Bolsonaro partiu pra cima de Nhonho e Batoré...
Após ato pró-governo, Bolsonaro desafia Maia e Alcolumbre a testarem popularidade nas ruas
Presidente disse que políticos têm de ser 'quase escravos da vontade popular'
- Mateus Vargas e Gustavo Porto, O Estado de S.Paulo
15 de março de 2020 | 21h39
BRASÍLIA - O presidente
Jair Bolsonaro desafiou neste domingo, 15, os presidentes da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM), e do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM), a irem "às ruas" para ver como eles serão recebidos.
LEIA TAMBÉM
Parlamentares criticam participação de Bolsonaro na manifestação deste domingo
A declaração de Bolsonaro, feita à
CNN Brasil, foi uma resposta a críticas sobre a participação do presidente em protesto pró-governo, anti-Congresso e anti-STF. "Gostaria que Maia e Alcolumbre saíssem às ruas como eu. Saiam às ruas e vejam como vão ser recebidos", disse.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, em frente ao Palácio do Planalto neste domingo, 15, para cumprimentar manifestantes Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
"Estão fazendo críticas. Estou tranquilo. Espero que não queriam fazer algo belicoso", disse Bolsonaro. O presidente afirmou que está disposto a receber Maia e Alcolumbre ou visitá-los para alinhar uma "pauta de interesse da população".
Segundo o presidente, se houver "aproximação" com o povo, todos no meio político serão "muito bem tratados, reconhecidos e até idolatrados". "Não quero eu aparecer e eles não. Estou disposto a recebê-los. Vamos conversar", disse. O presidente disse que "irresponsavelmente" quiseram atribuir a ele a convocação dos atos. "Querem lançar cortina de fumaça sobre seu trabalho que não está sendo reconhecido por parte da população."
Bolsonaro disse que políticos têm de ser "quase escravos da vontade popular". Ele criticou acordos políticos, como para divisão de recursos do Orçamento impositivo. "O acordo não tem de ser entre nós. Tem de ser entre nós e o povo", disse.
Economia
O presidente afirmou que medidas econômicas devem ser tomadas e criticou decisões para conter o avanço do novo coronavírus, como a da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), de proibir jogos de futebol dos torneios nacionais. “Quando se proíbe jogo de futebol, está partindo para o histerismo”, afirmou. “A questão do vírus é grave, mas economia tem de funcionar e não podemos prejudicar economia”.