Fizeram um trabalho menos pior explicando a plataforma né...pq a apresentação deixou bastante duvidas...
Alem de deixarem no ar se é um portátil com cara de console ou console com cara de portátil..
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[Momento "Nenly e Nemlerey" logo abaixo]
O
Switch é uma "não-alguma coisa" com "cara de não sei o que", algo que fica exatamente no meio-termo entre uma coisa e outra, entre um "portátil", um "console", e um "console portátil" (isto é, que dispensa a ajuda de uma televisão). A Nintendo consegue ser incrivelmente genial em algumas coisas, e incrivelmente estúpida em outras. Ela pode até ter sucesso nesta empreitada, mas ela parece não entender muito bem (a verdadeira dimensão) (d)os riscos que ela potencialmente corre.
A tragédia da Nintendo reside no fato de que a pior coisa que ela poderia fazer depois do fiasco chamado Wii U, seria precisamente nos dar "aquilo que nós tanto queremos", ou o que (ao menos supostamente) estava "bem diante dos seus olhos este tempo todo" ("um console mais potente, mais tradicional e com suporte terceirizado"). Esta, sim, seria a ideal receita do (in)sucesso. O que isto os obrigou? A (mais uma vez) se lançarem ao mar aberto solitariamente para "ver no que é que dá".
O drama só se prolonga ainda mais com o fato de que, ao passo que a Nintendo tem a convicção de que ela "precisa novamente da inovação", a Realidade Virtual continua um sonho algo distanciado do mainstream, e os motion controls por si mesmos já são algo "passé". O que lhe restou como alternativa? Perseguir o sonho de um "console unificador" que, num só nó/enlace, untasse os "prós" dos consoles com os "prós" dos portáteis, e assim redimisse a ambos em suas respectivas diminuições de mercado atuais em relação à última geração - com ambos o Vita e o 3DS vendendo menos do que o PSP e o DS, e o Wii U/Xbox One/PS4 também vendendo menos (quando somados) do que os consoles da geração passada.
A (potencial) tragédia da Nintendo (ao que eu já posso antever) reside na ingênua crença de que "ao se levar a lógica conceitual do Wii U até as suas últimas consequências, ele poderá ser plenamente redimido de suas então insuficiências". O que a Nintendo não parece perceber, é que o Wii U não foi bem um fracasso por não ter sido "plenamente ele mesmo" (isto é, por não ter levado a cabo o seu (atrofiado) hibridismo "até as suas últimas consequências lógicas"), mas sim por uma "limitação intrínseca", presente já em sua própria concepção de design em si.
Noutras palavras, a falha do Wii U foi mais radical do muitos costumam perceber; uma falha já presente em seu próprio nível conceitual, e não (n)uma simples "falha de execução" (é a própria ideia de seu hibridismo "3 em 1" em si que já é "insoluvelmente problemática").
Ao levar a ideia do Wii U ao seu "momento conclusivo", tentando consertá-la ou suplementá-la "à partir de dentro", a Nintendo não "redimirá" a falha interna do Wii U, mas lhe agravará ainda mais a dificuldade, correndo ainda mais o risco de ser uma "falha perfeita", pois que ela não percebe que só está mergulhando ainda mais profundamente numa dificuldade que, novamente aqui eu repito, não é simplesmente aquela oriunda "de [uma má] execução [de uma boa ideia]", mas sim de uma "insuficiência conceitual" que lhe é irremediavelmente intrínseca (ao se tentar "ser tudo" de uma só vez - um miraculoso "3 em 1" redentor - se acaba não "sendo nada").
Se você se foca em "portabilidade", você tem que sacrificar potência; já se você se foca em "potência" (do que seria um bom console caseiro atualmente), você tem que sacrificar portabilidade, e se você se foca num "console portátil", você acaba por sacrificar o tamanho da sua tela, que se torna, talvez, pequena demais para se tornar efetivamente convidativa a um multiplayer local "à moda antiga".
É por tudo isto (e algo mais) que eu permaneço profundamente cético sobre o sucesso à médio/longo prazo (depois que a "poeira do hype" efetivamente se assentar) do
Switch. A Nintendo me parece querer lançar um aparelho que quer ser um miraculoso "3 em 1", ao mesmo tempo que ele também falha em todos e também dispensa a possível grata ajuda de um portátil para lhe segurar toda esta onda devastadora (como o 3DS o fez na "decadência" do Wii U).
Se tudo isto realmente vir a acontecer como eu estou descrevendo aqui, isto pode introduzir até mesmo uma "desconfiança fatal", que poderá, de uma só vez, minar as duas frentes principais de comercialização da empresa (a de portáteis e a de consoles), lhe dando (à Nintendo) um destino fatídico talvez até algo semelhante ao da Sega, internamente consumida por uma "impertinência mal calculada" (mas tudo isto só no pior dos cenários, é claro! - o
Switch ainda pode ser, sim, um retumbante sucesso comercial). Eu apenas não aposto muita coisa nele. :/