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Análise de Ape Escape 3 (PS2)

Razzee

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FICHA DO JOGO
Lançamento
: 17 de janeiro de 2006 (América do Norte)
Jogadores: um jogador (campanha); até dois jogadores (mini-games)
Gênero: ação, aventura, plataforma
Desenvolvedora: Japan Studio
Editora: Sony Computer Entertainment
Idiomas disponíveis: inglês americano/britânico, francês, alemão, italiano, espanhol e japonês (dublagem e texto)
Plataformas: PlayStation 2
Classificação indicativa: E (Everyone 10+)

Versão do jogo analisada: versão americana, jogada no PlayStation 2.

Lançado originalmente em 14 de julho de 2005 no Japão, desenvolvido pela desenvolvedora first-party Japan Studio, que foi dissolvida pela Sony há dois anos, Ape Escape 3 é o terceiro título principal da franquia Ape Escape e continua a partir dos eventos do jogo anterior, mas desta vez introduzindo dois protagonistas jogáveis (e selecionáveis desde o início), sendo um personagem masculino e uma feminina, algo inédito para a série.

Diferentemente de AE2, o título foi classificado para relançamento no PS4 [1], mas esse port nunca viu a luz do dia. Portanto, é jogável apenas no hardware original, PlayStation 2. Para somar à experiência, Ape Escape -On Air-, um anime separado em duas temporadas, foi ao ar no Japão entre abril de 2006 e 29 de setembro de 2007, o qual se baseia nos eventos do terceiro título principal e spin-offs.

Enredo
A história começa quando Specter, o líder dos Pipo Monkeys, se alia ao cientista humano Dr. Tomoki para ajudá-lo em seus planos malignos. Eles estabelecem estações de TV protegidas pelos “Freaky Monkey Five“, onde planejam transmitir a Specter TV em todo o mundo.
Os programas transmitidos colocam todos os humanos do planeta, exceto os protagonistas gêmeos Kei, Yumi, sua tia Aki e Natalie em um transe irracional. Quando Natalie informa Kei e Yumi que Spike, Jimmy e o Professor foram todos infectados pelo programa de TV, eles saem para pegar os macacos e frustrar Specter e o Dr. Tomoki.



Mecânicas e jogabilidade (parte 1)
Nesse sentido, Ape Escape 3 não se distancia muito de seu antecessor, embora algumas melhorias tenham entrado em cena. Algumas mudanças notáveis são a introdução de escolha entre dois protagonistas distintos de gêneros diferentes, desde o início do jogo. Nos é dada a opção de jogar com Kei ou Yumi, que são irmãos gêmeos.

Similarmente ao segundo jogo, o analógico esquerdo controla o personagem, o analógico direito ataca na direção desejada, L1 faz a câmera atualizar para a frente do personagem e R1 é utilizado para saltar, enquanto os face buttons funcionam como atalhos para os diferentes apetrechos liberados no decorrer do jogo.

É possível controlar a câmera com o D-Pad, mas se trata de uma forma muito ineficiente devido à baixa sensibilidade. Um pequeno detalhe que é válido destacar: a personagem feminina possui uma certa vantagem sobre o protagonista masculino, visto que os macacos podem se apaixonar por ela, atraindo-os.

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Mecânicas e jogabilidade (parte 2)
Um diferencial desse jogo em relação ao antecessor é o Morph Gear, que permite ao/à protagonista assumir diferentes formas, cada uma com um conjunto de ataques diferentes, para capturar os macacos com mais eficiência, e poder ser defender de inimigos mais poderosos, estes sendo:

  • Fantasy Knight: uma armadura com grande potencial de ataque e defesa, limitado a corpo-a-corpo. De frente, empunhando o escudo, é imune ao fogo. Muito situacional, que cai em desuso conforme o jogo avança.
  • Wild West Kid: um pistoleiro que também é provido de um rifle, pode capturar macacos a distância. Não causa muito dano de imediato, mas é no geral o mais seguro a se utilizar.
  • Miracle Ninja: uma forma especializada em mobilidade rápida, percorrer paredes e andar sobre cordas. Útil para atacar inimigos em grupos, uma vez que você pode invocar dois clones, além de ser indispensável para apanhar macacos muito ligeiros, já que tem uma grande área de alcance.
  • Genie Dancer: pode invocar um gênio místico que ataca inimigos sob comando do portador. É uma forma bem situacional que o jogo nos obriga a usar algumas vezes, como para forçar macacos para fora de seu abrigo, assim como acessar áreas bloqueadas. É muito útil em uma boss fight específica.
  • Dragon Kung Fu Fighter: focado em combates poderosos em combos com curto alcance. Na prática, deixa muito a desejar, mas é obrigatório fazer uso para interagir com certos switches espalhados pelo cenário.
  • Cyber Ace: dispara lasers que podem saltar entre paredes e permite voar. Alta recompensa, mas também alto risco, visto que é difícil de controlar e pode te fazer ir de encontro ao fundo do cenário.
  • Super Monkey: uma forma bônus liberada apenas após completar o jogo, que permite ao protagonista se disfarçar e passar por inimigos sem ser notado. Além disso, para acessar as hidden rooms, onde estão os últimos macacos de cada cenário, é obrigatório utilizar. Não tem habilidades ofensivas.

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Gráficos
Se compararmos o lançamento original de Ape Escape 3 com seu antecessor, Ape Escape 2, é possível concluir que pouca coisa mudou. No entanto, AE3 está disponível apenas para PlayStation 2, que não dispõe de gráficos em alta definição. Mesmo assim, para quem cresceu com consoles de quinta e sexta geração, os gráficos e animações estão no auge de seu charme. Os sprites para representar os personagens fora de cutscenes foram concebidos em um traço 2D limpo e estiloso, e que gera um grande contraste em relação aos modelos 3D.

Como é tradicional em jogos first-party do sistema, Ape Escape 3 também suporta proporção widescreen, bastando alternar dentro das opções do jogo (comparação: 4:3, 16:9). Infelizmente, o “future-proof” do jogo termina aí, pois não suporta resoluções progressivas, como 480p. Para quem joga em televisores LED/LCD, ou seja, a maioria, visto que estamos em 2023, os efeitos do desentrelaçamento ao mover-se pelo cenário são nítidos. Nada que deprecie o divertimento tido com o jogo, até porque isso se faz presente até mesmo na versão remasterizada do anterior.

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Som
A trilha-sonora é muito exótica, e engraçada, por vezes, apresentando uma música-tema para cada cenário do jogo, assim como para cada transformação do personagem. Além disso, a dublagem se faz presente na maior parte dos diálogos, embora não todos. Você consegue adquirir a trilha-sonora em uma loja interna do jogo para reprodução posterior. Uma das metamorfoses do personagem invoca uma espécie de gênio que faz os inimigos dançarem ao ritmo da música, e essa música também pode ser alterada.

Surpreendentemente, a edição europeia do jogo suporta o conjunto de idiomas Multi-5, que no caso contempla a gama de linguagens com predominância na Europa [2][3], tanto para o texto quanto para a dublagem. A versão americana, por outro lado, nos limita ao idioma inglês americano para ambos os formatos de comunicação. Caso haja preferência pela dublagem original, japonesa, é possível encontrar uma versão “UNDUB” [4], que consiste em sobrescrever os arquivos de áudio de um jogo, geralmente em sua versão americana, para a dublagem japonesa.

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Diversão
Embora o jogo seja muito similar ao seu antecessor, Ape Escape 3 emprega novas mecânicas, com o Morph Gear, que permite ao personagem se transformar em sete diferentes formas. Isso quer dizer também que, de certa forma, o jogo se tornou um pouco mais fácil, com tantas ferramentas e abordagens diferentes para engajar os macacos e outros inimigos do jogo.

Apesar de backtracking ser um fator recorrente na série, conforme vamos desbloqueando novos gadgets que permitem capturar macacos outrora inacessíveis, não degrada nem um pouco a nossa experiência com o título. Por sinal, é necessário capturar todos os 432 macacos espalhados ao longo do jogo para, mais uma vez, derrotarmos definitivamente Specter. E sim, desta vez é definitivo, já que Ape Escape 4 nunca saiu do papel [5].

Talvez os desenvolvedores tenham visado um público mais jovem para o jogo, para não usar do termo “infantil”, mas as lutas contra chefes estão notoriamente muito mais fáceis do que em Ape Escape 2, incluindo o chefe final, que antes exigia um timing perfeito do jogador para evitar certas habilidades.

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Extras
Como não poderia faltar em um título Ape Escape, o título inclui três mini-games:

Mesal Gear Solid: baseado em Metal Gear Solid (1), é um mini-game tão bem elaborado que poderia ter se tornado um título standalone, como spin-off. Coronel Campbell, que é familiar a muitos, entra em contato com o Professor, pedindo por sua ajuda para impedir o lançamento do “Lazy Cannon”, que ocorrerá caso a demanda de entregar 10 bilhões de bananas não seja atendida. Como Solid Snake desapareceu em meio à missão, e os protagonistas de Ape Escape estão curtindo suas férias de verão, um macaco infundido com as memórias de Snake é enviado para salvar o mundo. Os comandos foram bem elaborados e o mini-game em si faz perfeita alusão ao título original concebido pela Konami. O único contra seria a incapacidade de atordoar permanentemente os macacos inimigos, o que dificulta muito passar de forma completamente pelo estágio.

Super Monkey Throw Stadium: um pouco difícil de se familiarizar no começo, mas consiste em escolher dois macacos: um para arremessar, e outro para ser arremessado, ao longo de um estádio. A força e direção de arremesso são determinados pelo analógico direito, que deve ser rotacionado (freneticamente). Pode ser jogado em até dois jogadores.

Ultim-ape Fighter!: inspirado no famoso ator Jackie Chan, é um jogo de luta entre macacos, que inclui uma estória própria. Os comandos são bem primitivos, no entanto, o que tornam o jogo mais difícil do que poderia ser. Alguns golpes são capazes de derrotar o inimigo em um único ataque, o que leva deixa a desejar no setor de balanceamento.

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Problemas e glitches
Sem fácil acesso à Internet, lançar um patch “Day One” maior do que o jogo a fim de adereçar os bugs não está dentro da esfera da possibilidade, para um jogo de PlayStation 2. Por isso, Ape Escape 3 apresenta pouquíssimos bugs, se houver. No decorrer do meu playthrough, não me deparei com muitos problemas. Isso provavelmente se deve ao fato de AE3 ser baseado na engine de AE2, algo já familiar para os desenvolvedores trabalharem em cima.

Em muitos momentos, foi possível notar quedas de quadros e slowdown mas, como estive jogando o título em um PS2 Slim com pendrive (com OPL), o problema pode ser atribuído a isso, e não a uma característica do jogo em si.

O que não se pode ignorar é a terrível câmera que está atrelada ao D-Pad (e pode ser atualizada para frente com L1), que se torna nossa inimiga em muitas ocasiões. Como o jogo foi concebido em torno do uso peculiar dos analógicos, não há muitos meios de contornar a limitação, infelizmente.

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Conclusão
Assim como os anteriores, Ape Escape 3 apresenta uma trama que serve apenas de contexto para o gameplay. Apesar de introduzir poucas novas mecânicas em relação ao antecessor, é um sólido exemplo de que “não se mexe em time que está ganhando”. É muito gratificante avançar no jogo, desbloquear novos gadgets, e revisitar os cenários para capturar macacos anteriormente inalcançáveis. Mais uma vez, o dissolvido Japan Studio esbanjou esmero e talento para desenvolver um novo título para sua única e divertida franquia.

Pontos negativos
  • Baixa dificuldade, no geral;
  • Empregou poucas novidades em relação ao anterior;
  • Estória carece de originalidade e engajamento;
  • Péssimo sistema de câmera.

Pontos positivos
  • Mecânicas de gameplay exóticas e divertidas;
  • Trilha sonora diversa e cativante;
  • Inimigos únicos e engraçados;
  • Alto valor de replay;
  • Disponível em diversos idiomas;
  • Mini-games variados e bem elaborados;
  • Controle de qualidade;
  • Senso de humor característico da série.

Avaliação:
Gráficos: 8.25
Diversão: 8.5
Jogabilidade: 9.0
Som: 9.0
Performance e otimização: 8.5

Nota final: 8.65 / 10

Jogo analisado em abril de 2023, reproduzido no hardware original.
 
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