Além de ser um antro de pedofilia, os chans brasileiros estão relacionados ao massacre de realengo através do grupo "hominis sanctus" que incentivou os atos do wellington menezes. Sim, os chans tem a sua parcela de responsabilidade no massacre ocorrido. Além de defenderem todo tipo de violencia contra minorias, como estupro corretivo para mulheres (nos chans são chamadas de deposito de porra ou merdalher ou putalher).
Gangue que faz apologia ao estupro, pedofilia e racismo atua impune na internet e desafia polícia
Grupo espalha ódio e misoginia em blogs e fóruns e é velho conhecido das ativistas feministas
Robson Otto: mulheres precisam ser traumatizadas pelo estupro Reprodução
Eles defendem a "legalização do estupro", o estupro corretivo para lésbicas, o assassinato de negros e gays, a pedofilia (só com meninas, afinal, para eles, uma garota de 12 anos já sabe o que está fazendo), crueldade contra animais, e toda sorte de condutas repugnantes.
Usam, há anos, a internet como caminho para espalhar suas mensagens de ódio e, esta semana, um dos seguidores dos chamados “Mascus” (de masculinistas) ganhou os holofotes ao publicar um
guia de como estuprar garotas. Envolveu a Unesp (Universidade Estadual Paulista), que seria usada como “campo de teste”, e acendeu o alerta na Polícia Federal.
Mas o jovem Robson Otto é só mais um rosto mascarado em uma teia que incita a violência, preferencialmente contra mulheres, e age nas caladas dos chans (fóruns anônimos), e dos blogs de ódio. Ele não está sozinho nisso. Até abril de 2011, estava ativo o Silvio Koerich, o maior blog mascu da internet brasileira.
No entanto, com o
massacre de Realengo e a investigação da Polícia Federal, com a suspeita de que Wellington Menezes de Oliveira (que abriu fogo contra os alunos de uma escola no Rio, matando 12 deles, a maioria meninas) pudesse ter sido incitado ao crime por esses grupos, Silvio Koerich saiu do ar.
Os textos são iguais desde a época do Orkut, só são publicados em novos endereços Reprodução
O silêncio durou pouco. Emerson Rodrigues, vulgo Engenheiro Emerson, de Curitiba, e Marcelo Valle, de Brasília, elevaram à terceira potência o que já era um blog de ódio e reativaram o Silvio Koerich, desta vez com ameaças de morte (especialmente contra o deputado Federal e militante gay Jean Wyllys do PSOL-RJ), e o projeto de cometer um atentado na Universidade de Brasília. "Encomendaremos a morte de Jean”, chegaram a postar.
A casa caiu para eles quando a Polícia Federal, na Operação Intolerância,
prendeu os dois jovens de classe média em março de 2012. Emerson Eduardo Rodrigues, então com 32 anos, e Marcelo Valle Silveira Mello, aos 26, foram detidos em Curitiba após mais de 70 mil denúncias de internautas, da sociedade civil e de representação das Secretarias de Proteção à Mulher e de Direitos Humanos da Presidência. A operação teve o apoio até da Polícia Federal americana (o FBI).
Marcelo Mello foi preso e condenado a 6 anos e meio. Ficou um ano na cadeia Reprodução
O conteúdo que vinculavam já era exatamente igual aos que apareceram nos blogs que viralizaram nos últimos dias.
Segundo Lola Aronovich, autora do blog feminista
Escreva Lola Escreva, e professora do Departamento de Letras Estrangeiras da Universidade Federal do Ceará, que já foi várias vezes vítima de ameaças do grupo, eles apenas replicam as postagens, que já existiam desde a época do Orkut.
— Eu sou ameaçada por eles desde 2011, já fiz três boletins de ocorrência, o último foi perto do réveillon de 2014. Envio muitos prints para a Polícia Federal, mas, só agora, recebi um contato da divisão de direitos humanos. Eles sabem muito bem quem são essas pessoas.
Segundo Lola, já havia várias comunidades no Orkut, algumas festejando
a morte de Elóa (assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Alves), outras ensinando como dopar meninas para estuprá-las. São os mesmos posts que a gente está vendo agora, só regurgitando o discurso de ódio. Mas eram comunidades pequenas, fechadas, não chamavam tanto a atenção.
Emerson mostrava a cara e não temia nada quando dava dicas de "como dopar uma novinha para estuprar" no Orkut Reprodução
Mentores do ódio
A trajetória criminosa de Marcelo Mello teve início em 2005, quando ele publicou, no Orkut, ofensas contra negros em um fórum da Universidade de Brasília (UnB).
Foi processado e condenado, em 2009, a um ano e dois meses de prisão. Recorreu da decisão alegando insanidade e não passou um dia sequer na cadeia.
Em 2012, Rodrigues e Mello viviam falando que iriam cometer um atentado na UnB. Quando foram presos, havia com eles um mapa da universidade. Indiciados por incitação ao crime, discriminação racial e divulgação de imagens de conteúdo pornográfico juvenil, desta vez não foram soltos no dia seguinte. Entraram com recurso, mas foram condenados a 6 anos e meio de detenção. Ficaram um ano presos.
Blog do Tio Astolfo foi mais um caminho para o grupo espalhar suas ideias de ódio às mulheres Reprodução
Saíram em maio de 2013, e quem monitora esse lamaçal da internet garante que voltaram à ativa.
Emerson conseguiu se casar enquanto estava na prisão e teve uma filha. Essa menina está com 3 anos e hoje é vítima de montagens grotescas de estupro entre os desafetos que angariou dentro do próprio grupo, Marcelo entre eles.
Emerson posa de perseguido e se diz injustiçado. No blog denunciado esta semana, como de autoria de Robson Otto, aparece uma foto de Emerson segurando o livro de Adolf Hitler.
Emerson aparece com livro de Hitler no blog de Robson Otto Reprodução
Segundo Lola Aronovich, Marcelo Mello é um ícone entre os chaners. Começou um novo chan e vive falando da estadia dele na prisão. Com quase 30 anos, é um cara rico, com um secto de seguidores que o idolatram.
A mãe de Marcelo, Rosita Moreira, que já chegou a fazer contra ele um boletim de ocorrência por agressão, garante que o filho foi vítima de acusações levianas e já pagou pelo que fez. Sem querer comentar o assunto, se disse muito abalada com tudo o que aconteceu, mas defendeu o rapaz.
— Ele não tem essas ideias. Ele foi forçado. Foi um exagero, ele acabou sendo vítima de acusações levianas. Ele já pagou a pena dele à Justiça. Ele está em liberdade, estudando Direito e levando uma vida normal.
Fóruns anônimos alimentam os blogs
Não é o que parece. Quem monitora os chans aposta que é Marcelo Vale Silveira Mello o cérebro por trás dos blogs de ódio. Marcelo assina como Psy, Batoré, e com o próprio nome. De acordo com as denúncias de Lola Aronovich, ele fez outros sites com o mesmo conteúdo, como o Homens de Bem, Tio Astolfo e o Pua Hate.
Cauê Felchar: mulheres que usam anticoncepcional são vagabundas
Fez alianças com um tal de Gustavo Guerra, do Rio Grande do Sul, o criador da página Eu não mereço mulher preta, que horrorizou o Facebook. Desfez outras, como a que um dia teve com Emerson. Mas, como em toda gangue, há brigas internas.
Caue Felchar, aluno da Unesp, indicado como autor do
blog de ódio que tomou o lugar da página de Otto esta semana, é a bola da vez, assim como Robson.
Juram que fazem tudo pela piada, mas desafiam a Polícia Federal e dão risada das denúncias. Os especialistas avaliam que
faltam ferramentas no Direito Penal para coibir a ação desses bandidos virtuais. Enquanto isso, eles seguem nos chans planejando ataques contra quem consideram inimigos, ou seja, a sociedade como um todo. A denúncia é o melhor contra-ataque. Se você teve contato com páginas semelhantes, denuncie para a Polícia Federal
aqui.
http://noticias.r7.com/cidades/gang...impune-na-internet-e-desafia-policia-05082015
PF prende dois por apologia à violência na web
Suspeitos presos em Curitiba mantinham site na internet onde postavam mensagens de ódio contra negros, judeus, mulheres e homossexuais
Realengo
Ligação com atirador é investigada
O blog fazia referência ao grupo “Hominis Sanctus”, que a polícia acredita ser uma seita da qual os envolvidos nas postagens participavam. A PF investiga se Wellington de Oliveira, que em 2011 invadiu uma escola em Realengo no Rio, e matou 12 crianças antes de cometer suicídio, fazia parte do grupo. Está sendo investigado ainda se os dois suspeitos detidos teriam orientado e estimulado Wellington a cometer o massacre. O site publicou mensagens em apoio à ação. Além disso, uma possível tentativa de ataque contra alunos da Universidade de Brasília foi frustrada. O suspeito Marcelo Mello é ex-aluno da universidade e estaria planejando uma ação na instituição. Em mensagem no site, ele afirmou que essa seria a vingança contra os que tornaram a vida dele um inferno.
PF prende dois por apologia à violência na web
Segundo a polícia, Marcelo Mello planejava um ataque na Universidade de Brasília
Dois homens foram presos ontem em Curitiba suspeitos de serem responsáveis por um site que divulgava mensagens de ódio e preconceito e incitava a violência contra mulheres, negros, homossexuais, nordestinos e judeus. Emerson Eduardo Rodrigues, de 32 anos, que mora em Curitiba, e Marcelo Valle Silveira Mello, de 29 anos, que reside em Brasília, foram detidos na capital paranaense durante a Operação Intolerância, comandada pela Polícia Federal (PF).
As investigações, em andamento desde 2011, foram conduzidas pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Cibernéticos, unidade especializada da PF. Também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no Paraná e um em Brasília.
O site com conteúdo criminoso incentivava ainda o abuso sexual de crianças e adolescentes, de acordo com a PF. A página continha ofensas contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e ameaças de morte feitas ao deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que atua em defesa dos direitos dos homossexuais. Em uma das postagens, os responsáveis pelo conteúdo afirmavam que não vieram “para mudar e sim destruir”. Na sequência, falavam sobre os objetivos do grupo, que seria o de reunir pessoas com as mesmas ideias e promover ataques em paradas gays e contra manifestos gays, além da morte de políticos.
O blog também publicava manuais para que os visitantes soubessem como organizar ações. Em um dos textos, intitulado “como angariar novinhas para fins sexuais”, os autores davam dicas de como se aproximar de crianças.
Investigação
De acordo com o inquérito, Rodrigues usava o nome falso de Silvio Koerich, com o qual registrou o domínio do blog, após ter sido expulso de um fórum de debate de questões feministas. Segundo o delegado da PF Flúvio Cardinelle Oliveira Garcia, chefe do Núcleo de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF no Paraná, o site ainda está no ar porque o servidor que faz a hospedagem é da Malásia. A PF já fez uma solicitação para que o governo malaio remova a página da web.
Rodrigues e Mello vão responder pelos crimes de incitação/indução à discriminação ou preconceito de raça, por meio de recursos de comunicação social (Lei 7.716/89); incitação à prática de crime (art. 286 do Código Penal) e publicação de fotografia com cena pornográfica envolvendo criança ou adolescente (Lei 8.069/90-ECA). Os dois ficam detidos na sede da PF em Curitiba por tempo indeterminado.
A polícia segue investigando o caso, pois há indícios de que mais pessoas eram responsáveis pela atualização de conteúdos do blog. Também está sendo verificado se as imagens postadas no site são reproduções ou se estão relacionadas a crimes cometidos pelos suspeitos.
http://www.gazetadopovo.com.br/vida...-a-violencia-na-web-8d9ihybfotllkf2tni8osb6tq