Presidente culpa Leão por planejamento, diz que "pretende não ser candidato", que não prometeu "cereja no bolo" e que folha salarial beira R$ 2,5 milhões
O presidente Marcelo Teixeira participou do programa Globo Esportivo, na Rádio Globo de São Paulo. O dirigente ficou uma hora respondendo perguntas dos jornalistas e dos internautas. Ele revelou que tentou repatriar Elano, que nunca prometeu a "cereja do bolo" e afirmou que "não pretende" disputar mais uma eleição do Clube. Disse também que a folha salarial do Peixe está beirando os R$ 2,5 milhões mensais.
Confira as principais declarações de Teixeira:
Elano
"Já havia tudo acertado com o Elano: salários, tempo de contrato, o Manchester City já havia aceitado emprestar o jogador sem custo. Mas aí veio o Galatasaray e ficou muito complicado para a gente competir"
Contratações
"Nós não prometemos contratação que fosse cereja do bolo. A equipe estava bem, tanto que decidiu o Paulista. Acredito que o
Santos precisava de um jogador, que já contratamos, que é o Emerson, e ainda precisa de um jogador diferenciado para qualificar ainda mais o elenco. Se conseguirmos esse atleta, que é complicado no mercado, o time fica mais
competitivo ainda"
Estádio em Diadema
"Não deu certo porque os investidores queriam que o estádio fosse um dos palcos da Copa de 2014. Os mesmos investidores estão fazendo outras tratativas em outras praças, que não na cidade de Diadema. A prefeitura estava disposta. O estádio seria multi-uso. Mas as sedes ficaram definidas em outros estádios.
Vila Belmiro
"Cabem 20 mil expectadores. Podemos chegar até em 41 mil expectadores. Temos projeto já na Prefeitura: queremos fazer no lado do placar novo uma nova arquibancada para chegar a 26 mil torcedores"
Parcerias para trazer jogadores
"O Santos não possui um único grupo de investidores. Possuímos parceiros, com perfil sério, com critério. No caso do Vanderlei, já tivemos essa conversa, temos conhecimento de que existem empresários e parceiros interessados em adquirir atletas no futuro, mas estamos focados no Campeonato Brasileiro. Já estamos fazendo contratos vislumbrando a temporada 2010"
Vagner Mancini
"Foi uma saída precoce, mas necessária. Nitidamente ficou um ambiente desagradável no grupo. Houve falta de firmeza do Mancini em determinado instante. Alguns procedimentos internos. Problemas graves, problemas sérios. O Santos estava embalado, tudo levava a crer que faríamos um grande Campeonato Brasileiro. Aí começamos os problemas internos. Naquele instante iniciamos um processo de perda do foco do trabalho"
Roberto Brum
"Foi uma questão de campo, decisão do treinador. Conversamos, analisamos os procedimentos e o melhor para ele neste momento é um empréstimo até o final do ano, até para que, no retorno, ele possa dar continuidade a seu trabalho. Houve um jogo contra o Flamengo, na Vila, o Vanderlei entendeu que houve um ato de indisciplina por parte do atleta. Me parece que, posteriormente, houve uma conversa entre o treinador e o atleta no vestiário e o Vanderlei não gostou da atitude do jogador. Eu achei muita estranha a forma como o atleta teve o cartão, porque ele impossibilitou que o jogador atuasse na partida seguinte. Não sei porque houve atitude. E aí houve comentários de que ele teria compromisso durante a semana em Santos. O melhor nesse momento é o empréstimo do jogador"
Reciclagem do corpo diretivo
"O Santos tem uma diferença dos demais clubes: tem todas as suas eleições vigentes democraticamente. Os associados votam nas chapas e, graças a Deus, nos últimos anos, eu tenho merecido a aceitação e confiança do quadro associativo. Em todas as eleições a cada dois anos, a administração é testada nas urnas. A oposição existe, apesar de eu achar que ela não possui projetos concretos, visíveis e construtivos para o Clube. Gostaria de uma oposição mais forte construtivamente"
Permanência no poder
"Não pretendo ficar. É um desgaste muito forte. Eu não pretendo ser candidato. Pela primeira vez já decidi: eu não pretendo ser candidato. O nosso grupo tem pessoas capazes de atuar esse projeto. Minha preocupação não é com projetos internos do Clube, mas com os projetos que o Clube tem com relação a Copa do Mundo de 2014, por exemplo. Nós temos muito candidatos dentro do grupo. Eu gostaria que tivéssemos finalmente a paz, que tivéssemos o consenso. Eu faço um apelo para que a gente consiga ter um candidato comum, mesclando as condições de cargos futuros, cadeiras no Conselho, aí sim teríamos uma chance do Santos ficar ainda mais fortalecido"
A situação financeira do Santos
"Dentro daqueles que acompanham o Clube, puderam perceber o avanço no patrimônio. Requer investimentos. Modernização da Vila Belmiro, CT Rei Pelé, Meninos da Vila. Tenho um amigo no futebol que admiro e quero manter a amizade, que é o Leão. Mas eu acho que na segunda passagem comigo como presidente, nesta programação de 2008, quando planejamos os dois próximos anos, ele não foi bem. Este grupo foi planejado no início da gestão do Leão. O Santos faz planejamento de dois anos sempre. Sempre conquistou resultados financeiros e dentro de campo bons. Neste último ano, estamos sofrendo com este planejamento de janeiro de 2008. Essa correção deverá passar para que o Santos volte a obter resultados"
Centenário
"O centenário já estamos iniciando os projetos visando as festividades. Criamos um grupo de trabalho, o Odir Cunha está iniciando o trabalho de pesquisas e projetos. Queremos formar o grupo dos notáveis, com a reunião de muitos santistas que ocupam cargos importantes"
Jogos em São Paulo
"Pretendemos voltar a jogar em São Paulo. Vamos jogar mais em todos os locais. Complicado transferir jogos do Santos para São Paulo porque quando um dos três grandes jogam na capital, a PM não permite que o Santos jogue lá. Continuamos fazendo estes estudos para transferir alguns jogos para a capital para continuar mantendo um grande público'
Felipão
"Tivemos contato com ele antes do Vagner Mancini. Conversamos sobre os projetos, sobre os trabalhos. Só não conseguimos chegar à conclusão no momento certo. Se esperássemos alguns dias a mais, talvez conseguíssemos contratar o Felipão. Mas estou muito contente com o Vanderlei. Não me arrependo de nada"
Obina
"O Obina foi uma surpresa para nós, me arrependi de não ter contratado, até pelo que eu ouço do Vanderlei. O Adilson, nosso diretor de futebol, insistia para contratar, o Flamengo pagaria parte do salário, e nós não o trouxemos. A comissão técnica não quis"
Dinheiro da família Teixeira no Clube
"Até o ano passado, não precisávamos, até pela boa administração que fazíamos. Com a falta da venda de jogadores, inclusive com obrigações fiscais, voltamos a ter essa necessidade. É um empréstimo. O importante é que o clube tenha uma situação equilibrada"
Folha salarial do Santos
"Está beirando R$ 2,5 milhões mensais, incluindo funcionários "
FONTE:
http://www.santistaroxo.com.br/artigo/?id=4693