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Trump propõe solução de dois estados para Israel e Palestina, mas insiste que Jerusalém continuará indivisível
Projeto tenta encontrar solução em meio a crise no Oriente Médio. Autoridade Palestina não participou das negociações.
Benjamin Netanyahu e Donald Trump apresentam plano para paz entre Israel e Palestina nesta terça-feira (28) — Foto: Brendan McDermid/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou nesta terça-feira (28) um plano de paz para o Oriente Médio — mais especificamente, para o conflito entre Israel e Palestina. O anúncio foi feito ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Entre os principais pontos da proposta, está o plano para adoção de dois estados na região: Israel e Palestina, que passaria a ser reconhecida pelos EUA como um estado soberano com capital em Jerusalém Oriental. Porém, ao mesmo tempo, Trump disse que Jerusalém permaneceria indivisível como capital israelense — ele não explicou como conciliaria as duas propostas.
Na apresentação do plano, Trump também não deu detalhes sobre como implementará o plano, mas adiantou algumas propostas. Veja os principais pontos do projeto, segundo anúncio de Trump:
"Quero que seja um grande acordo para os palestinos. É uma oportunidade histórica para eles, depois de 70 anos sem progresso", acrescentou Trump.
Depois do discurso, Trump publicou em uma rede social o plano que ele tem para o território do futuro Estado Palestino. Confirmando o que disse Netanyahu em discurso, a proposta de Trump inclui a anexação do Vale do Jordão a Israel. Veja no mapa abaixo.
Se isso realmente ocorrer, será uma medida que ecoará uma das promessas de campanha de Netanyahu rumo à reeleição no pleito de março. Antes de disputar a última votação, o primeiro-ministro israelense declarou o plano de anexar o Vale do Jordão ao território integral de Israel, o que também gerou preocupação por outros países do Oriente Médio.
Além disso, Trump disse que "nenhum palestino ou israelense será removido de suas casas". A declaração indica que os EUA não removerão os assentamentos judaicos na Cisjordânia, algo anunciado por Netanyahu logo após o discurso do norte-americano.
Aproximação com Netanyahu
Campanha de Netanyahu usa fotos com Trump espalhadas por Tel Aviv, em Israel — Foto: Jack Guez/AFP
Trump apresentou o plano ao lado de Netanyahu, que também discursou — em inglês. O premiê de Israel tenta a reeleição e tem no presidente dos EUA um aliado. Por isso, o israelense de pronto aceitou e agradeceu ao norte-americano.
No entanto, o lado palestino afirmou que não aceitará os termos do acordo. Trump até disse que enviou uma carta ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, mas as discussões se mantiveram apenas com Israel.
Nesta tarde, Abbas chamou o acordo de Trump de "conspiração" e disse que não aceitará os termos. O líder palestino ainda criticou a proposta para Jerusalém.
"Jerusalém não está à venda", disse Abbas.
Esse impasse ocorre sobretudo diante da crise que se intensificou com recente decisão dos Estados Unidos em deixar de considerar os assentamentos israelenses na Cisjordânia uma violação ao direito internacional — uma reversão da política adotada em 1978, no governo de Jimmy Carter.
Hamas critica plano e promete reação
Palestinos na Faixa de Gaza assistem a discurso de Donald Trump sobre plano de paz com Israel nesta terça-feira (28) — Foto: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters
O grupo islamita palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, chamou a proposta de "sem sentido". "A declaração de Trump foi agressiva e vai gerar muita revolta", disse Sami Abu Zuhri, um representante da organização, à agência Reuters.
"Os palestinos vão enfrentar esse acordo e Jerusalém continuará um território palestino", acrescentou.
Manifestante queima nota falsa de dólar com rosto de Donald Trump em Ramallah, na Cisjordânia, nesta terça-feira (28) — Foto: Mohamad Torokman/Reuters
Nas ruas de Gaza e de Ramallah (Cisjordânia), a agência Reuters registrou protestos da população palestina contra o plano de Trump. Manifestantes queimaram cartazes representando notas de dólares com o rosto do presidente norte-americano e levantaram bandeiras palestinas.
Em Gaza, manifestantes fazem piquetes e levantam bandeiras da Palestina após anúncio de plano de paz para a região capitaneado pelo presidente dos EUA, Donald Trump — Foto: Mohammed Salem/Reuters
O Irã — país que vive o acirramento da tensão com os EUA desde a morte do general Qassem Soleimani — criticou o plano apresentado nesta terça-feira. O assessor do presidente Hassan Rouhani afirmou que a proposta é uma "imposição unilateral".
"Esse é um acordo entre o regime sionista [Israel] e os EUA. Interação com a Palestina não está nessa agenda. Não é um plano de paz, mas um plano para impor sanções", declarou o iraniano.
Além disso, a Liga Árabe convocou uma reunião urgente para o sábado para discutir o plano de paz. O encontro foi convocado a pedido das autoridades palestinas, e deverá ter participação do presidente Mahmoud Abbas.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/...senta-plano-de-paz-para-o-oriente-medio.ghtml
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A matéria é longa e, neste mesmo link, ela continua, mostrando outras tentativas de paz entre Israel e Palestina propostas pelos E.U.A ao longo dos anos.
É claro que os palestinos e grupos rebeldes já não receberam bem a atual proposta. Enquanto o líder de um dos lados [Benjamin Netanyahu] está lá disposto até mesmo a ajudar na criação de um Estado legítimo palestino, o outro lado não aceita nenhum tipo de acordo, mas sim a completa destruição de Israel.
Por que não estou surpreso?
Projeto tenta encontrar solução em meio a crise no Oriente Médio. Autoridade Palestina não participou das negociações.
Benjamin Netanyahu e Donald Trump apresentam plano para paz entre Israel e Palestina nesta terça-feira (28) — Foto: Brendan McDermid/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou nesta terça-feira (28) um plano de paz para o Oriente Médio — mais especificamente, para o conflito entre Israel e Palestina. O anúncio foi feito ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Entre os principais pontos da proposta, está o plano para adoção de dois estados na região: Israel e Palestina, que passaria a ser reconhecida pelos EUA como um estado soberano com capital em Jerusalém Oriental. Porém, ao mesmo tempo, Trump disse que Jerusalém permaneceria indivisível como capital israelense — ele não explicou como conciliaria as duas propostas.
Na apresentação do plano, Trump também não deu detalhes sobre como implementará o plano, mas adiantou algumas propostas. Veja os principais pontos do projeto, segundo anúncio de Trump:
- Jerusalém permanece como indivisível capital de Israel
- Porém, Jerusalém Oriental será considerada capital do Estado Palestino
- Um espaço no sul do território israelense será entregue aos palestinos para indústrias e residências, o que deve dobrar a área palestina
- Caso a transição ocorra pacificamente, EUA abrirão embaixada também na capital da Palestina
- Garantia de visita de muçulmanos à mesquita sagrada de Al-Aqsa, em Jerusalém
- Injeção de US$ 50 bilhões para a Palestina para gerar 1 milhão de empregos
"Quero que seja um grande acordo para os palestinos. É uma oportunidade histórica para eles, depois de 70 anos sem progresso", acrescentou Trump.
Depois do discurso, Trump publicou em uma rede social o plano que ele tem para o território do futuro Estado Palestino. Confirmando o que disse Netanyahu em discurso, a proposta de Trump inclui a anexação do Vale do Jordão a Israel. Veja no mapa abaixo.
Se isso realmente ocorrer, será uma medida que ecoará uma das promessas de campanha de Netanyahu rumo à reeleição no pleito de março. Antes de disputar a última votação, o primeiro-ministro israelense declarou o plano de anexar o Vale do Jordão ao território integral de Israel, o que também gerou preocupação por outros países do Oriente Médio.
Além disso, Trump disse que "nenhum palestino ou israelense será removido de suas casas". A declaração indica que os EUA não removerão os assentamentos judaicos na Cisjordânia, algo anunciado por Netanyahu logo após o discurso do norte-americano.
Aproximação com Netanyahu
Campanha de Netanyahu usa fotos com Trump espalhadas por Tel Aviv, em Israel — Foto: Jack Guez/AFP
Trump apresentou o plano ao lado de Netanyahu, que também discursou — em inglês. O premiê de Israel tenta a reeleição e tem no presidente dos EUA um aliado. Por isso, o israelense de pronto aceitou e agradeceu ao norte-americano.
No entanto, o lado palestino afirmou que não aceitará os termos do acordo. Trump até disse que enviou uma carta ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, mas as discussões se mantiveram apenas com Israel.
Nesta tarde, Abbas chamou o acordo de Trump de "conspiração" e disse que não aceitará os termos. O líder palestino ainda criticou a proposta para Jerusalém.
"Jerusalém não está à venda", disse Abbas.
Esse impasse ocorre sobretudo diante da crise que se intensificou com recente decisão dos Estados Unidos em deixar de considerar os assentamentos israelenses na Cisjordânia uma violação ao direito internacional — uma reversão da política adotada em 1978, no governo de Jimmy Carter.
Hamas critica plano e promete reação
Palestinos na Faixa de Gaza assistem a discurso de Donald Trump sobre plano de paz com Israel nesta terça-feira (28) — Foto: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters
O grupo islamita palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, chamou a proposta de "sem sentido". "A declaração de Trump foi agressiva e vai gerar muita revolta", disse Sami Abu Zuhri, um representante da organização, à agência Reuters.
"Os palestinos vão enfrentar esse acordo e Jerusalém continuará um território palestino", acrescentou.
Manifestante queima nota falsa de dólar com rosto de Donald Trump em Ramallah, na Cisjordânia, nesta terça-feira (28) — Foto: Mohamad Torokman/Reuters
Nas ruas de Gaza e de Ramallah (Cisjordânia), a agência Reuters registrou protestos da população palestina contra o plano de Trump. Manifestantes queimaram cartazes representando notas de dólares com o rosto do presidente norte-americano e levantaram bandeiras palestinas.
Em Gaza, manifestantes fazem piquetes e levantam bandeiras da Palestina após anúncio de plano de paz para a região capitaneado pelo presidente dos EUA, Donald Trump — Foto: Mohammed Salem/Reuters
O Irã — país que vive o acirramento da tensão com os EUA desde a morte do general Qassem Soleimani — criticou o plano apresentado nesta terça-feira. O assessor do presidente Hassan Rouhani afirmou que a proposta é uma "imposição unilateral".
"Esse é um acordo entre o regime sionista [Israel] e os EUA. Interação com a Palestina não está nessa agenda. Não é um plano de paz, mas um plano para impor sanções", declarou o iraniano.
Além disso, a Liga Árabe convocou uma reunião urgente para o sábado para discutir o plano de paz. O encontro foi convocado a pedido das autoridades palestinas, e deverá ter participação do presidente Mahmoud Abbas.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/...senta-plano-de-paz-para-o-oriente-medio.ghtml
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A matéria é longa e, neste mesmo link, ela continua, mostrando outras tentativas de paz entre Israel e Palestina propostas pelos E.U.A ao longo dos anos.
É claro que os palestinos e grupos rebeldes já não receberam bem a atual proposta. Enquanto o líder de um dos lados [Benjamin Netanyahu] está lá disposto até mesmo a ajudar na criação de um Estado legítimo palestino, o outro lado não aceita nenhum tipo de acordo, mas sim a completa destruição de Israel.
Por que não estou surpreso?
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