Não é preciso estudar muito para saber que este deputado está errado. O “juiz de garantia” NÃO ACOMPANHA todo o andamento do processo, mas se limita à fase do inquérito até o recebimento da denúncia. Nem o próprio autor da emenda que o instituiu sabe o que é o “juiz de garantia”.
Além de não saber o que é “juiz de garantia” que tanto defende, o deputado não sabe que toda decisão de juiz criminal está sujeita à fiscalização do Ministério Público, do advogado do réu, do próprio réu, de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal, do STJ e STF.
Resumo: juiz de garantias pode ser algo bom, em tese, mas nefasto para a situação brasileira corrente. O não veto foi um erro político, principal responsável é o AGU, que aconselhou presidente nesse sentido. Um caminho possível foi ventilado pelo
@opropriopontes: uma MP. É isso.
De qualquer modo creio que ele deveria ter vetado e jogado a batata quente para o Congresso, que goza de prestígio zero e que teria, mais um vez, a oportunidade de provar sua mendacidade. Sabemos que política não é a arte da perfeição, mas do possível.
Só um idiota ou um perfeito bundinha ignora isto. Erros, decisões com as quais não concordamos, deslizes, concessões e acordos reprováveis certamente ocorrem. Irão ocorrer mesmo nas mais absolutistas das monarquias. Quem conhece a história sabe.
Concluir, com base em um par de decisões, que Bolsonaro se tornou um traidor é tolice. O que deve ser observado, num governo, é o conjunto de ações e a direção para a qual elas conduzem seu povo e suas instituições. Nisto ele jamais poderá ser chamado de traidor.
Quanto às duas sanções que mencionei, digo: errou. O Governo errou, sim. Quanto ao conjunto, não. A capacidade de analisar o conjunto e algumas decisões particulares é que separa os meninos dos homens.