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CPFL confirma a interrupção do serviço na empresa em Sumaré e afirma que o motivo foi a falta de pagamento de parcelas negociadas.
Fábrica Flaskô está parada há 21 dias em Sumaré (Foto: Fernando Pacífico)
Fechada há 21 dias após um corte de energia, a Flaskô – única fábrica sob controle operário do país – teve um prejuízo de R$ 200 mil depois de se ver obrigada a cancelar pedidos. A empresa de Sumaré (SP), que produz tambores plásticos, é gerenciada há 14 anos por trabalhadores desde que a antiga administração decretou falência. A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) confirma a interrupção do serviço e afirma que o motivo foi a falta de pagamento de parcelas negociadas.
Segundo Pedro Alem Santinho, coordenador do conselho da fábrica, sem energia para produzir, os trabalhadores se revezam na unidade apenas para fazer a vigilância do espaço.
"Estamos em energia, sem produzir, totalmente no escuro. Nós mantemos uma vigilância na fábrica para proteger o patrimônio. Com o desligamento da energia, como nossa água é de poço artesiano, desliga também. Hoje a gente pode dizer que Flaskô está fechada", afirma.
Prejuízo
O coordenador explica que com as máquinas paradas, o prejuízo aumenta a cada dia. Mais de R$ 200 mil em pedidos já foram cancelados.
"Foram cancelados os que nós não pudemos fazer só nesse período. Se eles religassem a luz hoje eu tinha e continuo tendo R$ 26 mil em pedido para entregar na segunda-feira, que eu faço num único dia, mas que sem isso a empresa vai ter que cancelar", detalha.
Santinho revela ainda que o potencial de vendas do período era de R$ 350 mil em pedidos. "Foram pedidos que a gente nem recebeu, porque a gente não tem condições nesse momento de entregar. Nem chegamos a pegar", destaca.
Fachada da Flaskô, que está fechada desde o corte de energia no dia 30 de março (Foto: Janaína Ribeiro)
Negociação
O coordenador alega que o corte de energia foi uma surpresa, porque em nenhum momento a empresa se negou a renegociar os valores devidos.
"A gente solicitou a negociação com eles em agosto, [...] eles foram postergando até que eles falaram em março que não tinham como parcelar e que teríamos que pagar o débito à vista em 4 dias. Eu tenho vários emails falando que estavam avaliando o parcelamento", conta.
Sem salário
Santinho pontua ainda que, com a fábrica parada, os trabalhadores estão sem receber os salários desde março. "Se a gente fica parado, a gente fica sem receber nada. A última vez foi em 7 de março. Uma situação bastante difícil". Atualmente são 67 funcionários.
Ele conta ainda que alguns trabalhadores estão sem o vale-transporte e alimentação. "Estamos mantendo almoço e jantar no nosso restaurante aqui na fábrica com doações e pedindo colaboração financeira para os trabalhadores poderem vir até a fábrica e não ficar esvaziada", argumenta.
Audiência
Na quarta-feira (19), a Comissão de Assuntos Relevantes em Defesa dos Direitos Humanos da Câmara de Sumaré realizou uma audiência pública para discutir a situação da Flaskô. Representantes da Prefeitura, da CPFL e da empresa participaram.
Santinho afirma que o encontro terminou sem uma resposta da companhia de luz, no entanto, ressalta que nesta quinta-feira (20), a empresa ligou para agendar um novo encontro na segunda-feira (24).
"Hoje ele fizeram contato agendando reunião na segunda [...] A gente continua apelando para a CPFL que se ela tiver disposta a negociar, que religue a luz, porque cada dia é um prejuízo enorme pra gente e na prática, acaba sendo pra eles também, se a gente não vende, não tem como pagar", conclui o coordenador.
Coordenador afirma que trabalhadores não recebem desde março (Foto: Fernando Pacífico)
Falta de pagamento
Em nota, a CPFL disse que suspendeu o fornecimento de energia elétrica da Flaskô por falta de pagamento do serviço e afirma que desde agosto do ano passado a empresa não tem quitado parcelas negociadas. Além disso, afirmou que a fábrica tem aumentado sua inadimplência.
A companhia destacou também que a decisão representa o último recurso da concessionária diante de inúmeras negociações infrutíferas no saldo de débitos e que a condição para o religamento seria a apresentação, por parte do cliente, de uma proposta financeiramente viável, o que não ocorreu até o momento.
"A CPFL Paulista compreende que a situação é sensível e está empenhada em chegar a um acordo com a Flaskô no menor tempo possível. Apesar de cumprir um importante papel social, legalmente, a Flaskô é uma empresa que possui CNPJ com atividade industrial com fins lucrativos e, dessa maneira, a CPFL Paulista deve seguir as mesmas regras aplicáveis a todos os clientes de sua área de concessão nas mesmas condições", consta na nota.
A Prefeitura de Sumaré disse, em nota, que acompanha o caso e aguarda um desfecho positivo para as partes.
Flaskô
Em 12 de junho de 2003, operários da Flaskô decidiram tomar a fábrica e passar a administrá-la, já que os antigos proprietários, o grupo Cipla Interfibra e o grupo Holding Brasil (HB) - parte de uma empresa de grande porte no país - entraram em falência.
Há mais de uma década, líderes e operários vêm tentando evitar o fechamento, mas o valor das dívidas beirando R$ 120 milhões (desde a era patronal), somado com a atual crise econômica no país tem dificultado a vida da empresa.
Fonte: http://g1.globo.com/sp/campinas-reg...energia-cortada-e-prejuizo-de-r-200-mil.ghtml
Fábrica Flaskô está parada há 21 dias em Sumaré (Foto: Fernando Pacífico)
Fechada há 21 dias após um corte de energia, a Flaskô – única fábrica sob controle operário do país – teve um prejuízo de R$ 200 mil depois de se ver obrigada a cancelar pedidos. A empresa de Sumaré (SP), que produz tambores plásticos, é gerenciada há 14 anos por trabalhadores desde que a antiga administração decretou falência. A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) confirma a interrupção do serviço e afirma que o motivo foi a falta de pagamento de parcelas negociadas.
Segundo Pedro Alem Santinho, coordenador do conselho da fábrica, sem energia para produzir, os trabalhadores se revezam na unidade apenas para fazer a vigilância do espaço.
"Estamos em energia, sem produzir, totalmente no escuro. Nós mantemos uma vigilância na fábrica para proteger o patrimônio. Com o desligamento da energia, como nossa água é de poço artesiano, desliga também. Hoje a gente pode dizer que Flaskô está fechada", afirma.
Prejuízo
O coordenador explica que com as máquinas paradas, o prejuízo aumenta a cada dia. Mais de R$ 200 mil em pedidos já foram cancelados.
"Foram cancelados os que nós não pudemos fazer só nesse período. Se eles religassem a luz hoje eu tinha e continuo tendo R$ 26 mil em pedido para entregar na segunda-feira, que eu faço num único dia, mas que sem isso a empresa vai ter que cancelar", detalha.
Santinho revela ainda que o potencial de vendas do período era de R$ 350 mil em pedidos. "Foram pedidos que a gente nem recebeu, porque a gente não tem condições nesse momento de entregar. Nem chegamos a pegar", destaca.
Fachada da Flaskô, que está fechada desde o corte de energia no dia 30 de março (Foto: Janaína Ribeiro)
Negociação
O coordenador alega que o corte de energia foi uma surpresa, porque em nenhum momento a empresa se negou a renegociar os valores devidos.
"A gente solicitou a negociação com eles em agosto, [...] eles foram postergando até que eles falaram em março que não tinham como parcelar e que teríamos que pagar o débito à vista em 4 dias. Eu tenho vários emails falando que estavam avaliando o parcelamento", conta.
Sem salário
Santinho pontua ainda que, com a fábrica parada, os trabalhadores estão sem receber os salários desde março. "Se a gente fica parado, a gente fica sem receber nada. A última vez foi em 7 de março. Uma situação bastante difícil". Atualmente são 67 funcionários.
Ele conta ainda que alguns trabalhadores estão sem o vale-transporte e alimentação. "Estamos mantendo almoço e jantar no nosso restaurante aqui na fábrica com doações e pedindo colaboração financeira para os trabalhadores poderem vir até a fábrica e não ficar esvaziada", argumenta.
Audiência
Na quarta-feira (19), a Comissão de Assuntos Relevantes em Defesa dos Direitos Humanos da Câmara de Sumaré realizou uma audiência pública para discutir a situação da Flaskô. Representantes da Prefeitura, da CPFL e da empresa participaram.
Santinho afirma que o encontro terminou sem uma resposta da companhia de luz, no entanto, ressalta que nesta quinta-feira (20), a empresa ligou para agendar um novo encontro na segunda-feira (24).
"Hoje ele fizeram contato agendando reunião na segunda [...] A gente continua apelando para a CPFL que se ela tiver disposta a negociar, que religue a luz, porque cada dia é um prejuízo enorme pra gente e na prática, acaba sendo pra eles também, se a gente não vende, não tem como pagar", conclui o coordenador.
Coordenador afirma que trabalhadores não recebem desde março (Foto: Fernando Pacífico)
Falta de pagamento
Em nota, a CPFL disse que suspendeu o fornecimento de energia elétrica da Flaskô por falta de pagamento do serviço e afirma que desde agosto do ano passado a empresa não tem quitado parcelas negociadas. Além disso, afirmou que a fábrica tem aumentado sua inadimplência.
A companhia destacou também que a decisão representa o último recurso da concessionária diante de inúmeras negociações infrutíferas no saldo de débitos e que a condição para o religamento seria a apresentação, por parte do cliente, de uma proposta financeiramente viável, o que não ocorreu até o momento.
"A CPFL Paulista compreende que a situação é sensível e está empenhada em chegar a um acordo com a Flaskô no menor tempo possível. Apesar de cumprir um importante papel social, legalmente, a Flaskô é uma empresa que possui CNPJ com atividade industrial com fins lucrativos e, dessa maneira, a CPFL Paulista deve seguir as mesmas regras aplicáveis a todos os clientes de sua área de concessão nas mesmas condições", consta na nota.
A Prefeitura de Sumaré disse, em nota, que acompanha o caso e aguarda um desfecho positivo para as partes.
Flaskô
Em 12 de junho de 2003, operários da Flaskô decidiram tomar a fábrica e passar a administrá-la, já que os antigos proprietários, o grupo Cipla Interfibra e o grupo Holding Brasil (HB) - parte de uma empresa de grande porte no país - entraram em falência.
Há mais de uma década, líderes e operários vêm tentando evitar o fechamento, mas o valor das dívidas beirando R$ 120 milhões (desde a era patronal), somado com a atual crise econômica no país tem dificultado a vida da empresa.
Fonte: http://g1.globo.com/sp/campinas-reg...energia-cortada-e-prejuizo-de-r-200-mil.ghtml