Capitã Marvel
No caso, a original. Para privilegiar a loira aguada, decidiram que precisavam retirar Monica Rambeau do caminho. Tornaram ela uma criança e, com isso, a Capitã original do MCU se tornou Carol Danvers.

A parte mais interessante é que o pessoal que adora exigir diversidade forçada em tudo quanto é meio de entretenimento, ficou absolutamente calado diante do fato de terem removido uma mulher negra para favorecer uma branquela. Pois é... Pelo visto a regra só vale quando esse pessoal determina, né? :kclassic

Capitão Marvel
O problema não foi terem mudado o sexo do personagem, mas sim o motivo pelo qual a mudança foi realizada. Não podiam permitir que um homem branco, loiro e de olhos azuis bancasse o herói de um povo de cor (verde) oprimido, ao tentar encerrar uma guerra intergaláctica. Mais que isso, não podiam permitir que um homem branco, loiro e de olhos azuis fosse o responsável por conceder os poderes para a Mary Sue mais overpower do MCU. Onde já se viu uma mulher se tornar poderosa por causa de um homem? Simplesmente inaceitável!

Detalhe: essa não é a primeira vez que mudam o sexo de um personagem dos quadrinhos ao integrá-lo no MCU. Para quem não se recorda, isso já aconteceu no filme do Dr. Estranho, com o personagem da Tilda Swinton: o Ancião. Naquela ocasião, ninguém deu a mínima pois, como disse, o problema não é a mudança, mas sim o motivo pelo qual ela ocorre.

Skrulls
Desde sua primeira aparição na revista Fantastic Four #2 (1962), os Skrulls são retratados como vilões. Nesse filme, decidiram retratá-los de uma forma diferente: eles tem fama de terroristas intergaláticos mas, na verdade, não passam de alienígenas fugitivos que utilizam suas habilidades em transmorfismo para se refugiar ilegalmente em outros planetas. É impressão ou alguns pontos ressoam fortemente na nossa realidade, no que diz respeito a imigrantes ilegais?

Mudarem os Skrulls apenas para fazer uma tosca alegoria política sobre imigrantes ilegais é o que torna essa mudança ofensiva. Décadas de mitologia Skrull nos quadrinhos jogadas no lixo, simplesmente porque os roteiristas não conseguiram resistir à compulsão de inserir a porcaria da agenda que seguem. Se bem que isso é praticamente uma marca registrada desse filme: agenda em primeiro lugar e que se foda a coerência, a lógica e a continuidade. :kclassic

Nick Fury
O personagem tem duas marcas registradas nos quadrinhos: o estilo badass e o modo como perdeu seu olho. Esse filme conseguiu estragar ambas características, ao transformar o personagem num alívio cômico que perde a visão da maneira mais ridícula possível: o arranhão de um gato. Isso foi feito para seguir um dos ditames da famigerada agenda: para elevar uma determinada personagem feminina, é preciso transformar os personagens masculinos em babões idiotas. Saber que a versão do Fury no MCU foi destruída apenas por esse motivo é simplesmente lamentável.
O nome do Projeto Vingadores
No final do filme, Fury deixa claro que iniciará um projeto para encontrar seres extraordinários, no intuito de torná-los a última linha de defesa da Terra. Se chamaria Projeto Protetores, até o momento no qual ele se depara com uma foto de Carol Danvers em seu avião. Nele, é possível ver um decalque que diz: Capitã Carol “Vingadora” Danvers. Por conta disso, ele modifica o nome do projeto para Vingadores, com um risinho de satisfação no rosto. Só tem um problema: absolutamente nada nessa cena faz sentido.

Para começo de conversa, se a inspiração para o nome veio de Danvers, o que acontece com aquele filme chamado Capitão América: o Primeiro Vingador? O título do filme parece apontar para o fato de que esse tal Capitão foi o primeiro Vingador, não? Ainda mais se levarmos em conta que a história desse filme se passa décadas antes do filme da Capitã... Que se foda a coerência, a lógica e a continuidade: o negócio é forçar a entrada dessa personagem no MCU e ainda conceder uma importância que ela não merece, mesmo que seja preciso detonar o que foi estabelecido anteriormente, certo?

Além disso, o filme estabelece que, na década de 90, mulheres só podiam ser pilotos de teste ao ingressarem na Aeronáutica, supostamente por conta do machismo que imperava na corporação. Assim sendo, alguém consegue me explicar como diabos uma mulher conseguiu chegar ao posto de Capitã tão rápido, levando em conta sua idade? Alguém também poderia me explicar porque uma piloto de testes tem seu próprio avião com decalque personalizado, quando isso costuma ser restrito a pilotos de combate? E, acima de tudo, alguém poderia me dizer porque diabos uma piloto de testes recebeu a alcunha de “Vingadora”? O que exatamente ela “vingou” durante seus vôos de teste? :kclassic

Tesseract
Ele é a origem do poder da Capitã Feminista. De acordo com a co-diretora do filme, Anna Boden “o governo estava com o Tesseract jogado em algum canto da S.H.I.E.L.D. e Mar Vell foi capaz de utilizá-lo para criar seu Motor de Velocidade da Luz no Projeto Pegasus. Como alienígena, ela era a única que sabia de todo seu poder e a única capaz de descobrir como utilizá-lo.”

Se é assim, a primeira coisa que precisamos fazer é ignorar algo que ocorreu em Capitão América: o Primeiro Vingador. O governo realmente não só estava em posse to Tesseract (ele foi encontrado por Howard Stark enquanto procurava o Capitão), como também sabia que ele era a fonte de energia das armas utilizadas pelos soldados da Hidra sob o comando do Caveira Vermelha. O próprio Howard estava trabalhando para fazer engenharia reversa nessas armas, inclusive.



Sem contar o fato de que a própria S.H.I.E.L.D. trabalhou com Armin Zola (conforme revelado em Capitão América: o Soldado Invenal), o homem responsável por utilizar o Tesseract como fonte de energia para as armas da Hidra.



Como Zola é humano, a explicação de Boden se torna ainda menos convincente diante do que vimos no filme da Capitã Feminista. O Tesseract foi removido da Terra por Mar Vell... e o governo simplesmente entregou para ela? Ou ela furtou a bagaça? Além disso, como o governo não descobriu que ela era alienígena, já que ela literalmente possui sangue azul? E se ela era a única que conseguia lidar com o Tesseract, por ser uma alienígena, qual a explicação para Armin Zola e Howard Stark terem conseguido fazê-lo com décadas de antecedência em relação a ela?

Contato Imediato de Terceiro Grau
De acordo com o filme, Fury havia encontrado com Krees, Skrulls e até mesmo chegou a presenciar um ataque alienígena de larga escala utilizando ogivas balísticas contra a Terra, promovido pela Armada de Ronan, o Acusador.

A despeito disso, no entanto, ele trava um diálogo curioso com os Vingadores:



Então, quando Thor veio pela primeira vez à Terra, a S.H.I.E.L.D. percebeu que a humanidade não estava sozinha, embora tanto a organização quanto Fury tenham entrado em contato com alienígenas anteriormente, conforme o filme da Capitã Feminista. Vamos ser generosos e supor que Fury estava mentindo no diálogo (ainda que ele não tivesse nenhum motivo para tanto). É só o que resta fazer ao se deparar com um roteiro com mais furos que um queijo suíço.

Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão
O filme estabelece que, nos anos 90, os agentes da S.H.I.E.L.D. já utilizavam a sigla que identifica o nome da superintendência. Dentre esses agentes, está Coulson. Se é assim, o que justifica os seguintes diálogos de Coulson, que ocorrem em três pontos distintos no primeiro filme do Homem de Ferro?







Porque Coulson “esqueceu” que a sigla era utilizada nos anos 90? Simplesmente não faz sentido, assim como tantas outras coisas que constam no roteiro porco desse filme.

Nick Fury, Diretor da S.H.I.E.L.D.
Em Soldado Invernal, quando o Capitão América conhece Alexander Pierce, ele vê uma foto do mesmo com Fury. Pierce diz que a foto foi tirada cinco anos após se conhecerem, no Departamento de Estado de Bogotá. Segundo Pierce, Fury era o Chefe encarregado de uma estação da S.H.I.E.L.D. no local e foi responsável por uma missão de resgate na embaixada, ocorrida sem sua autorização. A despeito de ter desobedecido suas ordens e levado militares para solo estrangeiro, Fury resgatou as pessoas confinadas na embaixada e, nessa ocasião, Pierce veio a promovê-lo. Só tem um problema nessa história e ele se encontra justamente na foto citada acima:

l5visidzaiq11.png

Conforme mostrado no filme da Capitã Feminista, Fury era um mero agente com Nível de Acesso 3 na época que perdeu seu olho para o arranhão de um gato. Assim sendo, na época que ele era chefe da estação de Bogotá, sua carreira já se encontrava num patamar mais elevado e, evidentemente, ele já era mais velho. Sendo assim, porque diabos ele está com seus dois olhos intactos na foto em questão?

O Pager
No final de Guerra Infinita, Fury acionou o pager que Danvers havia dado a ele para ser utilizado em caso de emergências. Porque Fury não utilizou esse pager antes? Um deus nórdico se apoderar do Tesseract e convocar um exército de criaturas alienígenas em Nova Iorque não se qualifica como emergência? Levando em conta a experiência que Danvers tinha com o Tesseract (já que ele é a origem dos seus poderes), não teria sido razoável chamá-la para lidar com a situação? Também não foi uma emergência quando um autômato adquiriu consciência, dizimou Sokovia e ameaçou extinguir toda a vida orgânica do planeta?

- Danvers está em outro planeta, numa missão com seus aliados Krees. Ela é capturada pelos Skrulls e submetida a uma sonda mental. Na tentativa de fuga, ela cai na Terra junto com os Skrulls que a capturaram. Ela consegue entrar em contato com seus aliados Krees (usando uma linha telefônica a cabo, porque f**a-se a lógica) e eles informam que levarão vinte e duas horas para alcançá-la. Nada faz sentido: ela é capturada num planeta alienígena mas, instantes depois, está na Terra com os Skrulls. Enquanto isso, seus aliados Krees, que estavam naquele mesmo planeta, levarão mais de vinte horas para alcança-los?

- Danvers cai numa Blockbuster e detona um stand de True Lies, no susto. Por uma coincidência incrível do destino (friamente calculada pelos roteiristas), o disparo destrói a cabeça de Schwarzenegger, mas Jamie Lee Curtis fica intacta. Também pudera: quer símbolo melhor para masculinidade tóxica do que Schwarzenegger em seu auge? Fora que a cena é também uma ofensa a James Cameron, o diretor que nos entregou algumas das personagens femininas mais memoráveis do cinema moderno: Sarah Connor e Ellen Ripley, por exemplo. Fora que, recentemente, ele também auxiliou a levar Alita para as telas grandes.

- Talos, o comandante dos Skrulls que caíram na Terra, parece assumir o comando da S.H.I.E.L.D. em pouco tempo. Apenas mais tarde os roteiristas informam que ele já esteve na Terra anteriormente e os espectadores são levados a acreditar que ele assumiu a identidade do diretor da superintendência em algum ponto no passado. Nesse caso, o que aconteceu com o verdadeiro diretor? Além disso, quando Talos saiu na missão para capturar Danvers em outro planeta, ficando fora por sabe-se lá quanto tempo, ninguém da S.H.I.E.L.D. percebeu sua ausência?

- Danvers cai na Blockbuster e conversa com o segurança do estacionamento durante a noite. Na cena seguinte, os Skrulls são mostrados saindo do mar... e já é dia. Levando em conta que eles caíram juntos na Terra, simplesmente não faz sentido. Fury chega ao local pouco depois de Danvers entrar em contato com Yon-Rogg (durante o dia) e são emboscados por um Skrull. Acontece a cena do trem e, durante toda perseguição, Fury consegue seguir o dito cujo, mesmo estando de carro. Também é interessante notar que, mesmo com toda a zorra acontecendo dentro do trem, ninguém sequer pensa em acionar os freios de emergência. Novamente, nada faz sentido.

- Kelly Sue Deconnick, a feminista de carteirinha que entrou na indústria dos quadrinhos por conta da influência de seu marido beta (Matt Fraction) e que foi responsável por reformular Carol Danvers como Capitã Marvel nas HQ’s em 2012, tem um cameo no filme. Ela deve ter pensado que as feministas da mídia puxa-saco iriam entrar em polvorosa por conta disso, mas não vi ninguém comentando a respeito, em lugar nenhum. Ao menos foi satisfatório saber que ninguém sequer percebeu a presença de Deconnick no filme. :klol

- Por algum motivo, Danvers decide ir a um determinado bar, que aparenta ter alguma ligação com seu passado. Ela ouve um “tem um sorrisinho para mim?” de um motoqueiro branco (pois é, ela é uma vítima do patriarcado) e rouba a moto do infeliz. Legal saber que a amnésia não a impede de pilotá-la com perfeição... Enquanto isso, Fury recebe instruções de Talos para ir atrás dela sozinho e não confiar em ninguém. E, na cena seguinte, eles se encontram no tal bar, magicamente. Não custa lembrar que, na ocasião, ela se lembra de um outro cara branco dizendo para ela, naquele mesmo bar, para que desista de ser piloto, porque “o cockpit tem esse nome por uma razão” (a audiência precisa ser lembrada que ela é uma vítima do patriarcado, né?) Na sequência, há um diálogo sem pé e nem cabeça, no qual Danvers faz perguntas de cunho pessoal a Fury, para se assegurar que ele não é um Skrull. Levando em conta que ambos mal se conhecem, o diálogo não faz o menor sentido. E, sem qualquer razão em especial, Fury decide levar Danvers a uma base governamental, indo contra as instruções de Talos, para não confiar em ninguém. Não satisfeito, ele mente para os agentes da base, dizendo que Danvers faz parte da S.H.I.E.L.D., porque não havia nenhuma outra forma melhor de fazer o roteiro andar, pelo visto. :kclassic

- Na tal base, eles invadem a gigantesca sala de arquivos e, logo de cara, encontram o que procuravam: anotações de Mar Vell escritas na língua dos Kree. Fury e Danvers se separam e, quando Talos chega com seus agentes ao local, Fury percebe que ele não é o diretor. Retorna ao arquivo e, para despistar os agentes, usa um chamariz. Logo em seguida, confronta Talos. Fury remove o pente da arma do infeliz e, segundos depois, tenta atirar com ela, certamente porque o filme precisa mostrar que Fury é um completo idiota. Durante todo o quebra pau, que faz barulho para cacete, os agentes não vem ao auxílio de Talos. Apenas quando Fury é resgatado por Danvers, é que eles dão as caras, porque esse roteiro ama coincidências, por mais ilógicas que sejam. Para fugir da base, eles se apossam de um Quinjet com capacidade de decolagem vertical. Legal saber que a amnésia de Danvers também não a impede de pilotar uma aeronave desse tipo com perfeição, mesmo que ela não tenha tido qualquer contato com essa tecnologia anteriormente.

- Fury e Danvers se dirigem para o subúrbio da Louisiana, onde se encontra a casa de Maria Rambeau, que pode ter mais informações. Após um monte de diálogos sofríveis cheios de validação emocional, Talos dá as caras e Maria simplesmente não se choca por ter um cara verde em sua sala. Do lado de fora da casa, sua filha é mantida cativa por um cúmplice de Talos. Ele explica que detém uma gravação em seu poder, oriunda da caixa preta de um voo experimental, com a voz de Danvers. Num certo ponto do diálogo, ele retruca Maria, se referindo a ela como “garota”. E a despeito da filha estar sob poder de outro Skrull, Rambeau julga sensato ameaçar Talos, porque chamar uma mulher de “garota” era uma ofensa horrível nos anos 90, como bem sabemos. :facepalm

- Danvers recupera a memória relativa ao acidente do voo experimental com o Motor da Velocidade da Luz, feito junto com Mar Vell. São abatidas por Yon-Rogg, que executa Mar Vell a sangue-frio, ao invés de captura-la com vida, para tortura-la e obter informações. Danvers explode o Motor, para claro desespero de Rogg. E nada disso faz sentido, porque Krees e Skrulls já tem tecnologia de dobra espacial, muito superior à velocidade da luz. Além disso, não dá para entender porque diabos Mar Vell tentava desenvolver o Motor com tecnologia terrestre dos anos 90, quando possuía tecnologia Kree à sua disposição, oculta num determinado laboratório orbital. Ainda bem que ela não tinha qualquer pressa em ajudar Skrulls fugitivos ou encerrar a guerra deles com os Krees, não é mesmo?

- Na gravação, descobrem os vetores para a localização do laboratório orbital de Mar Vell, onde se encontra o núcleo do Motor da Velocidade da Luz (vulgo: Tesseract). O cúmplice Skrull de Talos faz modificações no Quinjet (com objetos encontrados no quintal da casa de Rambeau, que fica perdida no meio do nada, no subúrbio da Louisiana), para que ele possa fazer voos orbitais. E obviamente as modificações precárias funcionam, por conveniência do roteiro. Rambeau decide ser co-piloto, tomando parte de uma guerra para a qual não está preparada. Para isso, ela deixa sua filha com os avós, já que ela é mãe solteira (porque obviamente ela não precisa de homem nenhum, é claro). Qual o problema se ela morrer em virtude dessa atitude imprudente e deixar a filha órfã, né? :kclassic

- Em órbita, Danvers utiliza seu uniforme Kree para remover a camuflagem do laboratório de Mar Vell e, ao entrarem, ela não a restaura, porque o roteiro precisa que os Krees encontrem o laboratório logo em seguida. Danvers é forçada a confrontar a Inteligência Suprema num combate mental e, acessando as memórias da humana, a Inteligência coloca Come As You Are como trilha sonora para marcar o confronto. Detalhe: a música é do álbum Nevermind, lançado em 1991. Carol Danvers foi raptada na Terra em 1989. Como ela se lembra da música é apenas mais um furo para ser acrescentado a esse roteiro porco. Não que a essa altura do filme, alguém ainda se importe, é claro. É nesse confronto que Carol afirma ter lutado com uma mão amarrada nas costas durante toda sua vida. Ao remover o abafador de poder em seu pescoço, simbolicamente ela se livra da opressão do patriarcado e, finalmente, se torna uma Mary Sue completamente invulnerável e invencível, exatamente como toda feminista se enxerga, sabe-se lá por qual motivo.

- Após toda treta no laboratório, Maria consegue pilotar o Quinjet modificado de volta para a Terra e vencer uma Kree experiente, membro da Staforce, em combate aéreo... porque sim. Afinal, assim como Danvers, ela não tem experiência de pilotagem envolvendo o Quinjet e a tecnologia nele utilizada, mas quem se importa?

- A Armada de Ronan, o Acusador, utiliza dobra espacial para chegar até a órbita terrestre e decide obliterar o planeta com uma chuva de ogivas balísticas, a despeito do fato de Yon-Rogg se encontrar na Terra e ainda não ter tomado posse do núcleo do Motor da Velocidade da Luz. Mas que ele e o objetivo da missão que se fodam, né? :facepalm

- Após tudo, resta apenas lidar com Yon-Rogg, que é facilmente abatido por um “hit kill” de Danvers, já que ela não precisa provar coisa alguma para homem branco nenhum. E assim, ela finalmente humilha o patriarcado, seu grande inimigo durante todo o filme.

- Concluindo, Danvers decide partir para o espaço para ajudar os Skrulls a encontrarem um lar. Nem passa pela cabeça dela procurar sua família e informar-lhes que ela está viva. Como ela passará duas décadas no espaço auxiliando os Skrulls (vai ser incompetente assim lá no inferno...), significa que, durante todo esse tempo, ela continuará sendo considerada como morta pela sua família. Que grande heroína, né? É bonito de se ver quanta consideração ela possui em relação à sua própria família. Quem dirá em relação a desconhecidos...

Para piorar ainda mais a situação, o filme é estruturalmente falho.

Para começo de conversa, não há “jornada do herói”. A bem da verdade, Danvers não apresenta progressão alguma durante todo o filme. Não importa se ela está com amnésia, recuperando as memórias ou se está totalmente recuperada, os poucos traços de personalidade que ela possui são sempre os mesmos: presunçosa, condescendente, sisuda e excessivamente confiante. O roteiro compele a personagem a fazer uma piadinha ou outra eventualmente mas, a cada vez que isso acontecia, me vinha à mente uma frase dita pelo personagem de Djimon Hounsou a ela no início do filme: “Você se acha engraçada, mas eu não estou rindo.”

Acompanhando a personalidade estática, Brie Larson parece ter feito questão de conceder uma única expressão estática à personagem. Na maior parte do tempo, a única expressão no rosto de Danvers é a de uma paisagem morta. Nem mesmo a inflexão da voz dela ajuda, já que ela mantém sempre o mesmo tom monótono... Sendo totalmente sincero, tenho dúvidas de que Larson estava mesmo interpretando: acho que estava apenas agindo como ela mesma. A impressão que ficou, ao menos para mim, foi que a atriz estava com absoluto desdém por estar nesse papel e queria encerrar o quanto antes, para pegar seu cheque de cinco milhões de dólares e cair fora dali. Ao perceber isso, os diretores fizeram questão de incluir uma desculpa no roteiro, entregue pelo personagem de Yon-Rogg numa das primeiras cenas, na qual ele diz que Danvers deve controlar suas emoções, pois elas são uma fraqueza. Tenho certeza que Hulk concorda. :kclassic

Se tudo isso já não fosse entediante o suficiente, os roteiristas decidiram não colocar nenhuma ameaça considerável à personagem durante todo o filme. Em nenhum momento, ela enfrenta algo que chegue sequer perto de ameaçá-la verdadeiramente. Podem reparar: ela enfrenta um grande grupo de Skrulls armados com um abafador de poderes e grilhões que a impedem de utilizar suas rajadas, sem ao menos suar; enfrenta a Inteligência Suprema Kree e a sobrepuja facilmente, ao remover o abafador; enfrenta os Krees da Staforce como se fosse um passeio no parque; enfrenta a Armada de Ronan, o Acusador, sem que nenhuma das naves consiga fazer m**** nenhuma para contra-atacá-la; e, para concluir, ela dá um “hit-kill” em Yon-Rogg no final do filme. Sem contar que, ao liberar todo seu poder, a personagem o domina de imediato, sem qualquer esforço. Ela simplesmente vira uma super-sayajyn vegana ex machina completamente invulnerável e invencível. Por conta disso, estragaram até mesmo uma cena clichê dos filmes de herói: o primeiro voo (que ela também domina de imediato, para surpresa de ninguém). No final das contas, tudo isso torna o filme um tédio absoluto.

Outra questão que vale a pena levantar: afinal, quem diabos é o inimigo de Danvers nesse filme? Os Skulls? Os Krees? Talos? A Inteligência Suprema? Yon-Rogg? Ronan? Qualquer um deles seria aceitável, se tivessem sido melhor utilizados. Ao invés disso, aqui sou forçado a dar o braço a torcer e dizer que Brie Larson havia dito a verdade: Capitã Marvel luta contra o patriarcado. Sei que parece absurdo afirmar isso, mas é fácil de se provar.

Basta analisar as memórias da personagem que o filme nos mostra. Poderiam ter aproveitado cada uma delas para fornecer aos espectadores contexto emocional, mostrando a família dela e momentos importantes de sua vida. Ao invés disso, o que tivemos em cada uma dessas cenas? Um homem branco dizendo a Danvers para não fazer alguma coisa, porque ela é mulher. Todo maldito flashback se resume a isso: mostrar aos espectadores que ela é uma vítima do patriarcado. Essas cenas são tão podres que empalidecem em comparação com uma outra, cuja base é exatamente a mesma: um homem branco dizendo a uma mulher que ela não pode fazer uma determinada coisa. Querem ver só?



Os escritores do filme da Mulher-Maravilha são profissionais, ao contrário dos cretinos que escreveram para a Capitã Feminista. Eles fizeram uso do personagem de Chris Pine, Steve Trevor, para dar o contexto da cena: eles estão diante da Terra de Ninguém, um lugar que nenhum homem pode cruzar. Há um batalhão há quase seis meses no local, que não consegue avançar um centímetro sequer pois, do outro lado, há o batalhão alemão armado até os dentes. Na visão de Steve, é impossível cruzar a Terra de Ninguém: qualquer um que tente, será morto. É por isso que ele diz a Diana para não ir: porque ele não quer que ela morra... e não porque ela é uma mulher. Ela decide ir mesmo assim e, como resultado, temos uma cena icônica. Ela reforça para todos os espectadores, que Diana é uma criatura extraordinária e, como tal, capaz de feitos extraordinários.

As cenas da Capitã Feminista, por sua vez, servem apenas para reforçar um vitimismo barato por determinação de uma certa agenda. E o pior é que ela nem sequer sofre para valer nessas cenas. Quando muito, ela tem um corte no lábio ou um filete de sangue escorrendo de uma narina (após uma queda de avião!), enquanto seus trajes permanecem intactos: em suma, a desgraçada é praticamente invulnerável desde pequena, por nenhuma outra razão além do fato de ser mulher. E, ainda assim, ela é uma vítima? Façam-me o favor... :kclassic

Concluindo, afirmo que esse é, de longe, o pior filme do MCU até aqui. O grau de amadorismo com o qual esse filme foi produzido talvez fosse perdoável no início do MCU, mas agora o Marvel Studios tem mais de dez anos de experiência no mercado: entregar um filme tão medíocre é absolutamente imperdoável. Se esse filme representa uma prévia do que teremos no MCU após o Endgame, não tenho interesse em ver mais nada que esteja relacionado a esse universo.

Não estou em casa agora e explicar as coisas que você erroneamente tentou atribuir a uma "agenda" seria incômodo, mas fica aqui minha dica pra quem leu essa Review : não deixe ela te impedir de ver o filme, o user entendeu bastante coisa errada, vá ver o filme e tire suas próprias conclusões. O filme tem suas falhas sim, mas a Review não aborda elas e cria falhas onde não existem.
 

PVC

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Não estou em casa agora e explicar as coisas que você erroneamente tentou atribuir a uma "agenda" seria incômodo, mas fica aqui minha dica pra quem leu essa Review : não deixe ela te impedir de ver o filme, o user entendeu bastante coisa errada, vá ver o filme e tire suas próprias conclusões. O filme tem suas falhas sim, mas a Review não aborda elas e cria falhas onde não existem.
Bom, a não ser que alguem me passe uma mp com um release de qualidade aceitável, eu fico com essa análise mesmo, não to a fim de gastar dinheiro pra ver um filme nem que seja só metade do que ele falou.
 

Chris Redfield jr

Lenda da internet
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Caramba, em nenhum momento dos flashbacks os homens brancos dizem que ela não pode fazer qualquer coisa porque é mulher. Dizem que ela não consegue por que é fraca, que ela não é forte o suficiente, muito diferente de dizer que "Sai daew mulher, isso aqui é pra macho!" e realmente, pelo que se mostra, ela não era forte o bastante, até se superar.
Ela tá lá se pendurando nas cordas do treinamento, os caras dizem que ela é fraca, e ela cai lá de cima. Ela tá lá dirigindo o cart, soca o carrinho no canteiro, chega o pai desesperado e puto dizendo que ali não é lugar pra ela. Por ser mulher? Ou por ser ruim de roda e o pai já saber que ela não leva jeito para aquilo? De repente ele já levou uma vez, ela bateu, se machucou, e ficou com medo de levar de novo. Qual pai já não se viu em situação similar, seja com filho garoto ou garota?
Enfim, steve Rogers sofreu o pão que o diabo amassou antes de tomar o soro: apanhava, era descartado, todo mundo dizia que ele não podia, que ele não aguentava, que o lugar dele não era na guerra. Machismo? Ninguém acusa o filme disso.
No filme "até o limite da honra", a personagem de Demi Moore é constantemente desacreditada, desincentivada, humilhada e agredida durante o treinamento. Superando todos estes obstáculos, a tenente Jordan conquista o respeito dos seus colegas no final. Imagino se um filme destes fosse lançado hoje, como seria a recepção da galera.
 

lagom

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Desculpem não ter lido as 10 páginas desse tópico, mas nesse filme a Brie lacrou e lucrou, não?
 

Roveredo

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Onde está essa informação que o custo total foi de 750M?
Não to achando, deve ser pq estou com sono.

"Captain Marvel will pass break even in the theatrical window by the end of the week with $750M worldwide."

O termo "break even" significa o marco para que a produtora passe a ter algum lucro com o filme após contabilizadas todas as despesas com produção, marketing, impostos etc.

Exemplo: gastei R$ 100.000.000,00 na produção do filme e R$ 75.000.000,00 em marketing / outros custos. Minha bilheteria precisará ser de, no mínimo, R$ 175.000.000,00 para que eu não fique no prejuízo.
 

$delúbio$

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Por isso que eu ando passando longe tanto do filmes da Marvel, e me arrependendo profundamente de ter gasto o meu dinheiro com os episódios 7 e 8 de Star Wars (e o episódio 8, então... putz, mas o que foi AQUILO??!! "Ruim" ainda é um elogio muito bom para aquele filme) - do episódio 9, eu vou passar muito longe.

Parece que a Disney está querendo propositalmente acabar com essas duas franquias...
Quer transformá-las em propaganda feminóia
 

PVC

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não é todo mundo, a propria atriz falou que o filme era isso, só estamos partindo desse principio.
 

Protogen

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Vendo como eles chegaram nesse resultado...

Bom, se eles acham que esse investimento e método são sustentáveis financeiramente, que continuem fazendo mais Capetonas Marveis.


"Captain Marvel will pass break even in the theatrical window by the end of the week with $750M worldwide."

O termo "break even" significa o marco para que a produtora passe a ter algum lucro com o filme após contabilizadas todas as despesas com produção, marketing, impostos etc.

Exemplo: gastei R$ 100.000.000,00 na produção do filme e R$ 75.000.000,00 em marketing / outros custos. Minha bilheteria precisará ser de, no mínimo, R$ 175.000.000,00 para que eu não fique no prejuízo.

Tem que ver se esses R$ 175.000.000,00 são o "líquido", ou o valor que vai para o estúdio, ou o "bruto", em que o valor também consta a parte dos cinemas...
 
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