Vice: Project Doom
Nada como um bom joguinho de NES para alegrar o dia, e aqui temos um jogo que envelheceu muito bem! Como o Spacehead falou, se passaria facilmente como um jogo indie que você vê largado por aí no Steam.
- Apresentação
Por ser um jogo de 1991, eu acredito que pixel-art já é algo que muitos devs já começaram a pegar o jeito. Você vê aqui um ótimo uso de cores, shading e blending, aproveitando cada cor disponível pelo console para montar cenários e sprites muito belos, o que vemos aqui é um uso muito eficiente e esperto do sistema.
As musicas também são muito bem feitas, embora nenhuma composição seja realmente marcante, todas utilizam o chip de som do NES ao seu limite. São chiptunes de alta qualidade, que caberiam facilmente em um launcher do Skidrow ou de algum outro time de jogos piratas.
Ótimo uso em geral do console, mostrando para o mundo que o NES ainda tinha muito gás para ter jogos magníficos.
- Gameplay
Embora seu foco seja mais nas plataformas, o jogo também vem com dois "mini-games" extras, que se repetem duas vezes durante a jogatina.
A primeira que nós deparamos, que é como o jogo começa, é pelo mini-game de navinha com resking de carro. Gameplay bem mediocre, o hitbox encosta facilmente na parede da pista e o level design é extremamente fraco. Inimigos não tem variação e nem demonstram muito risco, o chefe é também muito simples, é possível passar dessa parte sem nem entender o que tá acontecendo.
O próximo mini-game é um estilo lightgun, que assim como o outro, é extremamente básico, design simples e arcaico, sem profundidade nenhuma. Interessante que diferente da seção de shm'up, aqui utilizamos gastamos as munição e granadas, o tanto que a gente tem é o tanto que coletamos durante as fases.
Esses dois mini-games são as partes mais fracas do jogo, mas por sorte, não impactam negativamente a experiência por serem extremamente curtas. Acabam sendo até uma boa distração do jogo principal e é certamente algo que faz se destacar do resto da biblioteca do console.
Sobre a parte principal do jogo: Sua gameplay é sólida.
Seu personagem ficado equipado com 3 armas: uma espada, pistola e granada. Sendo cada uma melhor que a outra, a espada sendo sua forma principal de ataque, com um alcance curto mas que é capaz de atingir inimigos na sua costa, uma pistola que tem um alcance um pouquinho maior que da espada e a granada, a sua arma mais forte, com um alto alcance e um dano alto.
Embora tenha 3 armas, o jogo pode facilmente ser jogado apenas com a espada, guardando o outro armamento para ocasiões especiais (usar contra inimigos chatos ou guardar tudo para o chefe). Uma observação especial que o ultimo chefe só pode receber dano pela granada, tanto é que o jogo fica te reestocando continuamente durante a batalha caso você fique sem.
- Design
Falar do design desse jogo em geral é engraçado, pois ele não só ele é muito bem pensado, como tem o potencial extremamente maligno. Os spawns dos inimigos são extremamente sapecas, cada um deles faz alguma coisa desgraçada para bloquear completamente o seu progresso, aqui você tem a po*** toda! Pássaro maluco, atirador de projeteis desgraçados, kamikazes sem religião, ninjas surgindo do além cujo seu objetivo de vida é fazer você cair no abismo... Realmente, tem tudo pra ser um jogo diabólico de dificil... mas não é.
Este é um dos jogos de plataformas mais bem pensados no console, mas infelizmente parece que o jogo está setado no fácil. Você tem uma barra de vida gigantesca e cada inimigo só consegue tirar uma quantia minúscula dela,
o jogo simplesmente não te pune. Eu considero isso meio triste, acaba jogando no lixo todo o cuidado que os designers tiveram em montar as fases. Sim, tem um ninja que surge no meio do seu pulo pra fazer você cair... mas e daí? É só você atingir nele de proposito para pegar a janela de invulnerabilidade e continuar com o seu pulo, o dano que o ninja vai te dar é tão insignificante que até chegar no final da tela você vai ter conseguido recuperar sua vida toda.
- Considerações Finais
Embora eu acredite que boa parte do potencial desse jogo foi desperdiçado com sua dificuldade fácil, ainda assim é um jogo ótimo, um verdadeiro hidden-gem lançado no final do seu console. Um plataforma com aquele tempero a mais, sua dificuldade deixa o jogo bem acessível, sendo um ótimo introdutório para quem quer experimentar o NES mas não tem tanta experiência com plataformas.
NOTA: 8.5
Já vou deixar indicado para próxima quinzena:
Three Eyes Story - NES.
Sim, NES de novo porque eu amo NES.