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Greve de entregadores e reclamações de restaurantes: os conflitos por trás dos aplicativos de entrega como iFood e Rappi

madnando

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Como taxista, pago o seguinte pros aplicativos:

Vá de Taxi - 15%
99 - 13%
Wappa - 15%
Cabify - 15%
SPTaxi - 0%

A prefeitura lançou aqui em SP copiado do Rio de Janeiro, um aplicativo de taxi com desconto variável sem taxa de manutenção. O SPTaxi.

As empresas que informei acima, geralmente colocam descontos nas corridas que variam entre 15 a 30 % somados à taxa de serviço deles, que ficam entre 13 e 15%.

Um exemplo aqui:

Uma corrida na 99 de 10 reais no taxímetro, preço cheio (10 reais) e desconto de 13% de taxa de serviço = 8,70.
Normalmente essas corridas vem com desconto dados pelo aplicativo, não por nós, do tipo, "se quiser aceitar, aceita senão outro motorista aceita seu troxa", com 30%.
10 - 30% = 7 -13% = 6,09.

Isso pra voce andar com um carro, com todo o ônus, custo e risco do serviço por sua conta, com valores taxas ridiculas, onde é preciso trabalhar mais horas, para ganhar menos dinheiro. Isso coloca em risco, muita gente, seja o motorista, o passageiro ou pessoas no entorno com a exaustão do trabalho do motorista podendo ocorrer um acidente.

Trabalho todo dia de 16 a 18 horas, de segunda a sábado, para levar 250 reais livre pra casa, descontando 70 de combustível e 30 reais entre alimentação e alguma necessidade como água ou um petisco. O que soma bruto 350 reais por dia.

Rodei no Uber um tempo, pois tenho outro carro em casa, e larguei em duas semanas. Com tudo que descrevi, aquilo consegue ser infinitamente pior, o desgaste do carro é muito maior e o risco envolvido não compensa. Em um dia, rodei 310 km e fiz 330 reais no Uber, coisa que nunca rodei no Taxi em 5 anos. Se eu rodar esse tanto no taxi, faço 600 reais com certeza. A média é de 2 reais o km no taxi pro motorista, e no uber 1 real o km.

No fim, como o pagamento não é imediato, voce não tem um capital de giro rápido. Precisa de dinheiro emprestado (Cartão de cŕedito) pra abastecer e comer. Logo fica endividado, sempre correndo pra pagar uma coisa que não é possível pagar.

Essa é a precarização. Em alguns anos, estaremos todos falidos, pois o sistema atual busca sua eterna necessidade de buscar o alívio financeiro que não vem.
Antes dos Apps, saia pra trabalhar, ganhava mais, com a mesma quantidade de horas, e em um dia, trocava dois pneus e trocava o óleo do carro (quem tem carro sabe quanto custa dois pneus e uma troca de óleo). Hoje preciso de uma semana. Sofro pra pagar o carro, e colegas concorrentes sequer conseguem financiar um, precisando alugar pra trabalhar no Uber. Se não houver um ajuste, o colapso será certo, e todos, inclusive quem hoje está lindo nas suas CLTs provarão desse veneno que estamos passando. A área de TI já demonstra essa tendencia com a pejotização com intermediários (consultorias), que são os cafetões da era moderna. Sangram seu rendimento e voce fica sem direitos.

Fechando, o SPtaxi, nada cobra do taxista. Mas a classe é tão desunida e burra, que não fortalece a divulgação do aplicativo e não cedem descontos para o passageiro. Uma corrida com 40% de desconto rende mais que uma corrida com 30% pela 99 + a taxa de serviço de 13% que totaliza 43%.

Fica complicado reverter ou convencer a mudar o sistema de trabalho....
 

Askeladd

Bam-bam-bam
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E digo mais

Se o estado realmente quisesse que os empregadores ou restaurantes ganhem mais ele tem que desregulamentar e cortar impostos.

Para entregadores: Cortar impostos das motocicletas, cortar ipva, cortar imposto de combustível, cortar imposto de seguro.

Para restaurantes: Cortar impostos do simples nacional, acabar com a clt, cortar imposto de renda, cortar iptu, cortar tarifas de licenciamento.


Se realmente houvesse o mínimo de vontade do estado em beneficiar quem trabalha com aplicativo, é isso que ele deveria fazer. Se for cagar regra vai fod*r geral.

Beneficiar?
Tem que cobrar pela licença e pagar para entidades de classe anuidade.
As motos deverão ter seguro, especialmente contra terceiros.
Precisarão adaptar a moto de modo que siga as normas da Anvisa, comprar um baú de R$ 5 mil, que deverá ser higienizado a cada entrega.
Se estiver em outro município não poderá pegar entregas devendo retornar ao município de origem.
Todos os restaurantes e clientes para quem o mesmo fez uma entrega poderão ser processado pela justiça do trabalho, bem como contribuir FGTS, férias, décimo terceiro, pis Confins, sistema S etc.
 

madnando

Ei mãe, 500 pontos!
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Beneficiar?
Tem que cobrar pela licença e pagar para entidades de classe anuidade.
As motos deverão ter seguro, especialmente contra terceiros.
Precisarão adaptar a moto de modo que siga as normas da Anvisa, comprar um baú de R$ 5 mil, que deverá ser higienizado a cada entrega.
Se estiver em outro município não poderá pegar entregas devendo retornar ao município de origem.
Todos os restaurantes e clientes para quem o mesmo fez uma entrega poderão ser processado pela justiça do trabalho, bem como contribuir FGTS, férias, décimo terceiro, pis Confins, sistema S etc.
Exagero.
Nem no táxi é assim. E sou taxista.

As taxas da prefeitura não chegam a 600 reais por ano. O choro dos meus colegas são infundados. A única ressalva é a burocracia e o tempo perdido. Perde-se uns 3 dias para resolver toda a documentação.

O choro é por conta da vistoria do carro, que se estiver em mal estado é reprovado. Porra, deixa o carro em dia e não terá problemas.

As motos precisam disso. Nem freio os caras olham, trocam escapamento, ficam em péssimo estado e sem a mínima segurança. Normatizar é necessário.
Motoboy placa vermelha legalizado dificilmente sofre acidente ou fica igual louco no trânsito. Pode ver que a maioria é a turma civil ou entregador irregular.

Não tem essa de não ter regras. É a falta de regra que cria a exploração do trabalho. Seja qual for.
 

lucas789

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Um exemplo aqui:

Uma corrida na 99 de 10 reais no taxímetro, preço cheio (10 reais) e desconto de 13% de taxa de serviço = 8,70.
Normalmente essas corridas vem com desconto dados pelo aplicativo, não por nós, do tipo, "se quiser aceitar, aceita senão outro motorista aceita seu troxa", com 30%.
10 - 30% = 7 -13% = 6,09.

Isso pra voce andar com um carro, com todo o ônus, custo e risco do serviço por sua conta, com valores taxas ridiculas, onde é preciso trabalhar mais horas, para ganhar menos dinheiro. Isso coloca em risco, muita gente, seja o motorista, o passageiro ou pessoas no entorno com a exaustão do trabalho do motorista podendo ocorrer um acidente.

Trabalho todo dia de 16 a 18 horas, de segunda a sábado, para levar 250 reais livre pra casa, descontando 70 de combustível e 30 reais entre alimentação e alguma necessidade como água ou um petisco. O que soma bruto 350 reais por dia.

Rodei no Uber um tempo, pois tenho outro carro em casa, e larguei em duas semanas. Com tudo que descrevi, aquilo consegue ser infinitamente pior, o desgaste do carro é muito maior e o risco envolvido não compensa. Em um dia, rodei 310 km e fiz 330 reais no Uber, coisa que nunca rodei no Taxi em 5 anos. Se eu rodar esse tanto no taxi, faço 600 reais com certeza. A média é de 2 reais o km no taxi pro motorista, e no uber 1 real o km.

No fim, como o pagamento não é imediato, voce não tem um capital de giro rápido. Precisa de dinheiro emprestado (Cartão de cŕedito) pra abastecer e comer. Logo fica endividado, sempre correndo pra pagar uma coisa que não é possível pagar.

Essa é a precarização. Em alguns anos, estaremos todos falidos, pois o sistema atual busca sua eterna necessidade de buscar o alívio financeiro que não vem.
Antes dos Apps, saia pra trabalhar, ganhava mais, com a mesma quantidade de horas, e em um dia, trocava dois pneus e trocava o óleo do carro (quem tem carro sabe quanto custa dois pneus e uma troca de óleo). Hoje preciso de uma semana. Sofro pra pagar o carro, e colegas concorrentes sequer conseguem financiar um, precisando alugar pra trabalhar no Uber. Se não houver um ajuste, o colapso será certo, e todos, inclusive quem hoje está lindo nas suas CLTs provarão desse veneno que estamos passando. A área de TI já demonstra essa tendencia com a pejotização com intermediários (consultorias), que são os cafetões da era moderna. Sangram seu rendimento e voce fica sem direitos.

Fechando, o SPtaxi, nada cobra do taxista. Mas a classe é tão desunida e burra, que não fortalece a divulgação do aplicativo e não cedem descontos para o passageiro. Uma corrida com 40% de desconto rende mais que uma corrida com 30% pela 99 + a taxa de serviço de 13% que totaliza 43%.

Fica complicado reverter ou convencer a mudar o sistema de trabalho....
Cara isso é concorrência, antes dos apps você tirava mais pq tinha menos oferta, agora a oferta é abundante, nao tem mais uma reserva de mercado como na época dos taxis, qualquer um pode sair fazendo uber

O unico ajuste possivel é diminuir a oferta, pq enquanto a oferta for abundante o preço nao vai subir, nao adianta
 


PhylteR

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As empresas que informei acima, geralmente colocam descontos nas corridas que variam entre 15 a 30 % somados à taxa de serviço deles, que ficam entre 13 e 15%.

Um exemplo aqui:

Uma corrida na 99 de 10 reais no taxímetro, preço cheio (10 reais) e desconto de 13% de taxa de serviço = 8,70.
Normalmente essas corridas vem com desconto dados pelo aplicativo, não por nós, do tipo, "se quiser aceitar, aceita senão outro motorista aceita seu troxa", com 30%.
10 - 30% = 7 -13% = 6,09.

Isso pra voce andar com um carro, com todo o ônus, custo e risco do serviço por sua conta, com valores taxas ridiculas, onde é preciso trabalhar mais horas, para ganhar menos dinheiro. Isso coloca em risco, muita gente, seja o motorista, o passageiro ou pessoas no entorno com a exaustão do trabalho do motorista podendo ocorrer um acidente.

Trabalho todo dia de 16 a 18 horas, de segunda a sábado, para levar 250 reais livre pra casa, descontando 70 de combustível e 30 reais entre alimentação e alguma necessidade como água ou um petisco. O que soma bruto 350 reais por dia.

Rodei no Uber um tempo, pois tenho outro carro em casa, e larguei em duas semanas. Com tudo que descrevi, aquilo consegue ser infinitamente pior, o desgaste do carro é muito maior e o risco envolvido não compensa. Em um dia, rodei 310 km e fiz 330 reais no Uber, coisa que nunca rodei no Taxi em 5 anos. Se eu rodar esse tanto no taxi, faço 600 reais com certeza. A média é de 2 reais o km no taxi pro motorista, e no uber 1 real o km.

No fim, como o pagamento não é imediato, voce não tem um capital de giro rápido. Precisa de dinheiro emprestado (Cartão de cŕedito) pra abastecer e comer. Logo fica endividado, sempre correndo pra pagar uma coisa que não é possível pagar.

Essa é a precarização. Em alguns anos, estaremos todos falidos, pois o sistema atual busca sua eterna necessidade de buscar o alívio financeiro que não vem.
Antes dos Apps, saia pra trabalhar, ganhava mais, com a mesma quantidade de horas, e em um dia, trocava dois pneus e trocava o óleo do carro (quem tem carro sabe quanto custa dois pneus e uma troca de óleo). Hoje preciso de uma semana. Sofro pra pagar o carro, e colegas concorrentes sequer conseguem financiar um, precisando alugar pra trabalhar no Uber. Se não houver um ajuste, o colapso será certo, e todos, inclusive quem hoje está lindo nas suas CLTs provarão desse veneno que estamos passando. A área de TI já demonstra essa tendencia com a pejotização com intermediários (consultorias), que são os cafetões da era moderna. Sangram seu rendimento e voce fica sem direitos.

Fechando, o SPtaxi, nada cobra do taxista. Mas a classe é tão desunida e burra, que não fortalece a divulgação do aplicativo e não cedem descontos para o passageiro. Uma corrida com 40% de desconto rende mais que uma corrida com 30% pela 99 + a taxa de serviço de 13% que totaliza 43%.

Fica complicado reverter ou convencer a mudar o sistema de trabalho....
O problema é que o serviço de táxi (não necessariamente os profissionais, mas o serviço no geral) foi o responsável pelo surgimento desses apps.

O transporte sempre teve uma demanda reprimida. Aqui na minha cidade mesmo, consigo contar nos dedos as vezes que usei táxi. Simplesmente porque o serviço era (e ainda é) muito caro. Mas caro mesmo, de eu preferir andar 3km a pé do que pegar táxi. Em outras cidades, como Curitiba, eu usava, porque tinha um preço aceitável. Mas em muitos locais era absurdo.
Então, surgem os apps, aproveitando essa demanda reprimida.

O mesmo aconteceu em vários setores. As empresas de telefonia móvel são um bom exemplo. Por que o WhatsApp surgiu? Porque as companhias insistiam em cobrar 30 centavos por mensagens e vender pacotinhos de SMS por preços muito superiores ao justo.

Enfim, taxi parou no tempo por causa do conforto com o seu "monopólio", e agora sofre as consequências.
Mas também não acho que esses valores dos apps, cada vez mais baixos, vão durar muito tempo. Em algum momento será encontrado o meio termo.
 
Ultima Edição:

madnando

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Cara isso é concorrência, antes dos apps você tirava mais pq tinha menos oferta, agora a oferta é abundante, nao tem mais uma reserva de mercado como na época dos taxis, qualquer um pode sair fazendo uber

O unico ajuste possivel é diminuir a oferta, pq enquanto a oferta for abundante o preço nao vai subir, nao adianta

Esquece a reserva de mercado. Você não entendeu.

Os apps que dão o preço do meu serviço. Eu tenho um preço que não funciona mais. E esse preço é muito abaixo do custo.

Em curtíssimo prazo o motorista quebra. E isso vai se estender para todos que se submeterem a qualquer aplicativo de qualquer área.

Eu to acostumado com esse argumento e tantos outros do tipo “ se tá ruim basta desligar o app”. Desligar como se o meu trabalho hoje depende quase que totalmente dos apps?

Minha autonomia acabou! Se não for da forma deles, não tenho trabalho. 85% das minhas corridas de táxi vem dos apps. Isso pq tenho um ponto excelente!!

Isso vai dar m**** quando uberizarem tudo que for possível e todos sentirem na pele o que é ser explorado.
 

lucas789

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Esquece a reserva de mercado. Você não entendeu.

Os apps que dão o preço do meu serviço. Eu tenho um preço que não funciona mais. E esse preço é muito abaixo do custo.

Em curtíssimo prazo o motorista quebra. E isso vai se estender para todos que se submeterem a qualquer aplicativo de qualquer área.

Eu to acostumado com esse argumento e tantos outros do tipo “ se tá ruim basta desligar o app”. Desligar como se o meu trabalho hoje depende quase que totalmente dos apps?

Minha autonomia acabou! Se não for da forma deles, não tenho trabalho. 85% das minhas corridas de táxi vem dos apps. Isso pq tenho um ponto excelente!!

Isso vai dar m**** quando uberizarem tudo que for possível e todos sentirem na pele o que é ser explorado.
Como esquecer a reserva de mercado? Ela ajudava a manter o preço da viagem alto, acontece que agora nao tem mais e a concorrência cresceu muito

Pra você ser uber basta ter carteita de motorista e um carro

Se ta tao ruim assim vai atras do outra area pra trabalhar, qual seria a solução ideal pra você?
 

madnando

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Como esquecer a reserva de mercado? Ela ajudava a manter o preço da viagem alto, acontece que agora nao tem mais e a concorrência cresceu muito

Pra você ser uber basta ter carteita de motorista e um carro

Se ta tao ruim assim vai atras do outra area pra trabalhar, qual seria a solução ideal pra você?

Está ruim sim. E se Deus quiser vou fazer qualquer outra coisa. Que possa me manter dignamente. Mas enquanto não vem eu to na luta.
 

lucas789

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Está ruim sim. E se Deus quiser vou fazer qualquer outra coisa. Que possa me manter dignamente. Mas enquanto não vem eu to na luta.
Mas qual seria a solução?

aumentar o preço da corrida? Proibir apps? Diminuir taxas?

Pq assim, no dia que o uber subir os preços vai surgir um concorrente bem mais barato e todo mundo vai migrar pra ele

O que segurava o preço era a reserva de mercado, mas sem isso com a oferta explodindo nao vejo muito como resolver
 

madnando

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Mas qual seria a solução?

aumentar o preço da corrida? Proibir apps? Diminuir taxas?

Pq assim, no dia que o uber subir os preços vai surgir um concorrente bem mais barato e todo mundo vai migrar pra ele

O que segurava o preço era a reserva de mercado, mas sem isso com a oferta explodindo nao vejo muito como resolver
Preço justo. Você acha justo pegar um UBER por 7 reais com ar condicionado, motorista, carro limpo, água, bala ( nem oferecem mais isso) para o motorista receber 5 reais? Em alguns lugares 3,80?

Cliente quer que o prestador de foda! Tome no cool, o importante é ele ser beneficiado.

Valores risíveis, táxi, UBER, Rappi é disso que estou falando.

E tem o app INDRIVER, pra quem acha o UBER caro, você PODE DAR O SEU PREÇO! Coisa de 150 km por 60 reais.

Acham certo? Sim, pois todos que converso fazem essa cara de “ se fode aí, não sabe fazer outra coisa”

Eu sou taxista, fui pro UBER e vi que tem coisa ainda pior. Eu respeito o motorista de app pois ali eu sei que o cara está mesmo no fundo do poço. Pra mim tanto faz, se desse dinheiro eu encostava o táxi. Mas não dá.

O que fazer então? Cobrar mais?

Passa a taxa pro cliente ao menos. Quer carro na porta. A corrida vai dar 20 reais? 20 reais + 40% de taxa de serviço pro passageiro. Motorista recebe os 20.

O que acha?

40 % é do UBER tá?
 

lucas789

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Preço justo. Você acha justo pegar um UBER por 7 reais com ar condicionado, motorista, carro limpo, água, bala ( nem oferecem mais isso) para o motorista receber 5 reais? Em alguns lugares 3,80?

Cliente quer que o prestador de foda! Tome no cool, o importante é ele ser beneficiado.

Valores risíveis, táxi, UBER, Rappi é disso que estou falando.

E tem o app INDRIVER, pra quem acha o UBER caro, você PODE DAR O SEU PREÇO! Coisa de 150 km por 60 reais.

Acham certo? Sim, pois todos que converso fazem essa cara de “ se fode aí, não sabe fazer outra coisa”

Eu sou taxista, fui pro UBER e vi que tem coisa ainda pior. Eu respeito o motorista de app pois ali eu sei que o cara está mesmo no fundo do poço. Pra mim tanto faz, se desse dinheiro eu encostava o táxi. Mas não dá.

O que fazer então? Cobrar mais?

Passa a taxa pro cliente ao menos. Quer carro na porta. A corrida vai dar 20 reais? 20 reais + 40% de taxa de serviço pro passageiro. Motorista recebe os 20.

O que acha?

40 % é do UBER tá?
Sim cara, o cliente vai sempre querer o serviço mais barato, ele nao esta nem um pouco errado nisso

Se tem gente cobrando 14 e tem outro cobrando 7 o cliente vai escolher o de 7

Não existe preço justo, se o uber ou qualquer outro app aumentar o preço ou passar mais taxa pro cliente vai surgir outro serviço e as pessoas vão migrar pra ele

O problema esta no excesso de oferta, é um trabalho que nao requer qualificação, qualquer pessoa com carteira de motorista pode fazer, a oferta grande reduz o preço

Enquanto o número de pessoas fazendo esse serviço continuar alto o preço da corrida nao vai aumentar
 

madnando

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No ponto!

Mesmo o cliente sabendo que algo está errado, não vai fazer ele parar de usar.

Não acha que uma regulação seria necessária? Ou deixa da forma que está? Uma clara exploração de mão de obra pouco qualificada?

Preços irreais para a prestação de serviço. Quem usa não se importa, tanto faz,
mas quem presta está sentindo na pele o que é ser um nada e não ter opções ou alternativas de mudança. É esse o motivo da greve dos entregadores.
 

lucas789

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No ponto!

Mesmo o cliente sabendo que algo está errado, não vai fazer ele parar de usar.

Não acha que uma regulação seria necessária? Ou deixa da forma que está? Uma clara exploração de mão de obra pouco qualificada?

Preços irreais para a prestação de serviço. Quem usa não se importa, tanto faz,
mas quem presta está sentindo na pele o que é ser um nada e não ter opções ou alternativas de mudança. É esse o motivo da greve dos entregadores.
Ai que esta cara, nao tem nada errado

Ninguem obriga as pessoas a fazerem uber, as pessoas fazem pq querem, enquanto tiver uma infinidade de gente aceitando cobrar 7 reais pela corrida vai continuar assim

Regulamentação vai foder mais ainda a categoria, vai apenas encarecer o serviço sem aumentar o retorno pros motoristas

Ai você regulamenta o uber, sobe o preço e no dia seguinte surge um novo app funcionando sem estar regulamentado

Entenda, se você ou mais gente fizer greve, vai ter sempre outros na fila querendo trabalhar e preencher seu lugar, a oferta é grande demais

Não é como se pra se pra preencher a vaga de entregador a pessoa precisasse de um doutorado, sempre vai ter alguem disposto a preencher a vaga de quem nao quiser mais, nao adianta

Pode fazer greve, pode regulamentar, pode fazer o que quiser, a oferta grande nunca vai deixar o preço subir

Se um lugar quiser me cobrar 10 reais na entrega eu vou simplesmente pedir de outro lugar, se um uber me cobrar 15 reais pra ir daqui ate ali eu procuro outro app, pego um ônibus ou pego meu carro e pago um estacionamento
 

Ataru

Bam-bam-bam
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Cliente quer que o prestador de foda! Tome no cool, o importante é ele ser beneficiado.

Você fala isso mas deve ser o primeiro a buscar o produto com a maior promoção dentro de um supermercado.

A menos que queira pagar R$200 numa refeição básica para dar maior dignidade a aqueles que cultivam/produzem-no, esse é o mundo controlado pelo sistema de preços.

Se todo mundo desse país quisesse ter o salário que merecesse, não haveria gente que conseguisse pagar por isso. Riqueza não se cria com regulação.
 

Ataru

Bam-bam-bam
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Pra mim essa precarização do Uber e demais aplicativos de transporte e entrega é a mais clara demonstração de que regulamentação e as leis trabalhistas brasileiras são, de fato, uma máquina exterminadora de empregos.

A CLT inviabiliza milhares de empresas e cargos em períodos de crise, gerando uma população gigantesca de desempregados. Esses desempregados, obviamente, não conseguem empregos na sua área, optando pelos serviços informais, entre eles o Uber. Durante os primeiros anos, quem estava no Uber não reclamava. Agora que todo mundo está dentro do serviço, reclamam ferozmente, pois dividiu brutalmente os lucros pela natural lei de oferta e demanda.

E o pior de tudo é ver gente utilizando esse fato justamente para pedir mais regulamentação. É palhaçada mesmo. Isso seria ótimo para alguns, mas péssimo pra maioria absoluta, que certamente não terá a felicidade de se manter nesse mercado regulado.

Antigamente, Curitiba tinha somente 600 placas de táxi rodando pela cidade. Tudo era altamente regulado, qualidade era péssima, demorado (+30min), cancelavam corridas a rodo, radiotáxis extremamente grosseiros e desorganizados. Um desastre total. Hoje a cidade tem mais de 12 mil motoristas de app. Lógico que a água bateu na bunda, pois a concorrência subiu mais de 20 vezes.

Enfim, está todo mundo com o bolso vazio, ainda mais nessa crise. Poucos vão ter condições de pagar por um Uber regulado. Se vocês querem ficar desempregados, vão em frente.
 

Lumina Lux

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Táxi sempre foi um serviço péssimo. PÉSSIMO. Em qualquer lugar do mundo.

Tudo isso porque havia uma controle da oferta do serviço criada artificialmente. Por quem? Pelo Estado.

Os aplicativos equalizam a relação oferta x demanda.

Quem era privilegiado vai chiar. Mas todos os que eram lesados (os consumidores/usuários) estão contentes.
 

Lumina Lux

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Aplicativos de entregas podem ser regulados para não apelarem para a destruição de concorrência com estratégias de dumping.

Fora disso a realidade será a ditada pelo mercado.

Porque não tem um grupo malvado ditando isso, é da natureza das relações negociais.
 

ERVO

Habitué da casa
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Muitos aí provavelmente não tiveram experiência com motoqueiro.
Os caras vivem a margem da lei e se acham super especiais. O ultimo que tive eu pagava R$50 + 6R$ por entrega e só trabalhava 4 horas por dia.
O cara atrasava, tinha dia que deixava na mão e ainda queria exigir Janta.
E esse nem foi o pior. Eu nem desejo o mal dos caras e nem desejo regulamentação mas um cara que ganham 2000 por mes fazendo entrega não deveria reclamar.
 

PHMN

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Peguei o bonde andando, mas não acho comissão de 27% algo normal não....

Salvo engano a booking tem uma comissão de 16-17%
 

antonioli

O Exterminador de confusões
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Acho que todos os pontos são relevantes nessa conversa. O colega taxista está sofrendo a consequência do que o outro colega falou: leis trabalhistas, sem contar encargos em excesso, instabilidade política, fiscal e n outras variáveis que empurram o desemprego para cima, passando para o que outro colega falou sobre o excesso de oferta.

Lá no começo eu lembro da animação quanto ao Uber. Os carros eram melhores, os motoristas estavam mais de boa e tudo mais. Começaram a aparecer vários motoristas com claro desânimo, uns carros muito mal conservados e se tornou isso que é hoje.

É claro que se a economia melhorasse, se o país ficasse mais estável, quem sabe boa parte não estaria em outros trabalhos (muitos possuem formação) e assim equilibraria a oferta e a demanda.
 

Povo da Areia

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Quem esta achando o emprego ruim precisa sair do mesmo e procurar outro, e não fica chorando para o emprego melhorar.

É isso que as pessoas não entendem, se esses motoboys estão achando ruim trabalharem para ganhar mil reais mês, te garanto que tem uma fila de milhões querendo ganhar esses mil reais por mês.

Infelizmente o mundo é isso aí, enquanto o Brasil tiver milhões de desempregados e outros milhões na informalidade, as pessoas irão aceitar, cada vez mais, ganhar menos e trabalhar mais.

Se você entrar em qualquer site de vagas de emprego hoje, verá que qualquer qualificação de nível técnico, não paga mais de 2 mil reais por mês, a grande maioria paga menos de 1500 reais.

Graduação então? Não chega nos 3000 reais para 95%.

A única solução é o Brasil se desenvolver e crescer, fora isso não existe milagre.
 

Sgt. Kowalski

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Mais perdido que cego em tiroteio:

Acreditaram na mentira do empreendedorismo, diz líder do Entregadores Antifascistas


Paulo Roberto da Silva Lima, 31, conhecido como "Galo de Luta" no Twitter, mudou a rotina nas últimas semanas. Desde que emergiu como um dos principais mobilizadores do movimento de entregadores de aplicativos, Galo faz lives com Criolo e Guilherme Boulos, é citado por parlamentares nas redes sociais e encaixa entrevistas à imprensa nas pausas do trabalho.

"Tentaram até me fazer virar coach, mas não é minha praia, é contra minha ideologia", afirmou à Folha.

Político de rua, Galo criou o movimento Entregadores Antifascistas no Brasil, que surgiu durante o protesto convocado por movimentos negros, torcidas organizadas e opositores ao governo no início de junho.

Com mais de 30 mil seguidores no Twitter, Galo ajudou a colocar de pé a hashtag Breque dos Apps. A paralisação que reuniu milhares de motoboys e ciclistas em capitais no dia 1º ficou conhecida por esse nome.

O entregador diz não querer tomar protagonismo nos protestos, que, segundo ele, surgiram de forma natural. De modo geral, os motoristas pleiteiam taxas maiores pagas pelos aplicativos (como iFood, Uber Eats, Rappi, Loggi e James), assistência eficaz durante a pandemia de Covid-19, fim dos bloqueios considerados injustificados e do esquema de pontuação, que diminui a nota de quem recusa entregas.

Galo e os Antifascistas defendem a CLT.

"Qual foi a mentira que contaram para eles? 'Vocês são empreendedores, são quase igual a gente, são ricos, podem ficar ricos se trabalharem muito para a gente'", afirma, referindo-se ao modelo de parceria que as empresas estabelecem com os entregadores.
Com a segunda paralisação marcada para o dia 25 —embora haja conflito porque o sindicato dos motoristas defende o dia 14—, o entregador diz que se precisar recuar sua bandeira para aderir à greve, ele recua.

Quando iniciou a revolta dos entregadores? No dia 21 de março, meu aniversário de 31 anos, meu pneu furou e não tive como dar sequência no pedido da Uber. Pedi para enviarem outro entregador e a Uber disse que não tinha e que eu poderia cancelar o pedido. Questionei se seria bloqueado, a Uber disse que não. Cancelei e fui bloqueado. Ali comecei a dar sequência na luta.

Como você começou? Fiz um vídeo e, pelo Intercept, viralizou mais. Aí fiz um abaixo-assinado que bateu 100 mil assinaturas. Fui para a rua tentar convencer os companheiros nos bolsões de moto, mas eles tinham resistência.

Por quê? Acreditaram mesmo na ideia do empreendedorismo, boa parte era bolsonarista, e eu estava falando de alimentação. Chegava para abordar e eles diziam: “Ô, Galo, o aplicativo não tá bom pra você? Então desliga e vai pra Cuba”. Eu dizia: “pô, companheiro, tô numa luta por alimentação”, e eles respondiam: “Alimentação? Você tá nos tirando para mendigo? A gente quer ganhar melhor e não é só para comprar comida”. Aí fui aos companheiros de bicicleta, e eles aceitaram muito mais a ideia.

Que ideia de empreendedorismo? Qual foi a mentira que contaram para eles? "Vocês são empreendedores, são quase igual a gente, são ricos, podem ficar ricos se trabalharem muito para a gente". Só em 2019, quando fui procurar emprego de motoboy, vi que não tinha mais. O aplicativo cercou o mercado.
Me toquei que o mundo mudou. Não era mais um motoboy, eu era um entregador.

Como define o Entregadores Antifascistas? Dois dias antes da manifestação do Largo da Batata [protesto antirracista e antifascita], teve uma manifestação na av. Paulista, onde 30 entregadores quiseram fechar [a via]. A situação começou a esquentar e tomei a frente para poder dialogar com a polícia. Conseguimos controlar e chamei as pessoas para o Largo da Batata.
No meio da manifestação, abriu um espaço e fomos passando com as bicicletas, o pessoal começou a bater palma e, nessa hora, o companheiro se sentiu com autoestima.

Qual o pleito de vocês? CLT. A gente quer que os aplicativos garantam café da manhã, almoço, jantar, lanche da tarde e da madrugada, para quem trabalha nesse período. A partir disso, vamos conseguir fazer os aplicativos garantirem vínculo empregatício.

Os entregadores mais ligados ao sindicato também defendem vínculo. Vários que protestam, no entanto, defendem melhores taxas. Como encara outros grupos? Quando a greve surgiu, e surgiu de forma natural, nosso grupo entrou para apoiá-los. Muitos têm ranço da palavra antifascista, mas se eles definirem como pauta taxas maiores, taxa mínima, fim dos bloqueios e auxílio aos entregadores que se acidentarem, vamos apoiar isso.

O sindicato defende nova paralisação no dia 14, não quer se aliar a bandeiras políticas. Outra grande parte determinou que será no dia 25. Há união para o novo protesto? Unidos completamente eu acho que não estamos. Se o pessoal não quer CLT, beleza, essa é a nossa luta, estamos na greve para dar apoio. Nós e o Sindimoto não temos nada a ver. O conselho da greve definiu dia 12, o sindicato determinou dia 14, e agora ficou no dia 25.
Está havendo certa disputa, mas se tem alguém que não quer disputar isso somos nós. Deixei claro várias vezes que se não quiserem apoio, podemos nos retirar. A gente não levou bandeira para a greve.

Você é mencionado por parlamentares de esquerda, fez live com o Criolo, tem 30 mil seguidores. A rotina mudou? Mudou, mano, apanho de tudo que é lado, dos companheiros, dos aplicativos... Já fui chamado de ator contratado para difundir ideias comunistas nas motos. Outros dizem que se precisar usar violência, vou usar. A maior de todas é que sou financiado pelo PT.
Claro que os companheiros ficam preocupados. Mas sabem que a gente conseguiu colocar o #BrequeDosaApps no Trending Topics do Twitter.

Está sendo convidado a outras atividades pagas? Tentaram me fazer virar coach, mas não é minha praia, é contra minha ideologia [risos]. Entendo meus companheiros que não gostam de mim, eles acham que vou virar político, mas quero ser político de rua até o fim da vida, não quero me candidatar a um cargo público. Sou artista, do hip hop, mas ser artista e pobre é uma coisa muito difícil.
Posso falar políticos de rua que respeito? Jesus Cristo, Gandhi, Luther King, Malcolm X, Tupac Amaro, Emiliano Zapata, Zumbi dos Palmares, Joana D’Arc, Rosa Luxemburgo.

O que aconteceu com o entregador durante a pandemia? Foi aumento de mão de obra? Os números que tenho são: antigamente tínhamos 30 mil CLT motoboys, hoje acho que são 5.000. Todo mundo foi para o aplicativo. Os aplicativos triplicaram o número de trabalhadores nas ruas. Uma empresa que não tem responsabilidade nenhuma com os trabalhadores pode ter quantos quiser, certo? Então rapaziada está ganhando menos. Rapaziada, não, machismo da minha parte.

O sistema de pontuação tem sido muito criticado. Pode citar os problemas? Bater ponto sem ser registrado. Para trabalhar em Moema, por exemplo, você precisa de 600 pontos, que você tem que fazer no dia anterior. Se tiver 1.200 pontos, pode ir para a Paulista.
Você acaba ficando preso a um aplicativo. Você fez 400 pontos num dia, aí sua moto quebrou, você vai para casa, gasta dinheiro. No outro dia, não acessa o lugar onde trabalhava porque não tem pontuação suficiente.

Outro pleito dos entregadores é o fim dos bloqueios chamados de injustificados. Quando você recusa pedido, entra no chamado bloqueio por 30 minutos. Por exemplo, quando fazemos paralisação, os aplicativos bloqueiam por um tempo. Você fica online, não aparece bloqueado, mas não recebe pedido. É temporário. Não estou ligando mais o aplicativo.
Tem outro problema: se você cancelar um pedido, fica com a dívida. Consegue apelar, mas tem que provar muito bem provado. Se o cliente cancelar comida, você tem que perder dia inteiro na central de um aplicativo para entregar, aí chega lá e tem um monte de entregador com fome para poder tirar a dívida.

Qual a média feita por um trabalhador da entrega em São Paulo? Depende, já fiquei quatro horas parado num pedido para ganhar R$ 7. Um mês bom é quando chove muito e tem alagamento em São Paulo, aí dá R$ 120 por dia trabalhando 12 horas, seis vezes por semana. Mas isso você tira prestação da moto, plano de celular, manutenção, alimentação, seguro. Não aguentei pagar.
O que me revoltava era trabalhar carregando comida nas costas de barriga vazia. Porque eles dão comida de graça para os clientes.

Como assim? Eles fazem promoção: estrogonofe de camarão a R$ 1 para roubar cliente um do outro. Ifood rouba cliente da Uber, Uber rouba cliente da Rappi.

Como tem sido o acesso a itens de higiene? Não é fácil. Isso está documentado em um filme chamado Pandelivery, que nos acompanha desde o início da pandemia e será lançado em julho. Nele, tem entregador infectado com Covid que foi bloqueado. O que as pessoas têm que entender é o que valor de mercado dessas empresas, dos unicórnios [empresas que valem mais de US$ 1 bilhão no mercado financeiro], foi baseado no não vínculo empregatício.

RAIO X
Paulistano, trabalhou como motoboy de 2012 a 2015, com retorno ao setor em 2019, como entregador de aplicativos. Tem ensino médio incompleto. É político de rua, compositor e cantor de hip hop.
 

Spacehead

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1 semana depois e todo mundo cagou pra essa manifestação.

zzzzZZZzzzzZ
 

Spacehead

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Acreditaram na mentira do empreendedorismo, diz líder do Entregadores Antifascistas


Paulo Roberto da Silva Lima, 31, conhecido como "Galo de Luta" no Twitter, mudou a rotina nas últimas semanas. Desde que emergiu como um dos principais mobilizadores do movimento de entregadores de aplicativos, Galo faz lives com Criolo e Guilherme Boulos, é citado por parlamentares nas redes sociais e encaixa entrevistas à imprensa nas pausas do trabalho.

"Tentaram até me fazer virar coach, mas não é minha praia, é contra minha ideologia", afirmou à Folha.

Político de rua, Galo criou o movimento Entregadores Antifascistas no Brasil, que surgiu durante o protesto convocado por movimentos negros, torcidas organizadas e opositores ao governo no início de junho.

Com mais de 30 mil seguidores no Twitter, Galo ajudou a colocar de pé a hashtag Breque dos Apps. A paralisação que reuniu milhares de motoboys e ciclistas em capitais no dia 1º ficou conhecida por esse nome.

O entregador diz não querer tomar protagonismo nos protestos, que, segundo ele, surgiram de forma natural. De modo geral, os motoristas pleiteiam taxas maiores pagas pelos aplicativos (como iFood, Uber Eats, Rappi, Loggi e James), assistência eficaz durante a pandemia de Covid-19, fim dos bloqueios considerados injustificados e do esquema de pontuação, que diminui a nota de quem recusa entregas.

Galo e os Antifascistas defendem a CLT.

"Qual foi a mentira que contaram para eles? 'Vocês são empreendedores, são quase igual a gente, são ricos, podem ficar ricos se trabalharem muito para a gente'", afirma, referindo-se ao modelo de parceria que as empresas estabelecem com os entregadores.
Com a segunda paralisação marcada para o dia 25 —embora haja conflito porque o sindicato dos motoristas defende o dia 14—, o entregador diz que se precisar recuar sua bandeira para aderir à greve, ele recua.

Quando iniciou a revolta dos entregadores? No dia 21 de março, meu aniversário de 31 anos, meu pneu furou e não tive como dar sequência no pedido da Uber. Pedi para enviarem outro entregador e a Uber disse que não tinha e que eu poderia cancelar o pedido. Questionei se seria bloqueado, a Uber disse que não. Cancelei e fui bloqueado. Ali comecei a dar sequência na luta.

Como você começou? Fiz um vídeo e, pelo Intercept, viralizou mais. Aí fiz um abaixo-assinado que bateu 100 mil assinaturas. Fui para a rua tentar convencer os companheiros nos bolsões de moto, mas eles tinham resistência.

Por quê? Acreditaram mesmo na ideia do empreendedorismo, boa parte era bolsonarista, e eu estava falando de alimentação. Chegava para abordar e eles diziam: “Ô, Galo, o aplicativo não tá bom pra você? Então desliga e vai pra Cuba”. Eu dizia: “pô, companheiro, tô numa luta por alimentação”, e eles respondiam: “Alimentação? Você tá nos tirando para mendigo? A gente quer ganhar melhor e não é só para comprar comida”. Aí fui aos companheiros de bicicleta, e eles aceitaram muito mais a ideia.

Que ideia de empreendedorismo? Qual foi a mentira que contaram para eles? "Vocês são empreendedores, são quase igual a gente, são ricos, podem ficar ricos se trabalharem muito para a gente". Só em 2019, quando fui procurar emprego de motoboy, vi que não tinha mais. O aplicativo cercou o mercado.
Me toquei que o mundo mudou. Não era mais um motoboy, eu era um entregador.

Como define o Entregadores Antifascistas? Dois dias antes da manifestação do Largo da Batata [protesto antirracista e antifascita], teve uma manifestação na av. Paulista, onde 30 entregadores quiseram fechar [a via]. A situação começou a esquentar e tomei a frente para poder dialogar com a polícia. Conseguimos controlar e chamei as pessoas para o Largo da Batata.
No meio da manifestação, abriu um espaço e fomos passando com as bicicletas, o pessoal começou a bater palma e, nessa hora, o companheiro se sentiu com autoestima.

Qual o pleito de vocês? CLT. A gente quer que os aplicativos garantam café da manhã, almoço, jantar, lanche da tarde e da madrugada, para quem trabalha nesse período. A partir disso, vamos conseguir fazer os aplicativos garantirem vínculo empregatício.

Os entregadores mais ligados ao sindicato também defendem vínculo. Vários que protestam, no entanto, defendem melhores taxas. Como encara outros grupos? Quando a greve surgiu, e surgiu de forma natural, nosso grupo entrou para apoiá-los. Muitos têm ranço da palavra antifascista, mas se eles definirem como pauta taxas maiores, taxa mínima, fim dos bloqueios e auxílio aos entregadores que se acidentarem, vamos apoiar isso.

O sindicato defende nova paralisação no dia 14, não quer se aliar a bandeiras políticas. Outra grande parte determinou que será no dia 25. Há união para o novo protesto? Unidos completamente eu acho que não estamos. Se o pessoal não quer CLT, beleza, essa é a nossa luta, estamos na greve para dar apoio. Nós e o Sindimoto não temos nada a ver. O conselho da greve definiu dia 12, o sindicato determinou dia 14, e agora ficou no dia 25.
Está havendo certa disputa, mas se tem alguém que não quer disputar isso somos nós. Deixei claro várias vezes que se não quiserem apoio, podemos nos retirar. A gente não levou bandeira para a greve.

Você é mencionado por parlamentares de esquerda, fez live com o Criolo, tem 30 mil seguidores. A rotina mudou? Mudou, mano, apanho de tudo que é lado, dos companheiros, dos aplicativos... Já fui chamado de ator contratado para difundir ideias comunistas nas motos. Outros dizem que se precisar usar violência, vou usar. A maior de todas é que sou financiado pelo PT.
Claro que os companheiros ficam preocupados. Mas sabem que a gente conseguiu colocar o #BrequeDosaApps no Trending Topics do Twitter.

Está sendo convidado a outras atividades pagas? Tentaram me fazer virar coach, mas não é minha praia, é contra minha ideologia [risos]. Entendo meus companheiros que não gostam de mim, eles acham que vou virar político, mas quero ser político de rua até o fim da vida, não quero me candidatar a um cargo público. Sou artista, do hip hop, mas ser artista e pobre é uma coisa muito difícil.
Posso falar políticos de rua que respeito? Jesus Cristo, Gandhi, Luther King, Malcolm X, Tupac Amaro, Emiliano Zapata, Zumbi dos Palmares, Joana D’Arc, Rosa Luxemburgo.

O que aconteceu com o entregador durante a pandemia? Foi aumento de mão de obra? Os números que tenho são: antigamente tínhamos 30 mil CLT motoboys, hoje acho que são 5.000. Todo mundo foi para o aplicativo. Os aplicativos triplicaram o número de trabalhadores nas ruas. Uma empresa que não tem responsabilidade nenhuma com os trabalhadores pode ter quantos quiser, certo? Então rapaziada está ganhando menos. Rapaziada, não, machismo da minha parte.

O sistema de pontuação tem sido muito criticado. Pode citar os problemas? Bater ponto sem ser registrado. Para trabalhar em Moema, por exemplo, você precisa de 600 pontos, que você tem que fazer no dia anterior. Se tiver 1.200 pontos, pode ir para a Paulista.
Você acaba ficando preso a um aplicativo. Você fez 400 pontos num dia, aí sua moto quebrou, você vai para casa, gasta dinheiro. No outro dia, não acessa o lugar onde trabalhava porque não tem pontuação suficiente.

Outro pleito dos entregadores é o fim dos bloqueios chamados de injustificados. Quando você recusa pedido, entra no chamado bloqueio por 30 minutos. Por exemplo, quando fazemos paralisação, os aplicativos bloqueiam por um tempo. Você fica online, não aparece bloqueado, mas não recebe pedido. É temporário. Não estou ligando mais o aplicativo.
Tem outro problema: se você cancelar um pedido, fica com a dívida. Consegue apelar, mas tem que provar muito bem provado. Se o cliente cancelar comida, você tem que perder dia inteiro na central de um aplicativo para entregar, aí chega lá e tem um monte de entregador com fome para poder tirar a dívida.

Qual a média feita por um trabalhador da entrega em São Paulo? Depende, já fiquei quatro horas parado num pedido para ganhar R$ 7. Um mês bom é quando chove muito e tem alagamento em São Paulo, aí dá R$ 120 por dia trabalhando 12 horas, seis vezes por semana. Mas isso você tira prestação da moto, plano de celular, manutenção, alimentação, seguro. Não aguentei pagar.
O que me revoltava era trabalhar carregando comida nas costas de barriga vazia. Porque eles dão comida de graça para os clientes.

Como assim? Eles fazem promoção: estrogonofe de camarão a R$ 1 para roubar cliente um do outro. Ifood rouba cliente da Uber, Uber rouba cliente da Rappi.

Como tem sido o acesso a itens de higiene? Não é fácil. Isso está documentado em um filme chamado Pandelivery, que nos acompanha desde o início da pandemia e será lançado em julho. Nele, tem entregador infectado com Covid que foi bloqueado. O que as pessoas têm que entender é o que valor de mercado dessas empresas, dos unicórnios [empresas que valem mais de US$ 1 bilhão no mercado financeiro], foi baseado no não vínculo empregatício.

RAIO X
Paulistano, trabalhou como motoboy de 2012 a 2015, com retorno ao setor em 2019, como entregador de aplicativos. Tem ensino médio incompleto. É político de rua, compositor e cantor de hip hop.
Esse é suco da militância/gadismo brasileiro.

zzzzZZZzzzzZ
 

madnando

Ei mãe, 500 pontos!
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Criolo e Boulos...

Matou a greve e a motivação dela. É puramente político!!
 

Baralho

Ei mãe, 500 pontos!
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Esse tipo de greve (de autonomo e cnpj) faz tanto sentido quanto alguém que mora sozinho fugir de casa, não passa de insanidade.
 
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