Bolsonaro agora diz que vetará aumento do fundo eleitoral acima da inflação
JULY 30, 2021
BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que irá vetar o aumento do fundo eleitoral que exceda a inflação calculada a partir de 2018. Bolsonaro não explicou o período de cálculo do aumento nem o índice que seria seguido, mas, se essa promessa for cumprida, o valor ficaria em torno de R$ 2 bilhões, bem abaixo dos R$ 5,7 bilhões estipulados pelo Congresso para a eleição do ano que vem.
— Vou vetar tudo que exceder...Você leva em conta o que foi usado na campanha de 2018. Isso é lei. Sou obrigado a cumprir a lei. Valor "x". Aplica a inflação de lá para cá. Será "x" mais "y". O que exceder, eu vou vetar — disse Bolsonaro, em entrevista à rádio 89FM, de São Paulo.
Em 2018, o fundo eleitoral foi de R$ 1,7 bilhão. Entre janeiro de 2019 e junho de 2021, o INPC — um dos índices oficiais de inflação do país — teve um aumento de 14%. Com isso, o fundo aumentaria para R$ 1,9 bilhão. Em 2020, o fundo foi de R$ 2 bilhões. Com a mesma metodologia, haveria um aumento para quase R$ 2,1 bilhão.
Entretanto, a lei que criou o fundo eleitoral, de 2017, de fato determina um reajuste pela inflação, mas ele não incide sobre o valor total do fundo, como disse Bolsonaro, mas sim sobre a "somatória da compensação fiscal que as emissoras comerciais de rádio e televisão receberam pela divulgação da propaganda partidária".
Mudança de discurso
Bolsonaro tem mudado o discurso em relação ao fundo eleitoral. Inicialmente, disse que iria vetar todo o fundo. Na segunda-feira, afirmou que pretendia vetar um "excesso de R$ 2 bilhões", sinalizando concordar com um valor de R$ 4 bilhões — mais do que o dobro do que o utilizado em 2018.
Caso presidente cumpra promessa, valor ficaria em torno de R$ 2 bilhões, bem abaixo dos R$ 5,7 bilhões aprovados pelo Congresso
oglobo.globo.com