Se acha que a tecnologia não popularizou por essa razão (risco de burn in), está redondamente enganado. A razão pela qual ainda é restrita até o momento é simples: só há um fabricante de telas OLEDs no momento, a LG Displays (que fornece para companhias Sony e Panasonic com especificações customizadas).
E sabe por que? Porque o pixel que produz a luz azul se desgasta bem mais rápido que os demais, em torno de 6 mil horas... e várias tentativas foram feitas pelos primeiros fabricantes para minorar o problema. Sabe quem conseguiu a primeira solução comercializável para isso? A LG, por meio do advento do pixel branco, que é adicionado aos demais, aumentando consideravelmente a vida útil do produto. Ocorre que a LG naturalmente patenteou a própria solução, e se uma companhia como a rival Samsung quisesse ir pelo mesmo caminho, teria que pagar royalties fabulosos. Diante disso, a opção mais sensata do ponto de vista econômico foi abandonar seus problemáticos OLED e procurar continuar desenvolvendo a tecnologia que já tinham experiência, LCD com retroiluminação por LED. Aliás, essa informação está disponível em diversos sites sérios de análise pela web, caso tenha interesse.
Enquanto as futuras TVs de microLED não inundarem o mercado - e isso vai levar bastante tempo -, não vai haver concorrente em termos de qualidade de imagem para as OLEDs. E ninguém precisa regular seu uso. A não ser que se use de uma forma muito particular, como assistir CNN ou Fox por diversas horas por dia ao longo de meses, ninguém terá que se realmente preocupar com burn in. Aliás, essa recomendação vem até mesmo do Rtings.com, que tem feito esses testes de stress em condições excepcionais. Simplesmente não há motivo pra terrorrismo.
Outra observação: o padrão de uso de uma TV e de celulares são muito diferentes. Não é de se surpreender que tenham acontecido casos de burn in nas telas OLED de celulares nos primeiros depois de não muito tempo (e lembrem-se, a Samsung não usa pixels brancos). Mas estender essa conclusão para o uso de TVs é uma extrapolação que não condiz com a realidade.