Agnosticismo é conhecido também como "ateísmo fraco" (por "não ir até o fim" com as suas convicções). Você não pode, ao mesmo tempo, crer e não crer. Se você crê, mas respeita a inalcançável infinitude divina, então você, por definição, já é um crente. Crer na existência, mas não compreender os mistérios divinos é algo perfeitamente gnóstico. Precisamos ter mais rigor com as palavras.
Não tem essa de "tem vários X, para todos os gostos". Não existem vários ateísmos, por exemplo. Só existe o falso (aquele que ainda alimenta/nutre alguma esperança vã no Divino) e o verdadeiro (o ateísmo absoluto, aquele que verdadeiramente assume o entendimento da ausência de um sentido supremo na existência).
Isto dito, você pode muito bem dizer que, se tivesse que apostar, diria que Deus existe ou não existe, mas dizer que "Nele crê, mas somente não o compreende na sua infinitude" não é exatamente aquilo que eu chamaria de "agnosticismo". A única exceção está, adivinha só, no cristianismo (mas numa versão bastante específica dele). Novamente, crer que "Deus é Deus, mas eu apenas não o compreendo, como ser finito que sou, na sua infinita divindade" não é exatamente "agnóstico".
Você já crê em um universo de sentido, ainda que não tenha pleno acesso (ou qualquer que seja) à sua transcendência. Quando acreditamos em um Ser Supremo "que faz, que sabe e que é", onde saber, ser, pensar e agir plena e imediatamente coincidem, a palavra "agnosticismo" dificilmente pode ser empregada.