LHand
Ei mãe, 500 pontos!
- Mensagens
- 18.251
- Reações
- 50.038
- Pontos
- 624
No tópico da deputada petista falando sobre "ideologia de gênero" (que, por sinal, era fake news), alguns usuários me deram uma resposta interessante sobre o porquê da chamada "esquerda" querer destruir a instituição familiar (espero que não se incomodem de eu quotá-los aqui):
Pois bem. Diferentemente de algumas opiniões um tanto quanto conspiratórias, estas são plausíveis. Eu não sei se governos querem mesmo destruir a família, mas sei que eles querem cada vez mais e mais poder sobre nós.
A questão é... apenas governos de esquerda querem fazer isto? Ao dar mais poder para o Estado "proteger" a família, nossos conservadores brasileiros não estão na verdade enfraquecendo-a? Na minha opinião, sim.
(OBS.: Isto não é um tópico-resposta ao users acima e nem uma intimação para que se manifestem. Estou apenas desenvolvendo as idéias expostas por eles, que de certa forma considero como corretas).
Cinco medidas de conservadores brasileiros para proteger a família, mas que na verdade a enfraquecem
1 - Exigir que o Estado decida o que é adequado para seus filhos
Dizem que para proteger a família, o Estado deve proibir crianças de frequentar museus com gente pelada.
Mas você precisa de uma lei pra proibir seus filhos de frequentar um ambiente que considera indecente ou inadequado? Se o governo permitir seu filho ir ver um peladão no museu, você vai deixar ele ir, mesmo considerando errado? Quem decide o que é melhor para uma criança, o governo ou os pais? Ao exigir que o governo interfira em escolhas familiares como esta, nossos conservadores simplesmente estão dando de mão-beijada a responsabilidade de criação de seus filhos ao Estado-babá. E ainda cometem um erro crasso: quase nunca os valores pessoais / religiosos transmitidos pelo Estado vão coincidir inteiramente com os seus. Tomar para si a responsabilidade sobre os filhos - ao invés de esperar que o Estado faça isso - não é valorizar a família? Claro que é.
2 - Apoiar o ensino religioso confessional na Rede Pública
Imaginem a cena: o ministério da educação é dado a um político apoiado pela Igreja Universal. Este determina que sua doutrina religiosa passe a ser ensinada em escolas públicas e as crianças sejam incentivadas a dar seus ganhos financeiros para um pastor seguidor do Edir Macedo. Isso é perfeitamente plausível num país em que o ensino religioso confessional é permitido na Rede Pública.
Se você não for um fiel da Igreja Universal, provavelmente achará que o cenário acima é problemático. Religião nunca deveria se misturar com Estado, porque é uma escolha essencialmente familiar. Cabem aos pais conduzirem seus filhos à Igreja que acharem mais adequada (isto se acharem que alguma é adequada). Deixar que o governo faça proselitismo religioso em instituições públicas abre um precedente perigoso de favorecimento a entes privados e, em última instância, tira poder da instituição familiar sobre a espiritualidade de seus filhos.
3 - Endossar o Escola sem partido
Este é um caso clássico de uma aparente boa intenção cuja execução sai completamente pela culatra.
Para combater uma suposta "doutrinação esquerdista" perpetrada pelo Estado em seus filhos, nossos conservadores acreditam que dar ainda mais poder para o Estado controlar o conteúdo ministrado por professores em sala de aula é a solução. Ora bolas, se é o Estado quem faz doutrinação das crianças, como você acha que dar mais poder para ele pode ajudar de alguma forma?
Novamente, entramos na questão dos valores pessoais: ao defenderem uma lei como esta, nossos conservadores imaginam um cenário ideal em que o MEC sempre será comandado por alguém bem intencionado e que pensa exatamente como eles. Isso nunca vai acontecer. A melhor forma de garantir uma educação livre de doutrinação é defender a descentralização do ensino e a liberdade para os pais escolherem a melhor escola para seus filhos. Centralizar ainda mais estas decisões no Estado é abrir mão da autoridade dos pais e enfraquecer a instituição familiar.
4 - Apoiar a proibição do casamento homossexual
Se a família é um bastião de resistência contra a dominação estatal, não é meio contraditório deixar que o Estado determine o que pode e o que não pode ser uma família? E outra, ao deixar o Estado ditar que as crianças da imagem acima não têm direito à herança ou à pensão porque dois homens não podem constituir família, você está "protegendo" alguém ou apenas prejudicando seu futuro de forma arbitrária? A resposta é óbvia.
5 - Eleger "telepastores" e religiosos para cargos políticos
Por fim, o óbvio: eleger quem apoia todas as medidas anteriores.
Religião e família são instituições privadas e nunca deveriam se misturar com o público (o Estado). Você pode até acreditar que existem deputados honestos e valorosos de sua religião, mas conceder a eles o poder do monopólio de uso legítimo da coerção em nome de uma suposta defesa da família é um verdadeiro tiro no pé. Não espere que os outros defendam sua família por você, pois isso nunca dará certo.
A questão não é com a heterossexualidade, mas eliminar a estrutura familiar e as religiões.
Fazer as pessoas, a longo prazo, passarem a crer que o estado ocupa o lugar da família e da religião, para que o estado tenha o monopólio do poder, seja sobre heterossexuais ou homossexuais, isso pouco importa.
Dar mais poder ao Estado que pegaria para si as atribuições sociais que são do núcleo familiar.
Por exemplo, diz o ditado que educação vem de casa (ou seja, da unidade familiar). O Estado tenta dizer como as pessoas devem criar os seus filhos (para que cresçam sendo martelados ideologicamente pela ideologia de quem está no poder) mas a unidade estrutural familiar não deixa. Destruindo a unidade familiar, deixaria de existir essa barreira.
Pois bem. Diferentemente de algumas opiniões um tanto quanto conspiratórias, estas são plausíveis. Eu não sei se governos querem mesmo destruir a família, mas sei que eles querem cada vez mais e mais poder sobre nós.
A questão é... apenas governos de esquerda querem fazer isto? Ao dar mais poder para o Estado "proteger" a família, nossos conservadores brasileiros não estão na verdade enfraquecendo-a? Na minha opinião, sim.
(OBS.: Isto não é um tópico-resposta ao users acima e nem uma intimação para que se manifestem. Estou apenas desenvolvendo as idéias expostas por eles, que de certa forma considero como corretas).
Cinco medidas de conservadores brasileiros para proteger a família, mas que na verdade a enfraquecem
1 - Exigir que o Estado decida o que é adequado para seus filhos
Dizem que para proteger a família, o Estado deve proibir crianças de frequentar museus com gente pelada.
Mas você precisa de uma lei pra proibir seus filhos de frequentar um ambiente que considera indecente ou inadequado? Se o governo permitir seu filho ir ver um peladão no museu, você vai deixar ele ir, mesmo considerando errado? Quem decide o que é melhor para uma criança, o governo ou os pais? Ao exigir que o governo interfira em escolhas familiares como esta, nossos conservadores simplesmente estão dando de mão-beijada a responsabilidade de criação de seus filhos ao Estado-babá. E ainda cometem um erro crasso: quase nunca os valores pessoais / religiosos transmitidos pelo Estado vão coincidir inteiramente com os seus. Tomar para si a responsabilidade sobre os filhos - ao invés de esperar que o Estado faça isso - não é valorizar a família? Claro que é.
2 - Apoiar o ensino religioso confessional na Rede Pública
Imaginem a cena: o ministério da educação é dado a um político apoiado pela Igreja Universal. Este determina que sua doutrina religiosa passe a ser ensinada em escolas públicas e as crianças sejam incentivadas a dar seus ganhos financeiros para um pastor seguidor do Edir Macedo. Isso é perfeitamente plausível num país em que o ensino religioso confessional é permitido na Rede Pública.
Se você não for um fiel da Igreja Universal, provavelmente achará que o cenário acima é problemático. Religião nunca deveria se misturar com Estado, porque é uma escolha essencialmente familiar. Cabem aos pais conduzirem seus filhos à Igreja que acharem mais adequada (isto se acharem que alguma é adequada). Deixar que o governo faça proselitismo religioso em instituições públicas abre um precedente perigoso de favorecimento a entes privados e, em última instância, tira poder da instituição familiar sobre a espiritualidade de seus filhos.
3 - Endossar o Escola sem partido
Este é um caso clássico de uma aparente boa intenção cuja execução sai completamente pela culatra.
Para combater uma suposta "doutrinação esquerdista" perpetrada pelo Estado em seus filhos, nossos conservadores acreditam que dar ainda mais poder para o Estado controlar o conteúdo ministrado por professores em sala de aula é a solução. Ora bolas, se é o Estado quem faz doutrinação das crianças, como você acha que dar mais poder para ele pode ajudar de alguma forma?
Novamente, entramos na questão dos valores pessoais: ao defenderem uma lei como esta, nossos conservadores imaginam um cenário ideal em que o MEC sempre será comandado por alguém bem intencionado e que pensa exatamente como eles. Isso nunca vai acontecer. A melhor forma de garantir uma educação livre de doutrinação é defender a descentralização do ensino e a liberdade para os pais escolherem a melhor escola para seus filhos. Centralizar ainda mais estas decisões no Estado é abrir mão da autoridade dos pais e enfraquecer a instituição familiar.
4 - Apoiar a proibição do casamento homossexual
Se a família é um bastião de resistência contra a dominação estatal, não é meio contraditório deixar que o Estado determine o que pode e o que não pode ser uma família? E outra, ao deixar o Estado ditar que as crianças da imagem acima não têm direito à herança ou à pensão porque dois homens não podem constituir família, você está "protegendo" alguém ou apenas prejudicando seu futuro de forma arbitrária? A resposta é óbvia.
5 - Eleger "telepastores" e religiosos para cargos políticos
Por fim, o óbvio: eleger quem apoia todas as medidas anteriores.
Religião e família são instituições privadas e nunca deveriam se misturar com o público (o Estado). Você pode até acreditar que existem deputados honestos e valorosos de sua religião, mas conceder a eles o poder do monopólio de uso legítimo da coerção em nome de uma suposta defesa da família é um verdadeiro tiro no pé. Não espere que os outros defendam sua família por você, pois isso nunca dará certo.