Figulo
Ei mãe, 500 pontos!
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Acho que vocês não estão levando em conta muitas coisas quando dizem "se der certo, quando estiver pra morrer de velhice eu faço".
A primeira e mais óbvia de todas é que a cabeça também envelhece. De nada adianta ter um corpo jovem e cabeça de velho. Prolongar a vida da cabeça poderia contornar problemas do corpo, mas sobraria bastante problema na cabeça pra vocês terem.
Além disso, outra coisa óbvia é que não é um negócio pra todo mundo. Nem mesmo pra muitos. Porque precisa de um corpo inteiro saudável em morte encefálica compatível com a cabeça. Obviamente a quantidade de corpos disponíveis é infinitamente menor que a quantidade de gente que "está pra morrer" por qualquer causa como vocês imaginam que estariam quando fossem receber o transplante.
E não é só que tem pouco corpo, vocês têm que levar em conta que os corpos não servem só pra isso. Na frente de vocês na fila pra receber os órgãos estaria muita gente, e escolher dar um corpo para uma pessoa é escolher deixar de dar órgãos para várias. Praticamente trocar umas quatro ou cinco vidas por uma só.
Pior ainda, quem escolheria dar um corpo para um velho moribundo, cuja cabeça estaria pra morrer ou parar de funcionar em pouco tempo, quando ele poderia salvar a vida de um monte de gente jovem em transplantes de órgãos, ou mesmo servir de corpo para uma pessoa jovem com mais tempo pela frente?
Na prática, vocês não receberiam o corpo nunca.
E mesmo que recebessem, existem outras questões. Muito provavelmente essa será uma cirurgia em que a pessoa terá sorte se sobreviver uma vez. Nunca seria feita de novo. E tem a questão do tratamento da rejeição. Em qualquer transplante de órgãos nobres, a rejeição é uma complicação possível, não dá pra evitar 100%. E os remédios que se toma pra evitar a rejeição trazem uma caralhada de complicações, um transplantado nunca é completamente saudável.
Parem pra pensar: quantas pessoas vocês acham que morrem todos os dias precisando de um pulmão novo, um coração novo, um fígado novo, um rim novo? Já se transplanta esses órgãos há décadas, e mesmo assim nego morre até hoje precisando de um. Por todos os motivos que eu citei.
Essa cirurgia me parece uma maluquice. Mesmo que consigam fazer dar certo, as aplicações seriam complicadas, e estaria longe de ser uma coisa "tranquila". Estarão tentando duas coisas inéditas: botar uma cabeça humana no corpo de outra pessoa sem que a cabeça morra e juntar duas medulas espinhais de modo que funcionem depois. Até hoje não se consegue fazer isso nem em um corpo (cortar a cabeça fora e botar no lugar sem matar a pessoa e sem deixá-la tetraplégica), e já querem fazer com dois corpos. Tudo bem, não faz muito sentido fazer em um corpo só, mas tentar direto com dois é um passo bem grande a ser dado... e um passo que gasta corpos saudáveis a cada tentativa.
A primeira e mais óbvia de todas é que a cabeça também envelhece. De nada adianta ter um corpo jovem e cabeça de velho. Prolongar a vida da cabeça poderia contornar problemas do corpo, mas sobraria bastante problema na cabeça pra vocês terem.
Além disso, outra coisa óbvia é que não é um negócio pra todo mundo. Nem mesmo pra muitos. Porque precisa de um corpo inteiro saudável em morte encefálica compatível com a cabeça. Obviamente a quantidade de corpos disponíveis é infinitamente menor que a quantidade de gente que "está pra morrer" por qualquer causa como vocês imaginam que estariam quando fossem receber o transplante.
E não é só que tem pouco corpo, vocês têm que levar em conta que os corpos não servem só pra isso. Na frente de vocês na fila pra receber os órgãos estaria muita gente, e escolher dar um corpo para uma pessoa é escolher deixar de dar órgãos para várias. Praticamente trocar umas quatro ou cinco vidas por uma só.
Pior ainda, quem escolheria dar um corpo para um velho moribundo, cuja cabeça estaria pra morrer ou parar de funcionar em pouco tempo, quando ele poderia salvar a vida de um monte de gente jovem em transplantes de órgãos, ou mesmo servir de corpo para uma pessoa jovem com mais tempo pela frente?
Na prática, vocês não receberiam o corpo nunca.
E mesmo que recebessem, existem outras questões. Muito provavelmente essa será uma cirurgia em que a pessoa terá sorte se sobreviver uma vez. Nunca seria feita de novo. E tem a questão do tratamento da rejeição. Em qualquer transplante de órgãos nobres, a rejeição é uma complicação possível, não dá pra evitar 100%. E os remédios que se toma pra evitar a rejeição trazem uma caralhada de complicações, um transplantado nunca é completamente saudável.
Parem pra pensar: quantas pessoas vocês acham que morrem todos os dias precisando de um pulmão novo, um coração novo, um fígado novo, um rim novo? Já se transplanta esses órgãos há décadas, e mesmo assim nego morre até hoje precisando de um. Por todos os motivos que eu citei.
Essa cirurgia me parece uma maluquice. Mesmo que consigam fazer dar certo, as aplicações seriam complicadas, e estaria longe de ser uma coisa "tranquila". Estarão tentando duas coisas inéditas: botar uma cabeça humana no corpo de outra pessoa sem que a cabeça morra e juntar duas medulas espinhais de modo que funcionem depois. Até hoje não se consegue fazer isso nem em um corpo (cortar a cabeça fora e botar no lugar sem matar a pessoa e sem deixá-la tetraplégica), e já querem fazer com dois corpos. Tudo bem, não faz muito sentido fazer em um corpo só, mas tentar direto com dois é um passo bem grande a ser dado... e um passo que gasta corpos saudáveis a cada tentativa.