Bom dia têtas
Segue o clipping de notícias do Green
Resumo de 2ª (23/08/2021)
Manchetes
CORREIO BRAZILIENSE – “Não creio em apoio das Forças Armadas a um golpe militar”
Um dos líderes mais respeitados do país, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vê nos ataques de Bolsonaro ao Judiciário e ao sistema eleitoral mais retórica verbal do que ameaças efetivas à democracia. “Eu já assisti várias crises. No tempo do Getúlio ou João Goulart era diferente”, lembra. Havia não só a oposição política, mas também a sociedade rachada, observa. Hoje, diz ele, não existe sentimento de ruptura nem na população nem nas Forças Armadas. Aos 90 anos, FHC tampouco simpatiza com um impeachment. Prefere que haja eleição e o atual presidente perca. Aposta no PSDB e numa eventual terceira via. Mas não ficará no muro se a disputa se resumir a Lula e Bolsonaro. “Entre Lula e Bolsonaro, acredito que Lula seja melhor”, afirma.
O ESTADO DE S. PAULO – Grupos aceleram parcerias com startups por inovação
A aposta das empresas tradicionais em parcerias com startups para avançar com inovações registra forte crescimento. O número de acordos desse tipo praticamente dobrou entre maio de 2020 e junho último, saltando de 13.433 para 26.348, com valor total de contratos fechados subindo de R$ 800 milhões para R$ 2,2 bilhões – um crescimento de 175%, segundo a plataforma 100 Open Startups. “A aproximação das empresas com os empreendedores vem crescendo ano após ano, mas ganhou ainda mais impulso com a pandemia e a necessidade de digitalização”, diz o cofundador da plataforma, Rafael Levy. Os números mostram inda uma mudança de perfil no setor. Boa parte das inovações adotadas vem de fora. A velocidade das mudanças tecnológicas tem sido um dos motores desse movimento. Nos últimos anos, as empresas entenderam que teriam de se abrir para não perder competitividade. O ecossistema das startups é formado por 15 mil empresas, dizem especialistas.
O GLOBO – Congresso se mobiliza por fundo eleitoral de R$ 4 bilhões
Após o presidente Jair Bolsonaro vetar na última sexta-feira a previsão de R$ 5,7 bilhões para o fundo eleitoral do próximo ano, parlamentares começaram a se articular para assegurar ao menos R$ 4 bilhões para as campanhas. O valor é mais que o dobro do R$ 1,7 bilhão destinados aos partidos nas eleições gerais de 2018. Dentro do Congresso, a simples correção do valor das últimas campanhas pela inflação é considerada insuficiente diante do número de cargos em disputa. Se não houver acordo, a derrubada do veto presidencial é uma alternativa.
FOLHA DE S. PAULO – Juíza rejeita denúncia contra Lula no caso do sítio de Atibaia
A juíza Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília, rejeitou denúncia reapresentada pelo MPF (Ministério Público Federal) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do sítio de Atibaia (SP), fruto da Operação Lava Jato. A magistrada afirmou que a Procuradoria deixou de fazer "a adequação da peça acusatória" às recentes decisões tomadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ela ainda extinguiu punição a Lula em razão de prescrição de pena. O Ministério Público não comentou a decisão. Cabe recurso. Alves refutou a denúncia contra os demais envolvidos no caso, então sob o comando de Sérgio Moro. Ela não se manifestou sobre o mérito das acusações – se Lula é culpado ou não de suposto favorecimento às empresas OAS e Odebrecht em troca de reforma no sítio.
Valor Econômico – Grande rede eleva fatia no varejo digital na pandemia
O rápido avanço digital e a profusão de shoppings virtuais – os marketplaces – durante a pandemia levaram a um duplo movimento. Se por um prisma isso ajudou a salvar muitos lojistas de menor porte e sem condições de investir em venda on-line própria, acabou também levando a um aumento do poder de fogo e das fatias das grandes redes nas vendas com produtos de estoque próprio. Somados os cinco maiores varejistas on-line alcançaram R$ 51,8 bilhões, alta de 85% sobre o ano anterior. Isso equivale a 54,1% da receita total do comércio eletrônico, de R$ 95, 7 bilhões em 2020. Em 2019, essa fatia era nove pontos percentuais menor de 45,2%. São R$ 23,8 bilhões a mais em vendas para as cinco empresas em um ano. Nesse grupo de cinco líderes estão, pela ordem Magazine Luiza, Via, Lojas Americanas, Global Fashion Group e Amazon.
Notícia do dia
Mulheres são excluídas do comando na política - Das 26 Câmaras de Vereadores de capitais brasileiras, apenas duas são presididas por mulheres: Belo Horizonte e Palmas. Em nível estadual, a falta de representatividade feminina na presidência das casas legislativas é ainda menor: não há nenhuma que tenha uma presidente. Este é só um exemplo de como a política no Brasil continua sendo um território masculino, com poucas mulheres nos poderes Legislativo e Executivo. A pouca representação poderia ser ainda menor se fosse aprovado o distritão, modelo em que seriam eleitos os candidatos a deputado mais votados em cada estado e que favorece a eleição de homens héteros e brancos. A proposta foi rejeitada pela Câmara. Embora tenha havido melhora no quadro, o percentual de cadeiras ocupadas por mulheres ainda é baixo em todas as esferas. Na eleição de 2018, houve um aumento de 51% de deputadas federais eleitas, o que não resultou em número expressivo de assentos ocupados. Dos 513 parlamentares da Câmara, 78 são mulheres (15,2%). No Senado, o percentual é de 13,5%, ou 11 senadoras entre 70 senadores. No entanto, as mulheres representam 51,8% da população, segundo o IBGE. Esses números fazem com que o Brasil o ocupe a 140ª posição do ranking da União Interparlamentar, que avalia a participação de mulheres na política pelo percentual delas no Congresso. Na América Latina, somente Haiti e Paraguai estão atrás do Brasil. O Executivo também tem sub-representação feminina. Apenas um estado, o Rio Grande Norte, é administrado por uma mulher, Fátima Bezerra (PT). Das capitais, só Palmas, no Tocantins, tem uma prefeita: Cinthia Ribeiro (PSDB). Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), somente 12,1% das prefeituras no país são geridas por mulheres. Em nível federal, o Brasil teve apenas uma mulher na Presidência: Dilma Rousseff (PT). Retirada do cargo em 2016 após sofrer impeachment, sob acusação de pedaladas fiscais, ela teve sua administração duramente criticada. Muitos ataques eram sexistas, o que fez a ONU Mulher no Brasil repudiar as ofensas.
Primeiras páginas
Auxílio Brasil já tem critérios, mas não tem valor - Mesmo sem a definição de fonte de recursos e dependendo da aprovação no Congresso, o Auxílio Brasil, programa social que substituirá o Bolsa Família e é uma das principais vitrines eleitorais do governo para 2022, passa a ter seus parâmetros traçados. Haverá uma revisão equilibrada e novos benefícios, mas o valor pode nem mesmo se reajustar. Usado como corte para pagar o benefício, a linha de pobreza e pobreza extrema, por exemplo, será corrigida em 4,5%. Segundo os técnicos do Ministério da Cidadania, o valor da linha de extrema pobreza, de R$ 89 por pessoa na família, aumentará para R$ 93, e o da pobreza aumentará de R$ 178 para R$ 186. Mas a maior fonte de interrogação do programa, juntamente com seu espaço fiscal no orçamento, permanece aberta: a quantidade média de benefícios. Apesar da pressão do presidente Jair Bolsonaro para elevar ao máximo o tíquete, hoje em R$ 189 mensais, ele teria sido convencido pelo ministro da Cidadania, João Roma, a um reajuste de 50%. Com isso, o valor ficaria entre R$ 280 e R$ 290, segundo os técnicos que participaram das últimas conversas. Bolsonaro defendia R$ 400. Roma tem argumentado que os critérios do Auxílio Brasil, com propostas para que as famílias possam se emancipar do programa, sejam mais importantes do que o valor. A chamada falta de porta de saída é uma das principais críticas do governo ao Bolsa Família.
O presidente é alvo de um processo a cada seis dias - Desde que assumiu a presidência da República, em 2019, Jair Bolsonaro se tornou alvo de um processo judicial a cada seis dias, de acordo com os dados obtidos pelo GLOBO através da Lei de Acesso à Informação. São ações movidas por pessoas comuns, em sua maioria, que, entre outras coisas, questionam o desempenho do presidente durante a pandemia da Covid-19, criticam a participação de seus filhos na administração e questionam o uso da máquina pública para ganho pessoal. A Advocacia-Geral da União (AGU) defende Bolsonaro em 160 processos, distribuídos por tribunais em 17 estados e no Distrito Federal em dois anos e oito meses. O número é maior do que o número de ações movidas contra os ex-presidentes Fernando Henrique (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que passaram oito anos no cargo, e a ex-presidente Dilma Rousseff, que ocupou a presidência por cinco anos e oito meses. Entre o acervo de 160 casos, 27,5% questionam a atuação do presidente na pandemia. Há também pedidos frequentes para cancelar nomeações e exonerações do governo (16,25%) ou impedir o uso da máquina pública por Bolsonaro (8,75%). As ações judiciais são, em sua maioria, ações populares movidas por cidadãos sem mandato. Esse meio processual pode ser usado para se opor a quem quiser questionar a validade de um ato lesivo ao patrimônio público, histórico e cultural, o meio ambiente e à moralidade administrativa. Nas três administrações anteriores, Lula foi o que menos precisou da AGU: em oito anos respondeu a 81processos. FHC respondeu a 108 em oito anos. Em cinco anos e meio, Dilma totalizou 100 ações.
Soluções internas e lucros - Uma tendência dentro das empresas para se aproximarem cada vez mais das startups e capturarem ideias inovadoras tem sido a criação do chamado Corporate Venture Capital (CVC) – semelhante aos fundos de Venture Capital. A diferença é que eles são formados com o capital de uma empresa que tem objetivos de buscar soluções para problemas internos. A ideia é descobrir tecnologias disruptivas e ideais para o negócio e, ao mesmo tempo, ganhar dinheiro com o crescimento da startup. A Arcelormittal, por exemplo, lançou em maio deste ano o Açolab Ventures, um CVC com orçamento de R$ 110 milhões para investir em até 15 startups em quatro anos, afirma Paula Harraca, diretora de Estratégia, ESG, Inovação e Transformação do Negócio da companhia na América Latina e Mineração Brasil. O grupo siderúrgico ficou em segundo lugar no ranking da “100 Open Corps” pelo segundo ano consecutivo.
País perde 16% da superfície da água em 30 anos - Em 30 anos, 15,7% da superfície de água do Brasil desapareceu. No Estado mais afetado, o Mato Grosso do Sul, mais da metade (57%) de todo o recurso hídrico foi perdido desde 1990. Ali, essa redução ocorreu basicamente em um dos biomas mais importantes do País, o Pantanal. Todos os biomas brasileiros foram afetados e suas perdas mensuradas em pesquisa inédita do Mapbiomas, projeto que reúne universidades, organizações ambientais e empresas de tecnologia. Ao todo, 3,1 milhões de hectares de superfície de água sumiram, o equivalente a mais de uma vez e meia de todo o recurso hídrico disponível no Nordeste em 2020. Das 12 regiões hidrográficas, oito revelam hoje os efeitos do desmatamento, da mudança climática e da destruição de mananciais, refletido na crise hídrica que afeta o meio ambiente e a geração de energia elétrica. “Nesse ritmo vamos chegar a um quarto (25%) de redução da superfície de água do Brasil antes de 2050”, afirmou Tasso Azevedo, coordenador do Mapbiomas. Após Mato Grosso do Sul, completam as três primeiras posições da lista: Mato Grosso, com perda de quase 530 mil hectares, e Minas Gerais, com saldo negativo de mais de 118 mil hectares. Boa parte dos pontos de maior redução encontram-se próximos a fronteiras agrícolas, o que sugere que o aumento do consumo e a construção de represas em fazendas, que provocam assoreamento e fragmentação da rede de drenagem, trazem prejuízos para a própria produção. Para Maurício Voivodic, diretor executivo do Wwf-brasil, a pesquisa é um recado para os “tomadores de decisões de que é preciso mudar imediatamente essa trajetória de degradação que o Brasil tem escolhido”. Eles destaca que a criação de reservatórios em propriedades particulares é um dos pontos mais preocupantes.
Queimadas no Pantanal alcançam o nível recorde - No terceiro ano seguido de seca e sob o impacto de fortes geadas, o Pantanal já registra o mesmo patamar de área destruída pelo fogo no mesmo período do ano passado, quando sofreu o pior desastre ambiental da história. Desde o início do ano até sábado (21), a maior planície alagável do mundo já havia perdido 261.800 hectares para o fogo, o equivalente a dois municípios do Rio de Janeiro. É praticamente a mesma área queimada durante o mesmo período do ano passado (265.300 hectares). Os dados são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A aceleração das queimadas ocorre a poucos dias de setembro, historicamente o mês com mais focos de incêndio. “Neste ano, o Pantanal secou mais do que o ano passado”, afirma Márcio Yule, 57, coordenador em Mato Grosso do Sul do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Ibama.
Incêndio atinge área de cerrado na Grande SP, e fuligem chega à capital - Um grande incêndio atingiu neste domingo (22) o Parque Estadual Juquery, em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a prefeitura da cidade, as chamas já devastaram mais de metade da área do parque. A administração municipal diz que, segundo relatos, o incêndio foi causado por um balão. Segundo o governo de São Paulo, mais de 240 pessoas foram mobilizadas para atuar no combate do fogo, com o apoio de viaturas terrestres, helicópteros e aviões. Localizado nos municípios de Caieiras e Franco da Rocha, o Parque Estadual do Juquery tem uma área de quase 2.000 hectares e preserva o último fragmento de cerrado da região metropolitana de São Paulo. O símbolo do parque é a seriema, uma ave típica do cerrado. Nas redes sociais, paulistanos reclamaram da fuligem em casa em locais como Santa Cecília, Tucuruvi, Ipiranga e Bom Retiro, além da mudança de coloração no céu.
EUA ordena uso de aéreas privadas na retirada de Cabul - O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ordenou ontem que seis companhias aéreas comerciais forneçam jatos de passageiros para ajudar na operação militar de retirada de civis americanos e aliados afegãos de Cabul. Segundo o Pentágono, 18 aviões farão o transporte dos passageiros de bases americanas no Oriente Médio de volta para casa. As companhias envolvidas são United Airlines, com quatro aviões, American Airlines, Atlas Air, Delta Air Lines e Omni Air, com três aeronaves, e Hawaiian Airlines, que cederá dois. De acordo com John Kirby, porta-voz do Pentágono, o desvio dos 18 aviões não comprometerá as operações das empresas. O capitão John Perkins, porta-voz do Comando de Transporte Militar, disse ontem que os 18 aviões comerciais começarão o serviço de transporte hoje ou amanhã. A ideia, segundo Perkins, é levar os passageiros que estão sobrecarregando as bases americanas no Oriente Médio para a Europa e da Europa para os EUA. Perkins disse que os militares solicitaram aeronaves de grande porte e com bastante autonomia, capazes de transportar centenas de passageiros. Ele afirmou que as negociações com as empresas começaram na semana passada e disse que algumas ofereceram aviões. A demanda, porém, foi maior que o previsto, o que fez o governo ativar a Frota Aérea de Reserva Civil, um dispositivo criado em 1952, no início da Guerra Fria, após o bloqueio de Berlim.
Missão humanitária - Um contingente de bombeiros e cerca de dez toneladas de ajuda humanitária partiram ontem de Brasília rumo ao Haiti para reforçar as ações de emergência após o terremoto de magnitude 7,2 graus que devastou o sudoeste do país há uma semana, deixando mais de 2,2 mil mortos. “A solidariedade é uma marca do povo brasileiro”, disse ontem o presidente Jair Bolsonaro na base aérea de Brasília, onde se despediu da delegação humanitária que viajou a bordo de um KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira (FAB). “Há menos de uma semana, recebi informação de um pedido dos nossos irmãos haitianos. Rapidamente, as Forças Armadas, com nosso corpo diplomático e outras organizações, essa missão foi programada”, relatou o presidente, ao lado do ministro da Defesa, Walter Braga Netto. O contingente conta com 32 bombeiros, “quase sete toneladas de material e equipamentos de emergência” e “mais de 3,5 toneladas de medicamentos e insumos estratégicos” para situações de desastres, entre eles “macas, colares cervicais, biombos” e insulina, informou o Ministério da Defesa, em nota.
Israel faz bombardeio em Gaza após tiroteio - Aviões israelenses bombardearam instalações do Hamas em Gaza ontem à noite, em um aumento das hostilidades depois que tiros na fronteira feriram gravemente 1 soldado israelense e 41 palestinos. Segundo o Ministério da Saúde do enclave palestino, um menino de 13 anos está em estado grave após levar um tiro na cabeça. A troca de tiros ocorreu durante um protesto em Gaza organizado pelo Hamas e outras facções em apoio a árabes em Jerusalém, onde confrontos entre palestinos e a polícia israelense ajudaram a desencadear um conflito de 11 dias entre Israel e o Hamas em maio.
Comandante convoca para ato e ofende Doria e o STF - Um comandante da Polícia Militar de São Paulo está convocando seus “amigos” para a manifestação do dia 7 de Setembro em Brasília, classificada pela Procuradoria-geral da República como “tentativa de levante”, na qual bolsonaristas pretenderiam atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso em nome da adoção do voto impresso. O chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI7), coronel Aleksander Lacerda, tem sob suas ordens 7 batalhões da PM paulista, cuja tropa de cerca de 5 mil homens é desdobrada em 78 municípios da região de Sorocaba, sede do CPI-7. O oficial afirma ainda que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), é “covarde”, que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é uma “cepa indiana” e o deputado Rodrigo Maia, recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas do Estado, é qualificado como beneficiário de um esquema “mafioso”. As manifestações do coronel são o mais forte episódio de contaminação do bolsonarismo na PM paulista, pois envolvem um comandante da ativa – o que, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, pode configurar transgressão disciplinar. Elas acontecem em meio à crescente tensão no País com a convocação dos atos do 7 de Setembro. Além dele, militares bolsonaristas da reserva em Estados como Ceará e São Paulo, têm convocados veteranos da PM para os atos. Esse é o caso do coronel Ricardo Mello Araújo, diretor do Ceagesp, que gravou um vídeo em sua conta do Instagram convocando veteranos da Rota. Ao contrário dos integrantes da ativa, os homens da reserva podem participar de manifestações. O medo de ruptura ligada às PMS faz parte do cenário traçado por oficiais generais e exministros da Defesa como Raul Jungmann, conforme revelou o Estadão. O temor é que Bolsonaro use as PMS para tentar uma ruptura e melar as eleições de 2022.
Abin renova contrato para segurança da urna eletrônica - A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) renovou um contrato milionário com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir a segurança das urnas eletrônicas. O acordo de cooperação mútua entre o órgão ligado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Justiça Eleitoral, no valor de R$ 2.455.140,00, mantém uma antiga parceria. Há 23 anos a agência atua no apoio à realização de eleições. Na contramão da antiga aliança, o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, usou as redes sociais para atacar o modelo atual de urna e defender a proposta do voto impresso, bandeira do presidente Jair Bolsonaro, derrubada pela Câmara dos Deputados no último dia 10. “Voto auditável significa evolução das urnas eletrônicas e segurança ao pleito eleitoral”, escreveu Ramagem no Twitter. “Assegura integridade e transparência aos resultados do sufrágio universal. Compromisso com a representatividade popular e a democracia. Eleições democráticas com contagem pública dos votos.” A publicação foi feita no dia 1.º de agosto, logo após um final de semana de manifestações bolsonaristas em defesa do voto impresso. Os eventos contaram com a presença de Bolsonaro, que, em discurso inflamado, afirmou que sem o comprovante do voto em cédula de papel não haveria eleição em 2022.
Doria define que Paulista em 7/9 é de bolsonaristas - O governo de São Paulo definiu que a Avenida Paulista será ocupada apenas por movimentos bolsonaristas no dia 7 de setembro. Grupos favoráveis e contrários ao presidente Jair Bolsonaro disputavam a utilização do local. A decisão foi tomada dessa maneira porque, segundo informações da gestão João Doria (PSDB-SP), os apoiadores do presidente solicitaram antes a data e não seria seguro permitir que os dois lados se manifestassem no mesmo dia. Os movimentos anti-Bolsonaro vão ficar poder usar a Av. Paulista em 12 de setembro, quando já estava agendado um ato de alcance nacional contra o presidente, capitaneado pelos movimentos MBL (Movimento Brasil Livre) e VPR (Vem Pra Rua) e por líderes de partidos como Novo e PSL. A definição de SP se apoia em decisão judicial, que diz que a Paulista só pode ser usada por um lado de cada vez.
Governo de SP dá verba à base pró-pacote fiscal - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), contemplou com a liberação de verba política 94% dos deputados estaduais que votaram pela aprovação de um projeto de lei polêmico que aumentava a carga tributária e extinguia empresas. Já entre quem votou contra apenas 6 tiveram demandas atendidas –16%. A Casa tem 94 deputados, e 8 deles estavam ausentes, licenciados ou se abstiveram. O PL 529 foi aprovado em outubro de 2020 por 48 votos a 37. Deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo ouvidos pela Folha relataram que o governo negociou repasses em troca de adesão à proposta, algo que aliados de Doria na Casa e membros da gestão tucana negam. A reportagem mapeou que 45 dos 48 deputados que votaram "sim" tiveram liberação extra de recursos públicos para custeio, investimento e melhorias nas cidades onde atuam politicamente.
Commodities recuam e afetam mercado - Nas últimas semanas, o mercado sofreu uma recalibragem de rota. O boom das commodities, iniciado no final do ano passado e que impulsionou as companhias do setor para resultados históricos, começou a enfraquecer. Desde o meio de julho, a cotação dos contratos futuros de minério de ferro negociados em Cingapura caiu 29,7%, passando de US$ 219,67 para US$ 154,31. O petróleo seguiu na mesma linha, com queda de 11,84%, para US$ 65,04, enquanto as commodities agrícolas (grãos, óleo vegetal, açúcar e algodão) amargam uma perspectiva ainda mais negativa. “Estamos mais ‘baixistas’ em relação aos preços agrícolas e esperamos um declínio de aproximadamente 30% até 2024 a partir do preço atual. O consenso da Bloomberg mostra uma queda de 15%, em linha com nossa previsão anterior”, diz o relatório do Bradesco BBI e Ágora Investimentos. De acordo com José Mauro Delella, consultor econômico da Alta Vista Investimentos, o ciclo de forte de alta observado entre 2020 e o 1.º semestre deste ano não tem um caráter generalizado e foi motivado por um conjunto de fatores que “perderam força” nos últimos dias. “O que impulsionou as commodities foi o investimento chinês em infraestrutura, como resposta aos efeitos do coronavírus, que aumentou fortemente a demanda por matérias-primas básicas, notoriamente metais”, afirma Delella. A China também foi uma das grandes responsáveis pelo salto nos produtos agrícolas, com um ritmo de importação muito forte, enquanto problemas de ordem climática limitavam a oferta dos produtos.
Crise fiscal e clima eleitoral ameaçam novas privatizações - Investidores estrangeiros que avaliavam ingressar no Brasil passaram a rever o apetite por projetos, principalmente de infraestrutura, por causa da deterioração do ambiente fiscal e econômico, em boa parte motivada pela antecipação da disputa eleitoral de 2022. Fundos de investimento, de pensão e operadores internacionais estudavam as propostas para participar das próximas concorrências. No entanto, eles decidiram esperar pelo próximo presidente. Segundo assessores e advogados que cuidam dos interesses de investidores, eles demonstram desconfiança do governo atual, que permitiu danos ambientais severos, abandonou reformas estruturais e hoje promove gastança focado na reeleição. Também se preocupam com o clima de polarização política e entendem que a piora da economia pode ser aprofundada a depender de quem vença a eleição de 2022.
TCU investiga seguro de vacinas por R$ 24 milhões - O TCU (Tribunal de Contas da União) investiga se há irregularidades na contratação feita pelo Ministério da Saúde, sem licitação, de seguro internacional de R$ 24 milhões para cobrir responsabilidades por eventos adversos das vacinas da Janssen e da Pfizer. As tratativas do governo foram lideradas pela advogada Danielle Cavalcanti Sayao, que não tem cargo público e fez uma "doação de serviços" sem remuneração ao ministério, e por seu marido, Alvaro Cavalcanti Sayao, também funcionário do setor privado. Danielle foi indicada para a função na Saúde por Zoser Hardman de Araújo, assessor especial à época das negociações do então ministro da pasta, general Eduardo Pazuello. O casal é sócio da DMGA Consulting, empresa com sede no Rio de Janeiro. Hardman era o principal consultor para assuntos jurídicos do general na Saúde, inclusive nas bilionárias negociações de vacinas. Nas negociações pelo seguro da vacina, Danielle e Alvaro usaram o email funcional da própria empresa para representar o governo nas tratativas.
'Terceira dose da vacina nos idosos é para ontem' - Embora o avanço da vacinação contra Covid no país traga sinais de esperança, a ainda baixa cobertura vacinal (com duas doses) e a circulação da variante delta do coronavírus, mais contagiosa, chamam a atenção de especialistas, que já veem sinais preocupantes na taxa de ocupação de UTIs e na faixa etária dos hospitalizados. Para Julio Croda, 43, infectologista e pesquisador da Fiocruz, o aumento das internações de pessoas acima de 80 anos torna imperativo aplicar uma dose de reforço nessa população, a primeira que foi vacinada no país, junto com os profissionais de saúde. Na última quinta (19), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a aplicação de uma terceira dose da vacina só vai ocorrer depois que toda a população adulta tiver recebido as duas doses da vacina. A fala do ministro, no entanto, vai de encontro ao que vem sendo feito em diversos países. Croda defende que a dose de reforço para os idosos seja dada ao mesmo tempo em que a vacinação nas demais faixas etárias ainda está em curso. Em entrevista à Folha, ele também falou sobre como garantir a segunda dose aos mais de 7 milhões de brasileiros que não completaram seu esquema vacinal e a virada de jogo causada pela variante delta.
Destaques
Criminalista vota em Lula, mas não descarta Pacheco - Advogado de políticos como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), o criminalista Alberto Zacharias Toron declarou que votará em Lula (PT) caso ele de fato saia candidato na eleição do ano que vem. A fala foi feita em um restaurante em São Paulo no sábado (21) durante reunião de um grupo de advogados com o presidente do Senado. Segundo relatos de presentes, Toron se disse também entusiasmado com a chance de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) concorrer à Presidência da República, no sentido de que a possível candidatura elevaria o debate do pleito de 2022. A candidatura do mineiro vem sendo defendida publicamente pelo ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, que foi quem organizou o encontro deste sábado. Pacheco ainda não fala abertamente sobre o assunto. Pessoas que o encontraram recentemente, no entanto, relatam que o senador tem deixado seu projeto político cada vez mais explícito. "Rodrigo Pacheco deu uma demonstração de solidez, cultura e apreço pela democracia. Tem todos os predicados para presidir o país e, independentemente da minha preferência, ele merece nosso respeito como um player no jogo democrático", disse Toron à coluna.
Planalto vai mandar avião da FAB para viagem de 'Bolsonaro da África' ao Brasil - O governo de Jair Bolsonaro vai enviar um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para Guiné-Bissau, de forma a possibilitar a visita oficial ao Brasil do presidente do país. Umaro Sissoco Embaló, que já foi chamado de "Bolsonaro da África", é admirador declarado do brasileiro. Ele é acusado de promover uma guinada autoritária na Guiné-Bissau, e opositores o acusam de tentar implementar uma ditadura no país. Ele deve chegar a Brasília no início desta semana. O uso de aeronave oficial do governo brasileiro para transportá-lo foi confirmado pelo Itamaraty, após questionamento feito pela Folha. A praxe é que chefes de Estado venham ao país em avião próprio ou arquem com as despesas do voo. De acordo com diplomatas ouvidos pela reportagem, a prática de oferecer voo da FAB para estrangeiros já foi usada, principalmente para países menores e com poucos recursos. A provável agenda de Embaló inclui, na terça (24), uma recepção por Bolsonaro no Palácio do Planalto e um almoço em sua homenagem no Itamaraty. No dia seguinte, os dois presidentes devem comparecer a uma cerimônia alusiva ao Dia do Soldado.
ABI repudia censura ao jornal O Globo - A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgou na noite deste sábado (22) uma nota de repúdio à decisão do juiz Manuel Amaro de Lima, da 3ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho do Amazonas, que determinou a retirada de três textos do site do jornal O Globo. As reportagens, publicadas no blog da jornalista Malu Gaspar, tratavam de incoerências e suspeitas de fraude em ensaio clínico da proxalutamida, substância sem eficácia comprovada para tratamento de Covid-19, patrocinado pela rede de hospitais Samel. "A ABI se solidariza com Malu Gaspar e com o Grupo Globo, e tem certeza de que mais este ato censório será derrubado por instâncias superiores da Justiça", afirma a associação em nota assinada pelo seu presidente, Paulo Jeronimo. A decisão atendeu a pedido do diretor da rede de hospitais Samel, Luis Alberto Saldanha Nicolau. Ele argumentou que as matérias ofendem sua "honra, imagem e reputação". O jornal O Globo recorreu da decisão. "A Constituição Federal, em seu artigo V, inciso IX é taxativa: 'É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença'. Decisões recorrentes do Supremo Tribunal Federal têm reafirmado a inconstitucionalidade de decisões, quase sempre de juízes de 1º grau, de censura a matérias jornalísticas", lembra a ABI na nota.
Dez partidos se manifestam contra impeachment de Moraes - Dez partidos de centro e de esquerda se manifestaram neste domingo, dia 22, contra o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, alvo de uma inédita tentativa de destituição por parte do presidente Jair Bolsonaro. Em duas notas separadas, os presidentes nacionais de DEM, MDB e PSDB, de um lado, e PT, PDT, PSB, Cidadania, PV, Rede Sustentabilidade e PCdoB, de outro, saíram em defesa do ministro e cobraram respeito à independência dos poderes. A manifestação dos dez partidos, todos com representantes no Congresso Nacional, reforça a tese de que o processo terá dificuldade de prosperar, como preveem lideranças parlamentares. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já disse que não antevê fundamentos na denúncia. Somadas, as bancadas reúnem 43 senadores. Para os presidentes do DEM, MDB e PSDB, o ministro Alexandre de Moraes foi alvo de um "injustificado pedido de impeachment, claramente revestido de caráter político". "É lamentável que em momento de tão grave crise socioeconômica, o Brasil ainda tenha que lidar com a instabilidade política e com o fantasma do autoritarismo", afirmam. A nota dos partidos de esquerda classifica a denúncia de Bolsonaro como inepta e infundada. Para eles, Bolsonaro faz uso de "violência institucional". As siglas também citam que, além de Moraes, o ministro Luís Roberto Barroso, é vítima de campanha difamatória. Os partidos pedem que ambos sejam "protegidos".
'Primeiros filhos' têm pouca atuação parlamentar - Incessantemente envolvidos em confronto político nas redes sociais, os filhos do presidente Jair Bolsonaro deixaram a atividade parlamentar em segundo plano. De olho em 2022, Flávio, Carlos e Eduardo estão cada vez mais empenhados em defender o governo do pai, em viabilizar um partido para sua filiação e provocar a "guerra cultural" que mantém a base mobilizada online. Enquanto isso, reuniões em comissões do Legislativo, por exemplo, foram negligenciadas, uma das obrigações pertinentes para senadores, deputados e vereadores.
Assédio sexual - Frederick Wassef, advogado da família e do presidente da República, Jair Bolsonaro, se envolveu em uma confusão em um restaurante de carnes, no sábado, por volta das 17h, na QI 11, do Lago Sul. Segundo relatos, Wassef teria assediado uma mulher, de 53 anos, no banheiro do restaurante, e, por esse motivo, foi perseguido pelo marido dela, de 56. O homem correu atrás do advogado com uma faca e fez ameaças. Ele foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e foi solto ontem, após audiência de custódia, sob a condição de informar à Justiça caso mude de endereço ou telefone. Após o ocorrido, Wassef foi até a delegacia do Lago Sul prestar queixas e um inquérito foi aberto para investigar o caso. Em novembro do ano passado, Frederick Wassef foi acusado pela atendente de uma pizzaria em Brasília de cometer o crime de injúria racial. O crime foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e em fevereiro deste ano o advogado foi indiciado pela polícia. A funcionária da pizzaria, a garçonete Danielle da Cruz de Oliveira, de 18 anos, afirmou que foi chamada de “macaca” e que já havia sido “muito humilhada” outras vezes. O processo segue em segredo de Justiça.
Sob o tom da instabilidade - Apesar da série de críticas que recebeu por ter apresentado ao Senado um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro não vai recuar na ofensiva contra o Judiciário. Nesta semana, ele entregará ao parlamento um novo documento, desta vez para pedir o afastamento do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também integrante do Supremo. Bolsonaro entende que essa postura é necessária para mostrar que não vai aceitar calado o que ele acredita ser uma constante perseguição do STF contra o governo. A tentativa do presidente de demonstrar autoridade é vista com preocupação no meio político, que teme por uma semana de ainda mais instabilidade institucional. A relação do Executivo com outros Poderes não é boa há muito tempo, mas desta vez o temor é maior, pois há um sentimento de que os pedidos de impeachment sejam o ponto de partida para um total desrespeito e opressão do Palácio do Planalto com o Legislativo e Judiciário.
Forças militares em atenção - As forças militares que cuidam da segurança do Congresso e da Esplanada dos Ministérios estão em estado de alerta para possíveis manifestações no feriado da Independência, em 7 de setembro, em Brasília. Fontes ouvidas pelo Correio afirmam que, apesar de ainda não existir nenhum planejamento especial em relação ao dia, os militares estão preparados para conter qualquer possível ação violenta. A operação começou após a investigação a respeito de postagens e vídeos, publicados nas redes sociais nos últimos dias, que incitam a população a praticar atos criminosos e violentos às vésperas do feriado. Como medida de segurança, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão, atendendo a um pedido da subprocuradora Lindôra Araújo, da Procuradoria-Geral da República (PGR). Políticos, cantores, blogueiros e empresários estiveram na mira da Polícia Federal. Entre eles, o cantor e ex-deputado Sérgio Reis. Ele está sendo investigado por convocar uma manifestação de caminhoneiros em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, com cobrança ao Congresso para derrubar todos os ministros do STF e pedidos de uma ação militar no país. A repercussão do caso foi negativa e Sérgio Reis foi desautorizado por lideranças de caminhoneiros e ruralistas, que diziam que não apoiavam nenhuma manifestação. O músico se disse arrependido, mas continuou pedindo que as famílias fossem para as ruas. Na avaliação do deputado federal Neri Geller (PP-MT), o posicionamento de Sérgio Reis foi “infeliz” e precipitado. “Sou radicalmente contra a possibilidade de quebra institucional. Não tem nenhuma possibilidade de defender”, afirma.
Além de Lula, prioridade do PT é ampliar bancada na Câmara dos Deputados - Além da aposta na candidatura à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, o Partidos dos Trabalhadores (PT) decidiu priorizar pela primeira vez em sua história a eleição de uma bancada na Câmara dos Deputados. A legenda deve deixar em segundo plano as disputas para o Senado e para os governos estaduais. Os motivos são a necessidade de formar uma bancada que garanta a governabilidade e ajude a impedir a tramitação de pedidos de impeachment, caso Lula seja eleito, ou uma posição de força caso o petista seja derrotado. Além disso, pesa na decisão a repartição dos recursos públicos dos fundos eleitoral e partidário, cuja maior parte é dividida entre as legendas de acordo com o número de representantes de cada uma eleitos para a Câmara dos Deputados. Essa é a primeira vez que o PT prioriza a eleição de deputados. Para tanto, a legenda definiu uma primeira lista de candidatos nos Estados, incluindo nomes como o ex-governador de Minas Fernando Pimentel e políticos recém-chegados, como o ex-deputado do PSOL Jean Wyllys. “A Câmara virou fundamental para a governabilidade e para dar racionalidade à política”, disse Pimentel, que confirmou a candidatura a deputado. “O Jean Wyllys será candidato em São Paulo”, contou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. No mesmo Estado, o partido pretende lançar o vereador Eduardo Suplicy a deputado. “Ainda não está definido se a deputado federal ou estadual”, disse Suplicy ao Estadão. Desde quando se elegeu senador pela primeira vez, em 1990, Suplicy sempre concorreu para o Senado. Dois ex-candidatos ao governo paulista também devem concorrer à Câmara: Luis Marinho e Alexandre Padilha.
Em projeto rumo a 2022, MBL quer Janaina fora do PSL - Janaina Paschoal não sobreviveu ao bolsonarismo. Integrantes do movimento que insuflou os atos contra Dilma acusam a agora deputada estadual de abandonar a coerência e de se dobrar a um governo federal criminoso. A advogada, uma das autoras do pedido de impeachment que derrubou a petista, diz que o MBL faz o jogo da esquerda ao criticar ações do Supremo contra bolsonaristas. O rompimento ocorreu quando os dois lados se viram na iminência de estar de novo lado a lado: dentro do PSL. “Janaina tem se distanciado da coerência que a elegeu, sendo leniente com um governo tão criminoso quanto os do PT. Se continuar nessa linha, não há outro caminho a não ser a saída dela do PSL”, diz Rubinho Nunes, recém-filiado ao partido. Nunes é quem articula a entrada na sigla de outros membros do movimento, como Kim Kataguiri e Arthur do Val. Para isso, defende a saída dos bolsonaristas do PSL. “O MBL radicalizou demais em relação à Presidência. Estão dando força para a esquerda, apoiando ações contra a liberdade”, afirma Janaina. A deputada estadual de São Paulo reclama de ficar sabendo das questões envolvendo o PSL pela imprensa e já avisou à sigla: sairá na próxima janela, com a intenção de concorrer ao Senado em 2022. Júnior Bozzella, presidente do PSL-SP, acha que não serão necessárias expulsões para “desbolsonarizar” o partido: os descontentes sairão por conta própria.