4 Ton Mantis
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http://internacional.estadao.com.br/nytiw?url=/estadao/story/content/view/full/62905&
BERLIM — Tudo começou com a investigação de um suposto complô terrorista que envolvia um soldado do Exército e visava funcionários dos altos escalões do governo. Mas o que se descobriu foi um problema muito maior.
Policiais militares que vasculhavam quartéis do Exército encontraram material militar da era nazista, o que revela uma presença muito mais ampla de radicais da extrema-direita nas fileiras do Exército alemão, algo que agora os comandantes são acusados de ter ignorado por muito tempo.
Atualmente, estão sob investigação 275 casos que envolvem acusações de racismo ou de radicalismo da extrema-direita, e remontam a até seis anos atrás, segundo o Ministério da Defesa. Cerca de 70% surgiram no último ano e meio.
Christine Buchholz, membro do Parlamento e do partido de oposição A Esquerda, disse que os casos mostram “a existência de redes e ligações, também com extremistas fora das Forças Amadas”.
As revelações em um ano eleitoral se seguem a um aumento da atividade extremista desde que o país abriu as portas para quase um milhão de refugiados em 2015.
Ursula von der Leyen, ministra da Defesa da Alemanha, acusou os militares de terem “um problema de atitude” (Christof Stache/Agence France-Presse — Getty Images)
O escândalo se alastrou reforçando os temores suscitados pela decisão da Alemanha de instituir uma força voluntária, em 2011. Este fato, alertaram alguns, poderá estreitar as fileiras para jovens suscetíveis de nostalgia racista, ou para outros extremistas que buscam treinamento e acesso gratuito a armas em um país em que vigoram rigorosas lei sobre armamentos.
“Assim que a sociedade em geral se afasta das Forças Armadas, ela abre caminho e espaço para grupos secundários, por um lado, e para idealistas extremamente motivados, pelo outro”, afirmou Michael Wolffsohn, professor de História Moderna na Universidade das Forças Armadas Alemãs em Munique.
A partir de Julho, todos os candidatos terão de se submeter a verificações com a finalidade de afastar os possíveis extremistas.
As investigações decorrentes do caso de terrorismo foram iniciadas quando oficiais militares divulgaram um relatório que dava detalhes de episódios sobre as simpatias extremistas de alguns soldados.
Um soldado amarrou uma bandeira de guerra da era nazista à carroceria de seu carro e passou em frente ao abrigo de refugiados, fazendo sinal com a mão de cortar a garganta. Outro postou uma foto de dois soldados em uniformes da SS num grupo de chat. No início de maio, a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, irritou muitos soldados quando afirmou: “O Exército alemão tem um problema de atitude; parece que existem vários pontos fracos na liderança que devemos corrigir sistematicamente”. Mas ela também foi criticada por não tratar dos problemas que ela mesma apontara.
O suspeito no caso de terrorismo foi preso no dia 27 de abril, depois de fingir ser um refugiado sírio. Ele foi identificado apenas como Franco A.
Úrsula van der Leyen então chamou 100 generais a Berlim para conversações que resultaram em um apelo para que fossem avaliadas medidas disciplinares, e a contratação de um investigador externo.
No dia 10 de maio, ela depôs perante a comissão da defesa no Parlamento, prometendo uma revisão. Uma investigação do Ministério da Defesa descobriu que, embora os sentimentos de extrema-direita de Franco A fossem conhecidos há anos, nenhuma ação disciplinar jamais havia sido tomada.
Os promotores federais prenderam um segundo suspeito, identificado como Maximilian T. Eles também afirmaram que o complô visava políticos destacados, inclusive o ex-presidente Joachim Gauck, que os suspeitos haviam ridicularizado por estar envolvido em políticas “falhas” em relação aos refugiados.
Os promotores disseram que os dois soldados e um terceiro suspeito, que também foi preso, pretendiam “contribuir para espalhar um sentimento geral de ameaça”. Eles realizariam um ataque terrorista aparentemente implementado por um refugiado registrado que buscava asilo político.
BERLIM — Tudo começou com a investigação de um suposto complô terrorista que envolvia um soldado do Exército e visava funcionários dos altos escalões do governo. Mas o que se descobriu foi um problema muito maior.
Policiais militares que vasculhavam quartéis do Exército encontraram material militar da era nazista, o que revela uma presença muito mais ampla de radicais da extrema-direita nas fileiras do Exército alemão, algo que agora os comandantes são acusados de ter ignorado por muito tempo.
Atualmente, estão sob investigação 275 casos que envolvem acusações de racismo ou de radicalismo da extrema-direita, e remontam a até seis anos atrás, segundo o Ministério da Defesa. Cerca de 70% surgiram no último ano e meio.
Christine Buchholz, membro do Parlamento e do partido de oposição A Esquerda, disse que os casos mostram “a existência de redes e ligações, também com extremistas fora das Forças Amadas”.
As revelações em um ano eleitoral se seguem a um aumento da atividade extremista desde que o país abriu as portas para quase um milhão de refugiados em 2015.
Ursula von der Leyen, ministra da Defesa da Alemanha, acusou os militares de terem “um problema de atitude” (Christof Stache/Agence France-Presse — Getty Images)
O escândalo se alastrou reforçando os temores suscitados pela decisão da Alemanha de instituir uma força voluntária, em 2011. Este fato, alertaram alguns, poderá estreitar as fileiras para jovens suscetíveis de nostalgia racista, ou para outros extremistas que buscam treinamento e acesso gratuito a armas em um país em que vigoram rigorosas lei sobre armamentos.
“Assim que a sociedade em geral se afasta das Forças Armadas, ela abre caminho e espaço para grupos secundários, por um lado, e para idealistas extremamente motivados, pelo outro”, afirmou Michael Wolffsohn, professor de História Moderna na Universidade das Forças Armadas Alemãs em Munique.
A partir de Julho, todos os candidatos terão de se submeter a verificações com a finalidade de afastar os possíveis extremistas.
As investigações decorrentes do caso de terrorismo foram iniciadas quando oficiais militares divulgaram um relatório que dava detalhes de episódios sobre as simpatias extremistas de alguns soldados.
Um soldado amarrou uma bandeira de guerra da era nazista à carroceria de seu carro e passou em frente ao abrigo de refugiados, fazendo sinal com a mão de cortar a garganta. Outro postou uma foto de dois soldados em uniformes da SS num grupo de chat. No início de maio, a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, irritou muitos soldados quando afirmou: “O Exército alemão tem um problema de atitude; parece que existem vários pontos fracos na liderança que devemos corrigir sistematicamente”. Mas ela também foi criticada por não tratar dos problemas que ela mesma apontara.
O suspeito no caso de terrorismo foi preso no dia 27 de abril, depois de fingir ser um refugiado sírio. Ele foi identificado apenas como Franco A.
Úrsula van der Leyen então chamou 100 generais a Berlim para conversações que resultaram em um apelo para que fossem avaliadas medidas disciplinares, e a contratação de um investigador externo.
No dia 10 de maio, ela depôs perante a comissão da defesa no Parlamento, prometendo uma revisão. Uma investigação do Ministério da Defesa descobriu que, embora os sentimentos de extrema-direita de Franco A fossem conhecidos há anos, nenhuma ação disciplinar jamais havia sido tomada.
Os promotores federais prenderam um segundo suspeito, identificado como Maximilian T. Eles também afirmaram que o complô visava políticos destacados, inclusive o ex-presidente Joachim Gauck, que os suspeitos haviam ridicularizado por estar envolvido em políticas “falhas” em relação aos refugiados.
Os promotores disseram que os dois soldados e um terceiro suspeito, que também foi preso, pretendiam “contribuir para espalhar um sentimento geral de ameaça”. Eles realizariam um ataque terrorista aparentemente implementado por um refugiado registrado que buscava asilo político.