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Retrato da criminalidade

Metal God

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Texto longo, mas muito interessante sobre a criminalidade.

O texto é um pouco longo, mas garanto que vale a pena ser lido. Não trata de futebol, mas de um tema que preocupa, como nenhum outro, a sociedade brasileira: a crescente criminalidade. Foi enviado por um leitor que tem experiência no ramo e, pela relevância das suas posições, este blog reproduz a sua correspondência integralmente. Aproveite para ler e refletir, com tempo, durante o fim de semana:

"Prezado Jornalista Wianey Carlet:
Tenho observado, ultimamente, que você vem demonstrando muito interesse em discutir questões relativas ao combate à criminalidade, assim, gostaria de fazer algumas considerações acerca deste tema, a partir da minha experiência profissional como Servidor de Ministério Público, bem como de minha formação profissional como Bacharel em Direito.

É um equívoco muito grande achar que a solução para redução da criminalidade está na atuação exclusiva das polícias. Ou seja, é uma ilusão e uma enganação do povo achar que apenas colocando mais policiais nas ruas haverá redução da criminalidade, pois, na verdade, isso só fará com que os delinqüentes se desloquem para outra região menos policiada.
A verdadeira solução para reduzir a criminalidade está na eficácia do sistema penal.

Algumas reflexões devem ser feitas a esse respeito. Observe que 90% dos crimes são praticados por foragidos do sistema penitenciário. Isso nos leva a concluir, sem medo de errar, que a solução para reduzir a criminalidade não está em colocar mais policiais nas ruas, mas sim em retirar das ruas os delinqüentes já condenados pelo Poder Judiciário e que continuam convivendo livremente entre os cidadãos honestos.

A população e a imprensa (em especial) têm que entender que os administradores do Estado (Latu sensu) não têm interesse em manter ninguém preso, pois isto representa enorme aumentos das despesas com o sistema prisional, uma vez que aumentando o contingente carcerário será necessário construir mais presídios, contratar mais agentes penitenciários, adquirir mais alimentos e toda a infra-estrutura para a manutenção dos estabelecimentos prisionais.

Assim, para reduzir a população carcerária e, conseqüentemente, diminuir suas despesa, o Estado procura difundir, por meio de "profissionais", ou "especialistas", como: psicólogos, sociólogos, pedagogos, cientistas políticos, etc. (gente que nunca entrou numa favela, que não sabe, por exemplo, que a maior parte das casas da periferia não possuem água nem energia elétrica), através de espaços obtidos "generosamente" na imprensa, a idéia de que as "penas privativas de liberdade são ineficazes, porque não recuperam os criminosos".
Sempre que este assunto vem à baila, os administradores do Estado se aproveitam do desconhecimento dos jornalistas (neste assunto) para propagarem a idéia de que as penas de prisão não trazem qualquer benefício para a sociedade, uma vez que, além de não recuperarem os criminosos, os submetem a tratamento desumano e degradante, em face das péssimas condições e da superlotação dos estabelecimentos prisionais.

Porém, a verdade é que as penas privativas da liberdade (prisões) desempenham um importante papel, qual seja, o de impedir que delinqüentes perigosos continuem pelas ruas praticando novos delitos, pois enquanto confinados nas cadeias estarão fisicamente impossibilitados de cometerem outros crimes.

Neste particular, cabe ressaltar que se constitui numa verdadeira imoralidade o estado se utilizar da sua própria incompetência para tentar se eximir do cumprimento de suas responsabilidades. A maior prova de que o Estado não quer aumentar a população carcerária, se verifica no grande número leis editadas nos últimos anos com o objetivo de "facilitar" a saída dos presos das penitenciárias, ou de dificultar o recolhimento dos delinqüentes às prisões. Estas leis permitem as saídas temporárias dos apenados das casas de detenções para visitarem suas famílias, ou para trabalharem externamente (sem qualquer fiscalização), oportunizando, com isto, que eles se evadam dos presídios e não mais retornem, permanecendo foragidos, quando, evidentemente, voltam a delinqüir.

Um exemplo disso é a Lei nº 9.714, de 25 de novembro de 1998, que alterou o art. 44 do Código Penal Brasileiro, que foi editada, exclusivamente, para "esvaziar" os presídios (o que é desconhecido pela imprensa e, por conseqüência, pela própria sociedade), pois veio permitir que condenados a penas de reclusão de até quatro anos, por crimes que tenham sido praticados sem violência, (exemplo: ameaça, vias de fato, furto, estelionato, receptação, etc.) possam substituir a pena de prisão por penas restritivas de direitos, que geralmente são: não se afastar da Comarca sem autorização Judicial (o que não tem como ser fiscalizado), comparecer mensalmente em Juízo e não freqüentar bares ou estabelecimentos de diversão noturna (o que também não é fiscalizado).

Atribuir à polícia a responsabilidade pela redução da delinqüência é um atestado de desconhecimento do sistema de repressão à criminalidade.
Em nosso País o crime é combatido por meio de um sistema jurídico complexo, do qual a polícia é apenas uma parte. Este processo repressivo envolve várias etapas e diferentes instituições, sendo todas importantes para que seja alcançado o objetivo final, qual seja a redução da criminalidade.

Assim, a repressão criminal inicia-se pelo policiamento preventivo (Polícia Militar), passa pela polícia judiciária (Polícia Civil - que tem a atribuição de proceder às investigações criminais e instruir os inquéritos policiais), ao depois, pelo Instituto de Criminalística (que faz as perícias), pelo Ministério Público (que atua por meio dos Promotores de Justiça e demais Servidores), pelo Poder Judiciário, (representado pelos Juizes de Direito e demais Servidores), e termina no


Sistema Penitenciário, que tem a responsabilidade de manter o delinqüente segregado da sociedade.
Portanto, de nada adiante a Polícia deter o criminoso, leva-lo até uma Delegacia de Polícia e, logo em seguida, em razão do sistema vigente, solta-lo, o que significa dizer que "não dá nada", aliás, como dizem os próprios delinqüentes.

Da mesma forma, não adianta colocar policiamento nas ruas, pois a atuação dos criminosos transfere-se para outro local em que não haja um policiamento tão atuante.

Cabe destacar que hoje os delinqüentes estão tão ousados e certos da impunidade que chegam, até mesmo, a assaltar as próprias Delegacias de Policia e Quartéis da Polícia Militar e do próprio Exército Nacional.

Por isto, insisto em ressaltar que quem vem assaltando e praticando crimes violentos são justamente os criminosos que já estão condenados pela Justiça e que, portanto, não poderiam estar livremente andando pelas ruas, mas, ao contrário, estão livres e soltos, não pelos "Direitos Humanos", como a população e a imprensa costumam dizer, mas sim favorecidos por uma legislação penal que lhes concedem inúmeros benefícios, facilitando as suas saídas dos presídios, até que, por acaso, sejam recapturados ao praticarem novos delitos. Cabe salientar, ainda, que são justamente estes benefícios que possibilitam a fuga dos prisioneiros.

Por outro lado, a população desconhece que os menores infratores só são efetivamente recolhidos para internação quando cometem algum ato infracional grave, como homicídios, tentados ou consumados, assaltos à mão armada, estupros ou atentados violentos ao pudor, pois nos demais casos lhes são aplicadas somente medidas sócio-educativas, que são "penas" de prestação de serviço à comunidade (que, na maioria das vezes, não chegam a serem cumpridas, pois o estado não possui os meios necessários para a sua fiscalização). Acrescente-se, ainda, que nos casos em que menores cometem homicídios, ou outro ato infracional grave, eles só podem ficar internados até aos 21 anos de idade, independentemente da quantidade ou gravidade dos atos infracionais praticados. Ao serem liberados aos 21 anos tem a sua vida pregressa "zerada", ou seja, a sua história é "apagada" (o ECA proíbe que sejam informados aos atos infracionais praticados pelos menores, mesmo após atingirem a maioridade), começando, a partir daí, uma vida nova, sem qualquer referências aos atos infracionais outrora praticados. Isto se constitui num verdadeiro absurdo da nossa legislação e uma vergonha nacional, pois na verdade o menor pode praticar, com 17anos e 11 meses, um, dois, três, dez, vinte ou cinqüenta ou mais homicídios e só ficará internado até completar os 21 anos de idade e depois começa uma vida nova, límpida e pura.

Certamente que a população (ingênua) não sabe disto, pois se soubesse não aceitaria este falso sistema repressivo (um sistema de faz-de-conta que pune). Este desconhecimento da população decorre justamente porque não há divulgação da verdade.

Por isto, tenho procurado esclarecer os Jornalistas que dispõem de espaços na imprensa da importância de cobrarem dos nossos Governantes a responsabilidades de manter os criminosos presos, pois só assim haverá uma verdadeira redução dos índices de criminalidade.

Sugiro, ainda, que sempre que a imprensa tenha conhecimento de que um foragido cometeu um novo crime, que investigue as circunstâncias que possibilitou a sua saída da prisão, pois tenho certeza de que irão se surpreender, pois, na verdade, na maioria dos casos, se constatará que o criminoso saiu do presídio por meio de medidas legais, que lhe possibilitaram a liberdade.
Ficam aqui as minhas modestas considerações com o único objetivo de colaborar com novos argumentos para discussão deste tão importante tema.
Saudações,

Porto Alegre, 8 de fevereiro de 2008.

José Augusto Bifano,

Bel. em Direito,

Funcionário Público Estadual."

Fonte
 

Sururu

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super-vergonha

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Mas o que a Biblia tem a ver com isso ???

offtopic: de que jogo é esse avatar do Kowalski ????
 

Sgt. Kowalski

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super-vergonha;2743827 disse:
Mas o que a Biblia tem a ver com isso ???

offtopic: de que jogo é esse avatar do Kowalski ????

Biblia = gíria pra texto um pouco mais longo que o usual.

O meu avatar vem do jogo pra PC Warhammer 40k: Winter Assault.

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DarkLotus

Bam-bam-bam
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Moro em Jundiaí. Hoje vi no noticiário local que a "Fundação Casa" (a nova febem) teve o que pareceu ser uma tentativa de rebelião, inclusive com várias viaturas, e com muito medo por parte dos vizinhos. A tal fundação casa fica localizada num bairro residencial. E claro, ai de você criticar o fato, pois sempre vem gente com aquela conversa mole de "tadinhos, são seres humanos", "eles estão sendo preparados para voltar à sociedade" e etc. Pois essa conversa pra boi dormir não me convence. A Fundação Casa deveria estar localizada em uma área remota da cidade, sem vizinhança e sem facilidade de fuga, isso porque eles não são cidadãos inocentes.

Passei 4 anos da minha vida no colegial, e posso dizer que um adolescente sabe perfeitamente o que está fazendo, ele é perfeitamente capaz de responder por seus atos e pode ser tão frio, egoísta e maldoso quanto qualquer adulto. Pra mim tinha que ir pra cadeia comum. Direitos humanos é para humanos direitos.

Pior ainda, por incrível que pareça, é quando defendem adultos com a mesma ladainha. Pois eu não acredito que marginal tenha vontade de voltar à sociedade e ser um cidadão honesto. Sou muito mais a favor de penas rígidas, e também que não me venham com essa história de que ele foi vítima das circunstâncias sociais, todo mundo tem liberdade para escolher como levar a vida, tem muito pobre que é honesto e se recusa a cometer crimes. Recuperação eu até acho possível para delitos pequenos (o que não quer dizer deixar o sujeito andar livre pelas ruas), mas para crimes hediondos devia ser bala na testa mesmo.
 

Mafya

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Criminosos deveriam receber pena de morte. "Deveriam", pois a justiça é tão falha, que prendem até inocentes. Testemunha viva disso.
Sinceridade, grande parte da criminalidade se deve por uma "cultura" na periferia de que crime é legal, pra que trabalhar?
Moro na periferia a 20 anos, pergunta pra mim qual se tem algum amigo meu que nao usa droga? Algum que tem vontade de fazer faculdade?
A maioria da graças a Deus de ter terminado o ensino médio, isso quando terminam.
Se voce parar aqui e perguntar pra um moleque de 15 anos, o que ele quer pro futuro, ele fala "uma moto de leilão pra entregar pizza".
É foda.
 

Colt Malone

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As nossas leis contra a criminalidade são muito molengas.

Some a isso um sistema penitenciário não-sustentável. (porra, põe os presos vagabundos pra trabalhar e pagar a sua comida e roupas).
 

Armitage

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Do jeito que está o trânsito hoje, eu colocaria os presos a cavar tuneis.
Fazer algum ou outra rua embaixo da terra onde há encruzilhadas, colocar calçadas para pessoas andarem também, para diminuir o número de sinaleiras ou até mesmo acidentes envolvendo pedestres.
Fora que mais uma linha de metrô em Porto Alegre cairia bem hoje, no futuro é indispensável. Esses porras escavam galerias com quilometros e mais quilometros de extensão usando uma colher. Imagina com uma pá.
Com o tempo, seria modelo em todo mundo.
 

caradumei0

Ser evoluído
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É foda um menor bandido, que não presta, ficar limpo depois dos 21 como um cara honesto ,que nunca fez nada de errado.
Concordo com o texto, muito bom por sinal.
Espero poder ver mais destes por aqui :D
 

DKingdom

Ser evoluído
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DarkLotus;2743908 disse:
Moro em Jundiaí. Hoje vi no noticiário local que a "Fundação Casa" (a nova febem) teve o que pareceu ser uma tentativa de rebelião, inclusive com várias viaturas, e com muito medo por parte dos vizinhos. A tal fundação casa fica localizada num bairro residencial. E claro, ai de você criticar o fato, pois sempre vem gente com aquela conversa mole de "tadinhos, são seres humanos", "eles estão sendo preparados para voltar à sociedade" e etc. Pois essa conversa pra boi dormir não me convence. A Fundação Casa deveria estar localizada em uma área remota da cidade, sem vizinhança e sem facilidade de fuga, isso porque eles não são cidadãos inocentes.

Passei 4 anos da minha vida no colegial, e posso dizer que um adolescente sabe perfeitamente o que está fazendo, ele é perfeitamente capaz de responder por seus atos e pode ser tão frio, egoísta e maldoso quanto qualquer adulto. Pra mim tinha que ir pra cadeia comum. Direitos humanos é para humanos direitos.

Pior ainda, por incrível que pareça, é quando defendem adultos com a mesma ladainha. Pois eu não acredito que marginal tenha vontade de voltar à sociedade e ser um cidadão honesto. Sou muito mais a favor de penas rígidas, e também que não me venham com essa história de que ele foi vítima das circunstâncias sociais, todo mundo tem liberdade para escolher como levar a vida, tem muito pobre que é honesto e se recusa a cometer crimes. Recuperação eu até acho possível para delitos pequenos (o que não quer dizer deixar o sujeito andar livre pelas ruas), mas para crimes hediondos devia ser bala na testa mesmo.


Vc é de Jundiaí???? Olá conterrâneo!

Eu concordo com você no tocante de que os adolescentes sabem o que fazem. Eu como professor vejo bem esse retrato da criminalidade infantil, eles são bastante espertos quando fere os direitos deles. Não é incomum um jovem, até mesmo os garotinhos de 11 ou 12 anos, quando acuados dizerem "Eu vou falar pra meu pai te processar". Vai dizer que ele não sabe das coisas? sabe sim, apenas usa o que convém a si próprio.
Com relação ao sistema carcerário eu sempre achei bastante falho, creio que deveria existir colonia penal aonde os detentos poderiam estudar e trabalhar para garantir o seu próprio sustento e prover ao estado um dinheiro que pudesse ser usado em melhorias de convívio celial.
Seria muito mais eficas do que deixá - los amontoados em celas tramando contra a sociedade e os soltando nos famosos "indultos". Sem contar que nossos impostos pagam tanto a alimentação deles quanto os servidores que atuam no sistema carcerário e também todos os colchões que eles queimam durante as rebeliões.

Se tivessem que trabalhar para comer duvido que pensariam duas vezes antes de voltar para a cadeia, seria bem diferente das "ferias" que tiram hj!
 

Diadema

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Nossa, muito bom o texto, muito bom mesmo.

Nem tenho muito a acrescentar. Só acho que não adianta condenar o indivíduo a pena de morte.

O preso tem que ser útil pra alguma coisa, de serviços comunitários à cobaias de experiências (Aliás, acredito que esse último item colocaria bem mais medo neles do que a própria morte).
 
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