A situação como um todo está cada vez mais complexa.
Putin idealizava uma ação militar nos moldes da blitzkrieg alemã (guerra-relâmpago), com uma demonstração de força de tal magnitude que forçaria as autoridades superiores ucranianas a uma rendição quase imediata ou uma pronta disposição para aceitarem as condições impostas por Moscou.
Mesmo ciente de que a "ajuda" ocidental a Ucrânia se resumiria na aplicação de sanções econômicas contra o sistema financeiro russo, Putin e seus estrategistas podem ter dimensionado mal a capacidade de resistência não apenas do exército ucraniano, mas da própria população, alimentada pelo ressentimento das barbaridades impetradas pela falecida URSS ao povo daquele país.
Apesar das sanções do eixo EUA-EUROPA-Canadá não serem nem de longe aptas a pararem os movimentos russos, uma vez que a resistência ucraniana agrava ainda mais o já ferido ego de Putin, que não pode mais retroceder; engana-se quem pensa que as sanções divulgadas (sobretudo a exclusão russa do sistema Swift) não causarão danos significativos à Rússia. Lembremos que, mesmo tratando-se de uma potência militar de nível global, a Rússia não passa de um país subdesenvolvido nos moldes do que é o Brasil.
Nesse contexto de recuperação econômica pós-pandemia (ainda em curso) e sofrendo quase que um completo bloqueio financeiro, a Rússia poderá sustentar uma ação militar caríssima, mesmo que por poucas semanas ou meses?