Embaixador diz que pressionou a Ucrânia por direção expressa de Trump
Gordon Sondland presta depoimento no comitê que investiga a pressão que Donald Trump exerceu para que a Ucrânia investigasse Joe Biden e seus filhos.
Gordon Sondland, embaixador dos EUA na União Europeia, presta depoimento no Congresso, em 20 de novembro de 2019 — Foto: Jonathan Ernst/Reuters
O embaixador dos
Estados Unidos para a União Europeia, Gordon Sondland, disse nesta quarta-feira (20) ao comitê de impeachment de
Donald Trump que ele e outras autoridades dos EUA pressionaram a
Ucrânia a investigar democratas “porque o presidente nos direcionou a fazê-lo”.
Sondland confirmou que havia um claro “toma lá dá cá” que vinculava um encontro na Casa Branca com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a investigações dos rivais políticos de Trump.
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Ele disse ainda que estava preocupado por “um potencial ‘toma lá dá cá’ que condicionava uma doação de US$ 391 milhões (R$ 1,64 bilhão), suspendida por Trump, às tentativas, pela Ucrância, de descobrir algo a respeito do filho do democrata Joe Biden.
Sondland é um empresário do setor de hotéis que fez doações ao Partido Republicano antes de se tornar embaixador. Ele afirmou que ele e duas outras autoridades pressionaram os ucranianos por insistência de Trump. São eles:
- Rick Perry, secretário de energia
- Kurt D. Volker, enviado especial para a Ucrânia
- Gordon Sondland, embaixador dos Estados Unidos na União Europeia
Esses três trabalharam com o advogado pessoal de Trump, Rudolph Giuliani, em temas ligados à Ucrânia.
“Nós não queríamos trabalhar com Giuliani. De uma forma simples, nós estávamos lidando com as cartas de baralho que recebemos.”
"Quando soubemos que a Casa Branca também havia suspendido a ajuda à segurança da Ucrânia, eu era categoricamente contrário a qualquer suspensão da mesma, uma vez que os ucranianos precisavam dessa verba para lutar contra as agressões", assinalou.
Em agosto, Sondland avisou ao vice-presidente, Mike Pence, que tinha medo de que a ajuda miitar retida fosse ligada às investigações que Trump queria. Ele também disse que mantinha Mike Pompeo, o secretário de Estado, ciente de suas ações para pressionar a Ucrânia.
“Todos estavam na jogada, não era segredo”, ele afirmou.
“Não me lembro de encontrar nenhuma objeção”, disse também.
A caminho de se tornar o terceiro presidente americano a ser submetido a um processo de impeachment, Trump afirma que não fez nada de mal, que não houve nada irregular na conversa, e chamou a investigação de uma "caça às bruxas".