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Tópico Informal do Desemprego da OS - Compartilhe seus perrengues aqui

Sgt. Kowalski

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Com desemprego crescente, aumentam relatos de golpes com vagas falsas: 'Tentam tirar proveito da angústia alheia'


Rebeca atendeu ao telefone e ouviu o que mais esperava: "Temos uma vaga com o seu perfil". A proposta era um cargo de gerente, em que ganharia quase R$ 30 mil. Tinha cara de emprego dos sonhos, diz ela. "Mas em 10 ou 15 minutos de conversa, no dia seguinte na agência, percebi que era um golpe."
Ela não é a única a contar essa história.

O número de pessoas em busca de vaga no Brasil aumentou 10,2% no primeiro trimestre do ano e soma agora 13,4 milhões de trabalhadores, segundo números divulgados no fim de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É uma fila que, na medida em que crescia, também via se multiplicarem acusações e indícios de vagas falsas e de outros artifícios lançados para enganar desempregados e tirar dinheiro deles no país. O quadro é apontado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), pelo Procon-SP e pelo site de defesa do consumidor Reclame Aqui - e confirmado por analistas.

"Infelizmente, são situações que se repetem, fruto da ação inescrupulosa de pessoas que tentam tirar proveito da angústia alheia, derivada do desemprego ou aspiração de tantos outros que desejam um progresso profissional", diz o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Brasil), Paulo Sardinha. "As práticas consideradas desonestas", afirma, "são executadas por uma minoria", mas os candidatos devem ter cuidado.

Em São Paulo, o promotor de Justiça do Consumidor, Luiz Ambra, diz que o Ministério Público começou a investigar "um grupo de pessoas que estaria usando diferentes nomes no mercado para anunciar vagas nos jornais, atrair interessados com promessas de emprego que não existem e exigir que eles façam pagamentos". "Existem evidências muito fortes dessa prática."

Ambra relatou que uma das vítimas ouvidas na investigação disse ter sido atraída por anúncios de vagas para auxiliar de produção e estoquista.

Ao chegar ao local, teria visto 40 pessoas esperando entrevista. A agência, segundo ele, afirmou ao candidato que as vagas já estavam preenchidas, mas que havia outras duas – com salários entre R$ 800 e R$ 1.490 mais benefícios.

"Ele (a vítima) teria mostrado interesse por esta última. A empresa então teria sinalizado que estava tudo certo, que iria ter um treinamento, mas que ele ia ser contratado e só precisaria arcar com o custo do uniforme."

O valor, R$ 390, seria descontado do primeiro salário, mas o convenceram a antecipar com o cartão de crédito. A estratégia teria sido a mesma usada com outros candidatos.

"Depois de efetuado o pagamento, quando vão assinar o contrato, verificam que não tem nada daquilo que haviam acertado – que a empresa só se compromete a prepará-los para entrevistas. Ela também diz que o uniforme está esgotado."

Essa vítima contou em depoimento que conversou com outros trabalhadores que tinham participado de seleções na agência - e que teriam percebido que as propostas eram falsas.

Duas pessoas já ouvidas teriam conseguido bloquear seus cartões de crédito para evitar os pagamentos. Outras, não.

A investigação, segundo Ambra, foi desencadeada por queixas que os trabalhadores registraram no Procon e em sites de defesa do consumidor.

Segundo o Reclame Aqui, 30% das 4.872 queixas registradas no primeiro trimestre de 2019 contra agências de emprego e recrutamento trazem acusações de cobranças indevidas e vagas falsas. A cifra representa um aumento de 11,3% em relação aos três primeiros meses de 2017, e 2,4% ante igual período de 2018.

"Muita gente acaba deixando de denunciar por vergonha ou falta de informação de como proceder. E infelizmente, talvez ocorram mais casos do que aqueles que são registrados", diz o dirigente da ABRH-Brasil, ressaltando que as denúncias também podem ser feitas de forma anônima à polícia e em outros órgãos.

A Coordenadoria Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho, do Ministério Público do Trabalho (MPT), apontou a existência de ações em Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rondônia.

Os casos envolvem empresas que, segundo a Procuradoria, cobravam taxas de candidatos para encaminhá-los a entrevistas ou vagas de emprego ou atuavam, por exemplo, usando promessas de vagas como isca para vender cursos e treinamentos – mas após a assinatura do contrato alegavam aos clientes que a vaga dependeria do desempenho do aluno.


'Colocam um monte de defeitos no seu currículo'


Rebeca, a personagem citada no início desta reportagem, teme que seu episódio atrapalhe outras seleções de que participa – por isso, a BBC News Brasil decidiu não revelar seu nome verdadeiro nem o da empresa.

A paulista de 37 anos atuou como gerente de marketing de uma multinacional até dezembro. Ela conta que foi desligada do cargo após uma mudança no modelo de negócio da companhia, e essa seria a sua sexta entrevista.

A profissional conta que não pesquisou previamente sobre a empresa, mas que ficou "desconfiada" quando recebeu a ligação.

"A mulher disse que era de uma empresa de recolocação, que tinha visto o meu currículo e perguntou se eu poderia comparecer no dia seguinte para ouvir a proposta."

"Como eu já tinha recebido ligações desse tipo, liguei de volta para perguntar se tinham mesmo uma vaga. E ela confirmou que era uma oferta real."

Ao chegar à agência, ela conta que acabou sendo pressionada a pagar R$ 5.000 por serviços que não sabia que seriam oferecidos. O valor seria para a empresa revisar seu currículo, buscar outras vagas para ela no mercado e lhe renderia, de bônus, um serviço de coaching para prepará-la para entrevistas.

"Eles falam que têm uma vaga totalmente compatível com o seu perfil, mas não têm. É só para lhe atrair", diz ela.

"No meio da conversa eles colocam um monte de defeitos no seu currículo, dizem que do jeito que está não conseguem mandar para a empresa, que ele vai ser rejeitado, e aí tentam vender o serviço".

O valor teria de ser pago à vista ou em até seis vezes.

"Se eu fosse contratada, eles pediriam ainda 25% dos meus três primeiros salários".

"A pessoa simula uma entrevista, tenta tirar informações de você, como o cargo que você está querendo, quanto você quer ganhar, e aí pega o gancho para fazer a proposta", detalha Rebeca.

"Fazem muita pressão psicológica para você fechar na hora, dizem que a cada dia que você está fora do mercado vai perdendo valor, como um carro que saiu da concessionária e está valendo 20% menos."

Ela já havia sido alertada sobre esse tipo de investida por uma empresa de RH que lhe presta assessoria para recolocação profissional – um serviço incluído no pacote de desligamento que acertou no antigo emprego, por ocupar cargo de executiva.

"Minha consultora também me disse que nenhuma empresa séria, idônea, que está fazendo um processo seletivo, vai cobrar do candidato para fazer recrutamento. Quem paga é a empresa que está contratando, não é o candidato. Eu tive sorte de estar preparada."

Rebeca saiu do escritório sem contratar qualquer serviço. Disse que iria analisar, e respondeu por e-mail que não estava interessada. Só depois ela viu, na internet, postagens de outros candidatos com histórias parecidas.

Em uma das queixas publicadas recentemente no site Reclame Aqui, o internauta diz que recebeu uma ligação da mesma empresa em dezembro, a respeito de uma vaga para ganhar R$ 12 mil. "Mas era mentira, a intenção era apenas me vender pacotes de consultoria em coaching", afirma.


'Brincam com nossos sonhos'


Também neste ano, uma usuária do site se disse "indignada" com uma "falsa promessa de emprego" de outra agência. O foco eram vagas de camareira.

Ela encontrou o anúncio publicado no jornal "propondo início imediato e que davam o treinamento".

Ao ligar em busca de detalhes, a atendente teria lhe dito que a empresa presta serviços para várias redes de hoteis e que o treinamento custaria R$ 300.

"Mas ela garantiu que dentro de um mês eu estaria no mercado, pois os hoteis só contratavam através deles". O caso teria ocorrido em julho de 2018. E o pagamento integral era apontado como pré-requisito para ter o currículo divulgado.

"Eu peguei dinheiro emprestado para fazer".

Cinco meses depois, quando fez o post com a queixa, a candidata afirmava que continuava desempregada, que não havia recebido sequer uma ligação para entrevistas e que ninguém da "turma grande" que fez o treinamento com ela havia sido empregado.

Os candidatos teriam criado um grupo no WhatsApp para acompanhar o caso. "Estou divulgando, pois os anúncios continuam, dessa e de outras que prometem emprego e brincam com nossos sonhos. Por favor, não caiam nessa", diz ela.

"Eu ainda tenho o jornal com o anúncio".

Paulo Sardinha, da ABRH-Brasil, afirma que esse tipo de situação "sugere um golpe".

"A irregularidade consiste em simular a existência de vaga para cobrar por um serviço e induzir o interessado a erro."


'Cobrança não é permitida'


Em uma das ações ajuizadas pelo MPT em 2018, na Bahia, a juíza substituta da 2ª Vara do Trabalho de Feira de Santana, Maria Fernandes Maciel Prado de Oliveira, ressalta que a atividade de agenciamento de empregos não é regulamentada no Brasil. Não existe lei permitindo a cobrança de valores para que o candidato seja empregado, observa ela. Por enquanto, também não existe contra.

Mas os procuradores do MPT sustentam - e alguns juízes, como ela, têm acatado - que "o procedimento fere princípios e normas constitucionais e internacionais", como a Convenção 181 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que "prevê a impossibilidade de as agências cobrarem dos trabalhadores encargos sobre os seus serviços".

Um projeto de lei de autoria do deputado Nilto Tatto (PT-SP), desarquivado em fevereiro para votações na Câmara dos Deputados, também quer proibir agências de cobrar taxas para cadastro de currículo no banco de dados ou inscrição em processo seletivo.

A agência ré no caso da Bahia é acusada de cobrar R$ 10 para cadastro de currículo e, ainda, a retenção de 30% do primeiro salário do candidato - prática que, no entendimento da juíza, "é vedada" e que "viola a proteção ao salário do trabalhador, o valor social do trabalho, a garantia de livre acesso do empregado ao mercado de trabalho face a livre iniciativa e até a dignidade da pessoa humana".

Decisões favoráveis ao trabalhador nesse tipo de ação podem ir desde obrigar a empresa a parar as cobranças, sob pena de multa, até punições como reparação de danos morais coletivos e prisão, se estiver na esfera criminal.

Mas e se o telefone do trabalhador toca e alguém diz ter uma vaga com o perfil dele, o que ele faz?

"Deve desconfiar!", dizem os dirigentes da ABRH, entidade filiada à Federação Mundial de Associações de Gestão de Pessoas, que reúne mais de 660 mil profissionais de RH distribuídos em mais de 90 países.

"Isso sugere ser uma prática desonesta ou, pelo menos, pouco profissional. Quando sugerem que a vaga encaixa exatamente com o perfil do candidato, sem ele nem mesmo ter participado de um processo seletivo da empresa ou, por exemplo, baseado em seu perfil do LinkedIn, não faz muito sentido", avalia.

Uma abordagem correta, acrescenta, seria o profissional dizer qual empresa representa, a vaga ou oportunidade que está trabalhando e que gostaria de marcar uma entrevista para avaliar a aderência do candidato a esta vaga.

A empresa também deveria mencionar como chegou até ele, informando de quem recebeu a indicação ou currículo.

A recomendação, segundo a ABRH, é que a pessoa verifique em sites e órgãos de proteção ao consumidor se profissionais e empresas que dizem prestar tais serviços são alvos de reclamações, como as solucionaram e se estão envolvidos em procedimentos de investigação e denúncias.

Empresas abertas recentemente e com pouco ou nenhum histórico de prestação de serviços devem ser avaliadas cuidadosamente, diz ainda. "Cuidado também com consultorias que se dizem vinculadas a instituições, com a nítida intenção de tentar aparentar credibilidade".

"A regra geral", diz o presidente da Associação, "é que pedido de pagamento antecipado em troca de vagas de emprego existentes sugere golpe. E cobrança de parcela dos salários é desprovida de ética".

Os dirigentes da ABRH acrescentam que a prestação de serviços que visam orientar pessoas na melhoria de currículos, comunicação pessoal, preparação apropriada para entrevistas e outras do tipo não é proibida no Brasil e pode ser remunerada.

"O que não pode é associar essa prestação de serviço à oferta de vaga de emprego", dizem eles, confirmando que "via de regra, as consultorias são remuneradas pela empresa que possui as vagas, não cabendo nenhuma forma de cobrança aos candidatos".

O diretor-executivo do Procon-SP, Fernando Capez, complementa que "promessas mirabolantes" - como salários muito acima da média - são sinais de alerta e que é preciso cuidado redobrado com empresas que garantem vaga".

"Com o desemprego alto, aumenta o desespero das pessoas e é mais fácil cair nesse tipo de golpe", diz ele.

Diante de eventuais reclamações dos candidatos, o Procon pede explicações à empresa e investiga o caso. "Se houver mentira envolvida, além de ser caso de Procon é caso de polícia porque se trata de estelionato", observa Capez.

O diretor ressalta que "o consumidor deve estar atento tanto ao anúncio de emprego quanto a um eventual contrato, se concordar em assiná-lo". É possível levá-lo ao Procon antes para checar se há irregularidades.

"As partes podem assinar contratos, desde que seja às claras. O que não pode haver é mentira".

Apesar de não ter feito uma denúncia formal, Rebeca tem alertado outros profissionais pelo WhatsApp.

"Quantas pessoas não caem nessa armadilha?", pergunta.
 

quemsoueu

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consegui uma vaga numa multinacional daqui, é serviço de peão mas pelo menos é uma das melhores empresas daqui e estando lá dentro é só ir puxando os cursos necessários pra ir crescendo, to bem feliz pq tinha feito uma dinâmica (blergh) 6 meses atras e não havia conseguido a vaga , to trabalhando atualmente mas é uma empresa que eu nem tinha entregado currículo mas eles me acharam online e aceitei pq precisa trabalhar né, agora torcer pra não dar treta nos exames médicos e gg.
 

Sgt. Kowalski

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consegui uma vaga numa multinacional daqui, é serviço de peão mas pelo menos é uma das melhores empresas daqui e estando lá dentro é só ir puxando os cursos necessários pra ir crescendo, to bem feliz pq tinha feito uma dinâmica (blergh) 6 meses atras e não havia conseguido a vaga , to trabalhando atualmente mas é uma empresa que eu nem tinha entregado currículo mas eles me acharam online e aceitei pq precisa trabalhar né, agora torcer pra não dar treta nos exames médicos e gg.

abraça a causa e mete a cabeça, bro.
parabéns!
 

Helghast Trooper

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a pessoa tem que estar muito desesperada achando que do nada vai ganhar salario de 30 mil assim como gerente

se me ligam e falam esse valor eu so digo "ta agora conta a do papagaio flws".

Ou estou por fora desses salarios, mas pra uma pessoa de 37 anos apenas, eh um valor astronomico e irreal
 


T.Chico

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Minha situação continua feia 4 meses no IBGE entre 2017/2018 depois nada, méis passado fiquei uma semana em um Super Mercado para um teste e fui dispensado.
 

Sgt. Kowalski

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Na fila do desemprego, brasileiro topa qualquer oportunidade de trabalho

Mesmo após o fim da recessão, mercado de trabalho ainda não dá sinais consistentes de recuperação e desemprego subiu em 14 Estados no primeiro trimestre



16 de maio de 2019 | 10h33



Todos os dias, antes das sete da manhã, uma fila começa a se formar em um dos corredores principais da estação de metrô do Brás, na região central da capital paulista. Entre os passageiros que saem apressados dos trens, dezenas de desempregados esperam atendimento em um posto estadual de emprego, onde se cadastram em busca de uma oportunidade de trabalho.


Desemprego
Fila de desempregados em posto de atendimento na estação do Brás, em São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão

Mesmo após o fim da recessão — oficialmente encerrada em 2017 —, o mercado de trabalho ainda não dá sinais consistentes de recuperação. No primeiro trimestre, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE) apontam que a taxa de desocupação no 1º trimestre de 2019 foi de 12,7%, 1,1 ponto percentual acima do trimestre anterior (11,6%).

Nesta quinta-feira, 16, o IBGE divulgou que o desemprego cresceu em São Paulo e em mais 13 Estados, com destaque para o Amapá, onde a taxa chegou a 20%. A pesquisa também mostra que 5,2 milhões de pessoas procuram trabalho há mais de um ano.
Os dados da Pnad Contínua apontam ainda que a taxa de subutilização do primeiro trimestre é a maior dos últimos sete anos em 13 das 27 unidades da federação. Essa taxa leva em conta os trabalhadores que estavam desocupados e os que trabalhavam uma quantidade insuficiente de horas.
Na fila do desemprego, a situação complicada do mercado de trabalho e a falta de perspectiva de melhora são temas recorrentes. Sem conseguir recolocação, os trabalhadores dizem acreditar que a situação piorou nos últimos meses e que conseguir uma vaga ainda é um objetivo distante.
A seguir, algumas dessas histórias.


Desemprego
Marcos Calixto Ribeiro perdeu o emprego há cinco meses. Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

Marcos Calixto Ribeiro, de 28 anos, sabe que a crise no mercado de trabalho ainda é grave, mas não esperava ficar desempregado este ano. Ele perdeu o emprego há cinco meses, quando o restaurante em que era auxiliar de cozinha faliu e, desde então, mal consegue ser chamado para entrevistas. "Pelo menos, minha mulher está trabalhando, o que já ajuda um pouco nas contas."


Desemprego
Vera Lúcia Barbosa era empregada doméstica. Foto: Felipe Rau/Estadão

Vera Lúcia Barbosa, de 54 anos, tenta voltar ao mercado de trabalho há seis meses. Ela, que trabalhou como empregada doméstica por 18 anos para uma mesma família, tinha se tornado auxiliar de limpeza de uma metalúrgica, quando deixou o emprego doméstico. Ficou na empresa por mais de um ano. "Mas a crise acabou reduzindo a produção da fábrica e me mandaram embora. Agora, topo o que aparecer. Com a família dependendo de mim, não dá para ficar escolhendo muito."


Desemprego
Sérgio Roberto Araújo perdeu o trabalho na construção civil. Foto: Felipe Rau/Estadão

Sérgio Roberto Araújo, de 37 anos, procura um emprego fixo desde 2016. Encanador, ele trabalhava na construção de edifícios comerciais e residenciais na Grande São Paulo, até que a recessão abalou o setor de construção e ele ficou sem emprego. "Por sorte, minha mulher e meus dois filhos estão trabalhando, mas tudo ainda está muito devagar. Na semana passada, comemorei quando fui chamado para a primeira entrevista de emprego em anos."


Desemprego
Robson dos Santos acabou de mudar de Aracaju em busca de emprego. Foto: Felipe Rau/Estadão

O auxiliar de serviços gerais Robson dos Santos, de 28 anos, procura por uma vaga desde 2017. Pela primeira vez, ele deixa seu currículo em um Posto de Atendimento ao Trabalhador na Grande São Paulo, enquanto faz planos: "Acabei de me mudar de Aracaju (SE) para São Paulo. As coisas lá estão ainda mais difíceis para quem não tem emprego. Nos últimos anos, perdi renda, mas não perco a esperança."


Desemprego
Waldenura de Andrade foi demitida de fábrica em Manaus. Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

Waldenura de Andrade acaba de se mudar de Manaus para São Paulo. Aos 46 anos, ela trabalhou por quase uma década em uma fábrica de motores de ar-condicionado. Com a recessão, os pedidos caíram e a empresa teve de demitir. "Não pensei duas vezes, reuni a família e mudamos de cidade. Agora, busco qualquer oportunidade de trabalho que me deixe começar a faculdade de radiologia."


Desemprego
Geni do Nascimento Fernandes era cozinheira, mas aceita vaga como vendedora. Foto: Felipe Rau/Estadão

Geni do Nascimento Fernandes, de 57 anos, era cozinheira em um hospital de São Paulo e procura por uma recolocação há mais de um ano. "Pode ser para trabalhar em uma cozinha de novo ou como vendedora de loja. O que aparecer vai ser bem-vindo."


Desemprego
Felipe Lima busca salário maior. Foto: Felipe Rau/Estadão

Felipe Lima, de 26 anos, está há uma semana procurando emprego. Ele, que fez um curso de gestão de negócios, trabalhava como supervisor operacional em uma empresa. "Meu último emprego pagava menos do que uma pessoa com as minhas funções costuma ganhar. Tenho família, sabe como é."


Desemprego
Afonso Maciel Neto está na fila do desemprego há três meses. Foto: Felipe Rau/Estadão

Afonso Maciel Neto, de 30 anos, procura emprego há três meses, desde que deixou de atuar como lavador de carros. "Já fiz muitas coisas antes de ser lavador de carros. Mas até um emprego simples, como esse último, está difícil de arranjar."


Desemprego
Sérgio Leite aposta em curso técnico. Foto: Felipe Rau/Estadão

Sérgio Leite, de 18 anos, procura seu primeiro emprego em um momento em que até as vagas para iniciantes sumiram. Ele, que concluiu o ensino médio, agora tenta terminar um técnico de química, em busca de uma oportunidade melhor. "Vim até o posto dois dias seguidos e bati na trave. Mas hoje vai, tem que dar certo."
 

Piga

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Quanto tempo leva em média um processo seletivo? Quanto tempo depois da entrevista vocês acham que eu devo esperar pra contatar a empresa pra saber uma posição?
 

Angelobss

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Quanto tempo leva em média um processo seletivo? Quanto tempo depois da entrevista vocês acham que eu devo esperar pra contatar a empresa pra saber uma posição?
Bom, a gente ainda está avaliando algumas propostas. Qualquer coisa entraremos em contato.

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pylm

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Quanto tempo leva em média um processo seletivo? Quanto tempo depois da entrevista vocês acham que eu devo esperar pra contatar a empresa pra saber uma posição?

Se eles quisessem realmente te contratar já teriam dado encaminhamento na hora da entrevista, o "depois a gente te liga" é uma formalidade pra cortar contato.
 

Duolks

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Quanto tempo leva em média um processo seletivo? Quanto tempo depois da entrevista vocês acham que eu devo esperar pra contatar a empresa pra saber uma posição?
Se eles quisessem realmente te contratar já teriam dado encaminhamento na hora da entrevista, o "depois a gente te liga" é uma formalidade pra cortar contato.

Se for TI pode variar bastante, o meu ultimo trampo eu fiz a entrevista em Abril e comecei só em Setembro, e não foi pq entrou alguém antes ou algo do tipo, só me selecionaram e o dono liberou a contratação em setembro mesmo.
 

Málocco Meeeermo

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Quanto tempo leva em média um processo seletivo? Quanto tempo depois da entrevista vocês acham que eu devo esperar pra contatar a empresa pra saber uma posição?
Depende do perfil da vaga. Se é pra contratação imediata (aumento de demanda de funcionário), se é para substituir funcionário demitido com justa causa ou que pediu demissão e que não cumprirá aviso prévio. Ou pra funcionário que está de saída mas que ainda cumprirá o aviso.

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PSO

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Olha eu de volta no tópico

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Málocco Meeeermo

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Sei que muitos aqui é da área de TI.
 

Sgt. Kowalski

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Análise: Perspectivas desoladoras para o desemprego no Brasil

Mesmo que a conjuntura melhore, milhões de brasileiros devem continuar sem trabalho na próxima década, em meio à digitalização e ao abismo entre baixa qualificação profissional e exigências dos empresários.

Funcionários de call-center
Call center é saída para cada vez mais universitários e jovens com ensino médio completo

O economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), divulgou nesta semana prognósticos desoladores: com um crescimento econômico anual projetado de menos de 2%, só em 2033 o desemprego no Brasil retrocederá novamente para abaixo dos 10%.

No momento, 12,5% da população economicamente ativa está sem trabalho, depois de um mínimo de 6,2% em 2013. Contudo, na época o governo pagou caro por esse nível de ocupação, com um déficit estatal alto – muito mais gastos do que arrecadação – e preços elevados de energia e transporte, por exemplo. A economia do país sofre até hoje as consequências dessa "política de emprego".

Hoje são 13,2 milhões de desempregados, e os números são ainda mais desoladores, se considerados também os que estão subempregados ou desistiram de procurar trabalho, com o total de afetados chegando a 28,4 milhões.

Em comparação: com 512 milhões de habitantes, ou seja, cerca de duas vezes e meia a população do Brasil, a União Europeia tem 16 milhões de desempregados, além de redes de assistência social ausentes no Brasil. E isso apesar de alguns Estados do bloco europeu também apresentarem taxa alta de desemprego.

Por mais sombrios que soem os prognósticos de Duque, é preciso notar que eles se baseiam em estimativas conjunturais otimistas. Um crescimento médio do PIB de cerca de 2% ao ano é bem superior ao que o Brasil tem apresentado historicamente. Desde 1980 o crescimento per capita tem estado bem abaixo da média da economia mundial, limitando-se a cerca de 1% ao ano.

O país ainda não tomou consciência da bomba prestes a explodir em seu mercado de trabalho. Pois o desemprego ainda deve crescer, quando, devido à digitalização da sociedade brasileira, ainda mais cidadãos perderem seus empregos. A recessão e o mercado fechado, com pouca concorrência, proporcionou às empresas nacionais uma pausa para respirar, em termos de modernização e automatização.

Há mais de duas décadas a produtividade das empresas brasileiras está estagnada. Porém os planos de abertura do mercado as forçam agora a modernizar suas unidades – do contrário, não terão chance contra os produtos importados, e muito menos poderão competir na exportação: a palavra-chave é "indústria 4.0". Nesse processo de reestruturação, os brasileiros perderão postos de trabalho em massa, acompanhando a reviravolta estrutural que se realiza em todo o mundo.

A grande diferença é que a formação profissional dos brasileiros é especialmente deficiente. Um exemplo: a firma Atento, que opera redes de call centers e telemarketing e se apresenta como maior empregadora do país, recentemente anunciou 1.200 vagas na bolsa de empregos de São Paulo. Apresentaram-se 600 interessados, e apenas sete vagas foram preenchidas. A rede de supermercados Pão de Açúcar também ofereceu 2 mil empregos: 700 pessoas pareciam ser adequadas para vagas, mas somente 32 postos foram ocupados até agora.

Segundo Ricardo Patah, presidente da União Geral do Trabalhadores (UGT), o motivo para tantas vagas abertas em meio ao alto desemprego é a falta de candidatos que dominem as operações aritméticas básicas, saibam se expressar e possuam conhecimentos mínimos de informática que lhes permitam trabalhar no caixa ou operar um PC com monitor.

O abismo entre as exigências dos empresários e a qualificação existente fica cada vez maior: dos 13,4 milhões de desempregados no primeiro trimestre de 2019, 635 mil eram considerados difíceis de colocar no mercado – mais do que o dobro do que em 2014, antes da recessão.

Fabio Bentes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), calcula que dentro de dez anos 1,4 milhão de brasileiros não terão qualquer chance de conseguir emprego por falta de qualificação, mesmo que o país volte a crescer economicamente. Cada vez mais universitários ou jovens com ensino médio completo assumem funções simples, de caixa ou num call center, os quais, a rigor, são empregos típicos de baixa qualificação no Brasil.

Ainda assim, há um lampejo de esperança no mercado de trabalho brasileiro: pela primeira vez em quatro anos, no primeiro semestre de 2019 aumentou o número dos empregados fixos.
 

Bug_Secular

Bam-bam-bam
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Análise: Perspectivas desoladoras para o desemprego no Brasil

Mesmo que a conjuntura melhore, milhões de brasileiros devem continuar sem trabalho na próxima década, em meio à digitalização e ao abismo entre baixa qualificação profissional e exigências dos empresários.

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O economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), divulgou nesta semana prognósticos desoladores: com um crescimento econômico anual projetado de menos de 2%, só em 2033 o desemprego no Brasil retrocederá novamente para abaixo dos 10%.

No momento, 12,5% da população economicamente ativa está sem trabalho, depois de um mínimo de 6,2% em 2013. Contudo, na época o governo pagou caro por esse nível de ocupação, com um déficit estatal alto – muito mais gastos do que arrecadação – e preços elevados de energia e transporte, por exemplo. A economia do país sofre até hoje as consequências dessa "política de emprego".

Hoje são 13,2 milhões de desempregados, e os números são ainda mais desoladores, se considerados também os que estão subempregados ou desistiram de procurar trabalho, com o total de afetados chegando a 28,4 milhões.

Em comparação: com 512 milhões de habitantes, ou seja, cerca de duas vezes e meia a população do Brasil, a União Europeia tem 16 milhões de desempregados, além de redes de assistência social ausentes no Brasil. E isso apesar de alguns Estados do bloco europeu também apresentarem taxa alta de desemprego.

Por mais sombrios que soem os prognósticos de Duque, é preciso notar que eles se baseiam em estimativas conjunturais otimistas. Um crescimento médio do PIB de cerca de 2% ao ano é bem superior ao que o Brasil tem apresentado historicamente. Desde 1980 o crescimento per capita tem estado bem abaixo da média da economia mundial, limitando-se a cerca de 1% ao ano.

O país ainda não tomou consciência da bomba prestes a explodir em seu mercado de trabalho. Pois o desemprego ainda deve crescer, quando, devido à digitalização da sociedade brasileira, ainda mais cidadãos perderem seus empregos. A recessão e o mercado fechado, com pouca concorrência, proporcionou às empresas nacionais uma pausa para respirar, em termos de modernização e automatização.

Há mais de duas décadas a produtividade das empresas brasileiras está estagnada. Porém os planos de abertura do mercado as forçam agora a modernizar suas unidades – do contrário, não terão chance contra os produtos importados, e muito menos poderão competir na exportação: a palavra-chave é "indústria 4.0". Nesse processo de reestruturação, os brasileiros perderão postos de trabalho em massa, acompanhando a reviravolta estrutural que se realiza em todo o mundo.

A grande diferença é que a formação profissional dos brasileiros é especialmente deficiente. Um exemplo: a firma Atento, que opera redes de call centers e telemarketing e se apresenta como maior empregadora do país, recentemente anunciou 1.200 vagas na bolsa de empregos de São Paulo. Apresentaram-se 600 interessados, e apenas sete vagas foram preenchidas. A rede de supermercados Pão de Açúcar também ofereceu 2 mil empregos: 700 pessoas pareciam ser adequadas para vagas, mas somente 32 postos foram ocupados até agora.

Segundo Ricardo Patah, presidente da União Geral do Trabalhadores (UGT), o motivo para tantas vagas abertas em meio ao alto desemprego é a falta de candidatos que dominem as operações aritméticas básicas, saibam se expressar e possuam conhecimentos mínimos de informática que lhes permitam trabalhar no caixa ou operar um PC com monitor.

O abismo entre as exigências dos empresários e a qualificação existente fica cada vez maior: dos 13,4 milhões de desempregados no primeiro trimestre de 2019, 635 mil eram considerados difíceis de colocar no mercado – mais do que o dobro do que em 2014, antes da recessão.

Fabio Bentes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), calcula que dentro de dez anos 1,4 milhão de brasileiros não terão qualquer chance de conseguir emprego por falta de qualificação, mesmo que o país volte a crescer economicamente. Cada vez mais universitários ou jovens com ensino médio completo assumem funções simples, de caixa ou num call center, os quais, a rigor, são empregos típicos de baixa qualificação no Brasil.

Ainda assim, há um lampejo de esperança no mercado de trabalho brasileiro: pela primeira vez em quatro anos, no primeiro semestre de 2019 aumentou o número dos empregados fixos.

A saída do Brasil seria exportar/fabricar a própria tecnologia. Mas, sem desvirtuar do tópico, enquanto a bancada dos governantes se manter como estar, vamos continuar na mesma, ou até piorar. A previdência só é um tiro no escuro, pode até funcionar, mas do jeito que o nosso governo é capenga, vai servir pra nada...

Não vejo o sinal de recuo tão cedo. Só sinto que muitos jovens, assim como eu, talvez, nunca terão um trabalho com carteira assinada.
 

Shikamaru Nara

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A saída do Brasil seria exportar/fabricar a própria tecnologia. Mas, sem desvirtuar do tópico, enquanto a bancada dos governantes se manter como estar, vamos continuar na mesma, ou até piorar. A previdência só é um tiro no escuro, pode até funcionar, mas do jeito que o nosso governo é capenga, vai servir pra nada...

Não vejo o sinal de recuo tão cedo. Só sinto que muitos jovens, assim como eu, talvez, nunca terão um trabalho com carteira assinada.
Pode até ter, mas não passará de 1000,00 ahauauaa

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Navarone

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Análise: Perspectivas desoladoras para o desemprego no Brasil

Mesmo que a conjuntura melhore, milhões de brasileiros devem continuar sem trabalho na próxima década, em meio à digitalização e ao abismo entre baixa qualificação profissional e exigências dos empresários.

Funcionários de call-center
Call center é saída para cada vez mais universitários e jovens com ensino médio completo

O economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), divulgou nesta semana prognósticos desoladores: com um crescimento econômico anual projetado de menos de 2%, só em 2033 o desemprego no Brasil retrocederá novamente para abaixo dos 10%.

No momento, 12,5% da população economicamente ativa está sem trabalho, depois de um mínimo de 6,2% em 2013. Contudo, na época o governo pagou caro por esse nível de ocupação, com um déficit estatal alto – muito mais gastos do que arrecadação – e preços elevados de energia e transporte, por exemplo. A economia do país sofre até hoje as consequências dessa "política de emprego".

Hoje são 13,2 milhões de desempregados, e os números são ainda mais desoladores, se considerados também os que estão subempregados ou desistiram de procurar trabalho, com o total de afetados chegando a 28,4 milhões.

Em comparação: com 512 milhões de habitantes, ou seja, cerca de duas vezes e meia a população do Brasil, a União Europeia tem 16 milhões de desempregados, além de redes de assistência social ausentes no Brasil. E isso apesar de alguns Estados do bloco europeu também apresentarem taxa alta de desemprego.

Por mais sombrios que soem os prognósticos de Duque, é preciso notar que eles se baseiam em estimativas conjunturais otimistas. Um crescimento médio do PIB de cerca de 2% ao ano é bem superior ao que o Brasil tem apresentado historicamente. Desde 1980 o crescimento per capita tem estado bem abaixo da média da economia mundial, limitando-se a cerca de 1% ao ano.

O país ainda não tomou consciência da bomba prestes a explodir em seu mercado de trabalho. Pois o desemprego ainda deve crescer, quando, devido à digitalização da sociedade brasileira, ainda mais cidadãos perderem seus empregos. A recessão e o mercado fechado, com pouca concorrência, proporcionou às empresas nacionais uma pausa para respirar, em termos de modernização e automatização.

Há mais de duas décadas a produtividade das empresas brasileiras está estagnada. Porém os planos de abertura do mercado as forçam agora a modernizar suas unidades – do contrário, não terão chance contra os produtos importados, e muito menos poderão competir na exportação: a palavra-chave é "indústria 4.0". Nesse processo de reestruturação, os brasileiros perderão postos de trabalho em massa, acompanhando a reviravolta estrutural que se realiza em todo o mundo.

A grande diferença é que a formação profissional dos brasileiros é especialmente deficiente. Um exemplo: a firma Atento, que opera redes de call centers e telemarketing e se apresenta como maior empregadora do país, recentemente anunciou 1.200 vagas na bolsa de empregos de São Paulo. Apresentaram-se 600 interessados, e apenas sete vagas foram preenchidas. A rede de supermercados Pão de Açúcar também ofereceu 2 mil empregos: 700 pessoas pareciam ser adequadas para vagas, mas somente 32 postos foram ocupados até agora.

Segundo Ricardo Patah, presidente da União Geral do Trabalhadores (UGT), o motivo para tantas vagas abertas em meio ao alto desemprego é a falta de candidatos que dominem as operações aritméticas básicas, saibam se expressar e possuam conhecimentos mínimos de informática que lhes permitam trabalhar no caixa ou operar um PC com monitor.

O abismo entre as exigências dos empresários e a qualificação existente fica cada vez maior: dos 13,4 milhões de desempregados no primeiro trimestre de 2019, 635 mil eram considerados difíceis de colocar no mercado – mais do que o dobro do que em 2014, antes da recessão.

Fabio Bentes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), calcula que dentro de dez anos 1,4 milhão de brasileiros não terão qualquer chance de conseguir emprego por falta de qualificação, mesmo que o país volte a crescer economicamente. Cada vez mais universitários ou jovens com ensino médio completo assumem funções simples, de caixa ou num call center, os quais, a rigor, são empregos típicos de baixa qualificação no Brasil.

Ainda assim, há um lampejo de esperança no mercado de trabalho brasileiro: pela primeira vez em quatro anos, no primeiro semestre de 2019 aumentou o número dos empregados fixos.


Texto desolador mesmo, mas realista
impressionante
 

Málocco Meeeermo

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Sgt. Kowalski

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A vida em tempo de desemprego

A constatação de que em quase um quarto dos domicílios não há nenhum morador com renda gerada pelo trabalho mostra uma nova dimensão da tragédia social que a persistência da crise econômica torna cada dia mais dramática. Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constataram que a proporção de domicílios sem renda do trabalho, que já era alta, está crescendo. Passou de 19% do total no início de 2014 para 22,2% no último trimestre de 2018 e 22,7% no primeiro trimestre deste ano.
Além de ser um dado que causa espanto, pelos dramas familiares que resume, essa informação se acrescenta a outras – como o número de desempregados, subocupados e pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não encontram ocupação, que somam 28,4 milhões de pessoas, ou o tempo cada vez maior que se leva para encontrar emprego – que mostram a severa deterioração do mercado de trabalho.
Para boa parte das pessoas que não têm ocupação adequada, o futuro próximo não é animador, pois as previsões mais otimistas são de que o mercado só começará a melhorar no ano que vem – se tudo caminhar bem.
De que vivem as pessoas abrigadas nesses domicílios se não é com a renda do trabalho? Decerto há entre elas as que formaram poupança suficiente para viver de outras rendas que não as geradas pelo trabalho. Há também quem viva de pensões e aposentadorias ou de benefícios sociais pagos pelo Estado. Mas a grande maioria enfrenta imensas dificuldades para sobreviver.
“A crise bateu muito forte no mercado de trabalho e mais forte no trabalhador menos escolarizado, com emprego de pior qualidade, e é esse trabalhador que tem sofrido mais com a crise”, disse ao Estado a economista Maria Andreia Parente Lameiras, umas das responsáveis pelo estudo sobre mercado de trabalho publicado na mais recente edição da revista Carta de Conjuntura editada pelo Ipea. Os menos preparados são, de fato, os mais vulneráveis, mas a crise atinge todos os tipos de trabalhadores.
Outra constatação do Ipea é a de que o tempo em que se fica desempregado está aumentando. Desagregando os dados da Pnad Contínua aferida mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os economistas do Ipea constataram que é crescente o número de pessoas que estão desempregadas há mais de dois anos. No primeiro trimestre de 2015, 17,4% dos desempregados estavam nessa situação há mais de dois anos; neste ano, a proporção subiu para 24,8%, ou praticamente um quarto dos desempregados. Isso significa que 3,3 milhões de trabalhadores estão há pelo menos dois anos à procura de uma ocupação remunerada. Esse número é 42,4% maior do que o de dois anos antes.
Outros milhões de trabalhadores deixaram de procurar um emprego que tentaram encontrar durante muito tempo e passaram a integrar o grupo de desalentados. Esse grupo é formado por pessoas que não procuraram emprego no período de referência da pesquisa por se considerar muito jovem, muito idoso ou pouco experiente, ou por acreditar que não encontraria oportunidade de trabalho. No primeiro trimestre deste ano, segundo o IBGE, o contingente de desalentados era formado por 4,8 milhões de pessoas.
“O mercado de trabalho é o pior retrato da crise econômica pela qual o Brasil está passando”, segundo Andrea Lameiras. “Estamos saindo da crise, mas muito lentamente, e o mercado de trabalho reage depois da economia como um todo.” Ou seja, quando a produção, o consumo e os investimentos voltam a crescer, o mercado do trabalho ainda leva um tempo para melhorar.
Mas não há ainda sinais claros de que a economia esteja se recuperando nem de que a questão esteja entre as preocupações prioritárias do governo. A atividade econômica continua muito baixa, menos intensa do que a observada nos dois últimos anos – quando o crescimento foi pífio –, o que torna mais distante a retomada do emprego.
 

HuezinXD

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Concurso agora só estaduais e municipais. Federais deve fica só coma reas tipo policia e etc.
 

Sgt. Kowalski

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Taxa de desemprego recua para 12,3% no trimestre encerrado em maio, aponta IBGE


A taxa de desemprego atingiu a marca de 12,3% no trimestre que se encerra em maio, como mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na manhã desta sexta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados, são 13 milhões de brasileiros em busca de emprego.
Comparada com o trimestre anterior, de dezembro de 2018 a fevereiro deste ano, a taxa de desemprego manteve-se estável, recuando apenas 0.1 ponto porcentual. Já na comparação com o mesmo período do último ano (12,7%), houve queda de 0.3 pontos porcentuais.
O resultado da taxa de desemprego reflete a mediana anunciada por analistas do Estadão/Broadcast, que previram taxa de 12,30%, variando entre 12,10% e 12,50%.

No primeiro trimestre de 2019, o IBGE já havia registrado uma alta de 12,7%, o maior valor desde o primeiro trimestre de 2018. O porcentual de brasileiros desempregados vinha sofrendo uma queda ao longo de 2018 e, entre janeiro e março deste ano, atingiu o pico dos últimos 12 meses, com pelo menos 13,4 milhões de brasileiro em busca de emprego.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.289 no trimestre encerrado em maio. O resultado representa queda de 0,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 207,499 bilhões no trimestre até maio, alta de 2,4% ante igual período do ano anterior.
A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 7,8% na nova pesquisa, ante 7,2% no trimestre até fevereiro. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar por um período maior. Em todo o País, há um recorde de 7,226 milhões de trabalhadores nessa categoria.
Recorde para buscas de emprego, desalentados, subutilizados e autônomos

Enquanto a taxa de desocupação manteve-se estatisticamente estável em comparação com o trimestre, o porcentual da população subutilizada atingiu um recorde na série histórica, iniciada em 2012, com um total de 25,8 milhões de brasileiros nessa categoria. O número representa um aumento de 2,7% (244 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e 3,9% (mais 1.006 pessoas) comparado ao mesmo período de 2018.
Também faltou trabalho para um montante recorde de 28,524 milhões de pessoas no País, no trimestre encerrado em maio. A taxa composta de subutilização da força de trabalho aumentou de 24,6% no trimestre até fevereiro para 25,0% no trimestre até maio. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.

O número de pessoas desalentadas manteve o recorde do último trimestre, que também registra a maior taxa desde a criação da série histórica: 4,9 milhões de brasileiros, com porcentual de 4,4%. O resultado significa 93 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em fevereiro. Em um ano, 175 mil pessoas a mais caíram no desalento.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
Por fim, o número de trabalhadores por conta própria também atingiu recorde de 24 milhões de pessoas, aumentando nas duas comparações: 1,4% (mais 322 mil pessoas) frente ao trimestre anterior; e 5,1% (mais 1.170 mil pessoas) frente ao mesmo período de 2018.
 

Urundeuva

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Alguém aqui trabalha de Uber? Tem tópico oficial?
Um amigo ofereceu o carro dele, pago a gasolina e os custos do carro é dele. Ai ele quer 50% do lucro. Cidade com 300K, muito mototáxi.
Tem um porém, não posso trabalhar final de semana e feriado.
 

dragonreborn

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Pessoal deveria investir (as pessoas,não o governo) em cursos de tecnologia. Principalmente para quem mora perto de grandes regiões.
 

geist

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Alguém aqui trabalha de Uber? Tem tópico oficial?
Um amigo ofereceu o carro dele, pago a gasolina e os custos do carro é dele. Ai ele quer 50% do lucro. Cidade com 300K, muito mototáxi.
Tem um porém, não posso trabalhar final de semana e feriado.

Do lucro será tirado os custos antes de dividir entre vocês dois?
Se for eu acho que não vale a pena.
Se não for, eu acho que trabalhando 10h por dia você deve tirar livre uns mil reais.
 

Urundeuva

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Do lucro será tirado os custos antes de dividir entre vocês dois?
Se for eu acho que não vale a pena.
Se não for, eu acho que trabalhando 10h por dia você deve tirar livre uns mil reais.
Ele não vai cobrar as despesas do carro, são por conta dele. 1k sem trabalhar final de semana e feriado? Esse 1 K seria eu dividindo a grana com ele?
Um amigo fez no 1° dia 22 viagens não falou o valor total. Média de viagem aqui é uns 8 reais.
 

geist

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1k sem trabalhar final de semana e feriado? Esse 1 K seria eu dividindo a grana com ele?

Sim.
Estou me baseando no número de habitantes e pelo fato de não trabalhar em feriado e fds, quando o povo tá sem saco pra esperar busão.
 

Dark Vissa

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ai povo voltei para o desempregadOS, faz dois meses, estou me escrevendo e nada de chamarem para entrevista mesmo em vagas nas paginas das empresas...
estou pensando no ifood de moto, alguém aqui faz este tipo de serviço? sabem dizer quanto tira por mês?
TI está ficando complicado para se realocar...
 
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