onurb88
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Especialista defende que esses agentes não deveriam entrar em contato com a população. Um dos oficiais justificou que teria 'dúvidas em relação a eficácia devido instabilidade política do Brasil'.
Pelo menos 163 policiais militares assinaram termos de recusa de vacinação da Covid-19 em Santa Catarina. Documentos obtidos pela NSC mostram que os termos foram assinados em unidades da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) em 36 cidades (veja abaixo a lista das cidades). Os termos têm sido assinados desde 9 de abril, quando começou a imunização das forças de segurança no estado. Na segunda-feira (31), foram mais sete declarações.
A vacinação não é obrigatória na Polícia Militar. Ao todo, segundo a PMSC, 42% do efetivo de aproximadamente 10 mil policiais recebeu pelo menos uma das doses.
A PMSC não informou se os oficiais que se recusaram a tomar o imunizante poderão sofrer penalidades. Até as 16h desta terça-feira (1º), a PMSC também não respondeu aos questionamentos feitos pelo G1 SC sobre as recusas.
Segundo os últimos números divulgados pelo Governo do estado, a Covid-19 contaminou 2.426 policiais militares catarinenses: é cerca de 1 a cada 4 policiais contaminado. Três PMs morreram por complicações causadas pelo coronavírus.
Joinville, no Norte catarinense, é a cidade com o maior número de declarações de recusa obtidas pela NSC. Entre 14 e 16 de abril, cerca de 44 policiais dos dois batalhões da cidade manifestaram a recusa. A vacinação desses profissionais começou pela capital e Joinville antes de se expandir para as demais cidades.
Nos termos de recusa, os policiais escrevem o nome fabricante da vacina que não querem tomar. Alguns especificaram "Coronavac" e outros "Asteazeneca", porém outros escreveram apenas "vacinação Covid-19".
Em uma delas um tenente da PM escreveu "qualquer uma". Em outro termo de recusa, um oficial escreveu: "tenho dúvidas em relação a eficácia devido instabilidade política do Brasil (sic)".
Para o professor titular da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, esses agentes não deveriam entrar em contato com a população.
Segundo o professor, a resistência à imunização tem sido registrada em polícias do país inteiro, principalmente nas militares. O pesquisador acredita em uma "ideologização" da PM.
"Ela (a PM) possui vários praças, vários oficiais, que são seguidores cegos do presidente da República. Toda a ideologia bolsonarista se coloca contra a vacinação, isto acaba fazendo com que estas pessoas acabem adotando uma postura política de recusar a vacinação", afirma Rafael Alcadipani.
A maior parte do público-alvo da vacinação é o efetivo da chamada "rádio-patrulha". São as viaturas que fazem rondas e atendem ocorrências de todo tipo. O cabo Thiago Ribeiro, que atua em Palhoça, na Grande Florianópolis, afirma que os profissionais atuam em situações extremas. O cabo teve Covid no fim do ano passado e tomou a vacina.
"Tivemos que tirar algumas pessoas de um apartamento que sentiam alguns sintomas e não queriam ir para o hospital, para não perder o emprego. Tivemos que intervir e conduzir uma pessoa pro hospital, porque ela podia propagar a doença para outras pessoas. Conversei com pessoas, tentando incentivar e mostrar pra eles que é uma situação extrema e a gente tem que ajudar, tomando a vacina, tem pessoas que se espelham na gente, temos que ser o exemplo", diz o cabo Ribeiro.
Segundo, o tenente Eduardo Sérgio Nunes, que comanda 60 policiais militares na Grande Florianópolis, os afastamentos causados pela doença impactaram a rotina de tropas.
"Tivemos guarnições inteiras contaminadas, tivemos afastamentos, teve situações, em semanas, tivemos 5, 6 policiais afastados em razão do Covid em momentos mais críticos ", diz o tenente Eduardo Sérgio Nunes.
Em toda a PMSC, os afastamentos chegaram a 4,8 mil. O tenente Eduardo Nunes afirma que todos sob seu comando entenderam o risco à saúde e a importância de se vacinar. Segundo ele, nenhum assinou o termo de recusa.
A Polícia Militar de São Paulo (PMSP), que é maior polícia militar brasileira, informou que pelo menos 96% do efetivo já foram imunizados. Em nota à NSC, a PMSP disse que houve queda de 71% nas internações em UTI e de 34% em enfermarias, entre o efetivo paulista. Os afastamentos, que chegaram a 1.700 em uma mesma semana, agora giram em torno de 300.
Vacinação contra Covid-19: Mais de 160 policiais militares se recusam a receber doses em SC
Especialista defende que esses agentes não deveriam entrar em contato com a população. Um dos oficiais justificou que teria 'dúvidas em relação a eficácia devido instabilidade política do Brasil'.
g1.globo.com
Pelo menos 163 policiais militares assinaram termos de recusa de vacinação da Covid-19 em Santa Catarina. Documentos obtidos pela NSC mostram que os termos foram assinados em unidades da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) em 36 cidades (veja abaixo a lista das cidades). Os termos têm sido assinados desde 9 de abril, quando começou a imunização das forças de segurança no estado. Na segunda-feira (31), foram mais sete declarações.
A vacinação não é obrigatória na Polícia Militar. Ao todo, segundo a PMSC, 42% do efetivo de aproximadamente 10 mil policiais recebeu pelo menos uma das doses.
A PMSC não informou se os oficiais que se recusaram a tomar o imunizante poderão sofrer penalidades. Até as 16h desta terça-feira (1º), a PMSC também não respondeu aos questionamentos feitos pelo G1 SC sobre as recusas.
Segundo os últimos números divulgados pelo Governo do estado, a Covid-19 contaminou 2.426 policiais militares catarinenses: é cerca de 1 a cada 4 policiais contaminado. Três PMs morreram por complicações causadas pelo coronavírus.
Joinville, no Norte catarinense, é a cidade com o maior número de declarações de recusa obtidas pela NSC. Entre 14 e 16 de abril, cerca de 44 policiais dos dois batalhões da cidade manifestaram a recusa. A vacinação desses profissionais começou pela capital e Joinville antes de se expandir para as demais cidades.
Nos termos de recusa, os policiais escrevem o nome fabricante da vacina que não querem tomar. Alguns especificaram "Coronavac" e outros "Asteazeneca", porém outros escreveram apenas "vacinação Covid-19".
Em uma delas um tenente da PM escreveu "qualquer uma". Em outro termo de recusa, um oficial escreveu: "tenho dúvidas em relação a eficácia devido instabilidade política do Brasil (sic)".
Para o professor titular da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, esses agentes não deveriam entrar em contato com a população.
"A função do estado é zelar pela saúde das pessoas, o estado não pode mandar um agente que pode estar com Covid. É muito importante lembrar que muitos policiais passaram na frente de outros grupos prioritários", explica.
Segundo o professor, a resistência à imunização tem sido registrada em polícias do país inteiro, principalmente nas militares. O pesquisador acredita em uma "ideologização" da PM.
"Ela (a PM) possui vários praças, vários oficiais, que são seguidores cegos do presidente da República. Toda a ideologia bolsonarista se coloca contra a vacinação, isto acaba fazendo com que estas pessoas acabem adotando uma postura política de recusar a vacinação", afirma Rafael Alcadipani.
A maior parte do público-alvo da vacinação é o efetivo da chamada "rádio-patrulha". São as viaturas que fazem rondas e atendem ocorrências de todo tipo. O cabo Thiago Ribeiro, que atua em Palhoça, na Grande Florianópolis, afirma que os profissionais atuam em situações extremas. O cabo teve Covid no fim do ano passado e tomou a vacina.
"Tivemos que tirar algumas pessoas de um apartamento que sentiam alguns sintomas e não queriam ir para o hospital, para não perder o emprego. Tivemos que intervir e conduzir uma pessoa pro hospital, porque ela podia propagar a doença para outras pessoas. Conversei com pessoas, tentando incentivar e mostrar pra eles que é uma situação extrema e a gente tem que ajudar, tomando a vacina, tem pessoas que se espelham na gente, temos que ser o exemplo", diz o cabo Ribeiro.
Segundo, o tenente Eduardo Sérgio Nunes, que comanda 60 policiais militares na Grande Florianópolis, os afastamentos causados pela doença impactaram a rotina de tropas.
"Tivemos guarnições inteiras contaminadas, tivemos afastamentos, teve situações, em semanas, tivemos 5, 6 policiais afastados em razão do Covid em momentos mais críticos ", diz o tenente Eduardo Sérgio Nunes.
Em toda a PMSC, os afastamentos chegaram a 4,8 mil. O tenente Eduardo Nunes afirma que todos sob seu comando entenderam o risco à saúde e a importância de se vacinar. Segundo ele, nenhum assinou o termo de recusa.
A Polícia Militar de São Paulo (PMSP), que é maior polícia militar brasileira, informou que pelo menos 96% do efetivo já foram imunizados. Em nota à NSC, a PMSP disse que houve queda de 71% nas internações em UTI e de 34% em enfermarias, entre o efetivo paulista. Os afastamentos, que chegaram a 1.700 em uma mesma semana, agora giram em torno de 300.