Manolos, sempre vejo inúmeros tópicos acerca do mercado de trabalho, sobre estudos, mulheres, crescimento pessoal, estilos de vida, política e outras variantes. Vejo que a gurizada <30 anos sofre bastante com algumas incertezas da vida. Pretendo fazer uma série de tópicos, sem quantidade ou prazo definidos, e dividir um pouco da minha história e estilo de vida. Hoje vou falar sobre estilo de vida.
Tenho 35 anos, funça, casado há 14 anos e dois filhos. Cristão, conservador e curto esportes e videogames, muitos videogames. Dois cursos superiores e uma pós. Fui da PM por sete anos. Sou um cara que gosta de experimentos sociais e já inúmeras vezes fiz postagens irônicas para ver a reação das pessoas. Não utilizo as respostas para nada relevante, apenas curiosidade mesmo. Tenho uma função de gestão de nível estratégico, com quase 150 subordinados diretos. Enfim, resumidamente é isso.
Eu poderia ostentar apartamentão, carrão importado, viagens para a Europa. Roupas caras, relógios e celulares da moda. Mesmo que quase nada disso pudesse ser feito à vista, um pouco de planejamento financeiro e um bom empréstimo consignado me proporcionariam isso. Mas escolhi não fazer nada disso.
Adotei um estilo de vida mais low profile. Não ando mulambo (às vezes sim), tênis é de uma boa marca mas o mais barato, carro é bom mas seminovo, a casa eu construí num bairro cuidadosamente avaliado por conta do acesso e da segurança, e não do status. Vivo uma ótima vida, melhor do que poderia sonhar aos meus 20 anos. Mas muito menos do que meus pares no trabalho ostentam.
Eu nunca falo no que trabalho ou quanto eu ganho. Pelo meu estereótipo físico, pessoal deve achar que lido com construção civil ou segurança privada. Na academia eu vou super simples, geralmente com uma camiseta cinza sem marca. Não falo com mulher nenhuma, no máximo retribuo um "bom dia" ou "boa noite". Tênis eu uso o mesmo até destruir. Corto o cabelo no estilo militar, bem curtinho, e tenho o hábito de me barbear diariamente (herdei isso da época de militar).
Enfim, eu passo totalmente invisível nos lugares. Estaciono longe de onde quero ir e vou caminhando de boas para não saberem qual o meu carro (e nem se tenho carro). Acho divertidíssimo ver uma mulher na academia me ignorar como se eu não existisse na academia. O mesmo vale para o mercado, na rua, no restaurante. Me acham um carinha random chegando na meia idade (como se isso fosse demérito para alguém). Mais divertido ainda é ver como me tratam diferente quando descobrem que tenho mais do que aparento. Se essa mesma gostosa msol descobre que ando de Toyota, ela só falta rastejar feito uma cadela no cio.
Eu sou o tipo de "patinho feio". Não comia ninguém no ensino médio, nerdão, não era o melhor em nada. Daí a idade foi me melhorando. Abandonei vícios, estudei e treinei (mas isso fica para outro tópico). Enfim, me sinto bem mais velho do que os 35 anos que tenho. Mas é um tipo "bom" de velho. Curto muito ficar vendo meus filhos, olhando as pessoas na rua e ficar tetando na internet. Mas ao mesmo tempo eu não tenho nenhuma rede social do tipo Facebook, Instagram e Twitter. Levo quase 1h de manha tomando café e lendo jornal, sem objetivo algum. Gosto de ler inúmeros assuntos aleatórios simplesmente para conhecer. Uso o tal do Paretto em tudo (80:20). Ou seja: manjo de tudo mas não sou especialista em nada. E curto muito fazer isso!
Tenho feito amizades com pessoas de todas as idades. Sempre do mesmo tipo: pessoas que não são populares. Na academia eu não converso com o bombado. Eu converso com o nerd, ou com o cara que está começando e é todo desajeitado, ou com o tiozinho pançudo que já passou seus dias de glória. Nas raras vezes que faço amizade com mulheres, é sempre com a mais tímida, que use óculos, que não tenha beleza alguma. Curto a 3ª idade também. Eu curto muito trocar ideias com essas pessoas e passar o que eu acredito que funcione graças à minha experiência de vida e a minha fé. E aprendo maravilhas com elas.
O engraçado é que mesmo pessoas que ganham salário mínimo, ou que sejam "fracassadas" socialmente, ou que tenham inúmeros problemas me ignoram totalmente, assim como meus conselhos. Mas se eu oferecer uma carona, o que é muito raro, mudam totalmente e daí me torno uma referência. Vai entender...
A exceção são os idosos. Eles realmente querem trocar ideia sem interesse algum, apenas pelo prazer de passar sua experiência. Acho que me tornei um velho aos 35 anos.
Ser invisível é uma escolha. Sou bem casado e amo minha família. Não vou mentir: caso eu fosse solteiro talvez eu fizesse alguma experiência social para ver quantas colheres eu comeria só para testar o quanto o ser humano é fútil e interesseiro. Claro, nesse caso eu me corromperia e nem sei onde isso iria parar.
Gosto muito de ser invisível porque daí eu consigo cultivar amizades verdadeiras, de pessoas que realmente querem conversar. E é um sentimento muito bom. Eu passo esse valor aos meus filhos o mais que posso. Embora eles sejam pequenos, espero realmente que eles não sejam imbecis que gostem de beber cerveja, escutar som no carro e viver de comer uma vagabunda qualquer um fim de semana após o outro.
Enfim, post extremamente confuso e aleatório, mas fica a pergunta: VOCÊ GOSTA DE OSTENTAR OU É O MAIS DISCRETO POSSÍVEL?