Sgt. Kowalski
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Análise: Próxima jogada de Macron, no G7, pode ser ainda mais devastadora para Bolsonaro
A cúpula do G20, em junho, tinha sido um pesadelo para Macron.
Isolado e diminuído, ele parecia incapaz de impedir os ataques dos governantes iliberais à ordem internacional. Algo urgente tinha de ser feito.
Às vésperas do brexit, ponto de virada da nova era dos extremos, a França não podia perder o controle da narrativa.
Na tentativa de quebrar a polarização entre democracias liberais e regimes iliberais, Macron tentou, nas semanas que separaram a cimeira do G20 em Osaka e a do G7 em Biarritz, abrir um canal de comunicação com Jair Bolsonaro e reatar diplomaticamente com Vladimir Putin.
O primeiro, como todos sabemos, preferiu cortar o cabelo e fazer live nas redes sociais.
O segundo topou se deslocar ao forte de Bregançon, residência oficial da presidência francesa.
O presidente francês tirou lições do comportamento dos seus homólogos e, na primeira oportunidade, passou o recibo com uma jogada de mestre na arena diplomática.
Por um lado, Macron decidiu intervir a favor do regresso da Rússia ao G7, uma exigência de Putin, e ignorou ostensivamente os incêndios em curso na Sibéria.
Por outro, o presidente francês mobilizou seus aliados políticos, econômicos e sociais, designou os incêndios na Amazônia como emergência mundial e elevou Bolsonaro, que o tinha humilhado algumas semanas atrás, a pária.
Em uma semana, Macron conseguiu se reaproximar de seu principal e mais perigoso antagonista, que acusava de interferir nas eleições francesas, sem perder as suas credenciais ambientais e democráticas.
Tudo isso graças à inabilidade diplomática do presidente brasileiro, o melhor inimigo que se pode desejar.
A próxima jogada do Macron, durante a reunião do G7, pode ter consequências ainda mais devastadoras para o governo brasileiro.
Ele vai colocar como condição para o regresso da Rússia à cúpula das sete principais economias do mundo a punição exemplar do governo brasileiro.
Ou seja, Trump terá de escolher entre Putin e Bolsonaro na mesa de negociações.
Se o presidente americano optar por proteger os interesses do primeiro, Bolsonaro estaria perto da sua primeira grande conquista internacional: o título de primeiro chefe de Estado a ser ostracizado pela sua política ambiental.
Numa improvável ironia, Bolsonaro, que apostou tudo na relação com os Estados Unidos, pode acabar sendo rifado por Trump na próxima cimeira global.
A cúpula do G20, em junho, tinha sido um pesadelo para Macron.
Isolado e diminuído, ele parecia incapaz de impedir os ataques dos governantes iliberais à ordem internacional. Algo urgente tinha de ser feito.
Às vésperas do brexit, ponto de virada da nova era dos extremos, a França não podia perder o controle da narrativa.
Na tentativa de quebrar a polarização entre democracias liberais e regimes iliberais, Macron tentou, nas semanas que separaram a cimeira do G20 em Osaka e a do G7 em Biarritz, abrir um canal de comunicação com Jair Bolsonaro e reatar diplomaticamente com Vladimir Putin.
O primeiro, como todos sabemos, preferiu cortar o cabelo e fazer live nas redes sociais.
O segundo topou se deslocar ao forte de Bregançon, residência oficial da presidência francesa.
O presidente francês tirou lições do comportamento dos seus homólogos e, na primeira oportunidade, passou o recibo com uma jogada de mestre na arena diplomática.
Por um lado, Macron decidiu intervir a favor do regresso da Rússia ao G7, uma exigência de Putin, e ignorou ostensivamente os incêndios em curso na Sibéria.
Por outro, o presidente francês mobilizou seus aliados políticos, econômicos e sociais, designou os incêndios na Amazônia como emergência mundial e elevou Bolsonaro, que o tinha humilhado algumas semanas atrás, a pária.
Em uma semana, Macron conseguiu se reaproximar de seu principal e mais perigoso antagonista, que acusava de interferir nas eleições francesas, sem perder as suas credenciais ambientais e democráticas.
Tudo isso graças à inabilidade diplomática do presidente brasileiro, o melhor inimigo que se pode desejar.
A próxima jogada do Macron, durante a reunião do G7, pode ter consequências ainda mais devastadoras para o governo brasileiro.
Ele vai colocar como condição para o regresso da Rússia à cúpula das sete principais economias do mundo a punição exemplar do governo brasileiro.
Ou seja, Trump terá de escolher entre Putin e Bolsonaro na mesa de negociações.
Se o presidente americano optar por proteger os interesses do primeiro, Bolsonaro estaria perto da sua primeira grande conquista internacional: o título de primeiro chefe de Estado a ser ostracizado pela sua política ambiental.
Numa improvável ironia, Bolsonaro, que apostou tudo na relação com os Estados Unidos, pode acabar sendo rifado por Trump na próxima cimeira global.