JFR City
Bam-bam-bam
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Eu quero avisar que a intenção não é desmotivar nem favorecer ninguém, estou tentando ser o mais neutro possível e ainda assim ser o mais claro e objetivo possível pra fazer todo mundo botar o pé no chão enquanto ainda dá tempo.
E sim, maioria das coisas aqui foram erros pessoais, mas varia de pessoa para pessoa e é pra servir de alerta para não dar com os burros na água, como foi meu caso!
Muitas pessoas, assim como eu, cresceram jogando vários jogos eletrônicos. Viram a evolução ao longo dos anos, novas tendências e principalmente remakes, remasters e jogos retrô. E sempre teve vontade de desenvolver jogos e talvez, assim como eu, viver disso. Tudo é lindo e maravilhoso, até o momento de terminar o curso, montar portfólio, e ir atrás de emprego até a hora de lembrar que, aqui é o Brasil.
De dois anos para cá, a mídia vem repetindo a história fajuta de que o desenvolvimento de jogos no Brasil está em alta. Estar, pode estar sim, mas mal e porcamente existe emprego. E isto pode fazer o pequeno sonho de se tornar desenvolvedor de jogos se tornar um grande pesadelo.
1- Inglês
É interessante notar que no Brasil, a grande parcela da população não sabe absolutamente nada de inglês, mesmo as escolas (públicas e privadas) ensinando o idioma mais usado no mundo, muita gente não consegue absorver quase nada da linga inglêsa e por isso, isto pode dificultar (as vezes dificultar muito) na hora de aprender a desenvolver jogos e, num caso mais complicado ainda, conseguir um emprego (Seja presencialmente ou remotamente) nos EUA, no Canadá ou na Austrália.
2- Emprego
Se você acha que vai terminar o curso/a faculdade e já conseguir um emprego/um estágio em até seis meses, procure outra coisa para estudar - o mercado de trabalho para desenvolvimento de jogos no Brasil ainda é nanico e ainda continuará nanico por pelo menos mais cinco anos. Além do mais é interessante notar que quase todas as vagas estão APENAS em São Paulo, Campinas, Belo Horizonte, Florianópolis e Brasilia.
E não, não pense que é simplesmente assim, vagas aparecem não menos que de 4 em 4 meses, e ainda terá que concorrer com pessoas do país inteiro que precisam de um salário razoavel, convenio médico e tudo mais para residir e trabalhar em uma destas cidades.
E se vocë não pode ou não quer se mudar para uma destas cidades, a coisa se complica mais ainda. Pois dependendo de todos os casos, não existe emprego na área e muita pouca gente está disposta a abrir um empreendimento na área fora de uma cidade onde se tenha uma estrutura dedicada a programação e cia...
Além do mais, para a pessoa viver mesmo de jogos, ela terá que se mudar para os EUA, Canadá, Japão, Coreia do Sul ou Austrália. E, obviamente, é preciso um senhor planejamento para se mudar de país. Não pense que você chegará lá em Nova York para desenvolver jogos e em um ano se estabilizar. Se mudar para uma casa nova, para um emprego novo, para uma escola nova é complicado, porque mudar de país NÃO SERIA? Primeiramente se você for para um país onde inglês não é o idioma principal, você precisará estudar o idioma do país, a cultura, o sistema trabalhista e tudo e muito mais. Lembre-se que no Japão e na Coreia do Sul as pessoas de lá não costumam "se misturar" com OCIDENTAIS e tem uma certa intolerância a imigrantes. (Porém nada brutalista comparado com países do oeste europeu)
3- Freelance e Home Office
A questão de freelancear e fazer home office é demasiadamente complicada e complexa.
A ideia de trabalhar em casa não é nada bonita quando vocë começa (Até porque se vocë acha que vai terminar o curso e seu primeiro projeto é desenvolver um mapa para a CAPCOM, vocë irá morrer na ilusão!), claro que é maravilhoso você não ter que acordar três da manhã para pegar o ônibus e chegar as seis da manhã numa empresa para trabalhar e só voltar no fim da noite. Claro que é genial você não ter que viver de junk food pois trabalha o dia inteiro e trabalha muito longe de casa. Mas ao mesmo tempo isso permite que a empresa te pague menos do que pagaria num presencial. Por isso, se pensou que irá ganhar mais de 900 a 2000 reais, pensou errado!
Freelance e Home Office no Brasil ganha mal. E não, não falo pela questão de ser brasileiro. Falo pelo fato de que (possivelmente, no inicio) você terá que fazer isso para as empresas brasileiras, e por isso, por mais que você faça um lindo trabalho, eles irão tentar te pagar com a menor quantia possível.
Por isso, se você realmente quer realmente trabalhar remotamente, terá que se contentar com pouco mesmo no começo até poder trabalhar remotamente para outros países.
4- Problemas Sociais e Políticos.
O mercado de jogos no Brasil, assim como na Europa, vive em um estado de perigo constante e apesar das evoluções no mercado, como a participação da Steam no Brasil e outros mais, ainda é um tabu que está muito, mas muito longe de ser quebrado. Claro que duas decadas atrás era bem mais complicado, pois por causa de um incidente num cinema, Duke Nukem 3D foi usado como modelo de mau exemplo aos jovens. Na década passada Bully foi banido por causa de sua temática. O MDB e outros partidos várias vezes tentaram criminalizar o mercado de jogos no Brasil (O Risco não só ainda existe como também foi cogitado em programas de TV anos atrás, nesta mesma década). As igrejas anglo-protestantes que veem o mercado de jogos como produtos do diabo...
Claro que o problema não está somente na política e na religião. Mas também está no Profissional/Empresarial.
Dependendo do setor que a pessoa trabalha (Como, por exemplo, metalurgica, administrativa, etc...) ela tem que, constantemente, se especializar dentro das áreas que a empresa trabalha.
O meu caso foi parecido, trabalhei 4,5 anos em uma rede de drogarias (No começo, trabalhava na manutenção, depois fui para a faxina, e em seguida virei vigilante) e fui demitido por DOIS motivos:
1. Por ter sido diagnosticado com Depressão (O Diagnóstico, foi em agosto de 2016, e fui demitido em junho de 2018) e a empresa aderiu a uma política de tolerância zero a doenças mentais.
2. Porque decidi estudar desenvolvimento de jogos e levei inumeros puxões de orelha do supervisor e do diretor para me especializar em farmácia (Ou como Balconista ou como Farmaceutico), constantemente eu era chamado de vagabundo na empresa.
3.A empresa está falindo em SP e RJ...
E não acaba por aí, as vezes sua família também fica louca com sua atitude de desenvolver jogos. Meus tios e minha prima mesmo falaram que eu deveria desistir pois eu teria que me mudar para poder garantir um salário e eu deveria ir para Biologia, Medicina, Odontologia, etc... Até cheguei a comprar briga com minha família por conta do estudo, pois meus pais concordavam e discordavam ao mesmo tempo. Achavam que era uma área ótima para trabalhar mas eram contra eu ir atrás de emprego pois era só em outra cidade que eu conseguiria - NÃO FAZ SENTIDO ISSO... NÃO FAZ SENTIDO NENHUM...
5. A Mídia
Toda vez que ouço/vejo a Globo falar de Jogos no Brasil quero puxar meus cabelos e quebrar a televisão. Como se já não bastasse a RecordTV enchendo o saco por conta do GTA e por conta daquele bendito caso de assassinato, a Globo parece que se aproveitou para distorcer mais ainda a coisa. "Brincadeira de Criança" e todo um linguajar infanto-juvenil é usado em materias do canal do Sr. Roberto Marinho, isto me dá a impressão de que é para dificultar mais ainda o mercado de trabalho para quem gosta de jogos. Além das inumeras pesquisas fajutas feitas em TV em relação ao desenvolvimento e comercio de jogos.
6. Expectativas muito altas e ideações utópicas.
Há pessoas que, assim como eu, já esperavam em menos de um ano após concluir o curso estarem contratadas em alguma empresa de jogos. Mas na pratica, a coisa é bem mais complicada do que se imagina.
Muita gente acha que após 8 cursos de Unreal Engine 4 pode criar um AAA de um ano para o outro, recrutar uma equipe e ainda assim não precisar fazer nada em troca.
Toda vez que vejo um post dizendo: "Iremos criar o GTA Brasileiro", me faz pensar que isso é uma piada roubada da South America Memes.
E sim, sei que existe o 171 em desenvolvimento, mas tenho meus motivos para achar que ele não tem o objetivo de ser o GTA Brasileiro...
Claro, tem gente que acha que todo mundo que monta um projeto, até mesmo o projeto mais simples do mundo, pode remunerar a pessoa.
Além do mais, tem outro problema/detalhe: Tem gente que acha que pode criar um Clone do My Summer Car ou do Need for Speed: High Stakes para celular e achar que no ano que vem vai ganhar R$10.000.
Sem falar na loucura de alguns instrutores, de falar que após o curso, a pessoa vai estar apta para trabalhar no mercado de jogos, sem ao menos dar instruções de como entrar.
Isto faz o desenvolvimento de jogos no Brasil soar e ser utópico demais.
Este tipo de ideação pode fazer você jogar seu tempo, seu dinheiro e, principalmente, sua saúde no lixo.
7. Falta de apoio e falta de colaboração.
Esta parte varia de pessoa para pessoa, mas no meu caso (e possivelmente de alguns) é o assunto mais importante deste texto: Você (possivelmente) não vai ter apoio (Em grande parte ou, no meu caso, totalmente). Eu perdi a conta de quantas vezes chamei amigos, colegas de trabalho e parentes para fazer um curso de desenvolvimento de jogos em 2015 na escola do meu bairro, não só porque seria uma experiência e tanto, mas eu ia ganhar um senhor desconto fazendo isso, e como eu pagava para trabalhar, eu precisava muito do desconto. Tive que fazer o curso a noite com mais duas pessoas e infelizmente dependia de ajuda de uma delas, pois eu estava COMEÇANDO a ficar desmotivado (Mais por razões pessoais do que por causa dos estudos).
Em 2016 foi a vez de eu fazer um EAD na Udemy em Unity 5. Mas a coisa foi muito mais complicada do que no presencial, além do mais, foi aí que a compra de brigas com a família e com a empresa começou: Fui desencorajado pela empresa pelos motivos que citei acima, desentendiemntos familiares todo fim de semana, minha avó (Que tem alzheimer) me atrapalhava e eu tinha que falar pra ela que eu estava estudando, colava um aviso na porta do quarto. Nada funcionou. Fiz o curso "na coxa" por falta de colaboração e só terminei em setembro do ano passado pois eu tinha sempre que voltar no inicio pois sempre acontecia algo e as vezes tinha acessos de raiva.
Por conta disso tudo e dos desentendimentos, perdi meu emprego na Drogaria e estou pagando aluguel para minha própria família. E só estou pagando porque se não vou para a rua.
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Com isso, é fácil concluir que desenvolver jogos no Brasil é um trabalho de parto e tem mais obstaculos que o esperado.
Neste caso, sobram APENAS SETE opções:
1. Desistir de desenvolver jogos e trabalhar em setores administrativos, setores da saúde ou outros.
2. Montar um pé de meia para mudar de país.
3. Montar um pé de meia para se mudar para SP, Campinas, BH, Brasilia e Florianópolis.
4. Encher um cofre de metal com senha para empreender na área.
5. Estudar apenas como se fosse um curso exclusivamente para fins pessoais, como se fosse um cursinho para fazer pão de batata ou um curso artesanal (A mais saúdavel das opções).
6. Estudar áreas como Marketing, Arte, etc... e tentar se integrar a desenvolvimento mais tarde.
7. Apostar todas as suas fichas para no futuro trabalhar remotamente para empresas estrangeiras.
E sim, maioria das coisas aqui foram erros pessoais, mas varia de pessoa para pessoa e é pra servir de alerta para não dar com os burros na água, como foi meu caso!
Muitas pessoas, assim como eu, cresceram jogando vários jogos eletrônicos. Viram a evolução ao longo dos anos, novas tendências e principalmente remakes, remasters e jogos retrô. E sempre teve vontade de desenvolver jogos e talvez, assim como eu, viver disso. Tudo é lindo e maravilhoso, até o momento de terminar o curso, montar portfólio, e ir atrás de emprego até a hora de lembrar que, aqui é o Brasil.
De dois anos para cá, a mídia vem repetindo a história fajuta de que o desenvolvimento de jogos no Brasil está em alta. Estar, pode estar sim, mas mal e porcamente existe emprego. E isto pode fazer o pequeno sonho de se tornar desenvolvedor de jogos se tornar um grande pesadelo.
1- Inglês
É interessante notar que no Brasil, a grande parcela da população não sabe absolutamente nada de inglês, mesmo as escolas (públicas e privadas) ensinando o idioma mais usado no mundo, muita gente não consegue absorver quase nada da linga inglêsa e por isso, isto pode dificultar (as vezes dificultar muito) na hora de aprender a desenvolver jogos e, num caso mais complicado ainda, conseguir um emprego (Seja presencialmente ou remotamente) nos EUA, no Canadá ou na Austrália.
2- Emprego
Se você acha que vai terminar o curso/a faculdade e já conseguir um emprego/um estágio em até seis meses, procure outra coisa para estudar - o mercado de trabalho para desenvolvimento de jogos no Brasil ainda é nanico e ainda continuará nanico por pelo menos mais cinco anos. Além do mais é interessante notar que quase todas as vagas estão APENAS em São Paulo, Campinas, Belo Horizonte, Florianópolis e Brasilia.
E não, não pense que é simplesmente assim, vagas aparecem não menos que de 4 em 4 meses, e ainda terá que concorrer com pessoas do país inteiro que precisam de um salário razoavel, convenio médico e tudo mais para residir e trabalhar em uma destas cidades.
E se vocë não pode ou não quer se mudar para uma destas cidades, a coisa se complica mais ainda. Pois dependendo de todos os casos, não existe emprego na área e muita pouca gente está disposta a abrir um empreendimento na área fora de uma cidade onde se tenha uma estrutura dedicada a programação e cia...
Além do mais, para a pessoa viver mesmo de jogos, ela terá que se mudar para os EUA, Canadá, Japão, Coreia do Sul ou Austrália. E, obviamente, é preciso um senhor planejamento para se mudar de país. Não pense que você chegará lá em Nova York para desenvolver jogos e em um ano se estabilizar. Se mudar para uma casa nova, para um emprego novo, para uma escola nova é complicado, porque mudar de país NÃO SERIA? Primeiramente se você for para um país onde inglês não é o idioma principal, você precisará estudar o idioma do país, a cultura, o sistema trabalhista e tudo e muito mais. Lembre-se que no Japão e na Coreia do Sul as pessoas de lá não costumam "se misturar" com OCIDENTAIS e tem uma certa intolerância a imigrantes. (Porém nada brutalista comparado com países do oeste europeu)
3- Freelance e Home Office
A questão de freelancear e fazer home office é demasiadamente complicada e complexa.
A ideia de trabalhar em casa não é nada bonita quando vocë começa (Até porque se vocë acha que vai terminar o curso e seu primeiro projeto é desenvolver um mapa para a CAPCOM, vocë irá morrer na ilusão!), claro que é maravilhoso você não ter que acordar três da manhã para pegar o ônibus e chegar as seis da manhã numa empresa para trabalhar e só voltar no fim da noite. Claro que é genial você não ter que viver de junk food pois trabalha o dia inteiro e trabalha muito longe de casa. Mas ao mesmo tempo isso permite que a empresa te pague menos do que pagaria num presencial. Por isso, se pensou que irá ganhar mais de 900 a 2000 reais, pensou errado!
Freelance e Home Office no Brasil ganha mal. E não, não falo pela questão de ser brasileiro. Falo pelo fato de que (possivelmente, no inicio) você terá que fazer isso para as empresas brasileiras, e por isso, por mais que você faça um lindo trabalho, eles irão tentar te pagar com a menor quantia possível.
Por isso, se você realmente quer realmente trabalhar remotamente, terá que se contentar com pouco mesmo no começo até poder trabalhar remotamente para outros países.
4- Problemas Sociais e Políticos.
O mercado de jogos no Brasil, assim como na Europa, vive em um estado de perigo constante e apesar das evoluções no mercado, como a participação da Steam no Brasil e outros mais, ainda é um tabu que está muito, mas muito longe de ser quebrado. Claro que duas decadas atrás era bem mais complicado, pois por causa de um incidente num cinema, Duke Nukem 3D foi usado como modelo de mau exemplo aos jovens. Na década passada Bully foi banido por causa de sua temática. O MDB e outros partidos várias vezes tentaram criminalizar o mercado de jogos no Brasil (O Risco não só ainda existe como também foi cogitado em programas de TV anos atrás, nesta mesma década). As igrejas anglo-protestantes que veem o mercado de jogos como produtos do diabo...
Claro que o problema não está somente na política e na religião. Mas também está no Profissional/Empresarial.
Dependendo do setor que a pessoa trabalha (Como, por exemplo, metalurgica, administrativa, etc...) ela tem que, constantemente, se especializar dentro das áreas que a empresa trabalha.
O meu caso foi parecido, trabalhei 4,5 anos em uma rede de drogarias (No começo, trabalhava na manutenção, depois fui para a faxina, e em seguida virei vigilante) e fui demitido por DOIS motivos:
1. Por ter sido diagnosticado com Depressão (O Diagnóstico, foi em agosto de 2016, e fui demitido em junho de 2018) e a empresa aderiu a uma política de tolerância zero a doenças mentais.
2. Porque decidi estudar desenvolvimento de jogos e levei inumeros puxões de orelha do supervisor e do diretor para me especializar em farmácia (Ou como Balconista ou como Farmaceutico), constantemente eu era chamado de vagabundo na empresa.
3.A empresa está falindo em SP e RJ...
E não acaba por aí, as vezes sua família também fica louca com sua atitude de desenvolver jogos. Meus tios e minha prima mesmo falaram que eu deveria desistir pois eu teria que me mudar para poder garantir um salário e eu deveria ir para Biologia, Medicina, Odontologia, etc... Até cheguei a comprar briga com minha família por conta do estudo, pois meus pais concordavam e discordavam ao mesmo tempo. Achavam que era uma área ótima para trabalhar mas eram contra eu ir atrás de emprego pois era só em outra cidade que eu conseguiria - NÃO FAZ SENTIDO ISSO... NÃO FAZ SENTIDO NENHUM...
5. A Mídia
Toda vez que ouço/vejo a Globo falar de Jogos no Brasil quero puxar meus cabelos e quebrar a televisão. Como se já não bastasse a RecordTV enchendo o saco por conta do GTA e por conta daquele bendito caso de assassinato, a Globo parece que se aproveitou para distorcer mais ainda a coisa. "Brincadeira de Criança" e todo um linguajar infanto-juvenil é usado em materias do canal do Sr. Roberto Marinho, isto me dá a impressão de que é para dificultar mais ainda o mercado de trabalho para quem gosta de jogos. Além das inumeras pesquisas fajutas feitas em TV em relação ao desenvolvimento e comercio de jogos.
6. Expectativas muito altas e ideações utópicas.
Há pessoas que, assim como eu, já esperavam em menos de um ano após concluir o curso estarem contratadas em alguma empresa de jogos. Mas na pratica, a coisa é bem mais complicada do que se imagina.
Muita gente acha que após 8 cursos de Unreal Engine 4 pode criar um AAA de um ano para o outro, recrutar uma equipe e ainda assim não precisar fazer nada em troca.
Toda vez que vejo um post dizendo: "Iremos criar o GTA Brasileiro", me faz pensar que isso é uma piada roubada da South America Memes.
E sim, sei que existe o 171 em desenvolvimento, mas tenho meus motivos para achar que ele não tem o objetivo de ser o GTA Brasileiro...
Claro, tem gente que acha que todo mundo que monta um projeto, até mesmo o projeto mais simples do mundo, pode remunerar a pessoa.
Além do mais, tem outro problema/detalhe: Tem gente que acha que pode criar um Clone do My Summer Car ou do Need for Speed: High Stakes para celular e achar que no ano que vem vai ganhar R$10.000.
Sem falar na loucura de alguns instrutores, de falar que após o curso, a pessoa vai estar apta para trabalhar no mercado de jogos, sem ao menos dar instruções de como entrar.
Isto faz o desenvolvimento de jogos no Brasil soar e ser utópico demais.
Este tipo de ideação pode fazer você jogar seu tempo, seu dinheiro e, principalmente, sua saúde no lixo.
7. Falta de apoio e falta de colaboração.
Esta parte varia de pessoa para pessoa, mas no meu caso (e possivelmente de alguns) é o assunto mais importante deste texto: Você (possivelmente) não vai ter apoio (Em grande parte ou, no meu caso, totalmente). Eu perdi a conta de quantas vezes chamei amigos, colegas de trabalho e parentes para fazer um curso de desenvolvimento de jogos em 2015 na escola do meu bairro, não só porque seria uma experiência e tanto, mas eu ia ganhar um senhor desconto fazendo isso, e como eu pagava para trabalhar, eu precisava muito do desconto. Tive que fazer o curso a noite com mais duas pessoas e infelizmente dependia de ajuda de uma delas, pois eu estava COMEÇANDO a ficar desmotivado (Mais por razões pessoais do que por causa dos estudos).
Em 2016 foi a vez de eu fazer um EAD na Udemy em Unity 5. Mas a coisa foi muito mais complicada do que no presencial, além do mais, foi aí que a compra de brigas com a família e com a empresa começou: Fui desencorajado pela empresa pelos motivos que citei acima, desentendiemntos familiares todo fim de semana, minha avó (Que tem alzheimer) me atrapalhava e eu tinha que falar pra ela que eu estava estudando, colava um aviso na porta do quarto. Nada funcionou. Fiz o curso "na coxa" por falta de colaboração e só terminei em setembro do ano passado pois eu tinha sempre que voltar no inicio pois sempre acontecia algo e as vezes tinha acessos de raiva.
Por conta disso tudo e dos desentendimentos, perdi meu emprego na Drogaria e estou pagando aluguel para minha própria família. E só estou pagando porque se não vou para a rua.
-
Com isso, é fácil concluir que desenvolver jogos no Brasil é um trabalho de parto e tem mais obstaculos que o esperado.
Neste caso, sobram APENAS SETE opções:
1. Desistir de desenvolver jogos e trabalhar em setores administrativos, setores da saúde ou outros.
2. Montar um pé de meia para mudar de país.
3. Montar um pé de meia para se mudar para SP, Campinas, BH, Brasilia e Florianópolis.
4. Encher um cofre de metal com senha para empreender na área.
5. Estudar apenas como se fosse um curso exclusivamente para fins pessoais, como se fosse um cursinho para fazer pão de batata ou um curso artesanal (A mais saúdavel das opções).
6. Estudar áreas como Marketing, Arte, etc... e tentar se integrar a desenvolvimento mais tarde.
7. Apostar todas as suas fichas para no futuro trabalhar remotamente para empresas estrangeiras.
