Existem vários fatores que vocês não consideram. Por exemplo, os joy cons. Eles são pequenos e sua produção não é tão fácil quanto aparenta. Muitos dos problemas com os analógicos se deve a isso. Você tem que colocar bateria, sensores de movimento, botões, um analógico e ainda fazer com que ele se encaixe no
Switch de maneira fácil, assim como também seja fácil removê-lo. E produzir isso não é barato porque não dá para usar qualquer tipo de técnica de linha de montagem que dá certo com componentes maiores e mais simples. E você tem dois por videogame, você ainda tem o dock, o seu carregador e aquela peça que você encaixa os joycons para formar um controle, que também aparenta ser simples, mas não é, tem aqueles leds de luz etc. E ah, até esqueci que no joycons nas laterais dele na parte de encaixe você tem que criar um mecanismo que permite tanto carregar a bateria dos joycons quanto servir para passar comunicação de inputs, porque se você não repararam, no modo portátil é possível usar o
Switch mesmo em modo avião.
Tudo isso já torna o negócio mais complicado de vender do que um celular. E para piorar, a caixa é grande e um tanto mais pesada, o que dificuldade a logística também.
É tanta coisa que a Nintendo teve que pensar para fazer esse produto, encaixar ele dentro de um segmento de mercado com um preço muito justo. E vocês fazem umas discussões como se o produto fosse de uma certa maneira imperfeito. Única maneira de deixar o produto perfeito é deixando-o imperfeito. Porque qualquer parâmetro que seja mexido no
Switch ele fica mais caro, ele passa a ter menos eficiência de bateria, ele fica maior e/ou mais pesado, ele não é lançado em março de 2017 e assim vai.
Lembro de uma frase do Steve Jobs, "foco quer dizer não". Você faz um bom produto dizendo não para um monte de coisas que se você quiser colocar tudo o que você sempre desejou em um produto, você acaba fazendo algo fora de órbita, com custos astronômicos e que pode também ser de difícil utilização. Não é como se o produto tivesse chegado a esse resultado final sem passar por diversas discussões. Provavelmente muita coisa foi cortada porque haviam metas importantes a serem estabelecidas que focaram o desenho e o desenvolvimento do
Switch. Tem que custar 300 dólares, tem que ter uma bateria no modo portátil que dure 2 horas ao menos nos jogos mais pesados, tem que ter controles descartáveis que são facilmente removíveis e facilmente se transformam em outros tipos de controles, tem que ter um modo de ativação entre portátil e TV que seja rápido e facílimo de usar e que não envolva adaptadores e outras gambiarras, tem que ser algo limpo... Nintendo conseguiu um produto mais do que ótimo e alcançou várias de suas metas. Por isso não tenho o que reclamar.