Patrimônio de João Santana cresce quase 6.000% em dez anos
João Santana, marqueteiro da candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, chega para o debate promovido pelo SBT, nesta quinta-feira (16), em São Paulo
O patrimônio do marqueteiro João Santana, consultor da presidente Dilma Rousseff e alvo principal da 23ª fase da Operação Lava Jato, cresceu 5.758% entre os anos de 2004 e 2014. Os dados foram levantados a partir da quebra do sigilo do publicitário, suspeito de ter recebido dinheiro do esquema do petrolão e depois lavado os recursos com a simulação de contratos.
Informações da Receita Federal indicam que, em 2004, Santana tinha patrimônio de cerca de 1 milhão de reais, patamar que saltou para expressivos 59,12 milhões de reais em 2014, declarados como resultado de "lucros e dividendos recebidos pelas suas empresas de publicidade". A esposa e sócia do marqueteiro, Mônica Moura, por sua vez, declarou patrimônio de aproximadamente 19,5 milhões de reais em 2014, diante de pouco mais de 56.000 reais em 2004.
Para os investigadores da Lava Jato, os vultosos valores nas contas de João Santana, majoritariamente resultado do trabalho em campanhas políticas do PT, levam à conclusão de que os recursos encontrados em contas secretas do marqueteiro no exterior também tem relação com os quadros petistas e com o escândalo do petrolão. "Causa estranheza - e isto reforça a conclusão de que ambos tinham ciência da origem espúria dos recursos que receberam no exterior - que, por mais que João Cerqueira de Santana Filho e Mônica Regina Cunha Moura tenham declarado ao Fisco o recebimento no Brasil, de suas empresas de publicidade, entre 2004 e 2014, de lucros e dividendos no valor de R$ 91.519.423,53, ainda assim ocultaram o recebimento de valores no exterior mediante expedientes notoriamente fraudulentos e empregados com a finalidade exclusiva de esconder a origem criminosa dos valores, que (...) provinham da corrupção instituída e enraizada na Petrobras", assinalou a força-tarefa do MP na Lava Jato.
Fonte:
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/patrimonio-de-joao-santana-cresce-quase-6000-em-dez-anos
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Justiça bloqueia R$ 25 milhões de marqueteiro do PT
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, determinou o bloqueio judicial de 25 milhões de reais em contas de seis alvos da 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé e deflagrada nesta segunda-feira.
Moro pediu ao Banco Central o bloqueio dos valores nas contas dos publicitários João Santana, marqueteiro de campanhas do PT, e de Mônica Moura, sua mulher, além de duas empresas dele: a Santana & Associados Marketing e Propaganda Ltda e a Polis Propaganda & Marketing Ltda.
Moro determinou a prisão temporária de ambos. O casal está na República Dominicana e comunicou à Justiça que providenciará o retorno imediato ao Brasil.
O bloqueio também vale para o operador de propinas Zwi Skornicki, preso novamente pela Polícia Federal, para a empresa Eagle do Brasil Ltda, de propriedade dele, para Fernando Migliaccio da Silva, funcionário da Odebrecht que administrava contas secretas da empreiteira usadas para repasses de propina.
Assim como Skornicki, Migliaccio tem contra si um mandado de prisão preventiva - a ordem não foi cumprida porque ele também está no exterior.
Fonte:
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/justica-bloqueia-r-25-milhoes-de-marqueteiro-do-pt
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Ao autorizar prisão de Santana, Moro cita risco ao sistema democrático
Magistrado afirma que as suspeitas de pagamentos ao marqueteiro no exterior representam a 'corrupção do sistema político partidário' no Brasil
Sergio Moro: 'Excepcional é o grau de deterioração da coisa pública'
Ao autorizar a decretação das prisões do marqueteiro do Partido dos Trabalhadores, João Santana, e da mulher dele, Mônica Moura, o juiz federal Sergio Moro cita os repasses do operador Zwi Skornicki e da construtora Odebrecht ao casal. E classifica as suspeitas de que o publicitário tenha recebido no exterior pagamentos por serviços prestados ao PT como a representação da "corrupção do sistema político partidário" brasileiro.
A força-tarefa da Lava Jato identificou pagamentos que totalizam 4,5 milhões de dólares feitos por Skornicki ao casal Santana por meio de contas no exterior entre setembro de 2013 e novembro de 2014, além de repasses no valor de 3 milhões de dólares da Odebrecht entre abril de 2012 e março de 2013. "Na hipótese probatória mais provável tais valores destinar-se-iam a remunerar os serviços de publicidade prestados por João Santana e Mônica Regina ao Partido dos Trabalhadores", afirma o magistrado. "O que é bastante grave, pois também representa corrupção do sistema político partidário", continua.
Moro salienta que os pagamentos não se tratam de questões esporádicas, mas sim de um esquema mantido por um considerável período de tempo. O juiz chama atenção para as possíveis consequências do ação no processo político democrático. "Há fundada suspeita de que as transações supreptícias efetuadas em favor da conta Shellbill por Zwi Skornick e em favor dela através das contas utilizadas pela Odebrecht representem pagamentos de vantagens indevidas acertadas em contratos da Petrobras, sendo oportuno lembrar que, segundo relato dos vários criminosos colaboradores, havia divisão das propinas, parte sendo direcionada aos agentes da Petrobras e parte aos agentes políticos ou aos partidos políticos que os sustentavam", diz o magistrado.
Já ao autorizar a prisão de Skornicki, o juiz lembra que os pagamentos do operador se estenderam até 2014, quando a Lava Jato já havia sido deflagrada. "Em outras palavras, sequer o início da investigação e sua ampla publicização impediram que Zwi Skornicki persistisse pagando propinas durante todo o ano de 2014, a ilustrar a necessidade da preventiva para interromper a prática delitiva."
Em seu despacho, Moro aproveita para enviar recados às defesas dos empreiteiros e agentes públicos alvos da Lava Jato: "Excepcional no presente caso não é a prisão cautelar, mas o grau de deterioração da coisa pública revelada pelos processos na Operação Lava Jato, com prejuízos já assumidos de cerca de seis bilhões de reais somente pela Petrobrás e a possibilidade, segundo investigações em curso no Supremo Tribunal Federal, de que os desvios tenham sido utilizados para pagamento de propina a dezenas de parlamentares, comprometendo a própria qualidade de nossa democracia". E prossegue: "Agregue-se que, na assim denominada Operação Lava Jato, identificados elementos probatórios que apontam para um quadro de corrupção sistêmica, nos quais ajustes fraudulentos para obtenção de contratos públicos e o pagamento de propinas a agentes públicos, a agentes políticos e a partidos políticos, bem como o recebimento delas por estes, passaram a ser pagas como rotina e encaradas pelos participantes como a regra do jogo, algo natural e não anormal".
"Embora as prisões cautelares decretadas no âmbito da Lava Jato recebam pontualmente críticas, o fato é que, se a corrupção é sistêmica e profunda, impõe-se a prisão preventiva para debelá-la, sob pena de agravamento progressivo do quadro criminoso. Se os custos do enfrentamento hoje são grandes, certamente serão maiores no futuro. O país já paga, atualmente, um preço elevado, com várias autoridades públicos denunciadas ou investigadas em esquemas de corrupção, minando a confiança na regra da lei e na democracia", afirma Moro.
Fonte:
http://veja.abril.com.br/noticia/br...santaa-moro-cita-risco-ao-sistema-democratico