O indivíduo tinha que comprar um Mega drive, depois tbm comprar um Sega CD e ainda por cima comprar um jogo de Sega CD que ja existia no Mega só que com som melhor?
Esse çega cedê era uma uma brincadeira muito salgada hein.
Deve-se entender o contexto da época. Estávamos em um período de transição de paradigmas e tecnologias. Era consenso que cartuchos estavam no fim de sua vida e que a próxima geração teria CDs como mídia. Pelo custo, pelo espaço extra e pela evolução desse tipo de armazenamento para software que evoluía a passos largos no PC. Em paralelo, e viabilizado pelos CDs, estavam jogos de sucesso que se valiam de FMV, música e sons com qualidade muito superior e, principalmente, mais baratos. Jogos em 3D eram mais uma curiosidade que uma tendência.
O 3DO iniciou a quinta geração com um hardware tão impressionate quanto caro. E mesmo custando absurdos U$ 699,99 em 1993, encontrou consumidores. O Saturn ainda demoraria anos para ser lançado. A SEGA achou que precisava de um upgrade no Genesis para se manter relevante. Claro que o Mega CD é bem anterior ao 3DO, mas o mercado sabia o que viria. Nintendo e Sony, Commodore, Philips, a própria NEC, Atari, todos estavam nessa mesma corrida.
O conceito do SEGA CD é o de um coprocessador atrelado a uma solução de storage. Como foram Super FX e Sega Virtua Processor. Com a diferença que o consumidor pagaria apenas uma vez por esses elementos, com a vantagem de ser um produto comercialmente mais atrativo que um mero coprocessador atrelado em um cartucho. Fazia muito sentido.
Infelizmente a execução não foi das melhores. O aparelho ficou caro. O Mega Drive / Genesis não era preparado para ter outra saída de vídeo, exigindo que tudo que fosse processado pelo SEGA CD fosse enviado ao VDP do Genesis. As duas CPUs não podiam ser usadas em modo SMP, mas em um pipeline de processamento "forçado", com limitações de consumo dos dados pelo Genesis. O Genesis era um gargalo. Para piorar, o limite de cores do Genesis foi algo em que a imprensa se apegou muito, para criticar o aparelho.
Mesmo sendo caro, o conjunto Genesis + SEGA CD ainda era bem mais barato que as melhores alternativas da época: 3DO e PC. Inferior, claro, mas com uma biblioteca de jogos impressionante, herdada do Genesis, e um bom potencial. No fim, vendeu mais ou menos o mesmo que o 3DO (somados Mega CD e SEGA CD), e teve quase a mesma quantidade de jogos. Apesar de ter o inconveniente dos loading times bem lentos, eu sempre preferia a versão do mesmo jogo para o SEGA CD. Sempre vinha um bônus. Uma fase, cutscenes, alguma coisa. E os jogos FMV eram legais, naquele tempo. Envelheceram mal, mas na época fizeram sucesso.