Grandpa
Mestre Jedi
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Uma breve história da evolução do mercado de consoles domésticos (by Grandpa)
Minha idéia neste tópico é fazer uma breve recapitulação de como o mercado era dividido em cada geração até os dias de hoje. Não vou usar números, até porque os números - principalmente os mais antigos - não são muito confiáveis.
Pré-história:
O telejogo da Philco caiu no gosto dos brasileiros
Na década de 70 nem sei se já haviam cunhado a palavra videogame, mas videogame na época era sinônimo de telejogo. Os jogos eram basicamente variações do Pong e os consoles com cartuchos ainda engatinhavam.
Havia vários fabricantes de telejogos, a maioria indústrias de eletro-eletrônicos. Não houve um telejogo que sobressaiu de forma expressiva sobre outro. Cada país ou continente teve uma marca preferida. Aqui no Brasil quem reinou foi o Telejogo da Philco.
Atarimania:
O todo poderoso Atari da Atari
Chegamos a era dos videogames domésticos. O Atari 2600 da Atari, o Odyssey da Philips (*), o Colecovision da Coleco e o Intellivision da Mattel foram os que mais se destacaram.
O curioso é que eu não sei de um lugar onde os quatro brigaram de igual para igual. Normalmente a briga ficava entre 3 e o quarto console, quando existia, ficava bem atrás. Nos Estados Unidos, Atari, Intellivision e Colecovision disputaram o mercado. Todo mundo sabe quem ganhou. Aqui no Brasil a briga ficou entre Odyssey, Atari e Intellivision, e o Atari também levou a melhor.
(*) OBS: O Odyssey que conhecemos na verdade é o Odyssey 2 e seu fabricante variava dependendo do país. Aqui no Brasil foi fabricado pela Philips.
8 bits: a invasão japonesa
O Nintendinho tirou a indústria de videogames da lama
Até então a Atari era praticamente a única grande empresa cujo negócio principal eram os videogames. Para as outras seu console era apenas mais um produto. Entram no mercado então o NES da Nintendo e o Master System da SEGA. Ambas já haviam tido arcades de sucesso. A SEGA antes do Master System teve outro console (o SG-1000), mas este console ficou limitado ao oriente.
A disputa pelo mercado de 8 bits ficou mesmo entre o NES, o Master System e em menor escala o PC Engine da NEC, lançado no ocidente como Turbografx 16. A Atari fez apenas figuração nessa disputa com seu Atari 7800. A Nintendo ganhou a disputa com seu NES, apesar do sucesso do Master System em mercados como o Brasil e a Europa.
No Brasil ficamos entre o Master System da Tec Toy e o Phantom System da Gradiente ou algum outro clone do NES. O PC Engine infelizmente não deu as caras por aqui.
16 bits: SEGA x Nintendo
Sonic e Mario disputaram palmo a palmo a liderança dessa geração. Hoje em dia são amigos.
Nunca uma geração foi tão polarizada como a de 16 bits. Era o Mega Drive da SEGA ou o SNES da Nintendo. O resto era figurante. A SNK até tentou alguma coisa com seu Neo Geo, mas o alto preço dos cartuchos não permitiu. No segundo tempo da prorrogação a Nintendo acabou saindo vencedora.
No Brasil a briga se repetiu.
32/64 bits: a Sony entra no mercado
PSX: O primeiro console da Sony
Os bits começam a confundir mais do que explicar aqui, já que temos consoles declarados de 64 bits com capacidade inferior a consoles de 32 bits, mas ambos disputaram o mesmo mercado.
A SEGA veio com o Saturn, a Nintendo com o Nintendo 64 e a novata (no ramo dos games) Sony com o Playstation. Ah, tiveram outros como o 3DO e o Jaguar da Atari, que ainda insistia no ramo, mas a disputa ficou mesmo entre os 3 primeiros. Pela primeira vez na história dos consoles uma marca não associada a videogames se sagrou campeã: a Sony. Não levei em consideração os telejogos.
O Saturn e o Nintendo 64 foram lançados oficialmente no Brasil, ao contrário do Playstation, mas isso não impediu que o console da Sony fosse importado com vigor e caísse no gosto dos brasileiros. O fato dos jogos do Saturn e Playstation serem em CD fez com que a pirataria explodisse nessa geração.
Geração passada: a decadência da SEGA e a chegada da Microsoft
A despedida da SEGA e a estréia da Microsoft
A geração passada foi marcada pelo último console da SEGA (Dreamcast), pelo primeiro da Microsoft (Xbox) e pela confirmação do domínio da Sony, agora com seu Playstation 2.
O Dreamcast foi descontinuado muito cedo e praticamente não chegou a disputar o mercado com o PS2, que foi o segundo console da geração a ser lançado. Seguiram-se a ele o Gamecube da Nintendo e o XBox da Microsoft. A briga ficou então entre a Sony, a Nintendo e a Microsoft, já que a SEGA saiu antes da hora do campo de batalha. A Sony dominou mais uma vez.
No Brasil o Dreamcast foi lançado pela Tec Toy e o Gamecube pela Gradiente, mas em relação ao Gamecube é provável que existam mais Gamecubes importados do que nacionais nos lares brasileiros, pois a Gradiente fabricou-os por pouco tempo.
And the winner is ...
PS2 e Xbox só importando mesmo, mas isso não foi problema para esses consoles chegarem aqui e se popularizarem, principalmente o PS2. Mais uma vez a pirataria reinou, só que agora em DVD.
Geração Atual: a Nintendo dá a volta por cima
O revolucionário Nintendo Wii
A Microsoft mudou de tática e foi a primeira a lançar o seu Xbox 360. Teve um ano só para si até a chegada do Wii da Nintendo e do Playstation 3 da Sony.
O perfil dos consoles da Sony e da Microsoft são semelhantes, com jogos graficamente belíssimos e ênfase na jogatina online, já a Nintendo apostou num console mais simples, mas com um controle revolucionário que caiu no gosto do povo. A mudança na maneira de jogar com o Wiimote atraiu até uma parcela do público que era avessa a videogames. Depois de ficar pra trás com o Nintendo 64 e com o Gamecube, a Nintendo voltava a liderar o mercado.
No Brasil a Microsoft não demorou a lançar oficialmente o Xbox 360, mas Wii e PS3 aqui, por enquanto, só importados.
Conclusão
Desde meados da década de 80 os japoneses dominam o mercado dos consoles de videogames domésticos. Com a saída da SEGA, a Microsoft ocupou o seu lugar, mas ainda não chegou ao topo. Será que um dia a Microsoft vai quebrar a hegemonia japonesa ?
Também é importante reparar que desde a época do Atari nunca tivemos mais de três grandes fabricantes disputando para valer o mercado ao mesmo tempo. Será que há espaço para uma quarta empresa disputar de igual pra igual com Sony, Nintendo e Microsoft ?
Minha idéia neste tópico é fazer uma breve recapitulação de como o mercado era dividido em cada geração até os dias de hoje. Não vou usar números, até porque os números - principalmente os mais antigos - não são muito confiáveis.
Pré-história:
O telejogo da Philco caiu no gosto dos brasileiros
Na década de 70 nem sei se já haviam cunhado a palavra videogame, mas videogame na época era sinônimo de telejogo. Os jogos eram basicamente variações do Pong e os consoles com cartuchos ainda engatinhavam.
Havia vários fabricantes de telejogos, a maioria indústrias de eletro-eletrônicos. Não houve um telejogo que sobressaiu de forma expressiva sobre outro. Cada país ou continente teve uma marca preferida. Aqui no Brasil quem reinou foi o Telejogo da Philco.
Atarimania:
O todo poderoso Atari da Atari
Chegamos a era dos videogames domésticos. O Atari 2600 da Atari, o Odyssey da Philips (*), o Colecovision da Coleco e o Intellivision da Mattel foram os que mais se destacaram.
O curioso é que eu não sei de um lugar onde os quatro brigaram de igual para igual. Normalmente a briga ficava entre 3 e o quarto console, quando existia, ficava bem atrás. Nos Estados Unidos, Atari, Intellivision e Colecovision disputaram o mercado. Todo mundo sabe quem ganhou. Aqui no Brasil a briga ficou entre Odyssey, Atari e Intellivision, e o Atari também levou a melhor.
(*) OBS: O Odyssey que conhecemos na verdade é o Odyssey 2 e seu fabricante variava dependendo do país. Aqui no Brasil foi fabricado pela Philips.
8 bits: a invasão japonesa
O Nintendinho tirou a indústria de videogames da lama
Até então a Atari era praticamente a única grande empresa cujo negócio principal eram os videogames. Para as outras seu console era apenas mais um produto. Entram no mercado então o NES da Nintendo e o Master System da SEGA. Ambas já haviam tido arcades de sucesso. A SEGA antes do Master System teve outro console (o SG-1000), mas este console ficou limitado ao oriente.
A disputa pelo mercado de 8 bits ficou mesmo entre o NES, o Master System e em menor escala o PC Engine da NEC, lançado no ocidente como Turbografx 16. A Atari fez apenas figuração nessa disputa com seu Atari 7800. A Nintendo ganhou a disputa com seu NES, apesar do sucesso do Master System em mercados como o Brasil e a Europa.
No Brasil ficamos entre o Master System da Tec Toy e o Phantom System da Gradiente ou algum outro clone do NES. O PC Engine infelizmente não deu as caras por aqui.
16 bits: SEGA x Nintendo
Sonic e Mario disputaram palmo a palmo a liderança dessa geração. Hoje em dia são amigos.
Nunca uma geração foi tão polarizada como a de 16 bits. Era o Mega Drive da SEGA ou o SNES da Nintendo. O resto era figurante. A SNK até tentou alguma coisa com seu Neo Geo, mas o alto preço dos cartuchos não permitiu. No segundo tempo da prorrogação a Nintendo acabou saindo vencedora.
No Brasil a briga se repetiu.
32/64 bits: a Sony entra no mercado
PSX: O primeiro console da Sony
Os bits começam a confundir mais do que explicar aqui, já que temos consoles declarados de 64 bits com capacidade inferior a consoles de 32 bits, mas ambos disputaram o mesmo mercado.
A SEGA veio com o Saturn, a Nintendo com o Nintendo 64 e a novata (no ramo dos games) Sony com o Playstation. Ah, tiveram outros como o 3DO e o Jaguar da Atari, que ainda insistia no ramo, mas a disputa ficou mesmo entre os 3 primeiros. Pela primeira vez na história dos consoles uma marca não associada a videogames se sagrou campeã: a Sony. Não levei em consideração os telejogos.
O Saturn e o Nintendo 64 foram lançados oficialmente no Brasil, ao contrário do Playstation, mas isso não impediu que o console da Sony fosse importado com vigor e caísse no gosto dos brasileiros. O fato dos jogos do Saturn e Playstation serem em CD fez com que a pirataria explodisse nessa geração.
Geração passada: a decadência da SEGA e a chegada da Microsoft
A despedida da SEGA e a estréia da Microsoft
A geração passada foi marcada pelo último console da SEGA (Dreamcast), pelo primeiro da Microsoft (Xbox) e pela confirmação do domínio da Sony, agora com seu Playstation 2.
O Dreamcast foi descontinuado muito cedo e praticamente não chegou a disputar o mercado com o PS2, que foi o segundo console da geração a ser lançado. Seguiram-se a ele o Gamecube da Nintendo e o XBox da Microsoft. A briga ficou então entre a Sony, a Nintendo e a Microsoft, já que a SEGA saiu antes da hora do campo de batalha. A Sony dominou mais uma vez.
No Brasil o Dreamcast foi lançado pela Tec Toy e o Gamecube pela Gradiente, mas em relação ao Gamecube é provável que existam mais Gamecubes importados do que nacionais nos lares brasileiros, pois a Gradiente fabricou-os por pouco tempo.
And the winner is ...
PS2 e Xbox só importando mesmo, mas isso não foi problema para esses consoles chegarem aqui e se popularizarem, principalmente o PS2. Mais uma vez a pirataria reinou, só que agora em DVD.
Geração Atual: a Nintendo dá a volta por cima
O revolucionário Nintendo Wii
A Microsoft mudou de tática e foi a primeira a lançar o seu Xbox 360. Teve um ano só para si até a chegada do Wii da Nintendo e do Playstation 3 da Sony.
O perfil dos consoles da Sony e da Microsoft são semelhantes, com jogos graficamente belíssimos e ênfase na jogatina online, já a Nintendo apostou num console mais simples, mas com um controle revolucionário que caiu no gosto do povo. A mudança na maneira de jogar com o Wiimote atraiu até uma parcela do público que era avessa a videogames. Depois de ficar pra trás com o Nintendo 64 e com o Gamecube, a Nintendo voltava a liderar o mercado.
No Brasil a Microsoft não demorou a lançar oficialmente o Xbox 360, mas Wii e PS3 aqui, por enquanto, só importados.
Conclusão
Desde meados da década de 80 os japoneses dominam o mercado dos consoles de videogames domésticos. Com a saída da SEGA, a Microsoft ocupou o seu lugar, mas ainda não chegou ao topo. Será que um dia a Microsoft vai quebrar a hegemonia japonesa ?
Também é importante reparar que desde a época do Atari nunca tivemos mais de três grandes fabricantes disputando para valer o mercado ao mesmo tempo. Será que há espaço para uma quarta empresa disputar de igual pra igual com Sony, Nintendo e Microsoft ?