No Programa de Pós-graduação em Direito (PPGD/UFPA), construiu-se a dissertação de mestrado: “Casamento: Sua natureza conjugal e relevância para o bem comum”. O trabalho foi escrito discente Dienny Estefhani Magalhães Barbosa Riker e orientado pelo Profº Drº Victor Sales Pinheiro.
Nota de Repúdio
A dissertação retoma São Tomás de Aquino para sua fundamentação e análise da realidade. Estamos falando do uso indiscriminado e descontextualizado da produção teológica escrita no século XIII visando a legitimação acadêmica do casamento heterossexual e a defesa de um único modelo de família.
O resumo desta suposta produção acadêmica nos lembra os espaços mais contaminados por ódio, preconceito e senso comum da internet e da sociedade. A aprovação de uma pesquisa dentro deste aspecto em uma instituição pública custeada por milhões de LGBT's que exercem sua cidadania, no Brasil, acaba contrariando os direitos humanos e a finalidade da Universidade Pública em servir ao povo, ou para os envolvidos nesta dissertação, os LGBT's não fazem parte do povo, visto que os pressupostos básicos da "pesquisa" já os excluem da constituição de uma família e de redes de afeto.
Como apontado pelos/as estudantes do PPGD-UFPA, a dissertação atenta contra os princípios norteadores do Programa, ao violar direitos humanos, pois se defende: o zelo e reconhecimento pelo ser humano em todas as suas identidades, ao mesmo tempo princípio e finalidade da UFPA (art. 2º, VIII e art. 3º, I a III, RIUFPA).
Neste sentido, o DCE-UFPA repudia a defesa de dissertação que, endossada por discursos oportunistas sobre "liberdade de ex(o)pressão", visa tolher a liberdade de pessoas se amarem e constituírem famílias e vínculos afetivos entre LGBT's. Mesmo que bradem conservadorismo, lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e travestis fazem parte de famílias, tecem relações afetivas e exercem seu direito de ser, amar e cuidar dos seus familiares, evidenciando a distância entre a realidade e esta dissertação, a qual teria mais sentido se fosse defendida no século XIII.
Nenhuma referência bibliográfica e produção acadêmica alicerçada no ódio passará despercebida pelos grupos de resistência popular, nesta sociedade. Não mais.
NINGUÉM VAI PODER NOS DIZER COMO AMAR! #AmarSemTemer
Sério, tanta coisa terrível acontecendo e a nota de repúdio vai pra uma dissertação?
Que lixo!