Depois de 63 horas em Octopath Traveler, terminei as histórias de cada um dos oito personagens. Ainda há muitas sidequests e alguns desafios adicionais, mas estas são minhas impressões sobre o que joguei:
+ Ótimo sistema de combate. Talvez o meu favorito em um JRPG. Saber administrar breaks, boosts e skills é importante, estratégico e divertido. Entre os diferentes personagens e classes (jobs), há muitas possibilidades para formar uma boa party.
+ Trilha sonora muito competente.
+ Bonitos cenários e interessante escolha de perspectiva (se prestar atenção, geralmente é possível encontrar alguma passagem escondida para encontrar um item dentro de um baú).
+ Muitas formas de interagir com NPCs.
+ A estrutura única do jogo oferece muita liberdade para o jogador dar andamento à história.
+ Diálogo, personagens, voice acting e enredo na maior parte do tempo de qualidade muito acima da média. A história não é sobre salvar o mundo da destruição, mas se relaciona principalmente com a profissão/ocupação de cada personagem (guerreiro, caçadora, bandido, professor, mercadora, clériga, dançarina e apotecário), e esse aspecto foi muito bem explorado.
+ Muito conteúdo.
- Os dungeons do jogo são todos muito parecidos. Há passagens alternativas com baús, mas você só precisa chegar no local do mapa onde o chefe está. Poderia haver quebra-cabeças, diferentes formas de locomoção e mais possibilidades de interagir com o cenário.
- Alguns problemas no balanceamento de níveis. Penso que é bem balanceado até o fim do capítulo 3 de cada personagem, mas todos os capítulos 4 têm o mesmo nível recomendado (45), de modo que aqueles que você deixar para o final podem ficar bem fáceis. Eu propositalmente passei a evitar as batalhas aleatórias para não ficar overleveled.
- Limitações na party: não é possível remover da party o personagem com que você começou até finalizar sua história, o que inevitavelmente vai resultar em diferenças consideráveis de nível. Só é possível substituir membros da party entrando em contato com o barkeeper da cidade. Como em outros JRPGs, acho que teria sido melhor se todos os personagens estivessem juntos, mas alguns deles seriam reservas (e também ganhariam experiência...), e trocas seriam feitas pelo menu. Isso também resolveria o problema de não conseguir fazer uma interação específica (como abrir os baús roxos, o que apenas o bandido Therion consegue) por não estar com determinado personagem na party.
As histórias dos personagens em grande parte são independentes e não conversam entre si (há alguns diálogos opcionais entre os personagens, mas isso está mais para um bônus). Alguns criticaram o jogo por isso, talvez por esperar que no final todos os personagens se unissem contra um inimigo comum. Eu cheguei a desejar algo do tipo, mas depois de zerar penso que isso não se encaixaria muito bem. Há vários outros JRPGs onde isso é feito, e é bom que Octopath tenha uma estrutura única. As histórias dos personagens ajudam a caracterizar as cidades e o mundo de Osterra, de modo que Octopath Traveler representa mais do que a soma de suas partes.
Octopath Traveler para mim é um jogo 9/10. Desenvolvedores merecem crédito por terem tentado algo diferente, e em grande parte tiveram sucesso. Com o sucesso comercial do jogo, acredito que eventualmente teremos uma sequência ou sucessor espiritual (talvez Decapath Traveler, agora com 10 personagens!!!), e com isso há a possibilidade de aperfeiçoar o que já foi feito. De qualquer forma, penso que Octopath Traveler é o melhor JRPG atualmente disponível no
Switch, sendo que também joguei Xenoblade Chronicles 2, Disgaea 5 Complete, I Am Setsuna e Lost Sphear.
Ranking pessoal de todas as histórias (da melhor para a pior):
1. Alfyn
2. Primrose
3. Ophilia
4. Cyrus
5. Tressa
6. H'annit
7. Therion
8. Olberic
Tempo jogado e níveis de cada um dos personagens disse:
Coloquei imagens de belas artworks que aparecem no final do jogo. Preferi deixar em spoiler para ninguém reclamar, mas sinceramente nem considero spoiler: