Duncan Jones dedica novo filme ao pai, David Bowie
O realizador Duncan Jones está de regresso à ficção científica com Mute, filme que nos leva até à cidade de Berlim, 40 anos no futuro. É aí que um barman mudo, interpretado por Alexander Skarsgard (Big Little Lies), segue numa jornada pela cidade adentro à procura de dois cirurgiões (Paul Rudd e Justin Theroux), os quais poderão ter pistas sobre a sua namorada (Seyneb Saleh) desaparecida.
Segundo o cineasta, conhecido por filmes como Moon e Warcraft, o seu pai, David Bowie, inspirou fortemente o projeto a nível temático e narrativo. Com o enredo passado em Berlim, cidade onde as várias culturas se cruzam, Jones diz que conhece o local desde meados dos anos 1970 - período em que Bowie viveu lá e registou o que é conhecido como a trilogia de Berlim, composta por Low, Heros, e Lodger. "Eu tive a hipótese de experienciar isso de uma maneira bastante original, tendo estado aqui na década de 1970 e outras vezes ao longo das décadas seguintes", disse Jones, também conhecido por Zowie Bowie [ver foto abaixo], acrescentando ao The Times que a confluência de imigrantes e a presença de várias culturas é fundamental no seu filme e na cidade alemã, agora transformada [em Mute] numa capital "
Cyberpunk" por onde Alexander Skarsgard vai circular por um labirinto de barracas e freaks, vestido como um refugiado Amish.
Jones disse ainda que Bowie inspirou ainda outros elementos de Mute, pois a "história gira em torno da natureza da paternidade (...) e o que faz um bom pai?". Sem se alongar, essa pergunta caracteriza de certa maneira o motivo pelo qual a personagem de Skarsgard é muda: a sua mãe Amish recusou aceitar a ciência médica que teria salvo a voz de filho na infância. "O que é que os pais fezem para proteger os seus filhos?", perguntaJones. Ele considera esses tema como uma das razões pelas quais recusou a desistir do filme: "há muita coisa pessoal nele".
Outro elemento que Jones relaciona com os ensinamentos de Bowie é o procurar ir mais longe e mais fundo do que aquilo que as pessoas esperam, algo que ele diz que usou na criação de Mute: "Fiz um filme que é um pouco desconfortável, inesperado e mais negro do que as pessoas esperavam. Fiquei nervoso ao fazer isso. Mas nervoso no bom sentido".
Para além de dedicar o filme ao pai, Jones menciona também outra dedicatória. À sua ama escocesa, Marion Skene, que cuidou dele enquanto o seu pai estava no mundo da música e que lhe deu um certo sotaque de Aberdeen, que mantém até hoje.
Mute estreia na Netflix a 23 de fevereiro.
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