Biografia:
Agricultura:
Educação:
Infraestrutura e Energia:
Pequenos Negócios e Empreendedorismo:
Política Industrial:
Ciro Ferreira Gomes é um político que nasceu numa família de pessoas envolvida na política. O seu pai José Euclides Ferreira Gomes foi prefeito do município de Sobral no Ceará por três vezes e seu tio Vicente Antenor Ferreira Gomes, irmão de seu pai, foi prefeito e deputado estadual.
Ciro Gomes nasceu em São Paulo na cidade de Pindamonhangaba no dia 06 de novembro de 1957 filho do casal José Euclides Ferreira Gomes e dona Maria José. Ciro Gomes teve quatro irmãos sendo dois deles políticos como Cid Gomes que foi governador do Ceará duas vezes e Ivo Gomes, prefeito de Sobral. A carreira política na família de Ciro Gomes é algo enraizado. O mesmo fez Faculdade de Direito na Universidade Federal do Ceará e desde muito novo dedica-se a causas políticas, sendo, inclusive, candidato à presidência da UNE.
No início dos anos 80 esteve envolvido com o ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e depois se transformou em Partido Democrático Social (PDS). Em 1982 filia-se ao respectivo partido e se candidata a deputado estadual, conseguindo se eleger e reeleger em 1986 já pelo PMDB. Ao lado de grandes nomes da política nacional como o saudoso Mário Covas e o veterano Tasso Jereissati ajudou a fundar o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Nas eleições presidenciais de 1989 esteve apoiando Mário Covas, mas no segundo turno apoiou Luís Inácio Lula da Silva e não Fernando Collor de Mello.
Em 1990 Ciro Gomes se candidatou ao governo do Estado do Ceará e venceu às respetivas eleições, sendo o primeiro governador eleito pelo PSDB. Quando esteve à frente do estado entre 1991 e 1994 Ciro Gomes foi considerado o melhor governador do país. Na época deixou o cargo para assumir a Secretaria da Fazenda após receber o convite diretamente de Itamar Franco – então Presidente da República. Até aquele momento Ciro Gomes que mantinha-se entre uma postura de direita e flertava com a esquerda resolveu tomar uma atitude e desfiliou-se do PSDB e migrou para o recém criado partido do advogado Roberto Freire o Partido Popular Socialista (PPS) que na verdade era o antigo Partido Comunista Brasileiro.
Pelo PPS Ciro Gomes disputou as eleições presidenciais em 1996 alcançando 7. 426,190 de votos e ficando em terceiro lugar na corrida presidencial. Já em 2002 embora tenha conseguido mais votos que em 1996 Ciro Gomes ficou em quarto lugar ao disputar novamente às eleições presidenciais pelo mesmo partido. Quando Lula se elegeu foi convidado por ele para ser Ministro da Integração e acabou aceitando o cargo, mas abandonou em 2006 para sair candidato a deputado Federal.
Ciro Gomes, então, se elegeu deputado federal, sendo um dos mais bem votados do país, pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Em 2010 não participou do pleito, mas apoiou Dilma no segundo turno. Tem declarado ser candidato a Presidência da República, caso haja um interesse de partidos como o PT.
Ciro Gomes foi casado com a ex-Senadora, pedagoga e liderança política Patrícia Saboya Gomes com quem teve três filhos sendo eles Ciro Saboya Ferreira Gomes, Yuri Saboya Ferreira Gomes e Lívia Saboya Ferreira Gomes. Foi casado com a atriz Patrícia Pillar, mas acabou se separando em 2011. Atualmente vive com Zara Castro e com o mesmo tem um filho de nome Gael.
Agricultura:
Ciência e Tecnologia:Agricultura brasileira e desenvolvimento
O Brasil jamais deverá abrir mão de suas vantagens comparativas agrícolas num projeto de desenvolvimento. Com terras agricultáveis continentais, a maior reserva de água doce do mundo e sol o ano inteiro, temos condições inigualáveis para a agricultura. Junto à mineração, compõe o único setor superavitário da balança comercial brasileira e o equilíbrio proporcionado pelos seus rendimentos tem sustentado o país.
A agricultura brasileira hoje
No Brasil convivem dois modelos agrícolas distintos: o agronegócio e a agricultura familiar. Apesar de ter muitas vezes uma apreciação negativa do imaginário popular por conta de casos de violência e exploração no campo, não-cumprimento da legislação ambiental e concentração de terras, o agronegócio é fundamental para a economia brasileira. Coibir práticas ilegais é tarefa fundamental do Estado, que deve garantir a aplicação da Constituição e a justiça nessa atividade essencial ao país. Da mesma forma, o Estado brasileiro tem que continuar garantindo o suporte tecnológico e financeiro (para o financiamento da safra) ao agronegócio. A cultura da soja, por exemplo, tornou-se viável no cerrado em virtude da biotecnologia desenvolvida pela Embrapa, e o cacau também teve grande apoio histórico da CEPLAC.
A agricultura familiar também cumpre um papel fundamental na economia brasileira. Esse modelo agrícola produz 70% dos alimentos que consumimos internamente e, além disso, emprega 70% dos trabalhadores do campo, dado que no agronegócio o trabalho é muito mecanizado. No entanto, o modelo da agricultura familiar apresenta três desafios para seu desenvolvimento: 1) em comparação ao agronegócio, seus custos são hoje mais altos para a maioria dos produtos; 2) suas dificuldades de armazenamento e escoamento de produtos perecíveis são maiores e 3) suas condições de financiamento são piores.
Um novo projeto agrícola
Precisamos de um projeto que atenda às necessidades de ambos os modelos agrícolas. No caso do agronegócio, a derrubada dos juros melhorará o gargalo do financiamento. Precisamos, ainda, retomar as pesquisas biotecnológicas da Embrapa e da CEPLAC, por exemplo.
Podemos superar os problemas da agricultura familiar hoje com 1) escolha de produtos que requerem mão de obra mais intensiva no cultivo; 2) assistência técnica e jurídica do Estado para a produção, armazenamento e formação de cooperativas de processamento industrial, evitando o perecimento das safras e, por fim, 3) concessão pelo Estado de linhas de crédito especiais e 4) articulação da agricultura familiar, via cooperativas, com as grandes empresas de exportação, garantindo mercados e escoamento da produção. Além disso, esses projetos locais poderiam oferecer solução para assentamentos bem-sucedidos de trabalhadores sem-terras, com um projeto consequente de reforma agrária. Ao fornecer tecnologia, financiamento e acesso ao mercado, o Estado destrava o pequeno produtor e lhe permite produzir bens de maior valor agregado.
Ciro e o papel da agricultura no desenvolvimento
Ciro Gomes tem defendido essas soluções para a agricultura brasileira. O modelo proposto aqui para a agricultura familiar foi aplicado por ele no Ceará, transformando esse estado que não tinha tradição na produção de abacaxi, em dois anos, no maior produtor brasileiro da fruta. Além disso, Ciro propõe uma política industrial voltada para o processamento de produtos agrícolas, pois isso agregaria valor a produtos que exportamos em estado bruto sem exigir alta tecnologia. Também defende o incentivo à criação de uma indústria de insumos agrícolas, já que 40% de nossos custos no setor ainda são com importação de defensivos e implementos.
Tecnologia e projeto nacional de desenvolvimento
Possuir tecnologia de ponta é uma condição necessária para o desenvolvimento industrial de um país. E a criação e posse de tecnologia de ponta raramente são possíveis sem o avanço científico básico. Tecnologia é a chave não apenas para produzir mais barato, mas também para produzir produtos com uma qualidade competitiva no mundo. Historicamente, os períodos de desenvolvimento intenso de muitos países (como EUA, Alemanha, Rússia, China, Brasil) estão associados a intenso desenvolvimento científico e tecnológico estruturado pelo Estado. Não raramente, os gastos com defesa nacional são grandes impulsionadores desses avanços.
Nosso problema tecnológico
Contrariamente ao consolidado no imaginário de muitos brasileiros, o Brasil já esteve na vanguarda tecnológica em muitos setores. Em nosso país desenvolvemos a tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas, biocombustíveis, fibra ótica e métodos baratos de enriquecimento de urânio, assim como fizemos uma revolução agrícola com biotecnologia. Esses avanços citados foram obtidos com investimentos e pesquisa de órgãos estatais. Houve um período de expansão ainda tímida nos gastos federais com ciência e tecnologia entre 2002 e 2013. No entanto, desde 2016 o governo federal e as empresas com participação estatal têm cortado dramaticamente seus gastos nesses setores, agravando nosso atraso tecnológico.
Em 2017 o governo federal está investindo em Ciência e Tecnologia o percentual mais baixo da história do país: 0,2%. Programas fundamentais para nossa segurança energética e militar, estão estrangulados pela falta de recursos. Além disso, nosso país tem ficado cada vez mais dependente de tecnologias estrangeiras para realizar suas tarefas de defesa e proteção de sua soberania. Sob o aspecto mais estrutural, o Brasil não tem hoje em dia condições realistas de competir na principal ponta tecnológica do mundo, a eletroeletrônica. Abrindo mão dos setores em que ainda fazemos pesquisa de ponta, estamos comprometendo o resto de nossa indústria primeiro pela dependência da importação de tecnologias que não podemos pagar apenas com a exportação de produtos agrícolas e minerais de baixo valor agregado, segundo com a limitação do fomento à inovação.
Tecnologia para o desenvolvimento
O papel do desenvolvimento tecnológico para o desenvolvimento industrial hoje é muito maior do que era há cinquenta anos. A velocidade do desenvolvimento tecnológico no mundo torna rapidamente obsoletos não só produtos industriais como também seus meios de produção. Um projeto nacional de desenvolvimento precisa retomar o papel do Estado, central em todo o mundo capitalista, no financiamento e desenvolvimento da tecnologia necessária para a reindustrialização do país. Para isso, será fundamental a coordenação entre a academia brasileira e as empresas estatais e privadas voltada ao desenvolvimento ou aperfeiçoamento de novas tecnologias.
Um caminho brasileiro
Ao contrário de modelos anteriores nacional-desenvolvimentistas, quando a tecnologia era desenvolvida lentamente, a tecnologia hoje evolui em ritmo vertiginoso e o Brasil não pode simplesmente se fechar como se, em dez anos, pudesse alcançar a ponta tecnológica em qualquer setor. Um projeto atual de desenvolvimento tecnológico precisará escolher áreas nas quais nosso país pode retomar a liderança. Isso aponta para três áreas estratégicas, em que estávamos fazendo pesquisa de ponta – ainda sendo possível apostar no desenvolvimento de uma quarta área. Por exemplo, ao lado do investimento maciço nos setores de defesa, agricultura e derivados do petróleo, o Brasil tem condições de desenvolver a química fina e a tecnologia farmacêutica investindo em pesquisa de engenharia reversa. Isso permitiria ao país produzir grande parcela dos fármacos cuja compra do exterior consome os orçamentos nacionais da saúde, pois grande parte desses medicamentos são produzidos sob patentes vencidas. Outra necessidade é equacionar o problema do financiamento tecnológico brasileiro com a queda dos juros para padrões internacionais e o desenvolvimento de uma cultura de “venture capital” no Brasil, que permita dar asas ao engenho de nossos jovens cientistas.
Ciro tem clareza da centralidade da questão tecnológica
Como pode ser percebido pelas participações indicadas nos links desta página, Ciro Gomes é um dos políticos brasileiros que mais tem chamado a atenção para a gravidade desse atraso tecnológico para o crescimento brasileiro. Ciro está determinado a não só recuperar o nível de investimento tecnológico do Estado como também a equacionar o financiamento da pesquisa no Brasil, estrangulado com as taxas de juros reais mais altas do mundo.
Educação:
Geopolítica:A educação e o projeto de desenvolvimento
Todo projeto nacional de desenvolvimento precisa estar ancorado a um plano nacional de educação que garanta não só educação básica de qualidade como uma academia integrada aos esforços de formação profissional, inovação tecnológica associada à produção e voltada à compreensão dos problemas brasileiros. Grandes evoluções na educação básica são condições necessárias para o progresso civilizatório e econômico, porque promovem novas competências e habilidades, aumentam a produtividade do trabalho, revelam novos talentos científicos e diminuem a desigualdade social e a diferença de oportunidades entre as crianças.
A educação no Brasil
A educação básica brasileira continua não sendo uma prioridade do Estado. A média salarial baixa do professor do ensino básico no Brasil ainda é um grande obstáculo à nossa educação pública. O índice de escolarização média brasileira é metade do índice argentino e pouco mais de um terço do de Cuba. Além disso, o modelo pedagógico efetivamente praticado no Brasil privilegia o mero acúmulo de informações, sem se preocupar em desenvolver a capacidade crítica dos alunos. No ensino superior, avançamos, mas ainda temos somente 18% de jovens de 18 a 25 anos matriculados. Mas há bons exemplos no país.
Uma revolução na educação
O exemplo de Sobral, melhor IDEB do país, mostra que, mesmo com limitação orçamentária e com o modelo pedagógico atual, poderíamos estar bem melhores do que estamos hoje no Brasil.
O país precisa, no entanto, de uma verdadeira revolução na educação brasileira com 4 princípios norteadores:
- Priorizar o investimento em gente (preparo e remuneração dos profissionais);
- Apoio material à criança pobre para permanência na escola e diálogo com seu grupo familiar, trazendo-o para o acompanhamento escolar;
- Mudança radical no conteúdo, abandonando o foco na memorização de fatos e fórmulas e focando no desenvolvimento de capacidades analíticas (práticas e conceituais) para aprender a aprender;
- Adaptação da escola à era digital, informatizando todos os procedimentos possíveis no espaço escolar, mas, principalmente, disponibilizando conteúdo informativo e interativo atraente para a nova geração de brasileiros.
A principal habilidade a ser aprendida num mundo com excesso de informação e tecnologias em permanente mudança é a capacidade de selecionar e relacionar informações, considerar pontos de vista distintos e contrastar posições. As crianças precisam aprender a aprender e a criticar. Não se trata aqui da promoção do relativismo, mas de um genuíno pensamento crítico e científico. O modelo do professor reprodutor de informações é obsoleto, pois o acesso à informação hoje é fácil e maciço via internet. Ele deve, portanto, assumir outros papéis, como o de ensinar a buscar e a relacionar informações, intervir em dificuldades individuais de aprendizado, abordar o mesmo conteúdo de pontos de vista distintos e ajudar a desenvolver a reflexividade e a autonomia do aluno para o aprendizado durante e posteriormente aos anos de escolarização.
Por que Ciro?
Ciro vem insistindo no papel da academia como pilar fundamental da coordenação com o executivo e a iniciativa privada para a viabilização de um projeto industrial e de modernização brasileiro. Da mesma forma tem defendido nos últimos vinte anos uma reforma educacional nos moldes das desenhadas aqui. Para poder realizar Ciro defende que não há outro caminho ao Brasil que não a revogação da PEC 55, que congelou por vinte anos os gastos em educação na Constituição.
Projeto de desenvolvimento e a geopolítica
Para poder decidir seu destino, um país precisa se posicionar adequadamente perante o conjunto das nações. É preciso ter em mente que cada contexto tem suas contradições. E cada contradição traz possibilidades. As dimensões do território e da economia brasileira e o histórico de sua política externa, pautada pela busca da solução pacífica dos conflitos e respeito à soberania dos países, são fatores que dão ao Brasil condições privilegiadas na construção de parcerias que abram espaço nas relações internacionais, com o objetivo de potencializar seu projeto de nação. Para isso, é necessário estabelecer um projeto de nação.
América latina e o Caribe
A integração latino-americana e caribenha, prevista na Constituição brasileira, é um imperativo aos países dessa região, não apenas pela proximidade geográfica. A exploração colonial europeia e a consolidação de uma “América não-latina”, com o fim da Guerra de Secessão estadunidense, impuseram à nossa região uma unidade que só se fortaleceu com a divisão internacional do trabalho do pós-guerra. Por esse motivo, as elites locais, estabelecidas e sustentadas pela gestão da dependência, sempre veem com desconfiança, quando não combatem abertamente, qualquer movimento no sentido da união latino-americana e caribenha. Mesmo países que aproveitaram a dinâmica da economia mundial, sem romper com a condição de dependência, conseguindo algum grau de industrialização e desenvolvimento, regridem, hoje, à condição de fornecedores de matéria prima, de mão de obra e de produtos de menor valor agregado. Em um “mundo de gigantes” em conflito entre si e hostis ao surgimento de novos focos de poder, um projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil não pode prescindir da integração com os países caribenhos e latino-americanos pela convergência de interesses e possibilidade de ajuda mútua.
BRICS
O BRICS – acrônimo formado pelas iniciais dos nomes de cinco países, a saber, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa) – é um agrupamento de nações que teriam um papel relevante no estabelecimento de uma nova ordem multipolar internacional. Apesar das grandes diferenças entre seus membros e do enlace relativamente frágil que liga os países do grupo, o Brasil poderia se beneficiar da construção desse bloco que propõe criar novas dinâmicas políticas, jurídicas, comerciais, de transferências tecnológicas e de fontes de financiamento não diretamente subordinadas à ordem internacional estabelecida no pós-guerra. Nesse sentido, foi fundando, em Fortaleza, Ceará, em 2014, o Banco do BRICS – a primeira agência multilateral de financiamento mundial alternativa ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e ao Banco Mundial.
Ciro Gomes e a política externa brasileira
Ciro Gomes tem insistido na necessidade de o Brasil buscar nas relações internacionais formas de romper com as interdições de financiamento e de transferência tecnológica, além de abrir mercados mais diversificados para produtos nos quais o país tenha um protagonismo mais imediato. Ações como essa poderiam sustentar um processo de reindustrialização do país, com foco em áreas estratégicas definidas em um projeto nacional de desenvolvimento. Como Ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, Ciro ajudou na consolidação do Mercosul. Crítico da antiga ALCA – proposta estadunidense de estabelecer uma Área de Livre Comércio nas Américas liderada por eles –, Ciro vê no BRICS oportunidades ao Brasil de se estabelecer em uma nova ordem internacional multipolar, mas sempre ressaltando que não deseja trocar o imperialismo dos Estados Unidos pelo imperialismo de nenhum outro país.
Infraestrutura e Energia:
Infraestrutura e projeto nacional de desenvolvimento
Infraestrutura é, basicamente, a base que faz a nossa civilização funcionar: estradas, pontes, sistemas elétricos, ferrovias, aeroportos, portos, telefone e internet. Uma infraestrutura bem conservada aumenta a eficiência econômica da sociedade e reduz ameaças advindas de desastres, além de possibilitar um crescimento econômico sustentado e integrado.
Isso evidencia que o desenvolvimento nacional tem que estar fortemente atrelado a um projeto de logística e infraestrutura. A melhoria na qualidade da infraestrutura pode diminuir consideravelmente os custos e os desperdícios nas cadeias de produção e aumentar a eficiência da economia brasileira.
A situação da infraestrutura no Brasil
A evolução das atuais condições da infraestrutura no Brasil precisa acontecer de forma sistêmica em quatro grandes áreas:
- Infraestrutura de transportes e logística – Depois de muitos anos de concentração de investimentos em sistemas de transportes rodoviários, o Brasil obteve recentes avanços com investimentos em sistemas ferroviários e hidroviários, que tem custos de operação e manutenção mais baixos, além de desafogar as nossas rodovias e reduzir o número de acidentes. Essa priorização deve continuar, e as políticas devem ser pensadas de forma inteligente. A continuidade dos projetos de ampliação e manutenção da infraestrutura de transporte possibilitará um aumento da competitividade da produção agropecuária nacional, e uma melhoria significativa na qualidade das nossas rodovias.
- Energia – Enquanto quase 70% da energia elétrica do planeta é gerada a partir de fontes não renováveis e poluidoras, o Brasil possui mais de 65% da sua energia elétrica gerada a partir da água. Essa demanda tende a se ampliar com o aumento da população e com o crescimento econômico do país. Estudos mostram que, em 2040, essa demanda tende a dobrar. É fundamental que repensemos o futuro energético do país, com investimentos sólidos em energias renováveis, e se possível com diversificação e descentralização da nossa produção de energia.
- Infraestrutura urbana – As empresas de ônibus possuem uma força política muito grande nas cidades brasileiras, e a falta de controle e regulamentação desses sistemas tem levado a grande maioria dos sistemas de transporte urbano à saturação. Isso pressiona as pessoas que podem a continuamente escolherem pelo transporte individual e motorizado, gerando uma demanda que a infraestrutura da maioria das cidades brasileiras não suporta. Nos últimos anos, os trabalhadores brasileiros têm perdido cada vez mais tempo de deslocamento entre a casa e o trabalho, tempo esse que é roubado de sua vida e sua família e adicionado à carga horária de trabalho diária e não remunerada. Como se não bastasse ser uma grande desgraça humanitária, isso ainda diminui a produtividade de nossas economias urbanas.
- Saneamento básico e ambiental – Os níveis brasileiros de saneamento básico ainda são baixíssimos se comparados com países desenvolvidos, o que provoca uma desgraça social com reflexos graves nos custos do sistema de saúde e na produtividade média do trabalhador. Poucos governos têm interesse em investir em saneamento, pelos altos custos e pelos baixos retornos políticos desses investimento.
Investir em infraestrutura
Por si só, o investimento em infraestrutura é motor de desenvolvimento mesmo antes da entrada em operação da obra em questão. Num cenário de necessidade de retomada da atividade econômica, esse tipo de investimento se torna ainda mais importante. E, tendo em vista o diagnóstico defendido, ele poderia se concentrar na conservação de rodovias, continuidade de projetos de ferrovias e hidrovias e solução de gargalos logísticos. No campo energético, encerrado o ciclo das grandes hidroelétricas, temos que iniciar uma política ampla de descentralização da produção de energia elétrica. No entanto, o investimento em geração de energia eólica, por exemplo, tem eficiência limitada e restrita a regiões com vento constante. Concluir projetos de outras fontes energéticas é uma necessidade, assim como diminuir o desperdício de energia de nossa rede. É necessário também que o Brasil invista no controle da tecnologia fotovoltaica para que se torne economicamente viável o aproveitamento de nosso enorme potencial solar. Nas grandes cidades, o investimento em sistemas de transporte de massa, que atendam em parceria com estados e municípios, deveria ser a prioridade do Estado. Só esses sistemas podem, ao mesmo tempo, mitigar a poluição e diminuir o custo e a absurda perda de tempo e produtividade causada pelo trânsito saturado. Por fim, levar os índices de saneamento básico no Brasil ao nível dos índices dos países mais desenvolvidos é prioridade civilizatória e humanística de nossa nação.
Ciro tem experiência e o senso de prioridade sobre a questão da infraestrutura
Ex-ministro da Integração Nacional, formulador do bem-sucedido projeto de transposição do rio São Francisco, de sua consequente revitalização e da criação do comitê de bacias, ex-presidente da Transnordestina, assim como o governador responsável pela construção em tempo recorde do canal do trabalhador – que salvou o Ceará da sede – Ciro tem abordado insistentemente o tema da desmistificação da geração de energia e da necessidade de reorientar o gasto do Estado em infraestrutura. Político preocupado com nossos problemas de competitividade sistêmica, é uma pessoa que tem todos os atributos necessários para liderar esse esforço gigante que o Brasil precisa fazer.
Pequenos Negócios e Empreendedorismo:
O novo projeto nacional e o empreendedorismo
O esforço de construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento deve passar necessariamente pelo fortalecimento de uma nova classe de empreendedores, que democratize o capital no Brasil. Ao não priorizar os investimentos nas grandes corporações, dando acesso aos médios e pequenos, o país poderá finalmente incorporar à economia toda essa energia criativa e de trabalho, que hoje em dia está sendo desperdiçada no país.
A situação do microempreendedor hoje
Os antigos empresários brasileiros se viciaram com as décadas de rentismo. É preciso encerrar esse processo, que drena o investimento produtivo e desconstrói os vínculos de alguns empreendedores com o país, que emigram, levam suas empresas a outros países e deixam de se reconhecer como cidadãos brasileiros..
Ao mesmo tempo, o Brasil assiste a um fenômeno novo: o da classe média emergente ascendida das classes populares, que superou a precarização dos anos 90 e tem agora seus próprios micro ou pequenos empresários trabalhando ombro a ombro com funcionários em suas pequenas lojas, serviços ou oficinas. Esses novos empreendedores ascenderam muitas vezes à custa de verdadeiro esforço pessoal, sem contar com uma formação profissional em nível superior, mas mobilizando suas próprias disposições para administrar seus custos e ganhos, uma vez que o Estado não os contempla com oportunidades de financiamento, orientação e formação especializada. Criou-se, portanto, um tipo de microempreendedor que despreza o Estado por não ver o papel que ele pode exercer para melhorar sua vida ou seus negócios, nem entender que ele na verdade está apropriado pelas grandes corporações.
Vocações para a inovação estão sendo perdidas
Em paralelo a esses novos pequenos empreendedores, temos toda uma geração nas escolas técnicas e universidades cheia de ideias e impulsos para empreender, mas sem meios para criar um negócio. Apesar do discurso culpando os impostos e a burocracia, essa energia inovadora é, na verdade, desperdiçada pela falta de condições de financiamento. Os juros no Brasil são muito mais altos que a rentabilidade média dos negócios, estimulando jovens a não contraírem empréstimos para iniciar uma empresa. Além disso, a presença de “venture capital”, capital de risco sem garantias que se associa a ideias inovadoras, não existe no Brasil.
Incentivar e diversificar o financiamento
O Brasil precisa investir numa nova geração de empreendedores vindos de baixo. Temos que democratizar a formação de capital e ajudar a contrabalançar os interesses de grandes corporações e da velha classe empresarial brasileira que se viciou no rentismo. O caminho para aproveitar essas vocações passa, tanto no caso dos novos microempresários como dos jovens inovadores, pela mesma solução: baixar os juros e restaurar o crédito nacional. Uma vez que não há tradição privada no Brasil nesse sentido, temos que usar o Estado para fomentar mecanismos de “venture capital”, que foram os responsáveis pela fundação de empresas como a Apple e a Microsoft nos EUA, por exemplo. Neste tipo de financiamento, o jovem ou qualquer empreendedor que tenha uma ideia inovadora submeteria um pedido a um comitê constituído por membros da sociedade civil, que por sua vez avaliaria a concessão pelo Estado desse capital de risco. A taxa de retorno das iniciativas bem-sucedidas comporia um fundo que replicaria o sistema, pouco onerando os cofres públicos. Além disso, algumas dessas iniciativas já poderiam ser garantidas, em seu início, por incubadoras de empresas e compras governamentais.
Ciro e a microempresa
Ciro Gomes é o único político que manifesta compreensão da importância dessa nova classe empreendedora e emergente como semente de uma nova oportunidade de desenvolvimento no Brasil. Além disso, identifica claramente nos juros e falta de crédito o maior obstáculo ao surgimento de novas empresas no país. Vale a pena conferir a posição de Ciro no vídeo em anexo.
Política Industrial:
A política industrial ainda é o centro de um projeto nacional
Os apelos a uma economia “pós-industrial” ainda são nada mais que discurso de nações altamente industrializadas. Embora em todo o mundo o padrão seja a diminuição da participação da indústria no PIB, é a produção de alto valor agregado que garante equilíbrio e vantagens na balança comercial. Se nos tornarmos uma nação exclusivamente agro exportadora, seremos condenados à miséria e a uma posição periférica global, sem recursos para sustentar padrões de consumo de produtos importados de alto valor agregado. Temos que pactuar entre governo, patrões e empregados uma nova política industrial no bojo de um projeto nacional de desenvolvimento. Uma nação tem que escolher o que vai importar e o que vai produzir internamente para financiar seu consumo. Nenhuma nação hoje pode produzir tudo e muito menos importar tudo.
Não temos política industrial
A queda nos preços das commodities agrícolas e minerais e nossa desindustrialização tornaram nosso balanço de pagamentos insustentável. A indústria que já respondeu por 36% do PIB em 1985 voltou aos níveis de participação de 1910 e pode chegar neste ano a 9% do PIB. Reverter esse cenário requer o planejamento, investimento e comando do Estado. Nos últimos três anos a indústria brasileira voltou a experimentar processos de desmanche e desnacionalização. Não tem acesso a crédito com taxas de juros de padrões internacionais, não tem escala por causa de nosso ainda pequeno mercado interno e está três gerações atrasada tecnologicamente. Enfrenta também uma taxa de câmbio irreal e depreciada e não tem qualquer proteção, como têm as indústrias nacionais dos países desenvolvidos. Ao contrário, o atual governo se move para jogar no mercado internacional, para ser esmagada, o que restou de nossa indústria de mãos e pernas atadas no mercado internacional para ser esmagada. Como se não bastasse, o único concessor de crédito no país a taxas de juros compatíveis com a atividade produtiva, o BNDES, tornou-se alvo do discurso neoliberal, que ao identificá-lo como a última defesa da empresa nacional, busca criminalizar suas atividades de crédito.
O princípio básico: partir de base primária sólida
O Brasil foi o país que experimentou, entre 1930 e 1980, a industrialização mais vertiginosa do século XX. Não precisamos descobrir um caminho para a industrialização, mas voltar a trilhá-lo, adaptando-o aos novos tempos e circunstâncias. Para reindustrializar o país não cabem a estatização ou o protecionismo generalizado, nem cabe priorizar, num primeiro momento, o desenvolvimento de setores altamente tecnológicos nos quais estamos em posição totalmente retardatária. De início, temos que eleger setores que não possuam grande atraso tecnológico e agreguem valor a produtos que exportamos em estado bruto, nos quais teremos vantagens comparativas. Pode ocorrer, nessa primeira fase, a eleição de quatro setores:
Ciro e o caminho para reindustrializar e crescer
- Complexo industrial do petróleo e gás, que gera um rombo de 25 bilhões nas contas com o exterior. Apesar de autossuficientes, ainda exportamos petróleo em estado bruto e o importamos transformado em derivados que podemos facilmente produzir aqui.
- Complexo industrial da saúde, que gera um déficit de 20 bilhões de dólares nas nossas contas, embora grande parte dos componentes químicos e remédios importados esteja com patente vencida. A criação de institutos de engenharia reversa, por exemplo, resolveria esse problema em alguns anos e baratearia muito o custo de nossa saúde e remédios.
- Criação de um complexo industrial do agronegócio, setor que gera 90 bilhões de superávit, mas no qual 40% dos custos de produção são de importados. O Brasil não produz defensivos nem implementos agrícolas, assim como não processa os cereais e frutas que produz, vendendo-os em estado bruto.
- Complexo industrial da defesa, responsável por 20 bilhões em gastos anuais que poderiam ser maiores. O Brasil não pode prescindir de uma indústria capaz de produzir em território nacional itens básicos de defesa, nem pode continuar dependendo de GPS ou satélites estrangeiros para a própria defesa.
Ciro defende que nenhuma experiência de sucesso econômico no mundo se deu sem cinco fatores. O primeiro é uma taxa de juros baixa, que equivalha a menos que o lucro médio dos negócios produtivos. Isso é necessário, pois ninguém corre o risco de investir em produção industrial quando pode ganhar mais, em segurança, com rendimentos de juros. O segundo fator é uma alta taxa de poupança interna, ou seja, o país tem que reinvestir grande parte do que produz. A China tem sua formação bruta de capital em torno de 40% do PIB, enquanto o Brasil mantém 15%. O terceiro é uma forte coordenação entre governo, com capacidade de investimento, empreendedores e uma academia dedicada a produzir os avanços tecnológicos necessários para o crescimento. O quarto fator é o investimento maciço em educação, pois isso aumenta a produtividade da força de trabalho e o desenvolvimento científico. O quinto fator é a manutenção de uma taxa de câmbio realista, estável, que evite o populismo fácil do consumo de importados e dê segurança para o desenvolvimento de setores industriais nacionais. Essa clareza de nossa situação é mais um motivo pelo qual estamos “Todos com Ciro”.
1 – Projeto
Plano de trabalho que estabelece objetivos, prazos, métodos de supervisão, coordenação, avaliação e controle. Um projeto nacional pressupõe uma visão de país, baseada num diagnóstico realista sobre a história e o momento atual do Brasil, e numa proposta de onde queremos chegar, de que Brasil queremos e podemos ser. Para tanto, é preciso refletir a curto, médio e longo prazo. Esse projeto deve ser fruto de um profundo debate democrático, sedimentando uma aliança entre os trabalhadores, os empresários e a academia brasileira.
2 – Nacional
Na economia globalizada, as condições de empreendimento e financiamento continuam sendo dramaticamente nacionais e desiguais. Os juros no Brasil são muito mais altos do que no resto do mundo; a taxa de câmbio brasileira é desfavorável à produção industrial; e a infraestrutura – carente de investimentos pelo galope da dívida pública em função dos altos juros – não é competitiva internacionalmente. Uma política nacional, nesse contexto, não implica em protecionismos indiscriminados que favoreçam setores nacionais não competitivos, apenas por serem nacionais. Mas, dentro de um projeto, requer que sejam consideradas as novas formas de produção e a velocidade dos ciclos tecnológicos dos dias atuais. O Estado Nacional deve induzir os setores estratégicos, estimular os campos em que o Brasil possui um protagonismo natural, formular políticas tarifárias e cambiais favoráveis, investir em ciência e tecnologia. Em suma, deve coordenar nosso projeto nacional, como ocorre em todos os países avançados.
3 – Desenvolvimento
Para superar o subdesenvolvimento e a dependência não basta o crescimento econômico. É necessário romper com a condição de subdesenvolvido e dependente e recolocar o Brasil na divisão internacional do trabalho por meio do desenvolvimento tecnológico, produtivo e, sobretudo, humano. Não há país desenvolvido onde as pessoas vivam mal. Um projeto nacional de desenvolvimento, em um país com os níveis de desigualdade do Brasil, deve ter como obsessão criar as condições para a promoção da justiça social, deve reparar dívidas históricas do país com o próprio povo, gerando oportunidades menos desiguais, ao mesmo tempo em que dinamiza esse gigante mercado interno que pode converter em sustentável o ciclo de desenvolvimento que merecemos, e iremos, ter no nosso país.
Ultima Edição: