Acho que está na hora de admitirmos que o advogado generalista morreu. Para ter a possibilidade de bons ganhos, tem que ser especialista numa área que também não seja muito genérica. Advogar no cível, no consumerista e dar uma enganada no penal todo mundo consegue. E olha que no penal eu tenho experiência ampla, mas admito que não precisa manjar muito para trabalhar nessa área. Agora: tributário, previdenciário, societário, internacional, ambiental... nessas a galera já não se arrisca quando não tem domínio.
Outro mito que precisa ser derrubado é o de trabalhar em escritório dos outros. Advogado para ganhar dinheiro mesmo tem que se arriscar e abrir o próprio negócio. Esses escritórios pagam muito mal e só entra naqueles realmente bons quem tem os contatos certos.
Como se pode ver, o mercado está saturado mesmo e para ganhar bem advogando o sujeito tem que se phoder muito antes, cada vez mais. E o panorama para concursos também não vai ser bom com esse governo. Ou seja, no geral, é uma péssima ideia se formar em Direito no Brasil, pelo menos pensando no financeiro. Essa galera toda só continua a se formar nisso por ser um curso tradicional. Hoje em dia eu com certeza não faria esse curso e tenho pena de quem está entrando.
Na realidade meu caro, ser especialista numa área específica nem sempre é a garantia de que você terá o seu trabalho valorizado, pois como você sabe, a procura por profissionais está cada vez menor, por conta do grande aumento de ofertas que vem ocorrendo. No meu modo de ver, se especializar nem sempre implica necessariamente em uma garantia. Utilizo como exemplo a questão de direito ambiental, que na minha época, era uma área em ascensão, hoje já tem uma considerável oferta de profissionais no meio. E isso é tendência em todas as áreas.
Mas vamos levantar essa questão por este caminho que você apontou. Você ao se especializar, involuntariamente terá que saber lidar com as pessoas e ter bons contatos para conseguir ter destaque e condições para impulsionar seu crescimento profissional. Existe muita política envolvida nesse meio, não basta o profissional ser competente, se ele não for bem relacionado.
Tanto é que nos escritórios daqui da região, quando pude verificar nas entrevistas voltadas para os advogados que estavam querendo contratar para fazer trabalhos simples, isto é, serem meros funcionários. Nessa situação, os entrevistadores questionavam se o profissional fazia parte de algum círculo social, se participava de eventos, se participava de algum clube, se era maçom, fazia parte do Rotary, etc. Ou seja, não é apenas uma questão de ter conhecimento e experiência profissional, existe uma outra contra parte: ser bem relacionado e ter contatos, ter o famoso Q.I., e isso muitas vezes é mais determinante para o sucesso do profissional do que apenas a sua competência.
Obviamente que um péssimo advogado, incompetente, vai acabar se queimando. O que me refiro é que além de ser competente, exige-se que o profissional seja bem relacionado e tenha contatos.
Sobre o outro ponto que você apontou, lembre-se que trabalhar nos escritórios dos outros muitas vezes é a única opção para muitas pessoas por não terem outra saída. Não possuem outros familiares trabalhando na área jurídica, fora o elevado custo para se montar um escritório, mobiliar, contratar serviços de telefonia e internet, aluguel, água, luz, etc. São muitas despesas, o que acaba "forçando", por assim dizer, que esses jovens profissionais acabem trabalhando nos escritórios dos outros, em troca de um salário pífio e poucas possibilidades e perspectivas para crescimento pessoal e profissional.
Sou a favor de que exista exame da ordem, no entanto, não vejo razão alguma para que o pagamento de anuidade seja obrigatório. É um custo muito elevado e o é pois sem o pagamento o cara simplesmente não pode trabalhar.
E aposto que os “donos” da OAB embolsam a grana toda!
Espero que acabem com essa palhaçada, assim como acabaram com o imposto sindical!
É uma espécie de regulação desse mercado. Mas acabar com a anuidade é uma questão complicada. Não acho que vá acontecer, mas é complicado pois essa entidade não age em prol dos advogados, apenas existe no papel. Seria melhor que a Ordem atuasse mais ativamente em prol da advocacia e na defesa dos profissionais que compõem o quadro. Obviamente que isso nunca irá acontecer, e antes que falem sobre acabar com ela própria, de acabar com o Exame, lhes questiono: como seria a regulamentação da profissão de advogado se não houvesse a OAB? Iria virar uma zona.
só na OS que um fabricante de adesivo, um lancheiro e um guitarrista desafinado trazem mais riscos à sociedade que um advogado analfabeto, que com uma defesa porca coloca um inocente na cadeia, faz o cliente perder a guarda do filho ou faz o patrimônio do cliente desaparecer em cinco minutos.
advocacia é regulada no mundo todo, não será no país que vende diploma para jumentos que a porta do inferno será aberta pq vcs querem.
Toda profissão é importante, não distorça a minha fala. Se você comer uma porcaria e ficar intoxicado, vai procurar um médico e logo após um advogado para ser indenizado. Se o médico for ruim você morre e se o advogado for burro quem terá que indenizar o restaurante será você.
Não é por nada, mas você indiretamente depreciou a profissão e o trabalho do colega. Não estou querendo causar intrigas, e ainda, eu concordo com o seu raciocínio, pois um advogado que é mau profissional irá causar prejuízos enormes para o seu cliente. Mas, entretanto, a questão do filtro de qualidade tem sua relativa importância, pois as pessoas podem sofrer intoxicações alimentares, por exemplo.
Cada setor, cada trabalho, cada serviço tem a sua devida importância, aplicáveis aos seus respectivos casos concretos dentro de suas realidades.
Mas eu não vejo ninguém aqui criticar o outro lado da moeda, que são os clientes/consumidores que querem resolver tudo de uma forma fácil, querendo economizar na hora da oferta e procura, e sempre acham o serviço caro. Acabam contratando/adquirindo péssimos produtos/serviços/matéria prima. No fim essas pessoas terão problemas e nunca irão assumir que parte da responsabilidade, do ônus do resultado final, que lhe causou prejuízos e resultados contrários ao pretendido, na verdade é dela mesma.