Deixa eu jogar um pouco de milho no terreiro aqui:
1) O
Switch não funfa propriamente como um portátil na precificação, a porra custa 300 doletas. Pra comparar, o Game Boy foi lançado a 80 conto, o Game Boy Color a 60 réis, de graça, porra, o DS custava o preço de dois jogos lacrados, um nada. A diferença é muito grande, esses apetrechos são comprados como pílulas pelos pais para os pivetes, é um negócio muito barato, que um indivíduo dum país de alta renda compra numa saída pra tomar sorvete no Shopping, sem pensar ou se programar financeiramente para tal. Tipo, tá lá, levando o catarrento pro Cinema, e na volta o boy pede chorando "pai, olha aquele tijolinho que roda jogos ali na vitrine, eu vi que chama Game Boy, me dá um", e o velho vai e compra sem precisar fazer planejamento nenhum. Já o
Switch é aquela coisa mais barreirada, tensa, que precisa descer o rôlo de macarrão na cabeça do papai por meses a fio, antes de ele liberar a carteira.
2) Em termos de biblioteca, não existe isso de Xbox e Playstation serem iguais. Se você pegar PS3 vs Wii, você vai ter a seguinte situação: o PS3 tem mais games exclusivos que o Wii. Ele tem mais jogos first party in house que o Wii, ele tem mais jogos first party terceirizados, ele tem mais jogos exclusivos Third Party, ele tem mais jogos no geral. Ou seja,
o que é de diferente (só dele), ele tem muito mais que o Wii, com o agravante que o Wii não tem o que é igual (multis). Um console de mesa padrão da Nintendo, desde o 64, tem menos jogo que um Playstation e na maioria das vezes que um XBox em qualquer categoria, first party, exclusivo de terceiro, exclusivo temporário, multi, o escambau. O que é pra ter de diferente, ele tem menos, e praticamente não tem o que é pra ser igual. As bibliotecas desses videogames são mais secas.
Se um fulano tem um XBox 360, ele jogará mais jogos que seu sistema não possui comprando um PS3 que comprando um Wii. Tem mais game que tem no PS3 e não tem no XBox 360, que tem no Wii e não tem no 360, a biblioteca da plataforma da Sony é maior. A Nintendo tenta, depois do que ocorreu com o Game Cube, console que tinha muito menos exclusivos ainda, mas que tentou ter o que todo mundo tinha (os multis)...
Visualizar anexo 104730
...
trazer o indivíduo que não consome nem XBox nem Playstation (uma espécie de não-gamer) ou trazer aquele indivíduo que JÁ TEM Xbox ou Playstation.
E ela tentou isso não propriamente através da biblioteca, cuja produção de first parties em número absoluto inclusive caiu no Wii e no WiiU, mas passou a tentar fisgar neguinho com algum diferencial de hardware, ou um controle de movimento, ou portabilidade, algum conceito diferente, depois de falhar com N64 e Cube.
3) E deu certo com o Wii, no caso de atrair outro público não-gamer, e com o
Switch, no caso de atrair quem já tem PS4 e XBox One. Os dados mostram isso claramente:
Visualizar anexo 104711
Mais de 50% dos proprietários de
Switch tem também PS4, e mais de 40% tem também One. Eu não sei qual é o Cross Ownership entre PS4 e One, mas suponho que seja baixo. Se a gente pôr quem tem um PC Gamer nessa conta aí, é capaz que virtualmente todo jogador raíz de videogame, 100% praticamente, tem o
Switch como segundo console. A gente pode até experimentar e fazer uma enquete aqui na Outer se quiser, a proporção será essa. É por isso que o CEO da Nintendo acha que o lançamento de
PS5 e SeX não vai influenciar tanto no
Switch, as pessoas provavelmente vão continuar comprando o híbrido como segundo console do
PS5. É por isso também que a própria lenda viva em pessoa, Reggie, disse que Sony e Micro não concorrem com a Nintendo, e sim a Apple:
Discover why Nintendo's Reggie Fils-Aime sees Apple as a significant competitor. Learn about the challenges they face.
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Acho que o conjunto de dados nos leva a crer fortemente que o
Switch realmente não concorre diretamente com PS4 e One. Ele concorre de alguma forma, claro, mas é uma concorrência indireta, como Tablets e celulares por exemplo.