sega.saturn
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A operação policial do dia 21 de maio na Cracolândia esvaziou as ruas Helvétia e Dino Bueno, no centro de São Paulo, onde por anos se concentrou o chamado fluxo de usuários. O tráfico e o delicado problema social, no entanto, não acabaram. A poucos quarteirões dali se formou uma nova Cracolândia, na Praça Princesa Isabel, com centenas de pessoas consumindo crack e outras drogas dia e noite.
Quem observa a praça de longe, com uma aglomeração de barracas, sequer imagina que há crianças e adolescentes por lá, mas basta se aproximar para presenciar algumas cenas típicas da infância. Em meio a adultos vagando desnorteados, duas crianças brincam em um escorregador.
Usuários se concentram na Praça Princesa Isabel, novo endereço do fluxo. Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil
O retrato da ingenuidade vai se apagando quanto mais tempo se observa a região. Quando chegam as doações, entregues por voluntários do movimento Craco Resiste, adolescentes surgem da multidão em busca de roupas e alimentos. Sujos, descalços e totalmente tomados pela droga.
Essa é a melhor chance de se aproximar deles, já que costumam ficar no interior do fluxo, onde o tráfico e a hostilidade de alguns usuários impedem que a reportagem circule.
De acordo com levantamento de profissionais da assistência social que atuam no local, aproximadamente 30 crianças e adolescentes estão no entorno da praça, perdidos entre as cerca de mil pessoas que agora se refugiam ali – segundo levantamento recente do jornal Folha de S. Paulo.
Fontes da Defensoria Pública do Estado de São Paulo que atuam na Cracolândia expressam preocupação com essa invisibilidade. Uma profissional da assistência social afirma que a rede que presta serviços no local teme perder as crianças e adolescentes de vista. Por isso, estão tentando mapear o paradeiro desse grupo de risco.
Segundo a assistente, antes da operação policial do dia 21 de maio, a abordagem das pessoas com menos de 18 anos pelos profissionais já era bastante difícil. Depois da ação, ficou ainda mais.
Antes da intervenção, o aliciamento de crianças pelo tráfico na região vinha aumentando significativamente, e o acesso a elas ficava cada dia mais complicado, em função do controle exercido pelos traficantes. Pouquíssimos profissionais que cobriam a área conseguiam acessá-las”, relatou.
“Ações da forma como ocorreram prejudicam o trabalho desenvolvido com os usuários, crianças e adolescentes, porque interrompem o vínculo que levou tempo para ser construído. Além disso, causam o aumento do uso de drogas por parte dos mais jovens, pois eles ficam muito apreensivos com a ação truculenta da polícia. Algo precisava ser feito contra o tráfico, mas não do jeito que foi. As crianças ficaram totalmente desprotegidas.”
=======
Assisti ontem no profissão repórter e fiquei me perguntando, como os pais perdem o controle dos filhos a esse ponto? Cade o conselho tutelar para intervir nessa situação?
Quem observa a praça de longe, com uma aglomeração de barracas, sequer imagina que há crianças e adolescentes por lá, mas basta se aproximar para presenciar algumas cenas típicas da infância. Em meio a adultos vagando desnorteados, duas crianças brincam em um escorregador.
Usuários se concentram na Praça Princesa Isabel, novo endereço do fluxo. Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil
O retrato da ingenuidade vai se apagando quanto mais tempo se observa a região. Quando chegam as doações, entregues por voluntários do movimento Craco Resiste, adolescentes surgem da multidão em busca de roupas e alimentos. Sujos, descalços e totalmente tomados pela droga.
Essa é a melhor chance de se aproximar deles, já que costumam ficar no interior do fluxo, onde o tráfico e a hostilidade de alguns usuários impedem que a reportagem circule.
De acordo com levantamento de profissionais da assistência social que atuam no local, aproximadamente 30 crianças e adolescentes estão no entorno da praça, perdidos entre as cerca de mil pessoas que agora se refugiam ali – segundo levantamento recente do jornal Folha de S. Paulo.
Fontes da Defensoria Pública do Estado de São Paulo que atuam na Cracolândia expressam preocupação com essa invisibilidade. Uma profissional da assistência social afirma que a rede que presta serviços no local teme perder as crianças e adolescentes de vista. Por isso, estão tentando mapear o paradeiro desse grupo de risco.
Segundo a assistente, antes da operação policial do dia 21 de maio, a abordagem das pessoas com menos de 18 anos pelos profissionais já era bastante difícil. Depois da ação, ficou ainda mais.
“Ações da forma como ocorreram prejudicam o trabalho desenvolvido com os usuários, crianças e adolescentes, porque interrompem o vínculo que levou tempo para ser construído. Além disso, causam o aumento do uso de drogas por parte dos mais jovens, pois eles ficam muito apreensivos com a ação truculenta da polícia. Algo precisava ser feito contra o tráfico, mas não do jeito que foi. As crianças ficaram totalmente desprotegidas.”
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Assisti ontem no profissão repórter e fiquei me perguntando, como os pais perdem o controle dos filhos a esse ponto? Cade o conselho tutelar para intervir nessa situação?