Avaliem esse conto.

[Doctor Kafka]

A noite estava quente. Chegou do trabalho as 23h e caiu na cama de roupa e tudo. Não tirou nem o sapato.

Oito minutos depois, dormia tão pesadamente quanto se estivesse morto.

De madrugada, uma borboleta entrou pela janela do banheiro, voou até o quarto onde dormia o homem de terno e pousou no criado mudo.

Quando eram cinco da manhã e o despertador tocou. Ele acende a luz, faz o relógio parar de tocar e vê a borboleta pousada no criado. Ela, então, lhe diz:

-Você suporta olhar-se no espelho?

O homem levantou-se e foi até o banheiro, onde ficava o único espelho do apartamento. Lá, surpresa: o espelho desaparecera.

Voltou até o quarto e disse à borboleta:

-Meu espelho sumiu, creio que por isso não serei capaz de me olhar no espelho.

A borboleta meneou as asas em tom de reprovação. Levanta vôo e diz ao homem, ainda vestido com o terno da noite anterior:

-Se o seu espelho estivesse ali, não duvido que você fosse capaz de olhar pra ele.

Já no corredor, rumo a janela do banheiro por onde entrara, conclui:

-O problema é que o espelho não agüentava mais olhar pra você.

 

[Adolfo1349]

Nonsense total!

 

[Fennix]

Meio sem lógica.

Não conseguiu passar a mensagem que queria, o impacto que o texto em forma de conto tem que ter.

 

[Raphtorne]

[font="Comic Sans MS"][color="DarkGreen"][size="2"]

Quando eram cinco da manhã e o despertador tocou.

Gostei. Curtinho, mas gostei. :smile
Mas acho melhor tirar aquele "e" dali. Ele não "caiu" muito bem, porque tem o "quando" no início. Seria melhor então tirar o "quando", talvez. Duas opções. :smile[/size][/color][/font]​

 

[Gattuso]

Entrei pronto para fazer críticas extremamente destrutivas, porém gostei :D

 

[G-zus Rocker]

Eu gostei sim Furlan, mas.....WTF? :lol

 

[Doctor Kafka]

Nonsense total!

Meio sem lógica.

Não conseguiu passar a mensagem que queria, o impacto que o texto em forma de conto tem que ter.

Eu gostei sim Furlan, mas.....WTF? :lol

Vocês nunca leram Kafka pelo jeito.


E tem uma mensagem até bastante clara no conto, só prestar atenção nos detalhes.

Entrei pronto para fazer críticas extremamente destrutivas, porém gostei :D

Valeu.:smile

 

[G-zus Rocker]

Vocês nunca leram Kafka pelo jeito.


E tem uma mensagem até bastante clara no conto, só prestar atenção nos detalhes.




Valeu.:smile

De fato. Conheço Kafka, mas não dispus de oportunidade para ler alguma de suas obras. Farei isso, então. :D

 

[Raphtorne]

Furlan me ignorou, percebam. :smile​

 

[schuld&haftung]

eu gostei, não parecia interessante no começo, mas gostei do fato da borboleta ter falado, e saido.

 

[Doctor Kafka]

Quem não gostou desse conto dificilmente vai gostar de qualquer coisa do Kafka.

De qualquer forma, quem for tentar, pode começar lendo O Veredito/Na Colonia Penal, que são os mais lineares e tal.

Hahaha, não ignorei ninguém não. Agradeço a todos os que leram e opinaram, mesmo que seja pra falar que não gostou.

 

[Gattuso]

Furlan, ve se eu entendi certo:



O cara era uma pessoa que trabalhava muito, e não tinha tempo de reparar as coisas da vida. Então, quando ele acordou borboleta falou com ele sobre o espelho, mas ele nem notou que era uma borboleta falante, só reparou que o espelho não estava lá. O fato é que com a vida que ele levava, não daria pra alguém se encarar no espelho, mas ele ignorava esse fato tanto, que o espelho que não aguentou mais olhar pra ele.




Parte grifada é parte que eu acho que seja interpretação pessoal.


Bem, eu achei que eu entendi bem o texto, mas vc falou esse negócio de detalhes, aí fiquei na dúvida :D

 

[Doctor Kafka]

Tipo, não tem uma interpretação "certa". Cada um que ler vai ter uma diferente, mas é por aí sim.

O ponto é que ninguém tem tempo pra nada, as pessoas trabalham 50 horas por dia e tal, juntam dinheiro mas não aproveitam. Tipo o Antonio Ermirio de Morais, é um dos caras mais ricos do mundo, mas trabalha 18 horas por dia. Como que o cara vai aproveitar os bilhões dele assim?


Mas enfim, qualquer interpretação é válida, essa ae do gattuso é boa.

 

[G-zus Rocker]

Quem não gostou desse conto dificilmente vai gostar de qualquer coisa do Kafka.

De qualquer forma, quem for tentar, pode começar lendo O Veredito/Na Colonia Penal, que são os mais lineares e tal.

Hahaha, não ignorei ninguém não. Agradeço a todos os que leram e opinaram, mesmo que seja pra falar que não gostou.

Eu gostei do conto, apenas não o compreendi. Achei a descrição dele deveras bem feita. Depois que eu ler Os Maias, vou pedir livro do Kafka pra um amigo meu, que parece ter.

 

[Fennix]

Pow, vou confessar que li muito superficialmente, era impossível captar vossa mensagem, porém depois desse seu post:

Tipo, não tem uma interpretação "certa". Cada um que ler vai ter uma diferente, mas é por aí sim.

O ponto é que ninguém tem tempo pra nada, as pessoas trabalham 50 horas por dia e tal, juntam dinheiro mas não aproveitam. Tipo o Antonio Ermirio de Morais, é um dos caras mais ricos do mundo, mas trabalha 18 horas por dia. Como que o cara vai aproveitar os bilhões dele assim?


Mas enfim, qualquer interpretação é válida, essa ae do gattuso é boa.

Só posso dizer uma coisa: PARABÉNS, MUITO BOM CARA.

 

[semideus69]

Nossa, mas que homem hein, "se não gostam de mim, não gostam de grandes mestres como Kafka...." aff...

enfim, mal escrito, ótimo conto.

 

[Gattuso]

Nossa, mas que homem hein, "se não gostam de mim, não gostam de grandes mestres como Kafka...." aff...

enfim, mal escrito, ótimo conto.

Furlan >>>> esse carinha aí [:king]

 

[Doctor Kafka]

Nossa, mas que homem hein, "se não gostam de mim, não gostam de grandes mestres como Kafka...." aff...

enfim, mal escrito, ótimo conto.

Não é isso, eu leio muito Kafka, as coisas que eu escrevo são muito influenciadas por ele. Se alguém não gostou do meu conto porque achou nonsense, imagine o que vai pensar quando ler A Metamorfose por exemplo.

Sacou?

Mas você gostou do meu conto ou não?

Furlan >>>> esse carinha aí [:king]

[kcool]

 

[semideus69]

Mas você gostou do meu conto ou não?

Achei muito legal, parabéns. Só arrume o português mesmo, ou, como bom profissional, manda um revisor fazer isso... :lol

De resto ótimo, posta mais algum curtinho seu, pra mim "curtir", ãn ãn? boa? :lol

 

[Doctor Kafka]

Tem tantos erros de português assim?

 

[pulula]

Tem o 'durmiu tão pesadamente quanto estivese morto.'

Acho que seria 'como se estivesse morto' né.

É.. não gosto de contos... =|

 

[Killer Khan]

Gosto de Kafka, mas sinceramente não gostei desse texto, não.

 

[Doctor Kafka]

Gosto de Kafka, mas sinceramente não gostei desse texto, não.

Você não gosta de nada.:p

 

[Raphtorne]

[font="Comic Sans MS"][color="DarkGreen"][size="2"]

Tem tantos erros de português assim?

Eu só notei um, aquele que eu apontei lá em cima e tu parece nem ter notado. [kalien][/size][/color][/font]​

 

[patolino]

Muito bom cara ;D

 

[Adolfo1349]

Depois de refletir um pouco mais mudei um pouco de opinão.

Enfim a minha interpretação é de que a borboleta seria uma espécie de consciência do homem.

Mas vou procurar ler Kafka, se for parecido com seu conto deve ser uma leitura "desafiadora" (onde tudo esta nas entrelinhas).

 

[Doctor Kafka]

Eu só notei um, aquele que eu apontei lá em cima e tu parece nem ter notado. [kalien]​

Hahaha, notei po, largue mão.:-D

Muito bom cara ;D

Valeu!:smile

Depois de refletir um pouco mais mudei um pouco de opinão.

Enfim a minha interpretação é de que a borboleta seria uma espécie de consciência do homem.

Mas vou procurar ler Kafka, se for parecido com seu conto deve ser uma leitura "desafiadora" (onde tudo esta nas entrelinhas).

Kafka é "difícil" porque você tem que aceitar como perfeitamente normais acontecimentos totalmente absurdos. A leitura em si é bem agradável, salvo O Castelo que é uma leitura mais densa.

 

[Doctor Kafka]

Mais um:


Todos os dias saía pela manhã e rumava para o Banco, onde trabalhava. Como não morasse tão longe, não tivesse carro e nem dinheiro para um ônibus, seguia a pé pelas ruas desde cedo abarrotadas de gente no centro da cidade.

Todos os dias seguia o mesmo caminho, passava pelas mesmas ruas e encontrava as mesmas pessoas, embora nunca as cumprimentasse e nem fosse cumprimentado.

E todos os dias uma rua lhe chamava a atenção. Era uma viela estreita, calçada de paralelepípedos, e que não se podia ver onde terminava.

Com o tempo, aquela viela passou a intrigá-lo mais e mais. Nunca via ninguém entrar ou sair dali. Não fazia a menor idéia aonde ela iria conduzi-lo. A noite, na volta do trabalho, sempre pensava em tomar a viela e saciar a curiosidade, mas sempre estava cansado demais pra isso. Além do que, temia eventuais assaltos: a cidade era violenta, e uma ruela como essa seria ideal para a prática de crimes.

Um dia decidiu-se: ao invés de rumar para o trabalho, enveredaria pela viela e seguiria até seu fim.

E assim o fez.

Alguns minutos de caminhada depois, a decepção.

A viela conduzia aos fundos do prédio do Banco.

 

[Fennix]

Mais um:


Todos os dias saía pela manhã e rumava para o Banco, onde trabalhava. Como não morasse tão longe, não tivesse carro e nem dinheiro para um ônibus, seguia a pé pelas ruas desde cedo abarrotadas de gente no centro da cidade.

Todos os dias seguia o mesmo caminho, passava pelas mesmas ruas e encontrava as mesmas pessoas, embora nunca as cumprimentasse e nem fosse cumprimentado.

E todos os dias uma rua lhe chamava a atenção. Era uma viela estreita, calçada de paralelepípedos, e que não se podia ver onde terminava.

Com o tempo, aquela viela passou a intrigá-lo mais e mais. Nunca via ninguém entrar ou sair dali. Não fazia a menor idéia aonde ela iria conduzi-lo. A noite, na volta do trabalho, sempre pensava em tomar a viela e saciar a curiosidade, mas sempre estava cansado demais pra isso. Além do que, temia eventuais assaltos: a cidade era violenta, e uma ruela como essa seria ideal para a prática de crimes.

Um dia decidiu-se: ao invés de rumar para o trabalho, enveredaria pela viela e seguiria até seu fim.

E assim o fez.

Alguns minutos de caminhada depois, a decepção.

A viela conduzia aos fundos do prédio do Banco.

Porra, cara, muito bom velho!
Esse é justamente o espírito da coisa, da literatura, é tu ler bastante um autor e se inspirar nele pra começar a escrever, como vc mesmo ja citou, no seu caso parece que esse é o Kafka, vc bebe um pouquinho na fonte de um, de outro, quando se da de conta, já está com um estilo próprio.

E cada vez mais o ato de escrever, vai se tornando uma coisa 'fácil.'


Minha interpretação desse texto, é que muitas vezes adiamos coisas na vida, que não deveriamos, por medo, incerteza, acomodação.

E no final dessa viela, que hesitamos em nunca conhecer, pode haver a razão de uma vida, uma pessoa que se tonará muito importante, enfim, o desconhecido, desconhecido esse, que muitas vezes erroneamente passamos a vida, sem nos dar o privilégio de nos conhecermos.

 

[semideus69]

minha interpretação: Vielowned

 

[Doctor Kafka]

Conto novo para os senhores:





Lentamente, estou desaparecendo. A primeira vista, nem mesmo o observador mais atento poderia afirma-lo. Sou mais ou menos normal, dois braços, duas pernas, uma boca, um nariz e todo o resto. Entretanto, já há algum tempo que venho desaparecendo. Todo dia, ao acordar, percebo que estou ligeiramente menor do que estava ao me deitar.

Como é um processo muito lento, a princípio não me importei em absoluto. Meu desaparecimento, assim me pareceu, ocorria de forma tão lenta que somente após muitos anos ele implicaria em conseqüências reais. Me enganei. Embora as pessoas que me vêem todo dia não sejam capazes de notar meu desaparecimento, aquelas que me encontram após grandes espaços de tempo já notam que algo está errado. Nada me dizem, mas posso notar seus olhares assustados, suas expressões faciais de pena e o ligeiro desconforto que lhes invade quando na minha presença. Nada me dizem, e mesmo tais demonstrações não são explícitas, mas eu sou um observador atento.

Não sou capaz de entender as circunstâncias que me levam a desaparecer. Sou um cidadão equilibrado, vivo tranqüilo, sigo uma rotina saudável, levo a vida sem grandes exaltações. A princípio pensei tratar-se de doença rara e estranha, mas já descartei essa hipótese. Meu desaparecimento, afora o fato em si, não tem quaisquer sintomas. Continuo sentindo-me mais ou menos bem e disposto, como sempre me senti.

Em verdade, já desisti de entender esse fenômeno. Há coisas mais importantes com o que me preocupar. De mais a mais, o destino de tudo que existe é, justamente, idêntico ao meu: desaparecer. A única diferença neste caso, é que estou desaparecendo gradualmente, ao invés de abruptamente. Se isto constitui uma vantagem ou não, é algo em que ainda não pensei a respeito, mas eventualmente poderei fazê-lo quando tiver um dia de folga.

 

[semideus69]

já vi esse episódio no além da imaginação =/

 

[BassHero]

muito bom cara


me lembrou metamorfose....e me lembrou o 4,5 da prova que eu tirei

 

[Fareday_]

o Quarto é a mente do homem cansado.

A borboleta eh a personificação de uma vida, que já foi feliz, mas que agora só pode vor por momentos, pois o trabalho excesivo e a vida arrasadora da cidade tornou o homem com um sentimento de felicidade efêmera.

O espelho é o reflexo da própria alma do homem. O homem passou a não ter mais vaidade do âmago. Deixou com que as pessoas controlassem sua vida, que elas usurpassem de seus esforços, passou a olhar apenas superficialmente para a própria alma. No fundo, no fundo, sua vida passou a ser vazia para o homem.

Ao ver a borboleta, o homem, sente como se refletisse com sua vida passada. Como se quisesse saber se um dia foi realmente feliz.

O Quarto representa a mente do homem. O Banheiro representa sua vida. A ida ao banheiro do homem, simboliza que ele olhou profundamente e pensou sobre sua vida. Como se adentrasse num flashback. Na volta, quando falou que não encontrou o espelho, o homem falou que na sua vida, não via mais seu rosto. Que tudo havia se tornado vazio.

A borboleta, ao falar que o espelho se cansou dele, falou como se ele tivesse sido o culpado. Como se a razão da vida do homem ser vazia fosse porque ele deixou sua vida ser vazia, sem importância. A alma do homem não suportava mais a superficialidade do homem. Como se o homem não quisesse ser feliz, a felicidade então foi embora.

A saída da borboleta pela janela do banheiro, da vida, simboliza a ida da felicidade. Como se o homem finalmente tivesse morrido. Como se ele estivesse realmente morto, ou apenas morto no âmago. Como se tivesse se tornado um "homem-mecânico".

O vôo da borboleta, seu bater de asas.
A felicidade é real, você só precisa deixar que ela voe. Você só precisa voar com ela.


tah uma interpretação meia-boca, mas acho que foi mais ou menos que eu senti com seu texto, que por sinal, está muito bom :kongpositivo:

 

[Doctor Kafka]

já vi esse episódio no além da imaginação =/

Nunca vi Além da Imaginação...[kzangado]