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[Argentina News] De novo???

RoDriG0

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Expectativa de inflação dispara, e, assustados, argentinos sacam da poupança.

O conflito entre o governo e as entidades agropecuárias da Argentina teve forte impacto na economia, sobretudo no interior do país. O confronto intensificou o ritmo do aumento de preços e, segundo a pesquisa mensal da Universidade Torcuato di Tella, a expectativa da população para a inflação nos próximos 12 meses chega a 34,7%.

* Carlos Carrion / AFP

Navio carregado de trigo permanece ancorado no porto de Rosario; conflito agropecuário afeta a economia brasileira

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A economia crescia a um ritmo próximo de 9% ao ano com uma inflação galopante. Se antes do conflito a discussão passava por como "aterrissar" uma economia a taxas menores de crescimento e controlar a inflação sem causar recessão, a discussão agora gira em torno de como evitar a estagnação combinada com inflação.

Existe todo tipo de previsão: que a economia deixará de crescer a 8% como se calculava para crescer 7% ou 6% em 2008; que em 2009, não passará de 5%; que não se descarta uma recessão no ano que vem. O economista Miguel Bein, ex-secretário de Programação Econômica, calcula que, por causa do conflito, o país perdeu US$ 3,4 bilhões, equivalentes a 1% do PIB.

Assustados, muitos argentinos retiraram a poupança dos bancos. Só em maio, saíram US$ 2,5 bilhões do sistema. O Banco Central interrompeu a sua estratégia de acumular reservas para poder segurar a cotação do dólar. No período, gastou US$ 3 bilhões quando normalmente teria aumentado as suas reservas em US$ 3 bilhões com as exportações de cereais. Uma perda de US$ 6 bilhões.

Nos portos de Buenos Aires e de Rosario, mais de 100 navios esperam pelas cargas. O custo diário é de US$ 80 mil por navio. O prejuízo já chega a US$ 5 milhões.



"Mas não estamos diante de uma crise de raíz econômica. Já superou a discussão com o setor agropecuário e transformou-se numa crise política. E as crises políticas têm dois possíveis desdobramentos na economia: se você estava mal nos fundamentos econômicos, surge uma crise econômica. Se você está bem, tem só consequências. Nós estamos no segunto cenário", explica o economista Dante Sica, diretor da consultoria Abeceb.

Como consequência, surge a brutal mudança nas expectativas. "Reafirmaram-se as expectativas mais pessimistas dos empresários e as antes favoráveis dos consumidores passaram a ser negativas", indica Sica.

Esse pessimismo associado ao aumento dos preços refletiu-se numa queda no consumo. "Muito mais no interior que nas grandes cidades. Só no último mês afetou mais as grandes cidades", compara.

Outra conseqüência foi a desaceleração nos investimentos devido à incerteza sobre os rumos do conflito. Os investidores "puxaram o freio de mão". "O governo dá mostras de não gerir. As taxas de juros aumentaram. A taxa de câmbio em relação ao dólar diminuiu, gerando mais incertezas sobre qual será a política do governo a futuro. Com isso, houve um freio nos investimentos. Os projetos estão parados a esperar o que vai acontecer", afirma.



Presidente argentina Cristina Kirchner se reúne com líderes ruralistas, mas decide manter polêmico aumento de imposto


Embora o conflito tenha causado impacto na produção de máquinas agrícolas e tenha afetado a produção da indústria automotiva que depende de insumos que não chegavam, não houve uma perda de empregos e um conseqüente freio irreversível do consumo. "É reversível se o conflito se resolver porque será preciso mudar a expectativa negativa da população", considera Sica.

O passo seguinte será recuperar o passo perdido. Cristina foi eleita, até mesmo com o apoio massivo dos ruralistas, para corrigir o que não funcionava bem no governo do seu marido. A agenda econômica incluía controlar a inflação e aumentar o investimento em infra-estrutura para superar uma crise energética.

"Sobre esses assuntos, não foi feito nada. Aprofundou-se o que não funcionava. Os agentes econômicos tinham uma demanda forte de maior certeza num horizonte de médio prazo. Em seis meses, deixamos de ter certeza até no curto prazo", lamenta Dante Sica.
 

RoDriG0

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O conflito agropecuário argentino tem desvantagens, mas também vantagens para o Brasil. O impacto negativo acontece sobre os produtos dos quais o Brasil precisa para o seu mercado e tem na Argentina o seu principal fornecedor. São produtos cujas exportações estão restritas pelo governo argentino como trigo e laticínios. A greve dos ruralistas sobre comercialização de cereais para a exportação e a política oficial de restringir as vendas sob o argumento de abastecer o mercado local primeiro afetam o Brasil.

* EFE

Manifestantes pró-governo armam barracas em frente ao Congresso; em ambos os lados, argentinos 'fazem número' em protestos em troca de cachê e lanche

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"No caso do trigo, proibir as exportações é uma forma de pressionar o setor empresarial a baixar os preços internos", conta Dante Sica, diretor da consultoria Abeceb, especializada em Mercosul e nas relações comerciais com o Brasil.

O Brasil passou a ser o principal investidor na Argentina. Os investimentos de capitais brasileiros representam 25% dos investimentos estrangeiros no país. Empresas no setor da carne como os frigoríficos JBS e Marfrig, no curto prazo, foram afetados pelas proibições de exportação de carne.

Fora isso, o conflito argentino traz vários benefícios indiretos para o Brasil. Para os olhos do mundo que demanda alimentos, o Brasil é o contraste da Argentina.

"Fica muito clara a diferença entre a política brasileira e a argentina. Isso faz do Brasil um fornecedor muito mais confiável do que a Argentina para o mundo. Até pode fazer o Brasil ganhar mercado internacional onde a Argentina está perdendo", acredita Sica.

No que se refere aos investimentos, a vantagem brasileira é dupla. A Argentina está entre dois países com grau de investimento: Chile e Brasil.

"O contraste é tão forte que os capitais que querem vir à região têm escolhido o Brasil e não a Argentina. A corrente investidora extra-regional instala-se no Brasil ou no Chile", aponta. E conflitos como o que se vive atualmente acentuam esse contraste. "A Argentina se isola cada vez mais do mundo", conclui.

* Reuters

Presidente argentina Cristina Kirchner se reúne com líderes ruralistas, mas decide manter polêmico aumento de imposto

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A segunda vantagem é que o empresário brasileiro fica mais à vontade para entrar no mercado argentino.

"Dos grandes investimentos, hoje não há ninguém que queira investir na Argentina a não ser o Brasil. Os capitais europeus e americanos cada vez vêm menos. O Brasil decodifica muito melhor a política pública argentina do que o resto dos países. Parece estar mais acostumado. Isso lhe permite uma posição muito importante em termos de compras de empresas", avalia.

Desde 2002, as mais de 100 empresas brasileiras na Argentina investiram cerca de US$ 10 bilhões em investimentos e grandes aquisições como Petrobras (PeCom), Ambev (Quilmes), Camargo Correa (Loma Negra e Alpargatas), JBS (Swift e outros frigoríficos) e Marfrig (Quickfood).
 

soukaigi

Bam-bam-bam
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Quem dera... a considerada Europa da AL algumas décadas atrás...

Brazilzão véio de guerra se consolidando cada vez mais como líder.
 
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