O que há de Novo?
Fórum Outer Space - O maior fórum de games do Brasil

Registre uma conta gratuita hoje para se tornar um membro! Uma vez conectado, você poderá participar neste site adicionando seus próprios tópicos e postagens, além de se conectar com outros membros por meio de sua própria caixa de entrada privada!

  • Anunciando os planos GOLD no Fórum Outer Space
    Visitante, agora você pode ajudar o Fórum Outer Space e receber alguns recursos exclusivos, incluindo navegação sem anúncios e dois temas exclusivos. Veja os detalhes aqui.


Evolução do mercado de consoles domésticos

Grandpa

Mestre Jedi
Mensagens
5.696
Reações
2.847
Pontos
1.334
Uma breve história da evolução do mercado de consoles domésticos (by Grandpa)


Minha idéia neste tópico é fazer uma breve recapitulação de como o mercado era dividido em cada geração até os dias de hoje. Não vou usar números, até porque os números - principalmente os mais antigos - não são muito confiáveis.


Pré-história:

telejogo2.jpg

O telejogo da Philco caiu no gosto dos brasileiros

Na década de 70 nem sei se já haviam cunhado a palavra videogame, mas videogame na época era sinônimo de telejogo. Os jogos eram basicamente variações do Pong e os consoles com cartuchos ainda engatinhavam.

Havia vários fabricantes de telejogos, a maioria indústrias de eletro-eletrônicos. Não houve um telejogo que sobressaiu de forma expressiva sobre outro. Cada país ou continente teve uma marca preferida. Aqui no Brasil quem reinou foi o Telejogo da Philco.


Atarimania:

atari2600a.jpg

O todo poderoso Atari da Atari

Chegamos a era dos videogames domésticos. O Atari 2600 da Atari, o Odyssey da Philips (*), o Colecovision da Coleco e o Intellivision da Mattel foram os que mais se destacaram.

O curioso é que eu não sei de um lugar onde os quatro brigaram de igual para igual. Normalmente a briga ficava entre 3 e o quarto console, quando existia, ficava bem atrás. Nos Estados Unidos, Atari, Intellivision e Colecovision disputaram o mercado. Todo mundo sabe quem ganhou. Aqui no Brasil a briga ficou entre Odyssey, Atari e Intellivision, e o Atari também levou a melhor.

(*) OBS: O Odyssey que conhecemos na verdade é o Odyssey 2 e seu fabricante variava dependendo do país. Aqui no Brasil foi fabricado pela Philips.


8 bits: a invasão japonesa

nintendinho.jpg

O Nintendinho tirou a indústria de videogames da lama

Até então a Atari era praticamente a única grande empresa cujo negócio principal eram os videogames. Para as outras seu console era apenas mais um produto. Entram no mercado então o NES da Nintendo e o Master System da SEGA. Ambas já haviam tido arcades de sucesso. A SEGA antes do Master System teve outro console (o SG-1000), mas este console ficou limitado ao oriente.

A disputa pelo mercado de 8 bits ficou mesmo entre o NES, o Master System e em menor escala o PC Engine da NEC, lançado no ocidente como Turbografx 16. A Atari fez apenas figuração nessa disputa com seu Atari 7800. A Nintendo ganhou a disputa com seu NES, apesar do sucesso do Master System em mercados como o Brasil e a Europa.

No Brasil ficamos entre o Master System da Tec Toy e o Phantom System da Gradiente ou algum outro clone do NES. O PC Engine infelizmente não deu as caras por aqui.


16 bits: SEGA x Nintendo

sonicmario.jpg

Sonic e Mario disputaram palmo a palmo a liderança dessa geração. Hoje em dia são amigos.

Nunca uma geração foi tão polarizada como a de 16 bits. Era o Mega Drive da SEGA ou o SNES da Nintendo. O resto era figurante. A SNK até tentou alguma coisa com seu Neo Geo, mas o alto preço dos cartuchos não permitiu. No segundo tempo da prorrogação a Nintendo acabou saindo vencedora.

No Brasil a briga se repetiu.


32/64 bits: a Sony entra no mercado

psxsys.jpg

PSX: O primeiro console da Sony

Os bits começam a confundir mais do que explicar aqui, já que temos consoles declarados de 64 bits com capacidade inferior a consoles de 32 bits, mas ambos disputaram o mesmo mercado.

A SEGA veio com o Saturn, a Nintendo com o Nintendo 64 e a novata (no ramo dos games) Sony com o Playstation. Ah, tiveram outros como o 3DO e o Jaguar da Atari, que ainda insistia no ramo, mas a disputa ficou mesmo entre os 3 primeiros. Pela primeira vez na história dos consoles uma marca não associada a videogames se sagrou campeã: a Sony. Não levei em consideração os telejogos.

O Saturn e o Nintendo 64 foram lançados oficialmente no Brasil, ao contrário do Playstation, mas isso não impediu que o console da Sony fosse importado com vigor e caísse no gosto dos brasileiros. O fato dos jogos do Saturn e Playstation serem em CD fez com que a pirataria explodisse nessa geração.


Geração passada: a decadência da SEGA e a chegada da Microsoft

dreamcast.jpg
xboxg.jpg

A despedida da SEGA e a estréia da Microsoft

A geração passada foi marcada pelo último console da SEGA (Dreamcast), pelo primeiro da Microsoft (Xbox) e pela confirmação do domínio da Sony, agora com seu Playstation 2.

O Dreamcast foi descontinuado muito cedo e praticamente não chegou a disputar o mercado com o PS2, que foi o segundo console da geração a ser lançado. Seguiram-se a ele o Gamecube da Nintendo e o XBox da Microsoft. A briga ficou então entre a Sony, a Nintendo e a Microsoft, já que a SEGA saiu antes da hora do campo de batalha. A Sony dominou mais uma vez.

No Brasil o Dreamcast foi lançado pela Tec Toy e o Gamecube pela Gradiente, mas em relação ao Gamecube é provável que existam mais Gamecubes importados do que nacionais nos lares brasileiros, pois a Gradiente fabricou-os por pouco tempo.

playstation2t.jpg

And the winner is ...

PS2 e Xbox só importando mesmo, mas isso não foi problema para esses consoles chegarem aqui e se popularizarem, principalmente o PS2. Mais uma vez a pirataria reinou, só que agora em DVD.


Geração Atual: a Nintendo dá a volta por cima

nintendowiim.jpg

O revolucionário Nintendo Wii

A Microsoft mudou de tática e foi a primeira a lançar o seu Xbox 360. Teve um ano só para si até a chegada do Wii da Nintendo e do Playstation 3 da Sony.

O perfil dos consoles da Sony e da Microsoft são semelhantes, com jogos graficamente belíssimos e ênfase na jogatina online, já a Nintendo apostou num console mais simples, mas com um controle revolucionário que caiu no gosto do povo. A mudança na maneira de jogar com o Wiimote atraiu até uma parcela do público que era avessa a videogames. Depois de ficar pra trás com o Nintendo 64 e com o Gamecube, a Nintendo voltava a liderar o mercado.

No Brasil a Microsoft não demorou a lançar oficialmente o Xbox 360, mas Wii e PS3 aqui, por enquanto, só importados.


Conclusão

Desde meados da década de 80 os japoneses dominam o mercado dos consoles de videogames domésticos. Com a saída da SEGA, a Microsoft ocupou o seu lugar, mas ainda não chegou ao topo. Será que um dia a Microsoft vai quebrar a hegemonia japonesa ?

Também é importante reparar que desde a época do Atari nunca tivemos mais de três grandes fabricantes disputando para valer o mercado ao mesmo tempo. Será que há espaço para uma quarta empresa disputar de igual pra igual com Sony, Nintendo e Microsoft ?
 

edineilopes

Retrogamer
Mensagens
28.634
Reações
97.149
Pontos
1.854
Ótimo tópico.
Videogame comecei a jogar do Atari em diante. Telejogo nunca joguei.:(

Com exceção dos 16bits, onde cabe discussão, sempre houve um vencedor claro que dominou o mercado. Geralmente vence o console que tem a melhor biblioteca de jogos, não a melhor configuração.

Sobre o comentário final, creio que o limite seja mesmo 3 consoles relevantes por geração.

Nos consoles atuais a Microsoft conseguiu um grande feito, pois abocanhou um pedaço grande do mercado que pertencia aos japoneses. Se não tivesse entregado um hardware tão problemático, talvez tivesse conseguido resultados ainda melhores.

A sony seguiu a linha de promessas de gráficos nunca vistos e tecnologia alienígena (como fez na época do Dreamcast no lançamento do PS2), perdeu espaço, mas vem produzindo excelentes jogos e acertando algumas estratégias.

A Nintendo voltou ao topo, com sua criatividade costumeira. Foi bom a Nintendo ter se recuperado, pois outra geração de vacas magras seria muito difícil se recuperar, tendo como rivais gigantes como Sony e Microsoft, que são capazes de financiar suas plataformas e vender tomando prejuízo, se necessário.

Na geração atual, qualquer outra empresa que tivesse tentado lançar um console teria quebrado a cara...
 

Kobayashi

Bam-bam-bam
Mensagens
14.002
Reações
6.259
Pontos
499
Eu acho o Atari um console importantíssimo, pois foi o que primeiro massificou o mercado de games e em termos de softhouse a Activision foi a gigante daquela época com jogos de altíssima qualidade.

Porém, após o crash de 1984 a Nintendo se tornou a mais importante no mundo dos games e mesmo perdendo a liderança temporariamente para a Sony por duas gerações consecutivas, ainda assim foi a referência quando o assunto é videogame (quer sejam portáteis ou não). Atualmente, ocupa com justiça a liderança com larga vantagem sobre seus adversários.

A Sega se americanizou demais e acabou se estrepando. A Sony anda no mesmo caminho, infelizmente... tanto que até o CEO deles da atualidade é um americano (o bola-mucha Howard Stinger).

Microsoft e sua marca Xbox ainda tem que comer muito arroz com feijão para se tornar lider absoluto como ocorreu com o seu compatriota Atari.
 

unforastero

Veterano
Mensagens
1.945
Reações
8
Pontos
144
Sou da época do Atari, joguei muito mesmo, ganhei o console qdo tinha 7 anos nos idos de 1988. É o único dos consoles que tive e hoje não tenho mais. A placa torrou, precisei jogar o console fora e acabei vendendo as fitas.

Conheci o Telejogo na casa de um amigo, cujo irmão era Técnico eletrônico ( hoje engenheiro elétrico) pq um Kra levou pra arrumar o controle. Aproveitamos e jogamos no aparelho, até então desconhecido, e me lembro tinha o emblema da Ford no console.

Bons tempos, ótimo tópico

t+
 

edineilopes

Retrogamer
Mensagens
28.634
Reações
97.149
Pontos
1.854
Kobayashi;6046622 disse:
A Sega se americanizou demais e acabou se estrepando. A Sony anda no mesmo caminho, infelizmente... tanto que até o CEO deles da atualidade é um americano (o bola-mucha Howard Stinger).
Não creio que o erro da Sega tenha sido se "americanizar", mas sim ter feito apostas erradas em hardware e administrado mal suas franquias de sucesso.

A Nintendo com seu 64, arrogante por dominar o mercado duas gerações seguidas, focou-se demais em oferecer um console "incrivelmente superior aos da concorrência", com "promessas exageradas de potência sem igual", enquanto o que atrai de verdade o cliente são bons jogos (em quantidade e variedade). Sem falar na teimosia de manter cartuchos como mídia. Penso que mereceu deixar a liderança naquela época.

Atualmente, como o marketing da Sony fracassou em falar demais da "potência do videogame", depois de tanto foco na máquina, a Sony está entregando grandes jogos, que é o que vende consoles no final das contas.

Quem ganha com a concorrência sãos os consumidores, pois empresa "dona do mercado" acaba por pensar mais nela que na satisfação de seus clientes.
 
Topo Fundo