Eu entendo o seu argumento, mas eu fico me perguntando até que ponto as próprias falhas de um jogo também não devem ser positivamente contabilizadas na sua identidade. Parece uma tese maluca de se defender, mas algo assim certamente acontece nos jogos da Bethesda, que são quebrados e defeituosos, mas de uma maneira bastante especial (que, diria eu, eles não consertam não apenas por preguiça, incompetência e/ou mercenarismo, mas de modo conceitualmente deliberado).
Estes defeituosos jogos, onde a soma das suas partes estranhamente parece extrapolar estas mesmas partes, costumam perdurar na memória coletiva dos videogames. Eles criam um espectro do que o jogo poderia (e deveria) ter sido (mas não é), e este mesmo espectro meio que nos "enfeitiça", "colore" todos os componentes do jogo, agora sob a estranha influência mágico-dominante de seu signo.
Mas esta é apenas uma desconfiança louca da minha parte, uma "teoria da conspiração", pois, como eu já falei, me estranha muito que uma produtora que fez alguns dos melhores jogos de todos os tempos, que teve um orçamento e tempo bastante generosos para a sua confecção (neste caso, de RDR 2) possa errar assim em coisas tão banais e auto-evidentes.
Eu acho que, estranhamente falando, estas falhas só farão adicionar ainda mais apelo de médio-longo prazo ao jogo, ajudando o game a ganhar fôlego e pernas para o seu modo online, à semelhança de GTA V. Mas isto é apenas pura especulação. Ainda prefiro esperar.