Alberon
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Bom, algo meio off-topic.
Acabo de baixar e ler a HQ Strange Adventures, da DC, estrelada (nesta primeira edição) pelo herói Adam Strange.
Strange Adventures
A estória acontece em dois momentos, o presente e o passado.
Inicialmente vemos o herói, Adam Strange, vendendo seus livros de memória no presente. O livro conta parte de suas aventuras em Rann. É bem interessante essa pegada. É como se Batman ou Superman fossem heróis reais e eles (ok, o morcegão não) tivessem que pagar contas e fizessem aqueles encontros de autógrafos pros leitores. Adam tenta ser simpático, é um tiozão nos seus 40-50, mas é aquele ritual de sempre, alguém chega com o livro pra ele autografar, fala algo de como o livro o marcou e vai embora. E é engraçado pensar que é assim mesmo, tem a pessoa que leu e amou, a pessoa que leu e quer seu autógrafo, a pessoa que leu e tá lá só pra contestar que nada daquilo pode ter acontecido e, finalmente, surge um cara falando "Você matou os vilões na guerra de conquista que eles tavam fazendo, você é um criminoso de guerra, não um herói".
O segundo momento é o passado, mostrando a invasão de guerreiros ao planeta Rann... Estamos falando de um exército de invasão, não um time de vilões. Até que o impensável acontece e Rann é conquistada. É a parte mais interessante pro fã normal de quadrinhos por ter mais ação e tal.
No geral, curti o gibi. Na verdade, o gibi em si é bem legal pra quem é fã do personagem (e eu sou um dos 17 fãs que ele tem no Brasil). Adam Strange tem uma pegada diferente dos heróis comuns. Ele é um homem comum, ou apenas ligeiramente acima da média, que calhou de ser transportado para um planeta distante (sua sina/poder é que ele vive entre a Terra e Rann, nunca ficando tempo suficiente em nenhum dos dois e, na verdade, sentindo sua estada na Terra mais como a parte chata de sua vida) cujo povo, ainda que extremamente avançado cientificamente, se tornou tão fraco e decadente por máquinas fazerem todos os seus serviços, que se tornaram incapazes de se auto-defenderem e que calhou a Strange pegar armas de laser, um traje de combate (bem ao estilo Inglaterra anos 1800) e salvar todo o povo de todo tipo de ameaças, desde rannianos que decidiram mexer com o ocultismo em busca de novos segredos a desvendar (sempre dando m****), resquícios de erros do passado de Rann (ciborgues desativados há séculos, descendentes de povos escravizados mil anos antes, robôs querendo tomar o poder e corrigir o planeta e, claro, aliens querendo uma conquista fácil).
Strange então é um daqueles heróis na pegada de Flash Gordon, Buck Rogers e Perry Rhodan, que luta por um mundo melhor, tem aquele sorriso de superioridade que muita gente odeia, dá a mão para o vilão que está prestes a cair do precipício dando a ele a chance de se render e sobreviver... Até mesmo consigo enxergar muito dele (ao menos na personalidade) do He-Man raiz dos anos 80 (que muita gente acha xarope). Eu diria que, em termos de desenho, o Space Ghost dos anos 70 era o mais proximo a ele, e isso que Space Ghost é bem violento pros dias de hoje.
E esse é o maior mal do herói. Ele é um herói de um tempo passado, que mesmo tendo excelentes histórias aqui e ali (curto muito Mistério no Espaço, dos anos 00) nunca se encaixa no restante do universo, a menos que apareça como coadjuvante em outras histórias, onde ou é totalmente apagado ou acaba tomando a dianteira e meio que ofuscando os heróis (afinal, imaginem Batman em Rann, o cara pode ser o maior detetiva da Terra, mas em Rann, é Strange quem sabe de tudo)...
Feito meu textão obrigatório e minha sincera homenagem a um de meus super-heróis favoritos da DC, vem a crítica:
Toda a HQ é escrita naquele senso de releitura. Adam é apresentado como um herói condecorado (por serviços à Terra, à Rann e aos EUA) que se aposenta e, ao escrever suas memórias (memórias de uma pessoa que teve que lutar e matar para sobreviver e defender seu "país") é logo caçado pelos SJWs como assassino de pobres árabes, de pobres iranianos, xenófobo e o escambau. Não, a pegada não está nesta primeira edição, nesta ele é o herói (até quase o final da edição, mas aí é spoiler) mas você sente claramente que a pegada é essa, o soldado que retornou doVietnãAfeganistão e, ao invés de ser tratado como herói (ou sobrevivente) é tratado como peão malvado das forças capitalistas contra os pobres islâmicos da religião da paz, como um joguete de milionários capitalistas.
Bom, quando se dá um herói um super-herói) conservador nas mãos de Social Justice Warriors, dá pra se ter medo. Eu estou vendo de longe a versão dele terminando como o bandido da história e os invasores aliens como vítimas. Se, daqui 4 meses, a estória terminar diferente disso, vou admitir que ainda tem jeito a indústria dos quadrinhos nos EUA.
Se fosse você, já iria esperando pelo pior, mesmo assim tomara que não aconteça.
Mas você sabe que essa turminha de esquerdopatas vão pegar tudo aquilo que a gente conhece, vão desconstruir e fazer dele o pior.
Com o pretexto de deixar a história mais "realista" e "readequar" ao que acontece nos dias de hoje (ao lixo lacrador e distorcido desses psicopatas).
Outro personagem ocidental, que não acompanho atualmente, mas acho que podem fazer a mesma coisa é o Conan.
Pelo que lia, o personagem dava ZERO abertura para temas lacrativos.
Conan matava bandidos e salvava donzelas, apesar de algumas vezes ele ser tido como ladrão, mas geralmente ele é justo em suas decisões.
Era o puro politicamente incorreto e na visão do lixo progressista hoje, ele seria o pior dos machistas/misógino.