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Tópico oficial InvestigadOS -CPI consorcio nordeste avança

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Iges-DF é alvo de investigações do MPDFT; 61 mandados foram cumpridos no DF
Na capital federal, os investigadores cumprem mandados no Hospital de Base, na Asa Sul, e no Hospital Regional de Santa Maria, unidades administradas pelo Iges-DF
 

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A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por unanimidade (12 votos a zero) nesta segunda-feira (20) aceitar denúncia que torna réu o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).
Ele é acusado pelo Ministério Público de integrar um suposto esquema de desvio de recursos públicos na compra de respiradores destinados ao tratamento dos pacientes com Covid.
A denúncia foi apresentada em abril pela Procuradoria-Geral da República (PGR) menciona Lima e outros 15 acusados. A PGR estima prejuízo superior a R$ 2 milhões aos cofres públicos.
Ainda com a sessão em andamento no STJ, o governador divulgou a seguinte nota, contestando as acusações contra ele:
“Sobre a decisão de hoje, afirmo: as acusações contra mim não têm fundamento e tampouco base concreta, como ficará provado no decorrer do julgamento. Nunca recebi qualquer benefício em função de medidas que tomei como governador. A acusação é frágil e não apresenta nenhuma prova ou indício de que pratiquei qualquer ato irregular. Agora, terei a oportunidade de apresentar minha defesa e aguardar, com muita tranquilidade, a minha absolvição pela Justiça. Tenho confiança na Justiça e a certeza de que minha inocência ficará provada ao final do processo."
A próxima etapa do caso são os depoimentos de testemunhas e a coleta de provas. Depois dessa fase, haverá o julgamento, que determinará se os acusados serão condenados ou absolvidos.

Votos dos ministros

Ao votar, o relator do caso, ministro Francisco Falcão, entendeu haver elementos suficientes para a abertura de uma ação penal contra o governador por supostos crimes de peculato, fraude, dispensa indevida de licitação, organização criminosa e embaraço às investigações.
“Neste exame não aprofundado da matéria, existe justa causa para se considerar o governador do Amazonas partícipe nos delitos de dispensa de licitação direcionada e partícipe da fraude na aquisição de 28 respiradores que tiveram preços elevados com abusividade”, afirmou Falcão.
Segundo o ministro, “não se trata de meras conjecturas, mas de indícios da participação do denunciado do acompanhamento do procedimento licitatório”.
O voto do relator foi acompanhado por Nancy Andrighi, Laurita Vaz, João Otávio de Noronha, Maria Tereza Assis Moura, Herman Benjamin, Jorge Mussi, Luís Felipe Salomão, Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino e Isabel Galotti. Estavam ausentes os ministros Mauro Campbell e Og Fernandes. O presidente da Corte, Humberto Martins, não apresentou voto.


Defesa

O advogado Nabor Bulhões, responsável pela defesa de Wilson Lima, afirmou que a denúncia é “verdadeiramente ilegal e abusiva”.
“Poucas vezes vi o Ministério Público atuar tão incisivamente no que eu diria uso abusivo do poder de denunciação”, disse.


Polícia Federal apura superfaturamento na compra de respiradores no Amazonas

Acusação

Segundo a denúncia, em uma manobra conhecida como triangulação, a empresa fornecedora de equipamentos de saúde, que já havia firmado contratos com o governo, vendeu respiradores para uma adega por R$ 2,48 milhões.
No mesmo dia, a importadora de vinhos, diz a denúncia, revendeu os equipamentos para o estado por R$ 2,97 milhões. Após receber valores, a adega os teria repassado integralmente à organização de saúde.
A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo afirma no documento que se instalou no governo do Amazonas, sob o comando de Wilson Lima, "uma verdadeira organização criminosa que tinha por propósito a prática de crimes contra a administração pública, especialmente a partir do direcionamento de contratações de insumos para enfrentamento da pandemia, sendo certo que, em pelo menos uma aquisição, o intento se concretizou".
O governador Wilson Lima foi alvo de mandados de busca e apreensão na primeira fase da Operação Sangria, em junho de 2020, e teve parte dos bens bloqueados pela Justiça (vídeo abaixo). Cinco envolvidos no suposto esquema, entre eles o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias, chegaram a cumprir prisão temporária.





Governador do AM é alvo de busca em operação da PF sobre suspeita de desvio em compras

 

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PF realiza nova operação em SP contra desvio de recursos públicos na saúde

Para os investigadores, organização "sem capacidade técnica" teria recebido mais de R$ 300 milhões nos últimos três anos para administrar unidades de saúde
Primeira fase da Operação Contágio foi realizada em 20 abril deste ano, nas mesmas cidades paulistas


A Polícia Federal (PF) realizou nesta terça-feira (23) a segunda fase da Operação Contágio, que apura desvios de recursos públicos na área da saúde nos municípios de Hortolândia, Embu das Artes e Itapecerica da Serra, todos no estado de São Paulo.

Segundo os investigadores, a Organização Social de Saúde (OSs) que administrava algumas unidades de atendimento médico destes municípios “não possui capacidade técnica para gerir contratos de saúde complexos”.

Apesar disso, segundo a PF, a organização teria recebido mais de R$ 300 milhões em recursos públicos nos últimos três anos.

“Conforme a apuração realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela PF, o esquema consistia no superfaturamento do fornecimento de bens e serviços, como plantões médicos e medicamentos, além da realização de serviços simulados, como de assessoria”, diz trecho de comunicado da PF.

Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de São Paulo e pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

Segundo a PF, entre os presos estão dois médicos que seriam alguns dos principais dirigentes da OS. Também foram apreendidos mais de R$ 200 mil em espécie na residência dos investigados.

Além disso, foi decretado o bloqueio e apreensão de mais de R$ 40 milhões, incluindo contas bancárias, imóveis, veículos e uma lancha de luxo.

“Foi também determinada a suspensão da atividade econômica de algumas empresas subcontratadas, pois há indícios de que eram utilizadas exclusivamente para a prática de crimes”, diz outro trecho da nota.

Reparação aos cofres públicos
A primeira fase da Operação Contágio foi realizada em 20 abril deste ano, nas mesmas cidades paulistas. Os investigadores também suspeitavam de desvios das verbas destinadas ao combate do novo coronavírus.

Dois dias depois, a Polícia Federal apreendeu quase R$ 500 mil em uma sala secreta da OS em Cotia (SP). Segundo os investigadores, “as pessoas flagradas transportando esses valores também são alvos da operação de hoje”.

“Nesta nova fase, o enfoque está na lavagem do dinheiro desviado da saúde e na reparação do prejuízo aos cofres públicos. Até o momento, já foi identificado que cerca de dezoito milhões de reais foram sacados em espécie por um guarda civil municipal”, concluiu.

(*Com informações de Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo)






PF investiga desvios de até R$ 6 milhões no combate à pandemia em oito cidades de SC
Segunda fase da Operação Fuscus apura supostas fraudes na compra de medicamentos, insumos e EPIs

A PF (Polícia Federal) investiga desvios de recursos para o combate à pandemia da Covid-19 que podem chegar a R$ 6 milhões em oito cidades de Santa Catarina. A segunda fase da foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (4).
Segunda fase da Operação Fuscus foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (4) – Foto: PF/Divulgação/ND

Segunda fase da Operação Fuscus foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (4) – Foto: PF/Divulgação/ND

Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em endereços de órgãos públicos, empresas, servidores públicos e empresários nos municípios de Sombrio, Araranguá, Passo de Torres, Jacinto Machado, Praia Grande, Timbé do Sul, São João do Sul e Camboriú.

A investigação apura supostas fraudes na compra de medicamentos, insumos e EPIs que não teriam sido entregues ao Poder Público.

Uma denúncia que apontava excesso no volume de aquisições e sobrepreços de produtos adquiridos por uma secretaria municipal de saúde foi realizada em setembro de 2020.

Assim, a primeira fase da Operação Fuscus foi deflagrada em novembro daquele ano, na qual investigava desvios de R$ 1,7 milhões. Conforme a PF, após as fiscalizações, os investigados seguiram com as condutas suspeitas, o que motivou a deflagração da segunda fase da operação.

A PF ainda busca identificar a eventual participação de servidores públicos no esquema, bem como o destino dos recursos públicos envolvidos.

Oito cidades de Santa Catarina são investigadas pela PF – Vídeo: PF/Divulgação/ND (vídeo no link)

Caso comprovada a fraude, os investigados poderão responder pela prática dos crimes de organização criminosa, peculato e fraude ao caráter competitivo de licitações, cujas penas somadas podem chegar a 28 anos de prisão.






PF deflagra nova ação contra fraude na compra de materiais usados no enfrentamento à covid-19 em Santa Catarina
Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em endereços de órgãos públicos, empresas, servidores públicos e empresários

A Polícia Federal, em conjunto com o Serviço de Auditoria do Ministério da Saúde, deflagrou na manhã desta quinta-feira (3) a segunda fase da Operação Fuscus, para dar continuidade a investigações relacionadas a denúncias de desvios de recursos públicos - parte deles eram destinados ao combate da pandemia em Santa Catarina.
Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em endereços de órgãos públicos, empresas, servidores públicos e empresários nos municípios catarinenses de Sombrio, Araranguá, Passo de Torres, Jacinto Machado, Praia Grande, Timbé do Sul, São João do Sul - todos no sul do Estado, e em Balneário Camboriú, no litoral norte catarinense.
A operação teve início em setembro de 2020, após uma denúncia que apontava aquisições de maior volume em uma secretaria pertencente a um dos municípios do Estado. Na primeira fase da Fuscus, se investigou desvios de R$ 1,7 milhão. Segundo a PF, mesmo após a deflagração da operação e as ações fiscalizatórias dos órgãos competentes, os investigados seguiram com as condutas suspeitas, abrindo assim a necessidade do prosseguimentos das investigações em uma nova fase.

Esta nova ação busca a colheita de provas de supostas fraudes na aquisição de medicamentos, insumos e EPIs que não teriam sido totalmente entregues ao poder público, gerando gastos que deveriam ser destinados ao enfrentamento do estado de emergência causado pela covid-19 nas cidades.
Também se busca identificar uma eventual participação de servidores públicos no esquema, e para onde foi destinado estes valores, que no total somam aproximadamente R$ 6 milhões. Caso a fraude seja comprovada, os investigados poderão responder pela prática dos crimes de: organização criminosa, peculato e fraude ao caráter competitivo de licitações, cujas penas somadas podem chegar a 28 anos de prisão.






PF investiga fraudes no auxílio emergencial na Bahia
Operação cumpre mandatos em Salvador e em Coração de Maria

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A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (25) a Operação Parcela Baiana, que tem como alvo o combate a fraudes ao auxílio emergencial, pago pelo governo federal à população carente por causa da pandemia de covid-19.
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A ação é conjunta com o Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União, instituições que participam da Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial.

Na manhã de hoje, policiais federais cumprem as medidas judiciais em Salvador e em Coração de Maria, também na Bahia. São três mandados de busca, quatro mandados de afastamento de sigilo bancário e quatro mandados de sequestros de bens, que resultaram em um total de R$ 200 mil bloqueados por determinação judicial. As prisões temporárias não foram deferidas pela Justiça Federal.

Os fatos estão sendo apurados em três inquéritos policiais distintos, instaurados com base em trabalhos de análise e inteligência realizados por equipe especializada da Polícia Federal, a partir de processos de contestação oriundos da Caixa Econômica Federal.

“No aplicativo Caixa Tem da Caixa Econômica Federal, aproximadamente 90 contas do auxílio emergencial foram fraudadas, sendo transferidos imediatamente os valores depositados para contas vinculadas aos fraudadores e também para pagamentos de boletos bancários emitidos pelos próprios suspeitos, resultando em um prejuízo superior a R$ 90 mil”, informou a PF em nota.

Segundo as autoridades, a fraude deve ser muito maior, na medida em que os dados se referem a curtos períodos analisados, de no máximo 14 dias, entre maio a setembro de 2020, e apenas àquelas fraudes contestadas pelas vítimas.

Somente com o prosseguimento das investigações, observou a PF, será possível determinar o montante exato do desvio, bem como a eventual participação de outras pessoas. Os fraudadores responderão pelos crimes de furto qualificado mediante fraude, com pena de dois a oito anos de reclusão.
 

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Oposição entrega pedido de abertura de CPI dos Respiradores à Presidência da Alba

Líder de oposição e outros membros de bancada entregam pedido hoje
26.04.2022

A bancada de oposição da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) entrega na tarde desta terça-feira (26), ao presidente da Casa, deputado Adolfo Menezes (PSD), o pedido para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso dos respiradores.

Marcada para 14h30, a entrega terá presença do líder de oposição, deputado Sandro Régis (União Brasil), além de outros integrantes da bancada.

A CPI na Bahia dará continuidade às investigações já iniciada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, que indiciou, entre outros nomes, o governador Rui Costa (PT) e o ex-secretário da Casa Civil do governo do estado Bruno Dauster.

Os equipamentos foram adquiridos pelo Consórcio Nordeste, à época presidido por Rui. O pagamento foi feito antecipadamente, mas os respiradores nunca foram entregues. Uma operação da Polícia Federal investiga o caso.







PF faz buscas para apurar compra de ventiladores pulmonares por gestão Doria na pandemia

Segundo os investigadores, governo paulista comprou 1.280 equipamentos com sobrepreço de R$ 63,3 milhões sem licitação

Viatura da Polícia Federal Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Viatura da Polícia Federal Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

SÃO PAULO — A Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão, na manhã desta terça-feira, para apurar indícios de superfaturamento na compra de ventiladores pulmonares pela gestão de João Doria (PSDB). A aquisição foi feita em abril de 2020 para o combate à pandemia no estado.
As buscas foram feitas em São Paulo e outras três cidades: Porto Feliz (SP), Rio de Janeiro e Brasília.

O governo de São Paulo adquiriu, segundo os investigadores, 1.280 equipamentos fabricados na China, por meio de uma empresa estrangeira com sócios brasileiros, ao custo de R$ 242,3 milhões. O sobrepreço foi estimado em R$ 63,3 milhões pelos peritos criminais. Técnicos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo apontaram que os preços estavam incompatíveis com os praticados no mercado.

Os ventiladores foram adquiridos sem licitação, procedimento que havia sido autorizado em razão da emergência sanitária para compra e importação de produtos e equipamentos que ajudassem no combate ao novo vírus.

A Polícia Federal informa que, além da suposta fraude no procedimento aquisitivo, pode ter havido lavagem de dinheiro por meio de tipologia que a empresa intermediária, cujo nome não foi tornado público, envia uma parcela para pagamento de vantagens indevidas e outra parcela para pagamento do fornecedor do produto.

São investigados possíveis crimes de associação criminosa, corrupção passiva e corrupção ativa. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde disse estar à disposição para prestar qualquer esclarecimento e que irá colaborar com as investigações, "contudo, condena a espetacularização da ação". A pasta diz que a compra foi "fundamental para salvar vidas, em um momento de inércia do governo federal, que não distribuiu equipamentos aos estados". :viraolho:viraolho

De acordo com a secretaria, "os 1.280 adquiridos da empresa Hichens Harrison foram entregues, mesmo após a Secretaria ter iniciado os trâmites para a recisão do contrato devido a descumprimento de prazo. A empresa conseguiu liminar na Justiça para assim proceder. A aquisição cumpriu as exigências legais e aos decretos estadual e nacional de calamidade pública e todos os esclarecimentos têm sido devidamente prestados aos órgãos de controle.





Polícia Federal faz operação para apurar fraude em compra de respiradores pulmonares

Equipamentos adquiridos pelo Consórcio Nordeste custaram R$ 48 milhões e não foram entregues, segundo as investigações​

26/04/2022
Manutenção de equipamentos de ventilação pulmonar utilizados em hospitais de todo o país

Manutenção de equipamentos de ventilação pulmonar utilizados em hospitais de todo o país​


A compra de 300 respiradores pulmonares feita pelo Consórcio Nordeste para utilização em unidades de saúde voltadas ao combate à pandemia de Covid-19 foi alvo da Operação Cianose, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, na manhã desta terça-feira (26). A investigação envolve fraude em contratação, desvio de recursos e lavagem de dinheiro na aquisição dos equipamentos, que custaram R$ 48,7 milhões e nunca foram entregues.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia, todos expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça. As buscas contaram com a participação de auditores da Controladoria-Geral da União. De acordo com a investigação, o Consórcio Nordeste contratou uma empresa para fornecer os ventiladores pulmonares em abril de 2020, sendo 60 para a Bahia e 30 para cada um dos outros oito estados da região. O processo de contratação, por meio de dispensa de licitação, foi formalizado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.

A auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União verificou que, apesar dos valores envolvidos e da relevância dos equipamentos naquele momento da pandemia, o motivo da escolha da empresa — que se dedicava à venda de medicamentos à base de Cannabis — não foi devidamente justificado no processo, assim como qualquer comprovação de experiência ou mesmo capacidade operacional e financeira para cumprir o contrato.

"Além disso, a auditoria constatou que o pagamento foi feito de forma antecipada, no valor de quase R$ 49 milhões, sem as devidas garantias contratuais e sem observar as orientações da Procuradoria Geral do Estado. Por fim, os respiradores nunca foram entregues e o contrato foi rescindido sem que houvesse a restituição da quantia paga, resultando no prejuízo aos cofres públicos correspondente ao valor integral contratado (R$ 48.748.575,82)."

Operação anterior​

Em 1º de junho de 2020, a Polícia Civil do Estado da Bahia deflagrou a Operação Ragnarok, que resultou na apreensão de documentos e na prisão temporária dos sócios da empresa contratada pelo Consórcio Nordeste e do administrador de outra empresa, que se apresentou como a fabricante dos respiradores e também estava envolvida nas negociações.

O aprofundamento das apurações, que ficou a cargo do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, culminou na identificação de um esquema criminoso que envolvia lobistas, empresários, agentes públicos e pessoas jurídicas que atuavam, principalmente, na Bahia e em São Paulo.

"Vítima de uma fraude"​

Por meio de uma nota, o Consórcio Nordeste informou que "observou todos os requisitos legais" no processo administrativo e que "foi vítima de uma fraude por parte de empresários que receberam o pagamento e não entregaram os aparelhos, fato que foi imediatamente denunciado pelo próprio Consórcio Nordeste às autoridades policiais e ao judiciário".

Ainda na nota, o Consórcio Nordeste informa que "segue aguardando a apuração desse crime, o julgamento e punição dos responsáveis e a devolução do dinheiro aos cofres dos respectivos estados".







Ex-secretário do governo da Bahia é alvo de operação da PF sobre compra de respiradores

26/04/2022

Bruno Dauster comandava a Casa Civil durante compra dos respiradores. Em nota, ex-secretário diz que a operação da Polícia Federal foi "extemporânea e desnecessária".

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (26), a operação Cianose, que investiga a contratação da empresa Hempcare pelo Consórcio Nordeste, para fornecimento de ventiladores pulmonares durante o pico inicial da pandemia de Covid-19 no Brasil.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Salvador, no Distrito Federal, e nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça. As buscas contaram com apoio da Controladoria Geral da União.

Em Salvador, a operação foi cumprida em um prédio de luxo no Corredor da Vitória e em outros prontos. Um dos alvos dos mandados foi Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil do governador Rui Costa (PT) . O governador é um dos investigados, mas não foi alvo de mandados na ação desta terça.

O governador criticou a operação. "Eu confesso que até entenderia e bateria palma se hoje os responsáveis tivessem sido presos. Mas eu não consigo entender uma busca e apreensão dois anos depois. Alguém acha que esse povo tá com alguma coisa a mais?", disse.

Por meio de nota, o ex-secretário Bruno Dauster considerou a ação "extemporânea e desnecessária". Dauster diz que já prestou, de forma espontânea, dois depoimentos, um para a Polícia Civil e outro para a Polícia Federal e diz que sempre se colocou à disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos. [Confira íntegra da nota no final da reportagem]
Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil da Bahia, foi um dos alvos da operação da PF — Foto: João Gilberto/ALRN

Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil da Bahia, foi um dos alvos da operação da PF — Foto: João Gilberto/ALRN

Outro alvo da operação foi o consultor Cleber Isaac. Após a operação ser deflagrada, ele se apresentou na sede da Polícia Federal, em Ilhéus, no sul da Bahia. De acordo com o advogado Milton Ventorim Jr, responsável pela defesa de Cleber Isaac, ele entregou o celular e deixou documentos de toda as tratativas durante o processo de venda dos respiradores.

Ainda segundo o advogado, Cleber Isaac foi um consultor contratado inclusive após as negociações terem se iniciado. Ele diz ainda que seu cliente comprovará "o seu empenho para solução dessa entrega dos respiradores, mesmo não tendo gerência ou qualquer participação na empresa HempCare". [Confira íntegra da nota no final da reportagem]
Cleber Isaac é um dos alvos da operação da PF na Bahi — Foto: Redes sociais

Cleber Isaac é um dos alvos da operação da PF na Bahi — Foto: Redes sociais

Também alvo da operação, o empresário Carlos Kerbes disse que espera que o caso seja solucionado o mais rápido possível. Em novembro do ano passado, em depoimento à CPI da Covid, do Rio Grande do Norte, Kerbes, que tem empresa de consultoria financeira, confirmou relação com a empresa Hempcare durante a pandemia.

O empresário disse que foi procurado pela empresa através de Cleber Isaac, que o conhecia devido a ações comerciais no Rio de Janeiro de 2016. O objetivo do contato da Hempcare, segundo Carlos Kerbes, era conseguir contato com fornecedores chineses para a aquisição de testes covid. As tratativas ocorreram entre abril e maio de 2020, de acordo com o depoimento de Kerbes. [Confira íntegra da nota no final da reportagem]

Em nota, o Consórcio Nordeste diz "foi vítima de fraude por parte de empresários que receberam o pagamento e não entregaram os aparelhos". O Consórcio diz ainda que foi o responsável pela denúncia e que segue aguardando a apuração do crime, o julgamento e a punição dos responsáveis, além da devolução do dinheiro aos cofres dos respectivos estados. [Confira íntegra da nota no final da reportagem]

A Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE) divulgou nota onde diz que em relação à compra de respiradores, o Estado da Bahia obteve duas vitórias contra as empresas Ocean 26 INC e Pulsar. A Ocean 26 INC devolveu o valor após acordo judicial, a partir de ação movida pela Procuradoria Geral do Estado (PGE); e a Pulsar, voluntariamente, após a notificação extrajudicial feita.

A PGE diz ainda que no caso da empresa Hempcare, que teria se recusado em fornecer os bens contratados ou devolver o valor pago, foi dada a notícia crime, com instauração de investigação policial, que resultou na prisão preventiva dos envolvidos, no que ficou conhecida por Operação Ragnarok. A PGE cita ainda que o Estado da Bahia ainda instaurou sindicância para apuração dos fatos (eventuais alterações ocorridas na minuta do contrato administrativo, após a sua aprovação pela PGE), com identificação dos responsáveis. E que resultado da sindicância já foi encaminhado ao Ministério Público do Estado (MPE). [Confira íntegra da nota no final da reportagem]

STJ defende operação para assegurar preservação das provas

Conforme a PF, o processo de aquisição teve diversas irregularidades, como pagamento antecipado de seu valor integral, sem que houvesse no contrato garantia contra eventual inadimplência por parte da contratada. Ao fim, nenhum respirador foi entregue.
Ainda segundo a PF, os investigados podem responder pelos crimes de estelionato em detrimento de entidade pública, dispensa de licitação sem observância das formalidades legais e lavagem de dinheiro.

O nome da operação, Cianose, tem relação com uma condição de saúde que pode afetar pacientes que passa, por problemas relacionados à má oxigenação do sangue, por exemplo, por uma insuficiência respiratória ou uma doença pulmonar.
Veículos da Polícia Federal e da CGU no Corredor da Vitória, em Salvador  — Foto: Phael Fernandes/TV Bahia

Veículos da Polícia Federal e da CGU no Corredor da Vitória, em Salvador — Foto: Phael Fernandes/TV Bahia

Em nota, a CGU disse que em auditoria realizada foi verificado que, "apesar dos valores envolvidos e da relevância dos equipamentos naquele momento da pandemia, não constava do processo justificativa para escolha da empresa, que se dedicava à comercialização de medicamentos à base de Cannabis, assim como qualquer comprovação de experiência ou mesmo capacidade operacional e financeira para cumprir o contrato".

Além disso, a CGU diz que auditoria constatou que o pagamento de quase R$ 49 milhões foi feito de forma antecipada, "sem as devidas garantias contratuais e sem observar as orientações da Procuradoria Geral do Estado". O órgão ainda diz que como respiradores nunca foram entregues e o contrato foi rescindido sem que houvesse a restituição da quantia paga, houve prejuízo aos cofres públicos de R$ 48.748.575,82.

De acordo com o STJ, o ministro Og Fernandes determinou a realização de buscas e apreensões de documentos, equipamentos e valores em desfavor de diversos investigados após pedido de aprofundamento das investigações apresentado pela PF, e chancelado pelo Ministério Público Federal. Segundo o STJ, o objetivo é "desvendar aparente engrenagem criminosa com diversas ramificações e envolvimento de grande número de pessoas, inclusive autoridades públicas".
Operação foi determinada pelo ministro Og Fernandes, do STJ — Foto: Nelson Jr./ASCOM/TSE

Operação foi determinada pelo ministro Og Fernandes, do STJ — Foto: Nelson Jr./ASCOM/TSE

Ainda segundo o tribunal, o inquérito do caso tramita sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e diz respeito à Operação Ragnarok, deflagrada em 2020 pela Polícia Civil da Bahia. O STJ diz ainda que foram requisitadas informações de natureza pública da agenda de autoridades do estado da Bahia e autorizado o compartilhamento com a Controladoria-Geral da União (CGU) das informações obtidas a partir das medidas decretadas.

Ainda segundo o Superior Tribunal de Justiça, o ministro Og Fernandes considerou a medida "imprescindível em razão da necessidade de assegurar a preservação das provas, uma vez que se trata de ilícitos praticados por pessoas com conhecimento jurídico, entre os quais lavagem de capitais que, em sua própria essência, envolve a ocultação da natureza, origem e localização de recursos financeiros".

Entenda o caso​


PF cumpre mandado em prédio de luxo em Salvador — Foto: Phael Fernandes/TV Bahia

PF cumpre mandado em prédio de luxo em Salvador — Foto: Phael Fernandes/TV Bahia

O Consórcio Nordeste, formado pelos nove estados da região, foi criado em 2019 como ferramenta política e de gestão. Durante parte da pandemia, o consórcio foi responsável por compras conjuntas de alguns equipamentos de combate à Covid-19 para estados. A entidade foi responsável por viabilizar a compra de respiradores para pacientes internados ainda em março de 2020. No entanto, os anúncios de compra dos equipamentos foram seguidos de problemas.

Em abril de 2020, o governo da Bahia, que na época presidia o consórcio anunciou que a compra de 600 respiradores de uma empresa chinesa. Dias depois, o governo anunciou que a compra foi cancelada unilateralmente pelo vendedor. A assessoria do Consórcio Nordeste informou que a carga ficou retida no aeroporto de Miami, nos Estados Unidos. Na ocasião, o valor do contrato era de R$ 42 milhões.

Em maio de 2020, a Justiça determinou o bloqueio dos bens da empresa HempShare. A decisão foi tomada após uma ação aberta pelo Consórcio Nordeste. O Governo da Bahia chegou a abrir um processo administrativo com a finalidade de apurar irregularidades praticadas pela empresa Hempcare, com sede em São Paulo.
Em junho de 2020, Bruno Dauster admitiu que não foram cumpridos diversos procedimentos obrigatórios na condução dos contratos dos respiradores que não foram entregues ao Consórcio Nordeste. Na ocasião, ele negou que tivesse recebido qualquer valor para intermediar as negociações.


Investigação: Bruno Dauster fala pela primeira vez sobre compra dos respiradores









Investigação: Bruno Dauster fala pela primeira vez sobre compra dos respiradores

No mesmo mês, três pessoas foram presas durante uma operação da Polícia Civil da Bahia contra a empresa Hempcare, que vendeu e não entregou respiradores ao Consórcio do Nordeste. Além das prisões, a operação Ragnarok cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Araraquara (SP).

Durante a operação, foram detidos o empresário Paulo de Tarso, a dona da Hempcare, Cristiana Prestes, e o sócio dela, Luiz Henrique Ramos. O trio foi liberado no dia 7 junho, após prestar depoimentos.

Na mesma semana, Bruno Dauster pediu exoneração da secretaria da Casa Civil. Na ocasião, ele falou sobre o pedido de demissão do cargo.
"Primeiro que eu não precisava de ter foro privilegiado, porque eu não cometi nenhum ato ilícito nem nada que pudesse justificar que eu tivesse medo de alguma ação na Justiça. Se tivesse, eu não teria pedido nunca, para manter o foto privilegiado", disse Bruno.

"Em segundo lugar, eu pedi porque não queria que fosse politizado essa questão, pedi antes que meu nome fosse citado por qualquer pessoa porque eu pedi na abertura do processo. O que eu queria era evitar a politização que, infelizmente, aconteceu e estamos em um momento que tudo está sendo politizado", completou.
Também em junho de 2020, a Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE-BA) entrou com medidas administrativas e judiciais junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), para tentar reverter a decisão que encaminhou para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) o processo de investigação a respeito do contrato firmado pelo Consórcio Nordeste com a empresa Hempcare para a entrega de respiradores.
Operação apura fraude na compra de respiradores durante a pandemia — Foto: Paula Fróes/GOVBA

Operação apura fraude na compra de respiradores durante a pandemia — Foto: Paula Fróes/GOVBA

Na ocasião, a Hempcare prometeu devolver os R$ 48,7 milhões investidos nos 300 respiradores mecânicos que não foram entregues. Porém, em entrevista exclusiva à TV Bahia, o empresário Paulo de Tarso, sócio da Biogeoenergy, empresa que fabricaria os equipamentos, declarou que gastou com insumos os cerca de R$ 24 milhões que recebeu de Cristiana Prestes, a dona da Hempcare, que intermediou o processo.
O empresário afirmou que não devolveria o valor investido. O empresário afirmou que gastou totalmente os R$ 24 milhões para poder começar a fabricar os respiradores e acusa o Consórcio Nordeste de não aceitar os equipamentos produzidos pela Biogeoenergy.
Respiradores: dono de empresa envolvida no caso diz que não vai devolver o dinheiro


Respiradores: dono de empresa envolvida no caso diz que não vai devolver o dinheiro
O mês de junho de 2020 teve outro problema com empresas e a venda de respiradores. A empresa Pulsar devolveu ao Consórcio Nordeste o valor de US$ 7,9 milhões, referentes à compra de 750 respiradores. A Pulsar não conseguiu cumprir o prazo de entrega dos equipamentos. Por esse motivo, o governador da Bahia solicitou a devolução dos valores.

Em julho de 2020, O Ministério Público federal (MPF), através do procurador da república Fernando Túlio da Silva, determinou a abertura de inquérito civil para apurar uma compra de respiradores pelo governo da Bahia e Consórcio Nordeste junto à empresa Pulsar.
Em novembro de 2021, durante a CPI da Covid do Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, o ex-secretário da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster, foi convocado para prestar depoimento na condição de investigado. No entanto por garantia judicial decidiu não responder às perguntas dos deputados.

O que dizem os citados​


Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil da Bahia
"No dia de hoje fui surpreendido com uma medida de busca e apreensão absolutamente extemporânea e desnecessária. Esclareço que acerca dos fatos objeto de investigação já prestei, de forma espontânea, dois depoimentos, sendo um perante a polícia civil e outro perante a polícia federal, bem como sempre me coloquei à disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos.

Reafirmo que, ao longo de toda minha vida profissional, sempre agi de forma lícita, com absoluta transparência e rigor ético. Minha atuação no caso objeto de investigação foi exclusivamente para que pudéssemos ter ventiladores para as UTIs dos nossos hospitais durante a grave crise da Pandemia, no momento em que a carência deste equipamento se dava em uma escala global nunca antes imaginada.

É inaceitável qualquer tentativa de fraude ou golpe contra o Estado, ainda mais num período de pandemia, quando havia uma urgência absoluta para poder salvar vidas. Espero que os fatos sejam esclarecidos o mais rapidamente possível e que sejam caladas as vozes que tentam deturpar a minha atuação."

Bruno Dauster chamou operação de extemporânea e desnecessária. — Foto: Arquivo MinCultura

Bruno Dauster chamou operação de extemporânea e desnecessária. — Foto: Arquivo MinCultura

"Cleber Isaac compareceu na sede da Polícia federal em Ilhéus de forma espontânea. Entregou o celular dele e deixou documentos de toda as tratativas durante o processo de venda dos respeitadores. Cleber Isaac foi um consultor contratado inclusive após as negociações terem se iniciado e comprovará o seu empenho para solução dessa entrega dos respiradores, mesmo não tendo gerência ou qualquer participação na empresa HempCare."

Cleber Isaac diz que trabalhou como consultor e nega relação com empresa HempCare. — Foto: Rede sociais

Cleber Isaac diz que trabalhou como consultor e nega relação com empresa HempCare. — Foto: Rede sociais

"Na manhã de hoje, Carlos Kerbes recebeu a Polícia Federal na sua residência, que estava cumprindo o mandado de busca e apreensão, na ocasião, objetivando ajudar nas investigações, ele, voluntariamente, passou a senha do seu aparelho celular e notebook, a fim de dirimir qualquer questionamento em relação à sua conduta. Esperamos que este caso seja solucionado o mais rápido possível para que a vida de Carlos Kerbes possa volta à sua normalidade".
Consórcio Nordeste

"Em decorrência da Operação Cianose, realizada pela Polícia Federal nesta terça-feira, 26/04/2022, informamos que a aquisição conjunta de ventiladores pulmonares pelo Consórcio Nordeste foi realizada logo no início da pandemia, tendo como fundamento o art. 4º da Lei nº 13.979/2020, em processo administrativo que observou todos os requisitos legais. No entanto, o Consórcio foi vítima de uma fraude por parte de empresários que receberam o pagamento e não entregaram os aparelhos, fato que foi imediatamente denunciado pelo próprio Consórcio Nordeste às autoridades policiais e ao judiciário, através de ação judicial, que resultou na prisão desses empresários e no bloqueio de seus bens. O Consórcio Nordeste segue aguardando a apuração desse crime, o julgamento e a punição dos responsáveis e a devolução do dinheiro aos cofres dos respectivos estados".
PGE-BA

Em relação à compra de respiradores, o Estado da Bahia conquistou duas vitórias contra as empresas Ocean 26 INC e a Pulsar. A Ocean 26 INC devolveu o valor após acordo judicial, a partir de ação movida pela Procuradoria Geral do Estado (PGE); e a Pulsar, voluntariamente, após a notificação extrajudicial feita. Além disso, todos os esforços foram esgotados no âmbito administrativo no sentido de apurar as responsabilidades.

A PGE também acompanha a situação quanto à compra dos respiradores pelo Consórcio Nordeste da empresa Hempcare. Logo após a recusa da empresa em fornecer os bens contratados ou devolver o valor pago, foi dada a notícia crime, permitindo a imediata instauração de investigação policial, que resultou na prisão preventiva dos envolvidos, no que ficou conhecida por Operação Ragnarok. Também se ingressou com ação ordinária cível para lograr bloqueio dos bens localizados em nome da empresa e de seus representantes e, após, obter a devolução do valor pago. As providências tomadas contra os indiciados fizeram com que seus advogados de defesa buscassem a formalização de um acordo para a devolução do pagamento feito pelos equipamentos que não foram entregues.

Entretanto, antes que as negociações avançassem, em uma medida surpreendente, o Ministério Público Federal (MPF) assumiu a apuração do caso, com envio para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), e os indiciados foram liberados.

No campo administrativo, o Estado da Bahia ainda instaurou sindicância para apuração dos fatos (eventuais alterações ocorridas na minuta do contrato administrativo, após a sua aprovação pela PGE), com identificação dos responsáveis. O resultado da sindicância já foi encaminhado ao Ministério Público do Estado (MPE).
O Consórcio Nordeste, à época liderado pelo Estado da Bahia, também instaurou processo administrativo sancionatório contra a empresa Hempcare, na qual foi já ela condenada e hoje está impedida de negociar com qualquer ente público.








O irônico disso tudo que tratavam esse consorcio como a salvação contra o presidente genocida, incluindo nessa pasta do fórum.
Quem dependeu e ficou esperando por esses ventiladores... não depende mais.
 
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PF investiga empresários suspeitos de superfaturar leitos para pacientes com Covid no Tocantins

Grupo contratado pelo governo do estado teria recebido R$ 90 milhões entre 2020 e 2021. Agentes investigam crimes de organização criminosa, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.

Hospital Estadual de Combate à Covid do Tocantins - hospital de campanha Palmas — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Hospital Estadual de Combate à Covid do Tocantins - hospital de campanha Palmas — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A Polícia Federal realiza uma operação nesta quarta-feira (22) para investigar empresários suspeitos de organização criminosa, fraude à licitação e lavagem de dinheiro no Tocantins. As investigações apontam que o grupo teria recebido cerca de R$ 90 milhões do governo para gerenciar leitos para pacientes com Covid em hospitais do estado e superfaturado o valor dos insumos e serviços. A ação criminosa teria a participação de agentes públicos.

O Instituto Saúde e Cidadania (Isac) informou que irá auxiliar nas investigações e quando for notificado vai responder aos questionamentos. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) afirmou que não foi notificada e não tem contrato vigente com o instituto investigado. Veja as notas no fim da reportagem.

A Operação Ophiocordyceps cumpre sete mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), Belém (PA), Goiânia (GO) e São Paulo(SP), todos expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal do Tocantins. O objetivo é identificar todas as pessoas envolvidas, colher mais provas e recuper os recursos.
A PF informou que iniciou as investigações a partir de uma Nota Técnica emitida pela CGU. Os empresários investigados são de uma organização social contratada pelo governo do Tocantins para o gerenciamento de leitos clínicos e de terapia intensiva no Hospital Estadual de Combate à Covid- 19 (HECC), Hospital Geral de Palmas (HGP) e Hospital Regional de Gurupi (HRG).

O crime aconteceu durante a gestão dos hospitais entre 2020 e 2021. A suspeita é de que parte do valor teria como destino os próprios envolvidos.
"O suposto esquema envolveria superfaturamento, sobrepreço, pagamento por serviço não prestado ou pagamento em duplicidade e subcontratação de empresas de fachada localizadas em outros estados da federação. A ação criminosa teria a participação de agentes públicos e empresário vinculados à citada organização social", informou a Polícia Federal.

Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraude à licitação e organização criminosa. Somadas as penas podem chegar a 23 anos de prisão, além da perda de bens e valores suficientes para a reparação do dano das infrações.
O nome “Ophiocordyceps” - fungo parasitário que controla o sistema nervoso de insetos - remete à forma como o sistema de combate ao Covid-19 no Tocantins teria sido dominado pela suposta organização criminosa.

O que diz o ISAC e a SES​


O ISAC - Instituto Saúde e Cidadania informa que respeita todas as normas legais, tanto que todos os contratos firmados para a gestão das unidades para tratamento de Covid-19 foram executadas sob o cuidado das normas vigentes.

O Instituto comunica ainda que é de seu interesse responder todos os questionamentos feitos pela CGU - Controladoria Geral da União. De forma que irá auxiliar nas investigações realizadas e está à disposição da Polícia Federal. Afinal, é comum que instituições que fazem gestão de recursos públicos sejam fiscalizadas.
Assim que notificado, o Instituo poderá responder aos questionamentos. Ele irá se inteirar e posicionar-se perante os órgãos de fiscalização.


Secretaria de Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que não foi notificada a respeito da operação realizada pela Polícia Federal, que envolve o Instituto Saúde e Cidadania (Isac) e não possui contrato vigente com a referida empresa.

A SES-TO destaca que até o momento todos os valores repassados à empresa, para os serviços prestados a pacientes com a Covid-19, foram efetuados mediante as prestações de contas da empresa, que inclusive ainda tem valores a receber, por apresentarem inconsistência nos relatórios.
Por fim, a SES-TO pontua que está à disposição dos órgãos investigativos e de controle, para a elucidação dos fatos.









Barroso dá mais 60 dias para investigação da PF sobre Chico Rodrigues e Telmário por fraudes na pandemia em Roraima


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Luís Roberto Barroso. Foto: Gabriela Biló/Estadão

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou por mais 60 dias a investigação que mira os senadores Chico Rodrigues (União Brasil-RR) e Telmário Mota (PROS-RR) por suposto envolvimento em fraudes e desvio de verbas destinadas ao combate da pandemia da covid-19 em Roraima. A decisão atende um pedido da Polícia Federal, que argumentou ao Supremo que ainda há diligências pendentes no âmbito do inquérito, entre elas a renovação do interrogatório do senador Chico Rodrigues.

A prorrogação ainda contou com parecer favorável do procurador-geral da República Augusto Aras, que registrou que é ‘perceptível a existência de diligências importantes para o deslinde das investigações, cujas solicitações e realizações estão pendentes’. “O aprofundamento das apurações, mediante a realização dos atos faltantes, revela-se medida essencial para esclarecer os fatos imputados aos Senadores Francisco de Assis Rodrigues e Telmário Mota, bem como para averiguar a participação de terceiros nos fatos objeto da investigação”, ponderou o chefe do Ministério Público Federal.

A investigação foi aberta em setembro de 2020, para apurar fraudes na aquisição de kits de testes rápidos para detecção da Covid-19 e em irregularidades no processo de compra de centrais de ar-condicionado para a maternidade de Rorainópolis. Em outubro do mesmo ano, a Polícia Federal chegou abrir uma fase ostensiva das apurações, sendo que, na ocasião, o então vice-líder do governo no Senado escondeu R$ 33,1 mil na cueca durante a abordagem.

Quando solicitou a abertura da chamada Operação Desvid-19, a Polícia Federal disse que Rodrigues integraria um dos núcleos políticos do grupo criminoso que foram identificados ao longo das investigações “Tem-se que aparentemente há uma organização criminosa constituída por parlamentares, empresários e servidores públicos voltada ao desvio de valores destinados ao combate à pandemia Covid-19, que se prevalece da emergência na destinação imediata de recursos de alta monta para desviar os recursos e apropriar-se de parte deles via contratações superfaturadas”, registrou a corporação à época.

A corporação detalhou as suspeitas que recaem sobre o parlamentar, centradas na ligação de Chico com empresa Quantum, que teria fechado contrato com sobrepreço de R$ 956 mil com a Secretaria de Saúde de Roraima para o fornecimento de testes rápidos para diagnóstico do novo coronavírus. Já o senador Telmário Mota é autor de emenda parlamentar com o objetivo da aquisição das centrais de ar condicionado.

COM A PALAVRA, O SENADOR CHICO RODRIGUES

A reportagem busca contato com o parlamentar. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, O SENADOR TELMÁRIO MOTTA

Com relação à Operação DESVID, o Senhor Telmário Mota esclarece que foi instaurado inquérito em junho de 2020, a pedido da Delegada de Polícia Federal Luciana Matutino Caires após depoimento FRANCISVALDO DE MELO PAIXAO que denunciou a existência de “suposta atuação de organização criminosa junto a Secretaria de Estado de Saúde de Roraima, com o objetivo de direcionar contratos emergenciais firmados pelo Governo do Estado de Roraima para o enfrentamento da pandemia do COVID-19, assim como promover o desvio de recursos públicos federais’’.

Porém, com relação ao Senador Telmário, as denúncias são absolutamente inverídicas e foram imediatamente desmentidas pela própria Secretaria de Estado da Saúde de Roraima que, em 27 de outubro de 2020, declarou que não houve nenhuma contratação, empenho ou liquidação de despesa com recursos oriundas de emenda parlamentar do Senador Telmário.

Portanto, a Secretaria de Saúde de Roraima declarou que os recursos oriundos da Emenda Parlamentar do Senador Telmário Mota se encontram na conta corrente do FUNDES, não havendo nenhuma contratação em andamento, sendo, portanto, equivocada a informação da testemunha, pois, como visto, não houve empenho e muito menos liquidação de despesa.

Ademais, verifica-se que a referida emenda foi apresentada em novembro de 2018, ou seja, mais de um ano antes do primeiro caso de COVID-19 no mundo e muito antes de se tornar uma pandemia mundial. Ou seja, a emenda apresentada pelo Senador Telmário Mota não possui qualquer relação com contratos emergenciais firmados para o enfrentamento do COVID-19, o que já demonstra não haver ligação com o escopo da investigação da Polícia Federal.

Esclarece-se, ainda, que após quase dois anos de investigação, a Polícia Federal não logrou êxito em localizar indícios mínimos de prática de irregularidade por parte do senador Telmário Mota.

Tanto assim, que a Procuradoria-Geral da República, em parecer datado de 11 de setembro de 2020, se manifestou no seguinte sentido: “122. No que tange a ligação de Telmário Mota (E) com os fatos, maiores esclarecimentos revelam-se fundamentais. Isso porque, em que pesem os diálogos entre Francisvaldo e a assessora Jane – que indicam que Romulo (D) atuaria como representante do Parlamentar -, por ora, os elementos apontados carecem de aprofundamento. 123. Até o momento, não foram apurados indícios que solidifiquem a participação do Senador Telmario (E) em intervenções para aquisições irregulares ou, tampouco,
em utilizações indevidas da influência decorrente do cargo.”

Portanto, a PGR afirmou na ocasião que não foram apurados indícios da participação do Senador Telmário Mota. Porém, as investigações prosseguiram com relação ao Senador Chico Rodrigues. Com relação ao Senador Telmário a ÚNICA diligência que se encontra pendente há meses se trata de um pedido de informações acerca da minha emenda parlamentar que, intencionalmente ou não, ainda não foi respondida ao STF de modo a embasar o arquivamento com relação a minha pessoa: (d) de informações sobre se a verba pública oriunda da emenda parlamentar n° 38040011, de iniciativa do Senador Telmário Mota foi executada para fins de enfrentamento à pandemia do coronavírus ou mesmo destinada à aquisição de outros bens, como veículos, computadores ou quaisquer outros. Deverão ser encaminhadas cópias dos respectivos processos administrativos (Ofício 1529171/2022-CINQ/CGRC/DICOR/PF – fl. 2728 – sistema Único).

Portanto, após quase dois anos de investigação não foram obtidos indícios mínimos para relacionar o Senador Telmário Mota a qualquer ato delituoso. Ao contrário, as provas carreadas no inquérito demonstram cabalmente a sua completa inocência em qualquer ato suspeito. Em razão desse inquérito, o Senador está sofrendo uma ampla campanha difamatória em Roraima pelos meios de comunicação de seus adversários políticos que querem, a todo custo, ligar seu nome a atos supostamente irregulares cometidos por outras pessoas. Porém, o Senador Telmário Mota continua firme acreditando na justiça e com a certeza de que, com relação à sua pessoa, o inquérito em breve será arquivado.

“Não sou corrupto! Estão dando vitamina para os corruptos me jogarem na vala comum dos ladrões de Roraima e do Brasil, mas acredito em Deus, na Justiça e na minha inocência. Lutarei até a minha última gota de sangue, mas vou provar para o meu povo que jamais roubei dinheiro público. Parte das instituições brasileiras está dominada pela corrupção, não tenho mais dúvidas. Estão fazendo eu sangrar uma ferida que não é minha, por mais de dois anos, só pra alimentar o discurso da corrupção daqueles que não me querem no poder, pois atrapalho esse esquema que sangra o meu estado e o país. Sigo lutando a favor da minha gente, de mãos limpas e cabeça erguida!”, registrou ainda o senador.
 

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PF apura desvio em recursos destinados ao enfrentamento à COVID 19




PF investiga fraudes em licitações envolvendo recursos para COVID-19

A investigação teve início a partir de informações produzidas pela Secretaria de Estado da Fazenda que apontou irregularidades na emissão de notas fiscais de compra e de venda de insumos por uma empresa contratada pelo município.





Hospital Regional de MS receberá 1.500 frascos de remédios apreendidos pela Polícia Rodoviária Feder

Medicamentos são usados para contraste para exames e a validade será atestada para Vigilância Sanitária





Polícia Federal cumpre mandados em operação que investiga desvio na contratação de médicos em Redenção

Agentes investigam desvios de recursos públicos federais na contratação de profissionais da saúde em Redenção.

Operação da PF investiga desvio de recursos em contratação fraudulenta de médicos — Foto: Divulgação

Operação da PF investiga desvio de recursos em contratação fraudulenta de médicos — Foto: Divulgação

A Polícia Federal cumpre, nesta sexta-feira (14), onze mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga suposto esquema criminoso envolvendo licitação com indícios de fraude e desvios de recursos públicos federais na contratação de médicos e enfermeiros em Redenção, na Grande Fortaleza.

Segundo a polícia, as investigações tiveram início no ano de 2020, onde foi descoberto, que houve contrato de R$ 1.550.592, dinheiro dos cofres da União com Cooperativa "aparentemente sem capacidade logística e operacional" em Redenção, por meio de dispensa de licitação.
Pesquisas revelaram que a empresa investigada recebeu dos cofres públicos valores vultuosos na casa de R$ 58 milhões, grande parte de origem federal, por meio de contratos firmados com diversas prefeituras do Ceará.


A prefeitura de Redenção afirmou ao g1 que através de nota que órgãos de controle interno e de assessoria jurídica, acompanhou o cumprimento das investigações realizadas pela Polícia Federal, na Secretaria Municipal de Saúde, a fim de averiguar uma suposta irregularidade em licitação com uma cooperativa para contratação de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais da saúde no município.

A atual gestão afirmou ainda que colabora com a operação e a Secretaria de Saúde colocou à disposição da investigação todos os documentos solicitados. Vale ressaltar que o contrato investigado junto a Cooperativa foi feito durante o auge da pandemia da Covid-19, em 2020, onde se dispensava licitação devido à gravidade do momento.

A prefeitura reforça que administração municipal nunca foi chamada para prestar esclarecimentos do caso. No entanto, continuará colaborando com as investigações e está serena quanto a todas as medidas que foram tomadas em relação ao caso investigado.

Apreensão de documentos e mídias​


As buscas tentam apreender documentos e mídias para instrução de Inquérito Policial, individualização da atuação dos suspeitos nos crimes investigados e levantamento da destinação dos recursos públicos repassados pela União ao Município de Redenção, apurando-se eventuais desvios ou apropriação praticados por integrantes da Secretaria de Saúde e comissão de licitação.

Os mandados foram expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal, em Fortaleza e Redenção e Eusébio. Os investigados poderão responder pelo cometimento, em tese, dos crimes de corrupção ativa e passiva com penas de até 36 anos de prisão. As investigações continuam, com análise do material apreendido.
 
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A anatomia do escândalo de R$ 48 mi que envolveu nomes do PT na pandemia

O caso de desvio de dinheiro destinado a respiradores, citado por Bolsonaro no último debate, tem uma sequência de eventos perturbadora

FRAUDE ESCANCARADA - Em abril de 2020, o Consórcio Nordeste comprou 300 respiradores para os hospitais da região por 48 milhões de reais. Na nota de empenho, assinada pelo ex-ministro Carlos Gabas, está registrado que os equipamentos “foram entregues em perfeitas condições”. Só que os respiradores nunca foram entregues. O contrato, redigido pelos próprios vendedores, o que é inusitado, foi avalizado pelo governador Rui Costa (PT), então presidente do consórcio -

FRAUDE ESCANCARADA – Em abril de 2020, o Consórcio Nordeste comprou 300 respiradores para os hospitais da região por 48 milhões de reais. Na nota de empenho, assinada pelo ex-ministro Carlos Gabas, está registrado que os equipamentos “foram entregues em perfeitas condições”. Só que os respiradores nunca foram entregues. O contrato, redigido pelos próprios vendedores, o que é inusitado, foi avalizado pelo governador Rui Costa (PT), então presidente do consórcio – Michel Jesus/Câmara dos Deputados; Jonne Roriz/.

Já no primeiro ano da pandemia, enquanto os estados do Nordeste acumulavam mais de 20% das mortes por Covid-19 no país, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) investigaram de forma sigilosa uma rede de compra de equipamentos e materiais hospitalares formada por empresários, atravessadores, estelionatários, amigos de políticos e autoridades públicas. As ramificações detectadas em transações comerciais do chamado Consórcio Nordeste foram reunidas em inquéritos sigilosos em poder do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O assunto parecia fadado ao esquecimento até o debate entre os presidenciáveis na TV Bandeirantes, no último domingo, 16. Logo no primeiro bloco, Lula criticou a postura negacionista de Bolsonaro, responsabilizou-o diretamente por pelo menos 400 000 das quase 700 000 mortes registradas no Brasil e repetiu acusações genéricas de corrupção na compra de vacinas.

Acuado por uma pauta negativa, Bolsonaro partiu para o contra-ataque, afirmando que, se houve roubalheira, foi nas compras realizadas pelos governadores do Nordeste, que são ou petistas ou aliados de Lula. “A CPI não quis investigar 50 milhões (de reais) torrados em uma casa de maconha. Não chegou nenhum respirador, e daí, sim, irmãos nordestinos morreram por falta de ar, por corrupção”, rebateu o presidente. Depois disso, o assunto foi deixado de lado no debate, mas tem potencial para ganhar tração nesta reta final de campanha. Motivo: o enredo que permitiu à empresa Hempcare, a tal “casa da maconha” citada por Bolsonaro, fechar um contrato milionário de venda de respiradores para o Consórcio Nordeste está sob investigação da Procuradoria-Geral da República porque, entre outras coisas, o material nem sequer foi entregue. VEJA teve acesso a trocas de mensagens, notas fiscais fraudadas, revelações de colaboradores da Justiça e até recibos de propina que detalham como os recursos públicos foram repassados para os bolsos privados de aproveitadores da tragédia alheia contando com a cumplicidade de quem deveria evitar que isso acontecesse.

COMISSÃO DE 12 MILHÕES - Dias depois do pagamento pelos respiradores que nunca foram entregues, os lobistas Fernando Galante e Cleber Isaac, que se apresentava como amigo do governador Rui Costa, receberam 12 milhões de reais a título de “comissão” por intermediarem o negócio — o que equivale a 25% de todo o dinheiro liberado para a compra dos equipamentos -
COMISSÃO DE 12 MILHÕES – Dias depois do pagamento pelos respiradores que nunca foram entregues, os lobistas Fernando Galante e Cleber Isaac, que se apresentava como amigo do governador Rui Costa, receberam 12 milhões de reais a título de “comissão” por intermediarem o negócio — o que equivale a 25% de todo o dinheiro liberado para a compra dos equipamentos – Reprodução; @cleberisaacferraz/Instagram

Essa leva de documentos embasou, em abril passado, o cumprimento de catorze mandados de busca e apreensão em três estados e no Distrito Federal e faz parte de uma investigação no STJ que tenta punir os responsáveis e recuperar os milhões de reais desviados dos cofres públicos. Ao analisar contratos do Consórcio Nordeste, os investigadores já descobriram, por exemplo, que uma das empresas que compraria ventiladores da China para vender ao grupo funcionava em uma boate em Los Angeles. Os aparelhos nunca foram entregues, e os empresários, descobertos, tiveram de assinar um acordo judicial para devolver quase 9 milhões de dólares. Em outra transação, os indícios de corrupção estão fartamente documentados e têm como personagem central a empresária Cristiana Prestes Taddeo, que é dona da Hempcare, um negócio pequeno que, na época da pandemia, reunia apenas dois funcionários para comercializar produtos à base de canabidiol. Cristiana foi adicionada do dia para a noite em um grupo de WhatsApp que negociava contratos milionários com o dinheiro do contribuinte. Parecia, assim, ter tirado a sorte grande.

Sem qualquer experiência no ramo, ela fechou um contrato de 48 milhões de reais com o Consórcio Nordeste para importar 300 respiradores da China. Essa proeza só foi possível porque aceitou pagar 25% do valor total para intermediadores e lobistas que se anunciavam como pessoas com amplo trânsito junto ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), na época presidente do Consórcio Nordeste. Liberado o dinheiro, Cristiana transferiu 3 milhões de reais para um intermediário que se jactava de ser amigo de Costa. À polícia, a empresária afirmou que sabia que o pagamento não era devido a uma suposta consultoria, e disse que “consultor” Cleber Isaac, o destinatário da bolada, tinha “influência política”. O dinheiro foi remetido para uma empresa em nome de familiares de Isaac. Já Fernando Galante, locatário de uma sala comercial utilizada por Cristiana, recebeu outros 9 milhões de reais do dinheiro reservado para a compra dos respiradores. Nesse caso, também houve emissão de nota fiscal. Registrada sob o número 00000002, era a segunda nota que uma tal Gespar Administração de Bens emitia na vida.

“TENHO MEDO DE MORRER” - Uma das personagens principais do caso, a empresária Cristiana Taddeo afirma que agiu de boa-fé e foi enganada pela dupla de lobistas da Bahia. Depois de presa, passou a colaborar com a Justiça, devolveu a parte do dinheiro que havia ficado com ela — 10 milhões de reais — e diz que gostaria de revelar publicamente tudo o que sabe, mas, além de impedida de conceder entrevista, teme por sua vida -
“TENHO MEDO DE MORRER” – Uma das personagens principais do caso, a empresária Cristiana Taddeo afirma que agiu de boa-fé e foi enganada pela dupla de lobistas da Bahia. Depois de presa, passou a colaborar com a Justiça, devolveu a parte do dinheiro que havia ficado com ela — 10 milhões de reais — e diz que gostaria de revelar publicamente tudo o que sabe, mas, além de impedida de conceder entrevista, teme por sua vida – Rogerio Albuquerque/.

Os milhões de reais pagos a título de “comissão” aos dois intermediários foram pulverizados em contas de parentes e em um fundo de investimento. A VEJA, Cleber Isaac disse que não pediu nada irregular ao governador Rui Costa. “Conheço o governador há uns dez anos. Mas eu estava confinado dentro de casa e a única coisa que eu poderia fazer era contato comercial”, afirmou. Fernando Galante não respondeu aos pedidos de entrevista.

Para os investigadores, o indício mais impressionante da conivência do consórcio com os golpistas está registrado na nota de liquidação de empenho, o equivalente a uma nota fiscal para a compra dos respiradores, formalizada pela secretaria executiva do grupo, comandada pelo ex-ministro petista Carlos Gabas. O documento, que confirma o pagamento de 48 milhões de reais à Hempcare, afirma categoricamente que os respiradores, que nem sequer haviam sido comprados, já tinham até sido entregues aos governadores nordestinos e “aceitos em perfeitas condições”. Detalhe importante: o dinheiro foi liberado sem que existisse ao menos um contrato formal — documento que foi redigido depois pelos próprios vendedores, o que é absolutamente inusitado. No dia de emissão da nota, ainda no início da pandemia, 12 239 casos de Covid-19 haviam sido registrados no país. A Bahia contabilizava dez mortes pelo vírus e muitos doentes já sofriam com a falta de equipamentos nos hospitais.

Procurados, Carlos Gabas e Rui Costa não se manifestaram. Em depoimentos à polícia, ambos negaram irregularidades. Depois que a Hempcare foi desmascarada, o grupo de supostos vendedores acionou o empresário Paulo de Tarso Carlos, de Araraquara, que nunca tinha produzido comercialmente nenhum respirador na vida, para tentar resolver o problema. Dono da Biogeoenergy, Paulo de Tarso recebeu 24 milhões de reais da Hempcare para providenciar os equipamentos a toque de caixa, mas, de novo, nada foi feito ou entregue. A PF bateu às portas do galpão onde funcionaria a fábrica de Araraquara, mas ela estava completamente vazia e sem sinal de produção de uma válvula sequer. Hoje os investigadores suspeitam até que notas fiscais apresentadas por Paulo de Tarso com a suposta compra de peças para montar os respiradores foram fraudadas para tentar justificar o sumiço do dinheiro. Procurado por VEJA, o empresário disse que, além do núcleo baiano de negociadores, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), um dos coordenadores da campanha de Lula, tinha pleno conhecimento de que a aquisição de ventiladores pulmonares na pandemia era, na verdade, um esquema de corrupção. “Depois de tudo que ouvi, tenho certeza de que Edinho sabia, sim, que era corrupção esse contrato”, disse. “O Fernando Galante, todo mundo sabe, é operador do PT”, acusa o empresário, sem apresentar qualquer prova disso ou esclarecer a origem da informação.

“VI QUE ERA GOLPE” - A Biogeoenergy fabricaria os respiradores, mas recebeu 24 milhões de reais e não entregou uma única unidade do equipamento. O proprietário, Paulo de Tarso Carlos, diz que percebeu desde o início que havia algo de errado e teria tentado desistir do negócio — até hoje ele não devolveu o dinheiro. Afirma que o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), sabia de tudo, mas não apresentou qualquer prova disso -
“VI QUE ERA GOLPE” – A Biogeoenergy fabricaria os respiradores, mas recebeu 24 milhões de reais e não entregou uma única unidade do equipamento. O proprietário, Paulo de Tarso Carlos, diz que percebeu desde o início que havia algo de errado e teria tentado desistir do negócio — até hoje ele não devolveu o dinheiro. Afirma que o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), sabia de tudo, mas não apresentou qualquer prova disso – Reprodução; Marcelo Camargo/Agência Brasil

No auge do escândalo, o prefeito petista chegou a sugerir a contratação de um advogado para defender Cristiana Taddeo das acusações de estelionato, lavagem de dinheiro e fraude em licitação. Na época, o próprio Edinho estava sendo cobrado pelo Ministério Público por superfaturamento de máscaras e pela compra fracassada de respiradores para sua cidade. Oficialmente, o prefeito não é investigado no caso, mas entre as empresas envolvidas no caso de Araraquara aparece de novo a Biogeoenergy. Em nota, o Consórcio Nordeste afirma que partiu da entidade a denúncia que levou a polícia aos “empresários inescrupulosos”.

Nos últimos dias, depois de ter sua “casa da maconha” exposta por Jair Bolsonaro no debate presidencial, a dona da Hempcare resumiu assim sua participação no escândalo de desvio de dinheiro para a compra de respiradores: “Fui enganada por uma quadrilha”. Procurada por VEJA, Cristiana disse que agiu de boa-fé, teme por sua vida, mas não poderia conceder entrevistas. Enfronhada nos negócios do Consórcio Nordeste, a empresária está colaborando com a Justiça e sabe que suas informações podem ser usadas como artilharia pesada na reta final da campanha presidencial.
 

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A anatomia do escândalo de R$ 48 mi que envolveu nomes do PT na pandemia

O caso de desvio de dinheiro destinado a respiradores, citado por Bolsonaro no último debate, tem uma sequência de eventos perturbadora

FRAUDE ESCANCARADA - Em abril de 2020, o Consórcio Nordeste comprou 300 respiradores para os hospitais da região por 48 milhões de reais. Na nota de empenho, assinada pelo ex-ministro Carlos Gabas, está registrado que os equipamentos “foram entregues em perfeitas condições”. Só que os respiradores nunca foram entregues. O contrato, redigido pelos próprios vendedores, o que é inusitado, foi avalizado pelo governador Rui Costa (PT), então presidente do consórcio -

FRAUDE ESCANCARADA – Em abril de 2020, o Consórcio Nordeste comprou 300 respiradores para os hospitais da região por 48 milhões de reais. Na nota de empenho, assinada pelo ex-ministro Carlos Gabas, está registrado que os equipamentos “foram entregues em perfeitas condições”. Só que os respiradores nunca foram entregues. O contrato, redigido pelos próprios vendedores, o que é inusitado, foi avalizado pelo governador Rui Costa (PT), então presidente do consórcio – Michel Jesus/Câmara dos Deputados; Jonne Roriz/.

Já no primeiro ano da pandemia, enquanto os estados do Nordeste acumulavam mais de 20% das mortes por Covid-19 no país, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) investigaram de forma sigilosa uma rede de compra de equipamentos e materiais hospitalares formada por empresários, atravessadores, estelionatários, amigos de políticos e autoridades públicas. As ramificações detectadas em transações comerciais do chamado Consórcio Nordeste foram reunidas em inquéritos sigilosos em poder do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O assunto parecia fadado ao esquecimento até o debate entre os presidenciáveis na TV Bandeirantes, no último domingo, 16. Logo no primeiro bloco, Lula criticou a postura negacionista de Bolsonaro, responsabilizou-o diretamente por pelo menos 400 000 das quase 700 000 mortes registradas no Brasil e repetiu acusações genéricas de corrupção na compra de vacinas.

Acuado por uma pauta negativa, Bolsonaro partiu para o contra-ataque, afirmando que, se houve roubalheira, foi nas compras realizadas pelos governadores do Nordeste, que são ou petistas ou aliados de Lula. “A CPI não quis investigar 50 milhões (de reais) torrados em uma casa de maconha. Não chegou nenhum respirador, e daí, sim, irmãos nordestinos morreram por falta de ar, por corrupção”, rebateu o presidente. Depois disso, o assunto foi deixado de lado no debate, mas tem potencial para ganhar tração nesta reta final de campanha. Motivo: o enredo que permitiu à empresa Hempcare, a tal “casa da maconha” citada por Bolsonaro, fechar um contrato milionário de venda de respiradores para o Consórcio Nordeste está sob investigação da Procuradoria-Geral da República porque, entre outras coisas, o material nem sequer foi entregue. VEJA teve acesso a trocas de mensagens, notas fiscais fraudadas, revelações de colaboradores da Justiça e até recibos de propina que detalham como os recursos públicos foram repassados para os bolsos privados de aproveitadores da tragédia alheia contando com a cumplicidade de quem deveria evitar que isso acontecesse.

COMISSÃO DE 12 MILHÕES - Dias depois do pagamento pelos respiradores que nunca foram entregues, os lobistas Fernando Galante e Cleber Isaac, que se apresentava como amigo do governador Rui Costa, receberam 12 milhões de reais a título de “comissão” por intermediarem o negócio — o que equivale a 25% de todo o dinheiro liberado para a compra dos equipamentos -
COMISSÃO DE 12 MILHÕES – Dias depois do pagamento pelos respiradores que nunca foram entregues, os lobistas Fernando Galante e Cleber Isaac, que se apresentava como amigo do governador Rui Costa, receberam 12 milhões de reais a título de “comissão” por intermediarem o negócio — o que equivale a 25% de todo o dinheiro liberado para a compra dos equipamentos – Reprodução; @cleberisaacferraz/Instagram

Essa leva de documentos embasou, em abril passado, o cumprimento de catorze mandados de busca e apreensão em três estados e no Distrito Federal e faz parte de uma investigação no STJ que tenta punir os responsáveis e recuperar os milhões de reais desviados dos cofres públicos. Ao analisar contratos do Consórcio Nordeste, os investigadores já descobriram, por exemplo, que uma das empresas que compraria ventiladores da China para vender ao grupo funcionava em uma boate em Los Angeles. Os aparelhos nunca foram entregues, e os empresários, descobertos, tiveram de assinar um acordo judicial para devolver quase 9 milhões de dólares. Em outra transação, os indícios de corrupção estão fartamente documentados e têm como personagem central a empresária Cristiana Prestes Taddeo, que é dona da Hempcare, um negócio pequeno que, na época da pandemia, reunia apenas dois funcionários para comercializar produtos à base de canabidiol. Cristiana foi adicionada do dia para a noite em um grupo de WhatsApp que negociava contratos milionários com o dinheiro do contribuinte. Parecia, assim, ter tirado a sorte grande.

Sem qualquer experiência no ramo, ela fechou um contrato de 48 milhões de reais com o Consórcio Nordeste para importar 300 respiradores da China. Essa proeza só foi possível porque aceitou pagar 25% do valor total para intermediadores e lobistas que se anunciavam como pessoas com amplo trânsito junto ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), na época presidente do Consórcio Nordeste. Liberado o dinheiro, Cristiana transferiu 3 milhões de reais para um intermediário que se jactava de ser amigo de Costa. À polícia, a empresária afirmou que sabia que o pagamento não era devido a uma suposta consultoria, e disse que “consultor” Cleber Isaac, o destinatário da bolada, tinha “influência política”. O dinheiro foi remetido para uma empresa em nome de familiares de Isaac. Já Fernando Galante, locatário de uma sala comercial utilizada por Cristiana, recebeu outros 9 milhões de reais do dinheiro reservado para a compra dos respiradores. Nesse caso, também houve emissão de nota fiscal. Registrada sob o número 00000002, era a segunda nota que uma tal Gespar Administração de Bens emitia na vida.

“TENHO MEDO DE MORRER” - Uma das personagens principais do caso, a empresária Cristiana Taddeo afirma que agiu de boa-fé e foi enganada pela dupla de lobistas da Bahia. Depois de presa, passou a colaborar com a Justiça, devolveu a parte do dinheiro que havia ficado com ela — 10 milhões de reais — e diz que gostaria de revelar publicamente tudo o que sabe, mas, além de impedida de conceder entrevista, teme por sua vida -
“TENHO MEDO DE MORRER” – Uma das personagens principais do caso, a empresária Cristiana Taddeo afirma que agiu de boa-fé e foi enganada pela dupla de lobistas da Bahia. Depois de presa, passou a colaborar com a Justiça, devolveu a parte do dinheiro que havia ficado com ela — 10 milhões de reais — e diz que gostaria de revelar publicamente tudo o que sabe, mas, além de impedida de conceder entrevista, teme por sua vida – Rogerio Albuquerque/.

Os milhões de reais pagos a título de “comissão” aos dois intermediários foram pulverizados em contas de parentes e em um fundo de investimento. A VEJA, Cleber Isaac disse que não pediu nada irregular ao governador Rui Costa. “Conheço o governador há uns dez anos. Mas eu estava confinado dentro de casa e a única coisa que eu poderia fazer era contato comercial”, afirmou. Fernando Galante não respondeu aos pedidos de entrevista.

Para os investigadores, o indício mais impressionante da conivência do consórcio com os golpistas está registrado na nota de liquidação de empenho, o equivalente a uma nota fiscal para a compra dos respiradores, formalizada pela secretaria executiva do grupo, comandada pelo ex-ministro petista Carlos Gabas. O documento, que confirma o pagamento de 48 milhões de reais à Hempcare, afirma categoricamente que os respiradores, que nem sequer haviam sido comprados, já tinham até sido entregues aos governadores nordestinos e “aceitos em perfeitas condições”. Detalhe importante: o dinheiro foi liberado sem que existisse ao menos um contrato formal — documento que foi redigido depois pelos próprios vendedores, o que é absolutamente inusitado. No dia de emissão da nota, ainda no início da pandemia, 12 239 casos de Covid-19 haviam sido registrados no país. A Bahia contabilizava dez mortes pelo vírus e muitos doentes já sofriam com a falta de equipamentos nos hospitais.

Procurados, Carlos Gabas e Rui Costa não se manifestaram. Em depoimentos à polícia, ambos negaram irregularidades. Depois que a Hempcare foi desmascarada, o grupo de supostos vendedores acionou o empresário Paulo de Tarso Carlos, de Araraquara, que nunca tinha produzido comercialmente nenhum respirador na vida, para tentar resolver o problema. Dono da Biogeoenergy, Paulo de Tarso recebeu 24 milhões de reais da Hempcare para providenciar os equipamentos a toque de caixa, mas, de novo, nada foi feito ou entregue. A PF bateu às portas do galpão onde funcionaria a fábrica de Araraquara, mas ela estava completamente vazia e sem sinal de produção de uma válvula sequer. Hoje os investigadores suspeitam até que notas fiscais apresentadas por Paulo de Tarso com a suposta compra de peças para montar os respiradores foram fraudadas para tentar justificar o sumiço do dinheiro. Procurado por VEJA, o empresário disse que, além do núcleo baiano de negociadores, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), um dos coordenadores da campanha de Lula, tinha pleno conhecimento de que a aquisição de ventiladores pulmonares na pandemia era, na verdade, um esquema de corrupção. “Depois de tudo que ouvi, tenho certeza de que Edinho sabia, sim, que era corrupção esse contrato”, disse. “O Fernando Galante, todo mundo sabe, é operador do PT”, acusa o empresário, sem apresentar qualquer prova disso ou esclarecer a origem da informação.

“VI QUE ERA GOLPE” - A Biogeoenergy fabricaria os respiradores, mas recebeu 24 milhões de reais e não entregou uma única unidade do equipamento. O proprietário, Paulo de Tarso Carlos, diz que percebeu desde o início que havia algo de errado e teria tentado desistir do negócio — até hoje ele não devolveu o dinheiro. Afirma que o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), sabia de tudo, mas não apresentou qualquer prova disso -
“VI QUE ERA GOLPE” – A Biogeoenergy fabricaria os respiradores, mas recebeu 24 milhões de reais e não entregou uma única unidade do equipamento. O proprietário, Paulo de Tarso Carlos, diz que percebeu desde o início que havia algo de errado e teria tentado desistir do negócio — até hoje ele não devolveu o dinheiro. Afirma que o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), sabia de tudo, mas não apresentou qualquer prova disso – Reprodução; Marcelo Camargo/Agência Brasil

No auge do escândalo, o prefeito petista chegou a sugerir a contratação de um advogado para defender Cristiana Taddeo das acusações de estelionato, lavagem de dinheiro e fraude em licitação. Na época, o próprio Edinho estava sendo cobrado pelo Ministério Público por superfaturamento de máscaras e pela compra fracassada de respiradores para sua cidade. Oficialmente, o prefeito não é investigado no caso, mas entre as empresas envolvidas no caso de Araraquara aparece de novo a Biogeoenergy. Em nota, o Consórcio Nordeste afirma que partiu da entidade a denúncia que levou a polícia aos “empresários inescrupulosos”.

Nos últimos dias, depois de ter sua “casa da maconha” exposta por Jair Bolsonaro no debate presidencial, a dona da Hempcare resumiu assim sua participação no escândalo de desvio de dinheiro para a compra de respiradores: “Fui enganada por uma quadrilha”. Procurada por VEJA, Cristiana disse que agiu de boa-fé, teme por sua vida, mas não poderia conceder entrevistas. Enfronhada nos negócios do Consórcio Nordeste, a empresária está colaborando com a Justiça e sabe que suas informações podem ser usadas como artilharia pesada na reta final da campanha presidencial.
Se tem corrupção, tem PT no meio(ou "inteiro"), nunca falha. Faz o Ladrão aí cumpanhero :kkk
 
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