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Brasil e Reino Unido quase se enfrentaram nos céus em 82

NoobIsrael

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Brasil e Grã-Bretanha quase se enfrentaram nos céus na Guerra das Malvinas, diz piloto de caça
Em 3 de junho de 1982, país interceptou aviões britânicos que haviam invadido o espaço aéreo

Quando o mundo descobriu, em choque, que Argentina havia invadido as ilhas Malvinas, território reivindicado historicamente, situado a 500 quilômetros de sua costa, os atores globais lentamente começaram a decidir de qual lado ficariam.

As ilhas eram e permanecem como uma possessão ultramarina britânica chamada, em inglês, de Falkland Islands. Embora o governo brasileiro tenha adotado uma postura neutra, a Guerra das Malvinas, cujo começo completa 30 anos na segunda-feira, era perto demais para não respingar no Brasil.

O então capitão Raul Dias, hoje major-brigadeiro, foi um dos protagonistas do dia em que Brasil e Grã-Bretanha quase se enfrentaram nos céus.

Missão: Black Buck 6
Dada a distância de mais de 12 mil quilômetros entre Grã-Bretanha e Malvinas, foram deflagradas sete de missões da RAF (Royal Air Force), chamadas Black Buck, nas quais bombardeiros britânicos partiam da Ilha Ascensão, um domínio britânico no meio do Atlântico, a mais de 2 mil quilômetros a leste de Pernambuco. As aeronaves utilizadas eram os Avro Vulcan, que, devido à pouca autonomia de voo, precisavam ser reabastecidos em pleno ar. Piloto de caça F-5E lotado no Rio de Janeiro, o então capitão da Força Aérea Raul Dias, hoje morando em Porto Alegre, relembra:

"A guerra estava acontecendo bem perto de nós, embora os combates ocorressem longe. Os aviões britânicos passavam perto de nós também. Eles partiam praticamente de um porta-aviões imóvel — Ascensão — e faziam reabastecimento em voo. Depois, realizavam o ataque às posições argentinas nas Malvinas. No regresso, eles também precisavam reabastecer para poder retornar à base."

Rojão de fogo
Em 3 de junho de 1982, os radares brasileiros captaram aviões invadindo o espaço aéreo. Em um primeiro momento, não se sabia exatamente os motivos da aproximação. Poderia ser tanto um avião com problemas quanto uma agressão. A entrada de uma aeronave no espaço aéreo de outro país não é uma declaração de guerra, mas trata-se de um incidente sério. Era preciso reagir — e rápido.

"Eu e um colega íamos decolar para outra missão naquele dia. Só que pelos radares da defesa aérea foram identificados quatro aviões vindos do mar para o Rio de Janeiro e que, pela velocidade, sabia-se que era uma aeronave a jato. Não se sabia, porém, qual era o tipo de avião, pois, no momento do problema, as normas britânicas diziam para silenciar o rádio e aproarem, no caso, no Rio de Janeiro. Só mais tarde, eles iriam solicitar um pouso de emergência ou algo do gênero. Os aviões britânicos estavam a mais de 100 milhas da costa brasileira. Ou seja, eles foram identificados no limite máximo da detecção do radar da época, entre 150 e 200 milhas. Em seguida, três deles saíram. A partir do momento que foi acionado o alerta, soou uma sirene. E o controle de coordenação, por meio do rádio, acionou o código para a situação: Rojão de fogo, que indicava uma missão real."

"Foi a primeira e última vez que ouvi o código e ali eu sabia que estava engajado em uma missão de verdade e que estava decolando para entrar em combate. O chefe controlador de voo era o major-brigadeiro José Orlando Bellon — hoje também na reserva. Ele acionou o alerta de Santa Cruz, uma base militar no subúrbio do Rio. Os caças tiveram os canhões carregados, porque a gente já voava com a capacidade máxima de cartuchos, só não estávamos com a bala na agulha nos canhões de 20mm. Então, decolamos para fazer a interceptação sem saber de quem se tratava."

A interceptação
Dias teve a sensação de tempo embaralhada, mas o treinamento quase diário de situações similares o ajudaram em um momento histórico do 1º Grupo de Caça: era a primeira vez que o contingente era ativado desde a participação da FAB na II Guerra Mundial. Com sete anos de formação, ele pilotava um F-5E, um caça de fabricação americana, considerado muito moderno para os padrões da época. A rotina de exercícios tornou a decolagem, a checagem do armamento, a conversa com o controle um movimento automático, onde o raciocínio é quase substituído por um ato reflexo.

"Decolamos e tem um detalhe: a torre de Santa Cruz nos passou direto para a defesa aérea. Recebemos a instrução para chegar a uma altitude de 36 mil pés e nos deram a subida com pós-combustão, um movimento de rápida aceleração — houve até a quebra da barreira do som próximo ao Rio, o que foi muito comentado na cidade. Era, evidentemente, uma consequência da missão, e não uma firula. Embora nós não estivéssemos com mísseis, tínhamos 560 cartuchos de dois canhões 20 mm em cada F-5. Mas, claro, não foi um duelo entre caças. Mas nós decolamos sem saber com o que iríamos deparar. Quando avistei o Vulcan, eu disse: 'espadas dois cobertura' e assumi posição de combate. O Vulcan era um avião majestoso. Eu tentei, então, fazer a comunicação e ele, em um primeiro momento, manteve o rádio em silêncio. Quando ele respondeu, eu o orientei — porque eu estava recebendo orientações da defesa aérea — e ligado no canal internacional de emergência, pelo qual passei as coordenadas para o bombardeiro. Depois, nós o escoltamos até o Galeão."

O outro lado
O Vulcan seguia para o Rio apenas porque a aeronave não poderia pousar em nenhum outro lugar. Sem ter como reabastecer em voo, os tripulantes só tinham combustível para chegar ao Brasil, caso contrário teriam de se ejetar no meio do oceano.

"O piloto do Vulcan passou por uma situação limite, até porque não tinham ideia de que seriam interceptados tão cedo. Achavam que pousariam no Rio sem que fossem interceptados. Subestimaram nossa capacidade. Eles devem ter pensado: 'será que vão nos derrubar?'. Nós éramos latinos, vizinhos da Argentina, será que, nesse contexto, não seria possível um ataque? Até nós falarmos que iríamos escoltá-los, acompanhar o pouso, deve ter sido uma angústia para eles. Quando o dispositivo de reabastecimento em voo quebrou, eles já sabiam que teriam de pousar no Brasil."

O retorno
A missão foi um sucesso. A comunicação foi estabelecida, e o Vulcan pousou com segurança no Galeão. Ao retornar ao solo brasileiro, na base de Santa Cruz, o capitão de 30 anos saiu do caça com as pernas tremendo e o coração disparado:

"Depois que pousei, conversei com a tripulação do Vulcan. De fato era um voo muito exaustivo, você transpira demais e chega a perder uns quilos. Depois da missão, a descarga de adrenalina, a tremedeira toda, isso com certeza também aconteceu com eles, porque quando teu organismo relaxa, teu corpo reage com aqueles espasmos quase incontroláveis."

Fonte da notícia: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia...-das-malvinas-diz-piloto-de-caca-3713070.html

Pô achei sacanagem o Brasil não ter abatido o caça, o Brasil vivia em um regime militar aliado da Argentina e faz isso? E ainda os pilotos britânicos nos subestimaram... O que acham disso?
 

Gray-fox

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Eu tinha lido sobre essa operação a pouco tempo, imaginem o cu desse piloto ao saber que estaria decolando para uma missão REAL!!!

Acho que o Brasil não deveria mesmo ter interceptado esse avião britânico, a m**** iria cair na gente, mas só de ver a cara de cu dos britânicos ao saber que um país de 3º mundo tinha detectado e respondido a invasão do seu espaço aéreo com tanta rapidez e poderia ter abatido seu avião, já foi muito legal.
 

NoobIsrael

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Eu tinha lido sobre essa operação a pouco tempo, imaginem o cu desse piloto ao saber que estaria decolando para uma missão REAL!!!

Acho que o Brasil não deveria mesmo ter interceptado esse avião britânico, a m**** iria cair na gente, mas só de ver a cara de cu dos britânicos ao saber que um país de 3º mundo tinha detectado e respondido a invasão do seu espaço aéreo com tanta rapidez e poderia ter abatido seu avião, já foi muito legal.
O cu dele ao ver um jato britânico super avançado não devia passar nenhuma agulha hehehe
Mas cara, o Brasil no começo da Guerra apoiou moralmente a soberania argentina e faz isso, erraram demais. A Inglaterra sempre 'mandou' no Brasil, como na Questão Christie
O Brasil era tão b*sta que só ajudou a Argentina por baixo dos panos: http://operamundi.uol.com.br/conteu...mente+argentina+na+guerra+das+malvinas+.shtml
 

Ares1521

Bam-bam-bam
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Ta louco, isso seria praticamente tão estúpido quanto a Turkia abater aviões Russos... deixa os aviões passar e depois só fala para o outro país pedir desculpas e boa, se você tenta dar uma de machão e derruba os aviões e depois não aguenta o tranco se a Inglaterra resolve retaliar, fica pior ainda.
 

Darren Hayes

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Pô achei sacanagem o Brasil não ter abatido o caça, o Brasil vivia em um regime militar aliado da Argentina e faz isso? E ainda os pilotos britânicos nos subestimaram... O que acham disso?

daZ2Ek7.jpg
 


NoobIsrael

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Ta louco, isso seria praticamente tão estúpido quanto a Turkia abater aviões Russos... deixa os aviões passar e depois só fala para o outro país pedir desculpas e boa, se você tenta dar uma de machão e derruba os aviões e depois não aguenta o tranco se a Inglaterra resolve retaliar, fica pior ainda.
Mas a Inglaterra não tinha o direito de retaliar, já que eles invadiram o nosso espaço aéreo. E a Turquia abateu os russos numa boa pois tem a benção da OTAN. Na época o Brasil teria dos EUA, não pra entrar em uma guerra do nosso lado, mas acalmar os dois lados
 

ROLGENIO

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Os brasileiros fizeram certo:

Colocaram o rabinho entre as pernas e deixaram os argentinos se fuder sozinhos.
 

SolidEdgard

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Begin Operation Rojão de Fogo
:lolwtf:brbr:brbr:brbr:brbr:brbr

E nem sabia que o br tinha um Tiger, tem quase o dobro de velocidade maxima que o Avro Vulcan
 

yage

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Eu achei certo a atitude do Brasil, 1º pq ele era neutro e segundo não ganharia nada arrumando confusão com a GB.
A parte que os caras quebraram a barreira do som no Rio; imagina o estrondo que a população deve ter ouvido. :lolwtf
 

deathian

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Eu achei certo a atitude do Brasil, 1º pq ele era neutro e segundo não ganharia nada arrumando confusão com a GB.
A parte que os caras quebraram a barreira do som no Rio; imagina o estrondo que a população deve ter ouvido. :lolwtf

É apenas mais um dia normal na cidade maravilhosa, cuja música de fundo padrão é uma troca de tiros ft. arrastão.
 

Tilak

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Procurem por guerra da lagosta, é hilaria... aconteceu em 62 acho... contra a França
Várias declaraçoes de zueira, dos militarea Brasileiros
 

NoobIsrael

Bam-bam-bam
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Procurem por guerra da lagosta, é hilaria... aconteceu em 62 acho... contra a França
Várias declaraçoes de zueira, dos militarea Brasileiros
Eu dei uma pesquisada sobre isso, c***lho esses franceses são folgados pakas hein. Os caras saem lá dos quintos pra vir pescar em nossas águas


Enviado do meu iPhone usando Tapatalk
 

Oscar Metal

Bam-bam-bam
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A FAB fez certo e não abater, deixem esses Argentinos que na segunda guerra foram simpatizantes do Nazismo se foderem. kkk

Vergonha Argentina reação de lesmas ao ataque, piada militar da época. O Brasil comprar briga na epoca seria besteira, a Dama de Ferro não iria medir esforços em foder o Brasil depois só pra mostrar ao mundo que Inglaterra ainda era um império e já estava de saco cheio de ouvir dos Americanos que foram eles que salvaram a Inglaterra do Nazismo, então eu acredito que a Dama de Ferro iria retaliar sim. kkkk
 

Silent Len

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O melhor resultado dessa guerra foi ter ajudado a acabar com a ditadura argentina mais cedo, todo argentino deveria rezar pela alma da Maggie Thatcher (onde ela estiver, mesmo no inferno) como agradecimento.
Se o argentino for militar deveria ir uma vez por ano no túmulo dela na Grã-Bretanha deixar flores e um chá com leite.
 

Kelsen

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Hm. Li alguma coisa por aí que o Brasil não foi tão neutro não, não tão escancaradamente como o Chile pro lado do UK, mas pendendo sim.

E a derrota Argentina foi meio circunstancial. Por incrível que pareça eles tinham condições de vencer a guerra sim, ou pelo menos assegurar a posse das ilhas e negociar em condições vantajosas. Os mísseis exocet (quem é da época lembra da música exocet-calcinha! que passava nos trapalhões) eram venenosos e fizeram estragos na armada do Reino Unido isso que a França (fabricante) liberou os códigos pra zoarem eles, do contrário o estrago seria maior ainda. UK tava em crise econômica séria.

Ademais, tinha aquela questão de fronteira com o Chile na Patagônia em que os chilenos enviaram tropas para manobrar na área litigiosa e a Argentina se obrigou a mandar suas tropas mais experientes para lá restando só recrutas pra lutar nas Falklands já que acharam que a reação britânica não seria tão rápida e forte.

Enfim, se o Brasil auxiliasse o Reino Unido, como algumas fontes dizem que fez, faria certo ao meu ver. Argentina estava errada passando por uma crise enorme e o Gualtieri sacou essa invasão só pra crescer o patriotismo dos hermanos e desviar a atenção.
 

Kelsen

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Imagens da guerra



HMS Sheffield Hit by Exocet Missile


ATAQUE AL PORTA AVIONES INGLES "INVENCIBLE" (digitalização)
 

SolidEdgard

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Hm. Li alguma coisa por aí que o Brasil não foi tão neutro não, não tão escancaradamente como o Chile pro lado do UK, mas pendendo sim.

E a derrota Argentina foi meio circunstancial. Por incrível que pareça eles tinham condições de vencer a guerra sim, ou pelo menos assegurar a posse das ilhas e negociar em condições vantajosas. Os mísseis exocet (quem é da época lembra da música exocet-calcinha! que passava nos trapalhões) eram venenosos e fizeram estragos na armada do Reino Unido isso que a França (fabricante) liberou os códigos pra zoarem eles, do contrário o estrago seria maior ainda. UK tava em crise econômica séria.

Ademais, tinha aquela questão de fronteira com o Chile na Patagônia em que os chilenos enviaram tropas para manobrar na área litigiosa e a Argentina se obrigou a mandar suas tropas mais experientes para lá restando só recrutas pra lutar nas Falklands já que acharam que a reação britânica não seria tão rápida e forte.

Enfim, se o Brasil auxiliasse o Reino Unido, como algumas fontes dizem que fez, faria certo ao meu ver. Argentina estava errada passando por uma crise enorme e o Gualtieri sacou essa invasão só pra crescer o patriotismo dos hermanos e desviar a atenção.
sim, tbm acho que a Argentina conseguiria segurar
mas foram burros PRA c***lho
pqp, ate em jogo de estrategia tem gente mais esperta kk
 

Tilak

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Eu dei uma pesquisada sobre isso, c***lho esses franceses são folgados pakas hein. Os caras saem lá dos quintos pra vir pescar em nossas águas


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melhor foi a frase:
"Ora, estamos diante de uma argumentação interessante: por analogia, se a lagosta é um peixe porque se desloca dando saltos, então o canguru é uma ave"
 

Eyjafjallajökull

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melhor foi a frase:
"Ora, estamos diante de uma argumentação interessante: por analogia, se a lagosta é um peixe porque se desloca dando saltos, então o canguru é uma ave"

Essa argumentação deles foi foda :kkk:kkk:kkk

Adicionando sobre a Guerra da Lagosta:

A Guerra da Lagosta, um contencioso entre os governos do Brasil e da França, que se desenvolveu entre 1961 e 1963, manteve governo e opinião pública muito atentos e vivendo um clima de tensão por algum tempo. Episódio pouco conhecido, ele girou em torno da captura ilegal de lagostas, por parte de embarcações de pesca francesa, em águas territoriais no litoral Nordeste do Brasil. Alertada por pescadores brasileiros, uma embarcação da Marinha do Brasil flagrou esses barcos franceses pescando lagosta clandestinamente na costa de Pernambuco, nas águas territoriais brasileiras, sendo convidado a se retirar.

Jornal da época publica manchete sobre a inédita "Guerra da Lagosta".
O episódio passou a ser conhecido nos meios de comunicação como a Guerra da Lagosta, um conflito que, como a famosa Batalha do Itararé não disparou um tiro sequer..

O desdobramento

À época, a crise afetou as relações diplomáticas entre os dois países, de tal modo que ambos chegaram a mobilizar os seus recursos bélicos. O primeiro a fazê-lo foi a França, que deslocou um contingente naval, mantido em prontidão, para uma área vizinha à região em conflito. No Brasil, a opinião pública interpretou a situação como uma agressão da França aos direitos de soberania do país. O presidente João Goulart, após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional convocada para examinar caso, logo determinou o deslocamento para a região, de um considerável contingente da Esquadra, apoiado pela Força Aérea. Em terra, o 4° Exército, com sede em Recife, então sob o comando do general Humberto de Alencar Castelo Branco, também se mobilizou.
Conversações

Embora a frase "le Brésil, n’est pas un pays serieux" ("O Brasil não é um país sério"), seja tradicionalmente atribuída ao presidente da França, general Charles de Gaulle, na realidade foi pronunciada pelo próprio embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza Filho, referindo-se à inabilidade com que o governo brasileiro conduzia o contencioso. À época, na imprensa francesa, suscitou-se uma polêmica curiosa: se a lagosta andava ou nadava... Caso nadasse, poder-se-ia considerar que estava em águas internacionais; caso andasse, estaria em território nacional brasileiro, uma vez que se admitia que o fundo do mar pertencia ao Estado Brasileiro. Esse seria um ponto-chave no final das discussões.

Jango reage mobilizando 4º Exército, sediado em Recife na ocasião, sob o comando do General Castelo Branco.

Debate começa

Na discussão diplomática entre o Brasil e a França, a comissão brasileira foi assessorada pelo então Almirante Paulo Moreira da Silva, especialista da Marinha em Oceanografia. E nela, os especialistas da França defendiam a tese de que a lagosta era apanhada quando estava nadando, ou seja, sem contato com o assoalho submarino (considerado território brasileiro), momento em que, longe do contato com a plataforma continental, poderia ser considerado um peixe. Foi quando o Almirante Paulo Moreira tomou a palavra, argumentando que para o Brasil aceitar a tese científica francesa de que a lagosta podia ser considerada um peixe, quando dá seus "pulos", então teria que ser aceita também a premissa do canguru ser considerado uma ave, quando também dá seus "pulos"... A evolução das discussões favoreceu a posição do Brasil.

Marinha faz livro

Contrariado com a resistência brasileira, o presidente Charles De Gaulle tomou a decisão de enviar uma respeitável força naval para o nordeste brasileiro.
O Serviço de Documentação da Marinha do Brasil lançou no Museu Naval, um livro de autoria do Comandante Cláudio da Costa Braga, intitulado "A Guerra da Lagosta.”
Ele é inédito no tema, pois trata dos fatos pouco conhecidos envolvendo a crise ocorrida entre o Brasil e a França, em 1961-1963, devido à captura ilegal de lagosta, por barcos de pesca franceses, em litoral do nordeste. A crise, aliás, extrapolou aos recursos diplomáticos, a tal ponto que os dois países chegaram a se mobilizar militarmente. A França enviou respeitável força naval para área próxima à região. No Brasil foi uma comoção nacional diante da ameaça de agressão. Em resposta a essa decisão do governo francês, no Brasil, após reunião do Conselho de Segurança Nacional, uma ponderável força naval foi deslocada para o setor, assim como aviões da Força Aérea. O 4º Exército, sediado em Recife na ocasião, sob o comando do General Castelo Branco, também se mobilizou. É desse momento a frase, atribuída ao General Charles De Gaulle, dizendo que: "...o Brasil não é um país sério".

Governo se reúne

Depois da França ter determinado o deslocamento de uma força naval para área próxima à região em conflito, foi realizada nova reunião ministerial em Brasília para tratar do problema. Um dos cientistas que defendia nossa posição foi convidado a fazer uma explanação sobre os motivos da crise e o que estava sendo questionado pelos dois países, Brasil e França.

Itamaraty

O episódio movimentou muito, à época, o Ministério de Relações Exteriores que em seus documentos históricos reserva espaço para o episódio. O comunicado do Itamaraty à época, o primeiro com caráter oficial, tinha o seguinte teor:
“Nota do Ministério de Relações Exteriores sobre a decisão francesa de deslocar o contratorpedeiro Tartu em direção às costas do Brasil, Rio de Janeiro de 1963.
O Embaixador francês comunicou oficialmente ao Itamaraty, que o Governo de seu país decidiu dar ordens a um navio da Marinha de Guerra da França para garantir que os lagosteiros franceses continuassem pescando no Nordeste do Brasil, além do prazo concedido pelo Governo brasileiro.”

A posição da França

Cruzador Tamandaré escoltado de perto por quatro contratorpedeiros da classe “Fletcher”. Navios acabaram sendo usados durante incidente diplomático.
Mais detalhado era o telegrama dirigido ao Ministério das Relações Exteriores pelo Embaixador do Brasil em Paris, Carlos Alves de Souza Filho, relatando seu encontro com o Presidente da França, Charles De Gaulle, em 23 de fevereiro de 1963.
“Acabo de ser recebido pelo General De Gaulle. Entrevista demorou 50 minutos, quando lhe transmiti a mensagem do Presidente Goulart constante do telegrama número 57. Expliquei com insistência a viva emoção que a ida do navio de guerra provocara no Brasil; demorei-me sobre o aspecto político do caso, logo em um momento em que se abriam as perspectivas tão auspiciosas para as relações franco-brasileiras.
Mencionei a importância da pesca da lagosta para a economia do Nordeste e o fato de a questão assumir, dadas as peculiaridades da área, caráter econômico-social; também encareci-lhe, com ênfase, que colocasse as relações entre o Brasil e a França acima de qualquer outra consideração ao examinar o presente problema.

Preocupado, De Gaulle debateu várias vezes o incidente com seu ministro Couve de Murville.
De Gaulle pediu-me comunicar ao Presidente Goulart que, da mesma forma que o Chefe de Estado brasileiro se vinha ocupando do incidente, ele próprio passou a tratá-lo em pessoa. Não acreditava que a ida do navio de guerra devesse ser traumatizada. Lembrou que incidente análogo tinha ocorrido com pescadores franceses em Terra Nova sem maiores conseqüências. Frisou que não enviara o navio ao Brasil e sim ao alto mar. Repetiu duas ou três vezes. Lamentava o cancelamento da autorização concedida aos seis barcos e que só precisaria de mais 15 dias para que concluíssem a pesca. Frisou que, por questão de princípio, a França não reconhece e não reconhecerá nunca a jurisdição do Estado ribeirinho sobre a plataforma continental. Falou do absurdo dessa tese se aplicar à pesca na Mancha. Por fim prometeu que voltaria a estudar o assunto com o Ministro Couve de Murville no intuito de procurar resolver, primeiro através de um “modus vivendi” e, depois, em definitivo pelo arbitramento.
Antes de terminar a audiência solicitei-lhe quase com impertinência, o regresso do navio havendo ele respondido, mais uma vez, que o navio de guerra não fora ao Brasil e sim ao alto mar. De Gaulle não determinara a volta do navio. Minha impressão, entretanto, é a de que consideraria fazê-lo se receber do Governo brasileiro a segurança de que os seis pesqueiros poderão terminar sua atividade pesqueira sem serem molestados. Enquanto isso, a França tentaria chegar a acordo quanto ao “modus vivendi”

Evolução e solução

Com o intuito de resolver a questão, veio ao Brasil uma delegação francesa composta pela Marinha Mercante e armadores. Já o Brasil constituiu a sua representação através do Conselho de Desenvolvimento da Pesca, Sudene, Ministério das Relações Exteriores e Marinha. A Sudene sugeriu a criação de sociedades franco-brasileiras, mas não se chegou a um acordo. Durante o desenrolar da questão, as pescas foram sendo cessadas e o assunto foi perdendo o aspecto emocional. A diplomacia teve papel importante na solução da crise ao ponto do Itamaraty recorrer à Marinha para que lhe fornecesse um técnico em oceanografia. E o almirante Paulo Moreira recebeu a missão de assessorar a Comissão Diplomática Brasileira. Houve longos debates entre as comissões da França e do Brasil.

Paulo Moreira: “Se lagosta é peixe, canguru é passarinho”
Os franceses continuavam insistindo na tese de que a lagosta era apanhada durante seus pulos na água, afastando-se da plataforma continental e, nestas condições poderia ser considerado um peixe, sem contato com o assoalho submarino. O almirante brasileiro, Paulo Moreira, falando em francês, porém, argumentou que, para o Brasil aceitar a tese científica francesa de que a lagosta podia ser considerada um peixe, quando dá seus "pulos" se afastando do fundo submarino, eles teriam que aceitar a premissa de que o canguru seria considerado uma ave, quando também dá seus "pulos"... O argumentou também pesou a favor da posição brasileira!!!

Superada crise

A Guerra da Lagosta constituiu o último ato do espetáculo da incompreensão que caracterizou as relações entre brasileiros e franceses. De Gaulle, mesmo convidado por Jango, só veio ao país em 13 de outubro de 1964, no governo de Humberto Castelo Branco. Era a primeira vez que um chefe de Estado francês visitava o Brasil. A visita de Gaulle tinha também o objetivo político de mostrar aos países visitados que o seu destino não estava irremediavelmente ligado aos Estados Unidos.

Fonte: http://www.institutojoaogoulart.org.br/noticia.php?id=2403
 

Ares1521

Bam-bam-bam
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Sobre o porque da França estar pescando tão perto (afinal, ela fica do outro lado do mundo): A Guiana Francesa é território da França, os barcos de lá usam bandeira francesa, sendo assim o Brasil faz fronteira com a França, logo só basta algum barco comandado por algum folgado ir mais pro lado na hora de pescar pra armar a m****.
 

Goris

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Falou nada.
Sabia que a Guerra do Paraguai só aconteceu porque a Inglaterra tinha medo da indústria paraguaia e mandou o Brasil atacá-los?
Milhares de brasileiros e paraguaios morreram por causa da Inglaterra mandar no Brasil.

O fato de o Paraguai não ter indústrias de peso, dele ter atacado primeiro, dele ter invadido Uruguai e Argentina e de Solano López ter tirado alimento e remédios de seu povo (que morreu de fraqueza e doença) e o fato de a Inglaterra estar com relações cortadas (pelo Brasil) não contam.
 
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