Tô de volta ao fórum, e vou participar de novo. Gostava muito desse desafio.
Eu comecei o ano jogando algumas coisas ao mesmo tempo, mas até agora só terminei dois jogos:
MINHA LISTA
#1 - Hebereke (Famicom):
É um jogo de exploração em mundo aberto, basicamente, o que vocês gostam de chamar de "metroidvania" (mesmo que "vania" não tenha contribuído em nada pra essa fórmula). Tu tem 4 personagens, mas começa com um só e tem que resgatar os outros 3. Conforme explora o mapa, tu ganha habilidades pros personagens (e cada um tem habilidades básicas e avançadas bem distintas, sendo necessários pra explorar as diversas áreas do mundo), e vai atrás das 3 chaves que precisa pra abrir a porta da sala do último chefe. O jogo tem um humor absurdamente caricato, com character design bem desenho japonês infantil dos anos 80. Nesse mês agora, coisa de uma dias atrás, saiu a sequência dele (
switch/PS5/Xbox series, Pc), que é meio que um remake/reboot, com uma direção de arte similar a do Yoshi's New Island, do 3DS. Jogão da Sunsoft.
Fiz até um vídeo sobre o jogo (não é a primeira vez que eu zero ele, esse é um dos meus jogos favoritos do Famicom), mas não rola de divulgar canal aqui então deixa quieto).
#2 - Shadow Tactics - Blades of the Shogun (PS4):
Facilmente um dos melhores jogos que joguei no PS4, ST vêm da linhagem de Commandos e Desperados. Jogo de estratégia em tempo real com um enredo foda, personagens cativantes, narrativa muito boa e ambientação no Japão feudal. Esse aqui é um prato cheio pra quem gosta do gênero, te dá diversas maneiras de completar os objetivos e missões, premia a experimentação, mas pra quem não tá habituado com esse tipo de jogo, pode te fazer chorar de ódio.
#3 - 80's Overdrive (3DS):
Esse jogo é caso complicado. Quando saiu, eu tinha ficado interessado em jogar mas fui deixando pra depois. O jogo hoje já tem em várias plataformas, e eu só fui jogar nessa semana, pq desbloqueei o 3DS e lembrei dele. Com certeza ter deixado ele pra depois foi a melhor escolha que eu fiz sem saber. Se eu tivesse pago mais de 10 reais pra jogar isso, eu teria ficado arrependido. O jogo não é ruim, mas ele é um enorme desperdício. A trilha sonora é muito boa, os gráficos são bons, a ideia em si é ótima, mas a execução joga contra. O jogo é raso demais, e em determinado ponto do jogo, ele deixa de ser um clone de Outrun e se torna um Road Rash com carrinho. Isso não seria um problema se fosse executado direito, mas não é o caso. Tem vários jogos no mercado querendo a fatia do bolo que 80's Overdrive também tentou pegar, mas honestamente, compre
Horizon Chase que o dinheiro vai ser muito mais bem gasto.
#4 - BoxBoxBoy! (3DS):
Que jogo, meus amigos, que jogo. Eu cometi o erro de começar por esse, que é o segundo, mas vou jogar o primeiro (BoxBoy!) assim que puder. Terminei os 11 mundos do modo normal, mas ainda tem mundos extras e as salas de desafio, que vou deixar pra depois, mas feliz por saber que ainda tem bastante conteúdo por jogar. É um jogo que não promete muita coisa, com seu visual extremamente minimalista e em preto e branco, mas esconde nessa simplicidade toda a genialidade de game design da HAL Laboratory. Aliás, até hoje eu não joguei UM jogo sequer desses caras que não tenha sido no mínimo ótimo. Pra quem gosta de jogos de puzzle, que você pode jogar em períodos curtos, pra despressurizar, isso aqui é ideal. Tem lá seus quebra cabeças que de fato vão fazer você se perguntar como resolve isso (especialmente se for atrás de pegar todas as coroas, como fiz), mas é um jogo que realmente vale a pena, usa muito de pensamento lateral e ensina muito bem seus fundamentos e mecânicas.
#5 - Ace Attorney Investigations: Miles Edgeworth (Nintendo DS):
O jogo é tecnicamente um spin-off da série série Ace Attorney, e é protagonizado pelo Edgeworth, um dos rivais do Phoenix Wright, protagonista da série. A diferença aqui é que o jogo não se passa no tribunal, e sim nas cenas de crime, onde as investigações do título acontecem.
Essa mudança na dinâmica não é tão radical já que no fim das contas o gameplay baseado em confrontar testemunhos com evidências apontando contradições se mantém igual. Há uma mecânica nova, chamada Logic, que inclui uma camada a mais no ato de juntar as peças pra poder chegar às conclusões.
O jogo é bem longo, e dos cinco casos do jogo, o último é o mais longo deles (longo demais, eu diria, já que o pacing dele acaba se tornando maçante de tão arrastado). Como é o tipo de jogo em que qualquer detalhe pode ser um spoiler muito grande, não vou falar muito mais que isso sobre os casos em si. Como sempre a trilha sonora é muito boa (embora às versões de algumas músicas não me agradem tanto quanto suas versões originais, alguns dos temas novos me agradaram demais, especialmente um que soa MUITO como o tema de abertura de Snatcher e outro que parece ter saído da OST de Advance Wars). As animações são bem legais tb, e eu gostei bastante do jogo em si.
Agora vou pra continuação dele, que só saiu no Japão mas uma tradução pro inglês, feita por fãs, vai me permitir jogá-la.
#6 - Chrono Trigger (SNES):
Depois de todos esse anos, eu decidi que ia finalmente jogar isso do início ao fim. O motivo de eu nunca ter jogado CT até o fim antes? O jogo nunca me pegou.
Na parte técnica ele é bem bom, a trilha sonora é legalzinha (não acho nada memorável, mas é boa), os efeitos gráficos são bem acima da média pros jogos da época no console (mas se comparados a outros jogos no Super Famicom, eles são bem qualquer coisa, especialmente quando existem jogos como Bahamut Lagoon e Tengai Makyou Zero), mas nada especial que alguém que já tenha jogado boa parte da biblioteca do console não tenha visto.
Provavelmente o aspecto mais interessante do jogo é a questão de você ter diversas possibilidades de acordo com escolhas que faz e como isso afeta o final do jogo. Eu fiz todas as sidequests possíveis, entrei no Black Omen e enfrentei o Lavos lá, fiz o que seria o final mais completo.
Confesso que quando cheguei no Black Omen eu já tava empurrando o jogo. Sinto que ele poderia ter acabado antes (eu sei, poderia se eu escolhesse ter enfrentado o Lavos pelo portal no End of Time), mas o meu maior problema com a parte final do jogo é justamente o quão longa é a travessia entre o início do Black Omen até o Lavos. As batalhas contra Queen Zeal, Mammon Machine e Lavos se resumen a usar Falcon Hit e Heal Beam, ocasionalmente usando um MegaElixir pra recuperar o MP e continuar batendo de forma absurda, sendo combates totalmente trivializados pelo fato de que é muito fácil ficar poderoso demais no jogo (curiosamente a parte em que o jogo te desafia mais é nima sidequest em que você precisa remover o vórtice no deserto, já que o Boss dali é um tanto quanto mais engenhoso de enfrentar do que tudo o que tu enfrenta no resto do jogo).
Nunca entendi o motivo de tanta gente dizer que esse é o melhor jogo do SNES, ou ainda o melhor jogo de todos os tempos, e agora que terminei ele, acho isso ainda mais bizarro, e me parece o resultado da poderosa combinação de "efeito nostalgia" com falta de exposição a outros jogos. Mas gosto é subjetivo, e CT não é um jogo ruim, só não é nada especial.
# 7 - Do Re Mi Fantasy: Milon no Doki Doki Daibōken (Super Famicom):
Mais um jogo excelente na longa lista de jogos que nunca foram lançados oficialmente fora do Japão, Do Re Mi Fantasy: Milon no Doki Doki Daibōken é a inesperada sequência de Milon's Secret Castle (NES), mas diferente de seu antecessor, é um platformer lindo, nada críptico, e que se tivesse sido lançado no ocidente, hoje certamente figuraria entre os cartuchos mais caros do Super Nintendo.
Um platformer bem direto, com 8 mundos (e um world map nos padrões de Super Mario Bros 3, mas te dando a liberdade de retornar a qualquer fase que já tenha completado anteriormente), trilha sonora magnífica - com composições que você definitivamente não espera em um jogo tão colorido e com traço de cartoon infantil - e gráficos não só muito bonitos, mas também muito bem animados, Do Re Mi Fantasy é sobre a jornada que Milon tem de fazer para salvar sua amiga, a fada Alis, capturada pelo vilão Amon.
Em cada um dos mundos entre o mundo 2 e o mundo 6, Milon precisa encontrar e desencantar um instrumento musical mágico, para poder prosseguir para o próximo mundo; esses instrumentos são necessários para completar o game. Em cada um desses mundos há 5 estrelas escondidas, que são necessárias para desencantar o instrumento musical daquele mundo. A cada instrumento desencantado, Milon ganha uma habilidade nova, além dos power-ups que coleta nas fases. No mundo 7, Milon recupera o cristal mágico que lhe dá acesso ao mundo 8, o castelo nas nuvens, lar do demônio/mago Amon, o vilão do jogo.
Do Re Mi Fantasy é um jogo bem fácil se comparado com alguns outros platformers da época, embora algumas boss battles sejam bem mais difíceis do que você pode imaginar, dado o resto do jogo. Sendo um jogo da Hudson, há uma participação especial do Bomberman e do Black Bomberman logo no início do jogo, um detalhe interessante e curioso, já que basicamente dá a entender que Bomberman compartilha o mesmo mundo que Milon.
Pra quem gosta de platformers e quer jogar algo que não seja exatamente longo, esse aqui é recomendado. Muito bom também pra quem não é exatamente acostumado com o gênero, sendo um boa porta de entrada pro gênero.
# 8 - Batman: The Brave and the Bold (Nintendo DS):
Confesso que até umas três semanas atrás, o meu único "contato" com o jogo era uma vaga memória de um jogo do Batman que tinha um estilo gráfico que me lembrava os Adventures of Batman & Robin, do SNES e MD, que eu havia visto em algum vídeo do Game Sack uns anos atrás. Eis que eu tava reorganizando meu flashcart e lembrei que esse jogo era do DS (embora eu ainda não estivesse certo disso, e depois de pesquisar, eu descobri que ele também foi lançado pro Wii), baixei e deixei pra jogar quando terminasse o Ace Attorney.
O jogo é um action sidescroller baseado numa série animada de mesmo nome (que eu confesso, nunca havia ouvido falar antes), e tem uma pegada meio animação de Justice League com Batman dos anos 60 (o live action, sim, o da "Feira da Fruta"), muito bonito e bem animado, o que não me surpreende, já que foi feito pela Wayforward.
Você tem uma seleção de fases e em cada uma, o Batman tem um parceiro que tem suas próprias mecânicas de gameplay pra poder lidar com o level design de cada fase. Achei legal que tanto os vilões quanto os parceiros deram uma fugida dos sujeitos comuns (mas você tem uma fase com o Aquaman e outra com o Lanterna, que aqui é Hal Jordan), o que traz uma variedade maior (por exemplo, o Coringa é "descartado" já no tutorial).
As fases tem uns segredos, que são uns hologramas colecionáveis de personagens da série, além de um "BatMoney" que você pega ao ir derrotando os adversários e pode usar pra trocar por itens e habilidades especiais na Batcave.
É um jogo BEM fácil, com vidas infinitas, inimigos com padrões e ataques simples, e um sistema que favorece bastante o jogador. Há uns desafios extras que são liberados conforme você termina as fases (e alguns que são liberados ao terminar o jogo), mas não cheguei a fazer.
Pelo que vi, a versão do Wii é idêntica, então fica meio que a critério (e disponibilidade) jogar a versão portátil ou na tela grande. Pra quem tem criança que tá aprendendo a jogar, Batman: The Brave and the Bold é uma boa recomendação pra aclimatar os novatos no gênero, além de ser um jogo muito bonito visualmente, o que torna ele ainda mais atrativo.