Olha teu ultimo parágrafo você basicamente faz todo um repetimento dos PRs da Sony, onde ela é boa e o resto é ruim, obviamente isso não é de maldade, é porque as coisas se configurou dessa forma no lançamento do ps2 e do dreamcast, (foi onde a história da quinta geração foi recontada) obviamente pela ótica do playstation e do PR. entende? existe muito buracos, entre eles mal há entrevista por parte dos japoneses, essas questão do preço quase nunca é abordada e pro ai vai. essa é a visão que eu quero passar, não assumir como verdade todas as declarações de empresas.
É justamente o contrário, estou citando fontes de BASTIDORES, aquilo que as empresas NÃO querem que saia em PR algum, ou você acha que é legal para a SEGA seu consumidor alvo saber que o presidente da Sega america tinha dito para o presidente da Sega Europa que o Saturn era uma porcaria e que o top 10 dominado pelo Mega em 1994 não seria visto nos próximos anos? Ou ainda saber que os caras estavam sem tempo para terminar um game de futebol americano no Mega, compraram o código de um game do mesmo genero da EA, fizeram reskin e mandaram para as prateleiras?
Não podemos ser ingenuos, não existe isso de empresa boa e empresa má, existe empresa que acerta e lucra e empresa que erra, é isso que vai para história (e cabe ao governo fiscalizar as maracutias que VÃO rolar). Da mesma forma não dá para cobrar que resumam a história de anos de negócio em um video de 1 hora, não vai arranhar a ponta do iceberg. Para isso a galera vai ter que ler pelo menos uns dois ou três livros sobre o assunto.
Neste caso específico, sim, a estratégia da Sony na américa foi a mesma do Kalinske para a SEGA reverter o dominio da Nintendo nos EUA, foi para isso que foram atrás do Steve Race que foi peça importante e esteve no momento que criaram a estratégia de produto do Genesis, inclusive, o fato do PS ser desacreditado pela matriz japonesa foi o maior diferencial, uma vez que Race teve carta branca para fazer o que Kalinske queria e não deram chance.
A estratégia do PS começa MUITO antes da E3, ela passou por criar um know how para facilitar a produção de devkits e aproximação de thirds, em suma, criou o modelo usado até os dias de hoje.
O próprio caso que você cita não aconteceu como você diz, Kalinske tinha receio da Sony porque conhecia de perto e sabia que o produto deles era melhor (palavras dele), a Nintendo era considerada ameaça maior e a previsão de preço no lançamento era inferior aos U$ 299, o valor em si não era problema, mas estratégia. Vou citar uma parte do livro para elucidar:
"Supostamente a Sony tinha o melhor hardware entre os dois, mas ninguém compra um console para colar uma cópia de especificações técnicas na geladeira. Olafsson tinha feito um trabalho incrível ao construir uma biblioteca de games e Race era mestre na pirotecnia usada no lançamento de um console (montar uma equipe, criar uma imagem, estabelecer uma cadeia de distribuição e assim por diante) ,
mas a verdade crua era que, no mundo dos videogames, a Sony era uma entidade desconhecida. Eles não tinham a mesma reputação de Sega ou Nintendo, e isso seria um enorme obstáculo a ser superado. Eles poderia conseguir? Absolutamente, mas Kalinske se sentia um pouco melhor após sua apresentação (anuncio do Saturn). Até a Nintendo estar pronta para entrar na corrida, seria Sega vs Sony, e com ambos sistemas custando PROVAVELMENTE a mesma coisa (eles assumiam que o preço do PS seria U$ 400) seria uma disputa acirrada e o consumidor decidiria quem vive ou morre"
Kalinske foi meramente surpreendido (o que não deveria, o pessoal que estava quando a Sega usou preço para segurar lançamento do SNES nos EUA estava do outro lado), mas era parte do jogo e com resultados garantidos quando o produto é bom (tirando o primeiro Xbox e PS3 todos os consoles usaram esta estratégia de prejuizo no primeiro ano para aumentar nos seguintes).