Eu tenho uma convivência familiar conturbada desde que me tenho por gente. Meu pai é uma pessoa que se acha a última bolacha no pacote, tinha a posição de chefe onde trabalhava e até onde ouvi sempre foi muito competente no trabalho - em casa, não faz absolutamente nada a não ser tornar a vida de todos difícil e depois dizer que "ele pode, porque é chefe".
Já minha mãe, é uma pessoa psicologicamente descompassada. Do nada, começa a gritar numa conversa casual. Passa de boa moça para os outros e para o resto da família, mas dentro da casa trata a todos como um peso. Quando há uma briga, por qualquer motivo, faz questão de adotar a tática da baixaria. Se o motivo da briga foi um pão, diz que a pessoa é gorda, diz que o trabalho que ela tem não dá dinheiro, diz que a família da pessoa não é mais bem vinda em casa (isto tanto para mim, que estou noivo, quanto para meu pai e sua família). Última briga que tive com ela ela do nada veio me cobrar das "roupas que ela me deu, que tudo isso foi ela quem comprou". Fiz um monte dessas roupas e joguei no quarto dela, enraivecido. Enfim, baixaria total, pra atingir da pior maneira possível mesmo. E eu acho que ela tem sim problemas psicológicos e, mesmo com um convênio de saúde que permite a ela ter ajuda com os mais diversos médicos, nada faz a não ser tornar a vida de todos aqui na casa um inferno.
Bem, há um ano, resolvi iniciar um empreendimento. Estou já há um ano na luta e, confesso, estou indo até que bem. Não pago as contas de morar sozinho (que era o que mais queria), mas dentro de um tempo acho que vou conseguir e com sobra. Antes de fazer isso, tinha um trabalho mal remunerado e exploratório em que a mesma família que narrei antes me incentivou largar. Então, quando fui começar meu negócio, conversamos e acertamos que precisaria do seu apoio por um tempo, porque resolvi investir em trabalho no lugar de um lugar pra morar (porque vejo que isso traz um futuro muito mais promissor ao longo prazo).
Recentemente, tive de pegar o carro da casa para ir fazer um atendimento (que consegui fechar negócio). Acontece que eu tenho um irmão pequeno e ele saía da escola às 11 e 40. Infelizmente, não conseguiria voltar para casa para deixar o carro com minha mãe, então me comprometi por mensagem de celular que eu buscaria ele.
Meu atendimento demorou. Consegui sair do escritório 11 e 50, mas peguei trânsito. Enquanto travado no trânsito, recebi mensagens das mais diversas me xingando. Quando consegui pegar o rapaz na escola, eram 12 e 20.
Eis que chego em casa esperando a chuva do inferno e me deparo (puto da cara por conta do teor das mensagens) com ela chorando de soluçar. Sim, chorando de soluçar porque o filho levou 30 minutos para ser pego na escola.
Em qualquer situação eu iria prestar apoio, mas conheço a figura. Só quem convive sabe quem é de verdade. Ela não chora pra precisar de apoio. Não. Ela faz isso para jogar sentimentalmente. No mesmo dia, antes de sair para atender, ela havia brigado com meu pai de chegar a os vizinhos ouvirem, porque ela não tem limites para isso. Pra, depois, contar a toda a família que "olha, cheguei até a chorar". Fiquei ainda mais puto. Gritei pra que diabos chorar porque o rapaz levou 30 minutos para ser pego?
Mas eu canto essa pedra há anos. Ela tem de fato algum problema mental. Acontece que quando estes acessos acontecem, quando dá rolo pra valer em casa, ela sempre tem razão. Não importa com quem é a briga. Mesmo com meu pai. Em resumo, a parte da família que ela tem contato apoia ela, e ela não se vê com problemas. Não, os outros que tem problemas. Ela não. Aliás, mesmo se o choro fosse de verdade, isso já demonstra sinais de demência ou uma ansiedade fora do normal, porque não faz sentido algum. E isso me irritou. Sempre foi avisado a ela que precisava tratar seus problemas, mas tudo o que ela faz é os ignorar e infernizar a todos ao seu redor.
Minha vida depois disso está um inferno. Sou a ovelha negra da família. Devia ter investido era para dar o fora de casa no primeiro apito. Prefiro a vida de sub empregado a conviver com esta parasitagem. Penso frequentemente no pior, em acabar com isso de uma vez, mas sempre me seguro. Até não segurar mais.