Acredito que tenha que ver os 2 lados. Medicina não é um sacerdócio e todo mundo gosta de dinheiro. Agora, o médico ser um escroto, pnc, dar medicamentos errados, não fazer uma anamnese cuidadosa: INADMISSÍVEL. Eu por exemplo, faço medicina em particular e planejo pagar meus pais pelos custos quase desde logo que entrei no curso. Logo, vou precisar ganhar bem, almejo ganhar bem e não vejo isso como algo negativo. Inclusive, isso é algo que me motiva a buscar mais conhecimento, me destacar e poder dar o atendimento de maior qualidade a meus futuros pacientes.
Infelizmente, esse curso me decepcionou muito. Com o passar dos anos, parece que tudo se resume em decorar tabelas: "se o paciente tem Y, tu dá tal medicamento, se tem X manda pra cirurgia, Z pede raio X... Não existe tanto raciocínio e sim comandos para situações, oq poderia ser feito efetivamente por uma máquina. Achei que iria ser mais aprofundado a parte da fisiopatologia das doenças, até para estimular os estudantes a pensarem e possivelmente desenvolverem alguma "cura". A nutrição, que é a base para várias doenças é dada de maneira muito superficial... Além disso, há o fator das drogas. Nunca vi um curso que da tanto playboy zé-droguinha como a med: é droga em todas as festas, 80% usam, nesses intermeds da vida é um hedonismo doentio. Não sou moralista, mas pensar que tantas pessoas com comportamento devasso vão ser responsáveis pela saúde dos outros me faz ver a vida de forma trágica.
E quanto ao SUS: é um lixo. Só quem defende SUS são os comunistas de plantão... Mas comparando as recomendações deles com diretrizes internacionais e nacionais mesmo, dá pra notar o quão brando são em suas recomendações para poupar recursos. As filas gigantes para qualquer procedimento... Ser pobre no Brasil te obriga a ter uma vida saudável, pq depender de SUS não tem condição.
Atualmente, não me vejo fazendo outra coisa, até pq sempre quis ser médico, desde criança. Espero que minha decepção pelo curso e pela vida seja um período transitório, mas quanto mais penso no mundo e nas relações humanas como um todo chego a conclusão que o dinheiro manda em tudo. Espero que seja um profissional decente, que tenha um impacto positivo na vida dos pacientes, consiga pagar minha família e quando possível ajudar quem não tem condições.