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4.jan.2019 às 8h30
Após onda de protestos na França, descontentamento com Macron vai a 75%
O presidente francês Emmanuel Macron faz discurso de Ano Novo no palácio do Eliseu, em Paris (Crédito: Michel Euler – 31.dez.2018/Associated Press)
Daniel Avelar
A impopularidade do presidente francês, Emmanuel Macron, subiu para 75%, revelou pesquisa de opinião realizada pelos institutos Odexa e Dentsu Consulting, publicada na quinta-feira (3) pelo jornal Le Figaro e pelo site Franceinfo.
No levantamento anterior, realizado em abril, 59% dos franceses se diziam insatisfeitos com o governo.
Nos últimos meses, os protestos antiausteridade dos chamados
coletes amarelos causaram desgaste para Macron, que se viu forçado a recuar em um projeto de aumento de impostos sobre combustíveis.
Além disso, o líder francês lida com um
escândalo envolvendo um ex-segurança, que foi filmado agredindo manifestantes nos protestos de 1º de maio e demitido posteriormente.
Segundo a pesquisa, a popularidade de Macron caiu tanto entre habitantes de zonas rurais e pequenas cidades, berço do movimento dos coletes amarelos, quanto nas grandes cidades.
Ainda assim, entre os simpatizantes do partido de Macron, a República Em Marcha!, 86% se dizem satisfeitos com o governo.
Protestos dos coletes amarelos
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Janela atingida exibe 'colete amarelo', símbolo do protesto contra o aumento do preço do combustível e o alto custo de vida, em prédio próximo do Arco do Triunfo em Paris Kamil Zihnioglu/Associated Press
TESTE DE FOGO
Novato em eleições, Macron chegou à Presidência em maio de 2017 após conquistar 66% dos votos, derrotando Marine Le Pen, da ultranacionalista Reunião Nacional (chamada na época de Frente Nacional). Desde então, ele vem gradualmente perdendo popularidade.
Ex-banqueiro, Macron é visto como retaguarda do projeto liberal da União Europeia (UE), diante da
perda de espaço dos partidos sociais-democratas tradicionais e do avanço de legendas ultraconservadoras e eurocéticas pelo continente.
O próximo teste de resistência da UE se dará em maio, quando deverão ocorrer as próximas eleições para o Parlamento Europeu. Um avanço de agremiações populistas no pleito pode representar um novo choque para o bloco regional.
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