Eu só não entendi como meu tópico sobre a troca de carro, virou uma galeria de fotos do painel de um golf.
Incrementa, e faz logo um review desse carro! Tenho curiosidade em saber que o atual proprietário realmente pensa dele. Em vez de ficar enchendo linguiça com uma foto e um comentário de consumo: publica o conteúdo de vez! Fale do seu carro!
Última vez que entrei no Cruze foi para conhecer o turbinado, lá de 2016.
As similaridades no trem-de-força deste carro com o do Golf eram impressionantes. O conjunto mecânico já existia na Europa e nos Estados Unidos, e havia sido deixado de lado do nosso mercado.
O ano era 2016, e sim eu fui conhecer o Cruze Turbo que era um carro recém lançado.
A versão que me agradou foi um LTZ oferecida na época por módicos R$ 108.000,00. Até que fui razoavelmente bem atendido. Me apresentaram um tanto de recursos, mas coisa que o meu Golf lá de 2013 já estava caduco de ter. Considerei o sistema OnStar e o App para Smartphone principais potenciais de peso em minha possível escolha. Com o app era possível bloquear a utilização do veículo em caso de furto ou mesmo monitorar a velocidade e localização do veículo quando fosse emprestado. Já a central OnStar era capaz de entrar em contato (involuntariamente) e solicitar o socorro imediato aos bombeiros (informando a localização exata) caso algum dos airbags do veículo tivesse sido acionado (naturalmente seria situação de acidente). Achei um diferencial bacana, até porque eu já me envolvi em vários acidentes.
Com relação ao aspecto geral do veículo, com toda sinceridade, apesar de que era um lançamento da da época, eu não me impressionei tanto.
Enumero resumidamente as qualidades e "detalhes' que pude observar:
Positivo
a - Acabamento era misto mas de ótima qualidade. Alguns detalhes do interior aludiam um certo tom de nobreza com partes do acabamento como couro costurado e misturado com plástico de ótima qualidade. Aliás era um plástico com a textura táctil muito, mas muito agradável.
b. Apesar de não ser fã de bancos de couro até que gostei da versão de couro sintética oferecida. Costura também sinuosa e muito boa.
c) A tela de LCD da central multimídia era ampla e com uma definição excelente de cores. Acho que era algo com em torno de 16 milhões de cores. Pareceu ser bem intuitiva a sua operação.
d) Rodas de liga leve com um design arrojado e bem moderno. Gostei demais.
e) O Isofix ficavam escondidos em rasgos discretos dos bancos. Para quem não tem filho ficava menos um cacareco a mostra, poluindo menos o visual.
d) Para mim, que tenho 1,72m, não encontrei dificuldade alguma para chegar ao ponto ideal da posição de dirigir. 15 segundos e já estava ajustado.
e) A sopa completíssima da segurança vinha embutida nele. E ainda contava com recursos adicionais: Aviso de ponto cego direto no retrovisor. Volante com alerta vibratório em caso de saída de faixa. Alerta sonoro em caso de saída de faixa. Assistente "semi-autônomo" de condução em faixa.
Negativo
a) Você possuía ajustes de altura e profundidade do volante e o ajuste elétricos dos bancos, porém, e inexplicavelmente
não era possível ajustar a altura dos cintos de segurança. Achei essa detalhe do ajuste dos cintos de segurança uma mancada sem noção da engenharia.
b.) Aquele recurso de trava das portas traseiras para impedir que crianças consigam abrir a porta por dentro, a GM deixou uma chave seletora, na porta mesmo, na altura dos olhos dos pequenos, para que qualquer criança de 4 anos, e sem o mínimo de dificuldade consiga desativar e reativar o sistema de travamento de segurança a bel prazer.
c) Porta-malas de 440 Litros.... tirando uns 20 litros que os braços da tampa do porta-malas ocupam... curti não.
d) Para um carro vendido por R$ 108.000,00 na época, usarem de estopa simples como parte do acabamento do porta-malas considerei de uma mesquinharia única.
e) O volante era multifuncional mas os botões são do tipo membrana. Nem de longe, nem de perto aquilo parece ter robustez para ser manipulado por alguns anos. Fiquei só imaginando a membrana de contato rasgando-se depois de 5 anos de uso, ou até em função do próprio tempo.
f) O achatamento do volante cairia bem, não sei porque deixaram o layout redondinho. Deixaria a posição de dirigir mais ergonômica e ainda facilitaria o entra e sai para o motorista.
g) Na condição de passageiro do banco traseiro não me senti nada confortável ao perceber que o meu braço e antebraço escapuliam com extrema facilidade do encosto das portas traseiras. Encosto, quiçá, que ia afunilando de maneira que quando se "tenta" descansar o braço ali, naturalmente ele escapole. O ponto de estabilidade, que seria o nosso cotovelo, tem a tendência naturalmente forçada de sair do apoio. Tremenda de uma falta de senso com a ergonomia e o conforto dos passageiros.
h) Um veículo avaliado na época em R$ 108.000,00 bem que merecia a iluminação interna por luzes de led.
i) No lugar do apoio de teto para as mãos (vulgo put*-que-pariu) dos passegeiros do banco de trás, a GM colocou uma espécie de suporte de cabide para sacola ou roupa. No mínimo, bizarra essa solução.
j) As luzes de iluminação do bancos traseiros ficavam praticamente no centro do teto do veículo. Coisa nada a ver para a função dela. Se ligassem ela tenho quase certeza que iria incomodar o motorista.
l) O cruze tinha um degrade do para-brisas (invertido) tal qual o Golf. Porem no cruze você conseguia ficar apreciando as palhetas do vidro coisa que o Golf tornava simplesmente "invisíveis".
m) Notei que faltou ergonomia para a posição dos controles do farol e outros controles da cabine. O ângulo de acesso ficou negativo, tornando até a leitura do botão ruim.
n) O veículo praticamente não tinha porta-trecos. Era o básico do básico igualmente carro popular. Os porta-trecos que o Cruze possuia, além de serem completamente de plástico (nada de acabamento de borracha ou similar), eram rasos e nada versáteis. Nenhuma gavetinha, porta-óculos.... Simplesmente decepcionante.
o) A central multimídia não me pareceu ter função de multitarefa (multimídia + computador). Nem tive tempo de testar isso direito. O som, apesar de "potente", era de qualidade bem duvidosa. Na verdade, acima de 85% de potência, ele começava a decair a qualidade (médios e agudos), meio que causando adstringência aos tímpanos.
O Cruze não foi um carro que me empolgou. Tanto que nem me senti convidado em solicitar o test-drive. Acho que deveria tê-lo feito. Era um carro recheado de tecnologias porém não me pareceu empolgante, e eu nem sei explicar o porquê a não ser essa série fraca de pequenos detalhes que realmente me desagradaram. Definitivamente não despertou meu interesse.
Mas há quem deva gostar, e muito.
Verdade seja dita: O Cruze sempre quis ser um Golf no resto do mundo. Pena que o mercado dos Hatchers (no mundo) morreu muito antes da verdade final. Ele era o mais preparado para assumir o trono de Golf Killer.