jakotsu
Bam-bam-bam
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http://www1.folha.uol.com.br/mundo/...gay-a-nome-da-extrema-direita-na-franca.shtml
Na corrida pela Presidência da França, a candidata da extrema direita, Marine Le Pen, pode contar com o apoio de um grupo inesperado de eleitores: homossexuais e bissexuais.
Tradicionalmente aliadas aos partidos de esquerda, as minorias sexuais têm migrado parte de seus votos para a Frente Nacional.
Nas eleições regionais de 2015, a sigla de Le Pen recebeu 32,5% dos votos de casais de pessoas do mesmo sexo -mais do que qualquer outro partido-, contra 29% de apoio de casais heterossexuais, segundo um estudo do Cevipof, ligado à faculdade SciencesPo.
O resultado revela uma evolução expressiva em um intervalo de poucos anos. Em pesquisa de intenção de voto realizada pelo mesmo instituto às vésperas da eleição presidencial de 2012, a candidatura de Le Pen tinha o apoio de 19,5% de pessoas autoidentificadas como homossexuais -ela terminou o pleito com 17,9% dos votos gerais.
Na disputa eleitoral deste ano, Le Pen aparece como favorita nas projeções para o primeiro turno, que será disputado em 23 de abril.
Devido a seu discurso radical, a candidata enfrenta grande rejeição do eleitorado, mas tem chance de ganhar o segundo turno, em 7 de maio, caso consiga atrair eleitores não convencionais para o seu partido. Daí a importância do voto de minorias.
Mas o que explica a crescente adesão de gays, lésbicas e bissexuais -que geralmente expressam visões mais liberais - à plataforma protecionista e xenófoba da Frente Nacional?
Associado ao descontentamento geral da população com o governo do socialista François Hollande, esse fenômeno pode estar relacionado à estratégia de reformulação da imagem do partido implementada a partir da chegada de Marine Le Pen à liderança da sigla, em 2011.
Desde então, a líder populista de 48 anos fez esforços para "desdemonizar" a legenda, buscando livrá-la da pecha de racista e homofóbica herdada do pai de Marine, Jean-Marie Le Pen.
Ele, que tem 83 anos, já classificou a homossexualidade de "anomalia sexual e biológica" e minimizou a dimensão histórica do Holocausto. Acabou sendo expulso, em 2015, do partido político que ajudou a fundar quatro décadas antes.
Uma das pessoas por trás da repaginação da extrema direita francesa é Florian Philippot, 35, vice-presidente de estratégia e comunicação da Frente Nacional.
O braço direito de Le Pen é homossexual e ajudou a redesenhar o programa do partido, abandonando a perseguição aberta contra minorias para se concentrar em pontos como o euroceticismo e a aversão à imigração.
Com isso, conseguiu-se projetar uma imagem mais palatável para eleitores antigamente refratários à Frente Nacional. Atualmente, a sigla conta com vários militantes e candidatos LGBTs.
Philippot nega, contudo, a existência de um "lobby gay" na direção do partido. "A Frente Nacional não é pró-gay, nem o contrário. É somente pró-franceses", disse ele em 2014 durante entrevista à rádio France Info.
Para Clémence Zamora-Cruz, porta-voz da associação Inter-LGBT, a Frente Nacional defende valores de "ódio e exclusão" que devem ser combatidos.
"Nos últimos anos, a Frente Nacional vem instrumentalizando causas LGBT para colocar pessoas LGBT contra outras minorias", disse ela à Folha. "O partido manipula o sentimento de insegurança cultural e os medos de algumas minorias, inclusive as pessoas LGBT, em relação à ascensão do islamismo."
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Le Pen tem recebido proporcionalmente mais votos dos homossexuais do que dos heterossexuais.
Será que finalmente veremos grupos, suscetíveis às demonstrações de "amor" da religião da paz, acordarem para os riscos de um futuro califado islâmico europeu?
Na corrida pela Presidência da França, a candidata da extrema direita, Marine Le Pen, pode contar com o apoio de um grupo inesperado de eleitores: homossexuais e bissexuais.
Tradicionalmente aliadas aos partidos de esquerda, as minorias sexuais têm migrado parte de seus votos para a Frente Nacional.
Nas eleições regionais de 2015, a sigla de Le Pen recebeu 32,5% dos votos de casais de pessoas do mesmo sexo -mais do que qualquer outro partido-, contra 29% de apoio de casais heterossexuais, segundo um estudo do Cevipof, ligado à faculdade SciencesPo.
O resultado revela uma evolução expressiva em um intervalo de poucos anos. Em pesquisa de intenção de voto realizada pelo mesmo instituto às vésperas da eleição presidencial de 2012, a candidatura de Le Pen tinha o apoio de 19,5% de pessoas autoidentificadas como homossexuais -ela terminou o pleito com 17,9% dos votos gerais.
Na disputa eleitoral deste ano, Le Pen aparece como favorita nas projeções para o primeiro turno, que será disputado em 23 de abril.
Devido a seu discurso radical, a candidata enfrenta grande rejeição do eleitorado, mas tem chance de ganhar o segundo turno, em 7 de maio, caso consiga atrair eleitores não convencionais para o seu partido. Daí a importância do voto de minorias.
Mas o que explica a crescente adesão de gays, lésbicas e bissexuais -que geralmente expressam visões mais liberais - à plataforma protecionista e xenófoba da Frente Nacional?
Associado ao descontentamento geral da população com o governo do socialista François Hollande, esse fenômeno pode estar relacionado à estratégia de reformulação da imagem do partido implementada a partir da chegada de Marine Le Pen à liderança da sigla, em 2011.
Desde então, a líder populista de 48 anos fez esforços para "desdemonizar" a legenda, buscando livrá-la da pecha de racista e homofóbica herdada do pai de Marine, Jean-Marie Le Pen.
Ele, que tem 83 anos, já classificou a homossexualidade de "anomalia sexual e biológica" e minimizou a dimensão histórica do Holocausto. Acabou sendo expulso, em 2015, do partido político que ajudou a fundar quatro décadas antes.
Uma das pessoas por trás da repaginação da extrema direita francesa é Florian Philippot, 35, vice-presidente de estratégia e comunicação da Frente Nacional.
O braço direito de Le Pen é homossexual e ajudou a redesenhar o programa do partido, abandonando a perseguição aberta contra minorias para se concentrar em pontos como o euroceticismo e a aversão à imigração.
Com isso, conseguiu-se projetar uma imagem mais palatável para eleitores antigamente refratários à Frente Nacional. Atualmente, a sigla conta com vários militantes e candidatos LGBTs.
Philippot nega, contudo, a existência de um "lobby gay" na direção do partido. "A Frente Nacional não é pró-gay, nem o contrário. É somente pró-franceses", disse ele em 2014 durante entrevista à rádio France Info.
Para Clémence Zamora-Cruz, porta-voz da associação Inter-LGBT, a Frente Nacional defende valores de "ódio e exclusão" que devem ser combatidos.
"Nos últimos anos, a Frente Nacional vem instrumentalizando causas LGBT para colocar pessoas LGBT contra outras minorias", disse ela à Folha. "O partido manipula o sentimento de insegurança cultural e os medos de algumas minorias, inclusive as pessoas LGBT, em relação à ascensão do islamismo."
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Le Pen tem recebido proporcionalmente mais votos dos homossexuais do que dos heterossexuais.
Será que finalmente veremos grupos, suscetíveis às demonstrações de "amor" da religião da paz, acordarem para os riscos de um futuro califado islâmico europeu?